POESIA
CONTEMPORÂNEA
PORTUGUESA
ANTES,
A
EXPERIÊNCIA.
Marcus Motta
(UERJ)
Ao
saber do
convite da
Academia
Brasileira de
Filologia
para
proferir uma
aula-conferência no
Seminário
Superior de
Literatura Portuguesa
sobre
poesia
contemporânea,
fiquei na
expectativa de
um
confronto
com
meus
estudos
ainda
em
andamento
Vi-me,
portanto, na
ocasião de
pensar
com
mais
insistência do
que
nunca no
que constitui
o
seu
próprio
progresso.
Em
virtude desse
contexto,
achei
válido
reconhecer, de
antemão, o
papel,
nada
descartável,
da
Poesia
Experimental portuguesa
entre todas
aquelas realizadas contemporaneamente; sendo
tal
reconhecimento
aprendido
pela
seguinte
expressão:
poesia
é
isto.
As
idéias,
portanto,
que se
principiam
ou terminam
esta aula-conferência aparecem lendo e refletindo
sobre a
expressão:
poesia
é
isto. O
que significa
que estou a
chamar
outros
pesquisadores,
futuros
ou
não,
para
um
diálogo
um
pouco
maior,
pensando
em
sensibilidades
literárias
que
ainda
não estão
submetidas ao
desinteresse
de
enfrentar uma
desaprovação –
seja aquela
que vigora
pela
tradição; seja
aquela dos recém
chegados à
reflexão
crítica.
Isto
quer
dizer
que a
Poesia
Experimental pode se
tornar,
para
alguns,
causa
fóbica. Digo,
que
tais
personalidades
não desejam
verdadeiramente essa
forma de
poesia
contemporânea
em
seu
cânone. E
assim,
descrevem uma
certa
predominância
lírica no
ato de
aceitar a
poesia
em
geral;
mesmo
entre
aqueles
que tutelam
novas
teorizações.
Frente as
estes
aspectos,
proponho a
seguinte
hipótese
argumentativa:
para
que
um
ato poético
possa
ser
apreendido
como
experimento
ou
não, a
forma deve
suportar a
tarefa do
julgamento do
que é
arte
poética.
Ou seja: é
preciso
decidir se o
experimento
corrobora o
estatuto da
poesia,
garantindo
assim a
experiência da
leitura e
escrita;
ou se o
experimento
suspende a
tradição
poética e
questiona a
tarefa de
ler e
escrever “poesia”.
Há de se
pensar,
primeiramente,
que o
acima
apresentado nutre-se da
polêmica
que
qualquer
vanguarda
tende a
manifestar:
saber “o
que é
poesia”
torna-se
irrelevante.
Isso se dá
porque a
idéia do
que é uma
poesia há
muito se
esvaziou de
todo o
glamour,
tornando o
acesso à
reivindicação
de
poetizar
um
espaço
não limitado
por alguma
barreira
formal; o
que provoca a
certeza de
que
qualquer
um pode
estar a
poetizar se
assim o
deseja.
Contudo, na
cultura
portuguesa, o
princípio
possível da
indignação
quanto ao
ato de
poetizar,
isto
não
é
poesia,
permanece
como se fosse
a
relevância
natural ao
julgamento de
gosto,
contaminando o
que
poderia
ser uma
atitude experimental:
“poesia”
é
isto.
Tal
fato cultural
afeta a
própria
postura da
vanguarda;
pois se a
relevância
faculta
ser
julgamento de
gosto, a
naturalização
do
experimento
tende a
garantir a
experiência
como
estatuto da
poesia,
como é o
caso da
Poesia
61. Reunidos na publicação
que
leva
este
nome, Fiama
Hasse
Pais Brandão,
Luiza
Neto Jorge,
Maria Teresa
Horta,
Casimiro de Brito e Gastão
Cruz
logo tiveram
seus
poemas
envolvidos na
querela
com a
tradição
poética
portuguesa; confrontados,
sobretudo, à
visão
subjetivista da
poesia da
Presença e à
sociologia dos
neo-realistas.
Sem
jamais
conformarem
um
movimento,
esses
poetas parecem
se
aproximar na
tentativa de
formular o
que Eduardo
Prado
Coelho
chama de “concepção
topológica do
texto”; a
construção de uma
trama
capaz de
garantir a
natureza
polissêmica das
palavras e de
seus variados
contextos de
significação.
Entretanto,
mesmo essa
radicalidade
formal se
ancora,
exatamente, na
manutenção do
estatuto
tradicional da
poesia,
percebido
como
código
comum
necessário
para o
funcionamento
de
seus
jogos de
signos e
sintagmas.
Embora os
experimentos
artísticos se
sucedam, a
importância da
ação
poética está
previamente
enunciada
pela
relevância da
categoria
gosto na
cultura
portuguesa – materialização, posso
dizer, de
que se pode
falar de
poesia
como uma
arte
poética. O
que significa
que os
experimentos
estão
envoltos num
particularismo
capaz de
noticiar
tudo
como se fosse
experiência.
Melhor: a
apreensão do
experimento
poético constata de
algum
jeito o
estatuto da
poesia,
quando
considera o
que é
feito,
ou a
fazer,
como
evidência
objetiva dos
compromissos
aceitos a priori.
Devo
até
fazer uma
pequena
parada de
maneira a
provocar uma
separação
estética
entre
experimento e
experiência.
Quase
sempre
tomadas numa
sinonímia
apressada, as
palavras
reforçam
graus de
distinção
alarmantes. Se
é da
experiência
um
repouso na
narração
por
fazer
ou a
ser
feita, o
experimento
possui uma
margem de
indeterminação
que se opõe
indissoluvelmente à
idéia
que
lhe dá o
primeiro
passo;
significando a
não
garantia de
que o
espírito do
artista e os
seus
procedimentos
artísticos
estejam à
altura do
fogo
fátuo da
objetividade
imanente à
poesia
escrita.
Sendo
assim, a
condição do
gosto na
cultura
portuguesa,
ou
particularismo dos
compromissos
estéticos
aceitos a priori (é
só
lembrar a
crítica de
Machado de
Assis a Eça de Queirós), é provavelmente
demonstração do
predomínio dos
fins
em
relação aos
meios;
algo
que na
experimentação
não deve
estar
em separado e
nem
sequer
suposto.
Explico: o
fim poético
consiste na
relevância
feito
natureza do
gosto;
cujos
meios
corroboram o
código da
poesia
por
alavancar a
premissa do
que é
arte portuguesa.
Esse veredicto
do
gosto,
isto
é
poesia
portuguesa, repousa na
durabilidade
da
categoria de
experiência
nessa
cultura; numa
prova de
experimentos
alienáveis àquela
madre das
coisas.
Ou seja: a
poesia é a
própria
experiência de
gostar de se
distinguir
para
ler
ou
escrever
arte, o
que se possa
denominar
poesia
portuguesa - variando
entre
isto
não é
poesia e
poesia é
isto;
porém
garantindo a
identificação
entre uma
estética da
poesia e uma
arte
poética.
Essa
imposição de
uma
tautologia do
gosto,
sempre na
terceira
pessoa do
singular do
verbo
ser, mede o
experimento
como se contam
as
experiências,
provando
que o
trabalho poético,
em
particular,
pesa ao
significar o
que é
gostar de se
pôr na
vanguarda.
Sendo
assim, o
fato de
ser “poesia”
torna-se
verdade a priori da
finalidade do
gosto;
vanguarda
ou
não.
Claro
que nesse
aspecto a
proposta
estética
daquela
que Melo
Castro denomina genericamente de
poesia
espacial é
reconhecimento
de
que a
condição da
arte é
um
estado
conceitual -
muito
em
voga
nos
meados da
década de 50 e
por
toda
década de 60.
Porém, a
tendência
em
não
haver
um
grupo de
poetas
concretos
em Portugal,
como no Brasil
-
que teve na
visita de
Décio Pignatari a Lisboa
em 56
um
primeiro
contato
frágil -,
clama a
particularidade
de assentimento
em se
ser
vanguarda. O
que transforma
a
qualidade da
Poesia
Experimental numa
experiência
que,
mais do
que
qualquer
coisa,
indica
não
ter
ela
perdido
entre
os portugueses a
posição
de outsider.
Essa
indicação,
que aparece
num
texto de Melo
e Castro no
catálogo da
Bienal de
São Paulo de
1977
sobre a
representação
portuguesa da
Poesia
Experimental, está
diretamente
ancorada numa
possível
apreensão de
que o
ato
experimental
busca
conceituar
a
opção
estética
através
daquilo
que posso
chamar de
relevância
satisfatória.
Ou seja: a
força de
vanguarda
desmistificante
que aquela
opção traduz,
corrobora a
crítica
como
sempre se fez
ao
longo da
história
portuguesa.
Mesmo
que o
poeta diga
que a
Poesia
Experimental é
pioneira da
arte
conceitual
dos
anos 70; os
conhecimentos
poéticos mantêm
em separado o
fazer e o
julgar
arte.
Essa
precedência
já demonstra (pioneirismo
é uma
repetição
cultural na
história
portuguesa),
que o
gosto de
ser
vanguarda
postula:
isto
é
poesia
portuguesa -
mesmo
que se
saiba
que a
arte
conceitual
teve
seus
maiores
representantes
nos
anos 60. Se
assim se diz,
o
rigor
conceitual
promulgado
por
vários
movimentos
experimentais, fazendo
coincidir
experiência
artística e
estética,
torna-se na
vanguarda
portuguesa a revivência da tradicional
combinação
entre
arte e
estética.
Claro
que
entre
aqueles
que participam
da
Poesia
Experimental (Antônio Aragão, Antônio
Ramos
Rosa, Antônio
Barahona, Melo e Castro, Herberto Hélder, Salette Tavares -
equipe do
número I da
Revista
Poesia
Experimental -,
Ana Hatherly e
outros) há
quem se
interesse
por
teorizar o
que se
pretende.
Apesar disso,
a
lógica é de
atitude
pedagógica e
de
interferência
didática.
Fica-me a
impressão
que a
proposta de
radicalismo
morfológico,
palavra
objeto,
texto
matéria,
empirismo
sensual,
visualização,
sintaxe combinatória e
outra
forma de
semântica,
está a
manter
em separado
experiência
artística e
estética,
cuja
proximidade
radical
era a
grande
tarefa dos
movimentos
artísticos da
década de 60.
E
para
melhor
saber do
que
isso
trata na
Poesia
Experimental, quero
aqui
me
dedicar a
ler uma
passagem do
texto de
Ana Hatherly,
publicado
em Lisboa no
Diário
Popular de
25-5-67,
com o
título de
Estrutura,
Código,
Mensagem.
Evidentemente,
o
texto tem
caráter
público,
significando atenuações de
problemas
teóricos;
contudo, os
compromissos
passam
por
ele,
destacando o
predomínio do
que a
escritora defende. Cito:
O
poeta define-se
pela
atividade
criadora, a
qual se define
a
si
própria
como
ato
lúdico. O
poeta
joga
com o
código
jogando-se nele.
Toda a
criação é
um
jogo
cuja
utilidade
nem
sempre é
imediatamente
apreensível, dadas as
limitações do
código.
A
aceitação do
estruturalismo
é
notória na
postura da
poeta.
Mas o
que
aqui
me interessa é
que a autora,
apesar do
empenho e
competência,
não se permite
pensar
que, ao
atribuir ao
poeta a
condição
lúdica, num
processo de
utilidade,
dentro das
limitações do
código da
linguagem,
aviva
um
sentido
contrário ao
que preconiza.
Explico: a “poesia”
não
precisa,
obrigatoriamente,
ser pensada
como
reação à
perda de
sua
evidência
lúdica
anterior,
através de
modificações de
jogadas
criadoras,
feitas
pelo
sujeito
conforme as
possibilidades concretas de
comportamento
e dos procedimentos
dados ao
seu
discurso. Essa
promessa, do
ato
lúdico
proveniente de uma
atividade
criadora,
deixa à
margem a
força
que o
ato
artístico
desencadeia
contra o
seu
próprio
conceito;
ou seja: o de
que a
poesia seja
poesia. E
nisso se
encontra
aquilo
que a
Poesia
Experimental portuguesa
deixa
escapar:
dizer
que
isto é
poesia,
experimental
ou
espacial, é
ainda
prefigurar
uma
relevância do
gosto
que
como
vanguarda
sequer
poderia
ser
enunciada;
mesmo no
silêncio.
Explico: se a funcionalidade do
experimento
artístico é
pensada a
partir de
um
jogo,
cuja
utilidade
nem
sempre
é
imediatamente
apreensível, dadas as
limitações
do
código,
é
porque
aquilo
que
cerca a
Poesia
Experimental portuguesa é,
ainda, a
noção de
que há uma
função a
ser cumprida; dando ao
aspecto de
vanguarda uma
sabotagem à
própria
funcionalidade do
experimento.
Pois, se é do
experimento
artístico uma
estética da
indeterminação,
oposta,
indissoluvelmente, à
idéia
que
lhe dá o
primeiro
passo, a
sua
inadequação –
ser estruturada
em
si e
ter
ausente uma
função –
não
poderia
cumprir o
uso
que se
espera dele. E
isso
só acontece na
Poesia
Experimental,
porque o
movimento
regressa,
continuamente, ao
literal da
experiência,
algo
que elimina a
objetividade
do
experimento,
ou seja:
tornar-se
simplesmente
factum e suprimir-se
como
poesia.
Se
assim é,
refiro-me,
presentemente,
à
questão do
novo
para uma
cultura
tão
afeita à
categoria do
gosto,
quanto
perdulária da
noção de
experiência
em
querer
ser,
sem
admitir
cogitar
sobre a
longa
predominância
disso.
Ora, o
novo -
matéria de
vanguarda -
não constitui
qualquer
categoria
subjetiva.
Brota
forçosamente
do
próprio
objeto
artístico;
que de
outro
modo
não
expressa a
consciência de
si,
livrando-se da heteronomia.
Isto
quer
dizer
que a
fetichização do
novo exprime o
paradoxo de
toda
arte,
desde do
início da
modernidade;
ou seja:
já
não é
evidente
para
si
mesma.
Melhor:
paradoxo de
que a
poesia
realizada deve
ser
feita
por
si
mesma;
como se fosse
a
extração do
nervo
vital da
subjetividade.
Quando,
então, o
novo perde
aquele
caráter de
paradoxo,
dadas as múltiplas
investidas,
ainda
românticas, da
apreensão
subjetiva da
atividade
criadora,
como no
caso de
Hatherly, o neo-arcaico (marca
do
experimento
poético na contemporaneidade)
ganha
estatuto de
gosto de
ser
atual e
capaz de
prover uma
experiência
contemporânea.
Tal
episódio se
encarrega de
evitar
que a “poesia”
esteja
apta a
apresentar o
que
não é
mais:
um
assemelhar-se ao
desconhecido.
Tudo dela se
torna
banal e, dessa
banalidade,
retira o
rigor
que se
contrata no
ordinário,
sem
nenhum
direito ao
melodrama do
sujeito e
nem
apreensão
teórica
final;
senão
cínica,
cética e
breve.
Porém, a
Poesia
Experimental afirma
que o
sujeito
criador é
passível de
reverter a
perda de
seu
domínio
poético, a
partir de
um
impulso
lúdico
que se integra
no
ponto de
partida
subjetivo
para do
mundo da
informação,
que o
ameaça,
fazer
um
processo
imaginativo de
proponente
despertador
-
para
usar a
expressão de
Hatherly.
Sem
ambigüidade, a
categoria de
experimento é
equilíbrio
sobre
fio de
navalha.
Por
exemplo,
penso
aqui
nos
experimentos
de Mallarmé, citado
pela
própria
Hatherly
em
epígrafe ao
texto
A Reinvenção da
Leitura,
1975.
Mallarmé
não consegue
decidir se o
sujeito da
poesia faculta
comprovar a
sua
força
estética
permanecendo
senhor de
si,
ou se
através de
semelhante
ato, ratifica
sua demissão
de
ser
poeta.
Nos
dois
casos e na
medida
em
que os
procedimentos experimentais, na
acepção
mais
correntemente
contemporânea,
se encontram
apesar de
tudo
organizados
subjetivamente,
é
quimérica a
crença
segundo a
qual a
poesia se
esquivaria
através
daqueles procedimentos à subjetividade do
criador e se
tornaria verdadeiramente o
em
si do
sujeito,
que
ela, a “poesia”,
não faz
mais
que
simular
como se fosse
um
blefe –
experimento
poético.
Simulador, o
experimento
poético dá
ares de
pertencer,
verdadeiramente, à
ação
lúdica;
consolidando a
idéia de
que
ela carece de
explicação
em
outros
saberes,
como se
houvesse alguma possibilidade de
evitar o
seu
saber
ou
adiar o
reconhecimento
da
herança
literária da
modernidade: a “poesia”
é a
sua
própria
teoria;
joga
sem
jogador.
Portanto,
quando a
Poesia
Experimental
toma o
arcaico
tornando-o
novo (penso
na
categoria
texto-visual
que Hatherly
reconhece
como tendo
longuíssima
duração;
algo
que explora
em
seus
trabalhos;
especificamente as
cantigas
medievais e a
poesia
barroca) fica
a
dever a
reflexão
sobre
como
aquele
conceito
declina o
declínio da
idéia de
arte –
algo
como o
depois da
morte da
arte
poética.
Declinação
esta
que é o
mote do
experimento
poético na contemporaneidade,
pois o
par,
efêmero e
atual, da
arte
moderna
já é
impossível de
se
manifestar; restando ao
conceito de
permanência
tornar-se
aguda
tradução
problemática
dos
experimentos
poéticos
sob a
tutela de uma
estética da
indeterminação.
Isto é: o
experimento
poético declina o
sentimento da
sua
impotência
latente -
onde o
arcaico
rebaixa a apologética
trama do
novo,
para,
enfim,
aniquilar o
instante numa
falsa
devoção ao
tempo.
É nesse
sentido
que o
uso da
categoria de
jogo,
por Hatherly,
peca
por
atribuir ao texto-imagem
aplainamentos antropológicos, enunciando
que o
objeto
funcional,
como,
por
exemplo, a
poesia
espacial,
tem
origem no
objeto
mágico. A
soberania da
categoria de
jogo
me permite
pensar o
poeta,
contemporâneo,
moderno e
nem
tanto,
como
aquele
que aniquila o
instante nas
compulsões da
jogada,
sem
poder
sequer se
dizer
jogador.
Quanto
mais
hermeticamente fechado na
jogada,
sem a
feição de
que é
ele
quem
joga,
mais o
seu
experimento
poético se reduz à
subsistência
do
sublime
ordinário – a
barbárie é o
literal. E
como do
sublime ao
ridículo há
apenas
um
passo
comum, o
experimento
poético na contemporaneidade,
entregue ao
truanesco,
toma o
inútil da
jogada
pela
sua
pretensão de
relevância e,
na
soberania do
jogo, anuncia
a
simples
existência, se
batendo
contra
não
ter
mais a
face de
jogador e
avaliando o
poder e a
grandeza
poética,
tornadas fúteis,
dado
que a
dor
vulgar é
somente
declinação do
declínio de
cada
termo
que usei.
Dito
isso,
passo a
comentar a experimentação
poética de
O
Escritor
de Hatherly (1967-72), buscando
pensar a visualidade
que a autora
requer, e
que de
que
maneira a
reinvenção da
leitura
é cumprida
como
pressuposto da
Poesia
Experimental portuguesa.
Percebo, no
abrir da
obra,
que a
sua
visualidade requer
um
didatismo
que
estreita a
manobra
artística e
mantém o
sentido
tradicional da
narração
em figurações
cabíveis ao
fácil
reconhecimento
(fato
que comparece
como
característica na
maioria dos
trabalhos dos
escritores
desse “movimento“).
A
única
motivação
para
tal,
que posso
supor, é
que
ela
toma o
trabalho poético
por
um
desejo de
ver o
resultado de
sua
experiência.
Nisso, há
um
tipo de
racionalismo
que
positiva o
sonho de
assistir à
vanguarda
aparecer
como
um
novo
gosto. O
experimento
que Hatherly
faz
em
O
Escritor,
numa
apreensão
que é
incapaz de
pensar o
símbolo
gráfico na
autonomização da visualidade no
plano
espacial da
página (um
problema
em
quase
todos os
poetas
experimentais portugueses), acaba registrando a
submissão do
ver à
leitura.
Explico: se o
silêncio da
escrita está
nas
figuras, num
literal
silencioso
que a
própria
palavra
carrega, a
mudança dela
por adotados
traços faz o
simbólico
gráfico
agir da
mesma
forma
que
um
parágrafo; e a
substituição
tornar-se
acessível à
experiência
alfabetizante da
leitura. Se a
Poesia
Experimental lusa
quer
promulgar a
evidência
que
ler é
ver,
não parece
apta a
perceber a
inelutável
cisão do
visível
em
tautologia e
crença,
este
contributo de Joyce
que o
minimalismo
americano irá
desenvolver. E se o
ato
experimental
deseja
penetrar no
campo da
visualidade
plástica,
retomando o
princípio,
já
arcaico,
entre
poesia e
pintura,
deveria
reconhecer
que esta
analogia
nunca pode
ser
um a priori,
mas
um a
posteriori; no
qual a
resultante
plástica é uma
supra-sensibilidade de
termos
conjugados,
porém
autônomos. O
contrário
ocorre na
Poesia
Experimental portuguesa, na
qual as
imagens acabam
por
garantir a
relevância do
experimento
como uma
experiência a
mais da
categoria
gosto.
Bem,
O
Escritor
é
ainda
ato
que amaneira a
leitura
tecnicista,
pensada a
partir de
câmbios
sintagmáticos no
interior da
linguagem.
Que se
liga, posso
dizer, à
temática do
ser,
por uma
experiência
estruturante da
noção de
informação.
Cabe,
então,
citar as últimas
frases do
texto
A Reinvenção da
Leitura,
para
melhor
expressar o
meu
raciocínio.
E se a
arte da
narrativa,
que foi a da
poesia, conduz
à
exploração do
espaço e dos
efeitos
visuais, a
desintegração da
linguagem
define uma
luta
pela renovação
que o
texto
testemunha e a
leitura recria
pela
interpretação.
A
escolha pelas
palavras
recriação,
interpretação,
desintegração e renovação, aponta
para
um
sortilégio
inegável do
peso da
narrativa nas
idéias de
arte
poética
em Hatherly -
comprovável facilmente
em
O
Escritor
e
em
Mapas
da
Imaginação
e da
Memória.
A
linguagem é
apreendida
como
ato
comunicativo;
mesmo
que
em
poética a
premissa da
expressão seja
o
olhar da
poesia -
como se fossem
os
olhos dos
antropóides
que
objetivamente
parecem
ter uma
tristeza
não atingida
pelo
homem; e é daí
que vem o
cinismo, o
blefe, o
ceticismo
contemporâneo. Hatherly,
por
julgar a
linguagem
comunicativa,
toma o
ato
interpretativo
como
cadeia
significante
de reinvenção da
leitura; o
que de
fato a
leva ao
endereço do
sujeito
como
criador.
Tal
aspecto perde de
vista
que a
linguagem,
numa
ação
mais
expressiva do
que
comunicativa,
é o não-subjetivo no
sujeito.
Ou seja:
como
expressão
cumpre a
representação
da
natureza
extra-estética, deixando se
figurar
concretamente
como
cópias
rasuradas da
liberdade e
criação.
Não é à-toa,
portanto,
que a
referência
assinalada no
título de uma
das
obras de
Hatherly -
Mapas
da
Imaginação
e da
Memória
- pareça
ser a
síntese
limite de
todo o
movimento
Poesia
Experimental;
como se fosse
um ato-falho
do
predomínio da
categoria
gosto.
Explico: a
Poesia
Experimental
me sugere
gostar de
cartografia -
disciplina
conservadora dos
aparatos
possíveis à
experiência
ter
ares
abstratos -,
pois o
mundo de
problemas da
arte
contemporânea
é reduzida a
um
fragmento de
território
onde o
estatuto da
poesia recebe
suprimentos de
viagem.
Isso
até
poderia se
endereçar
para
algo de
potência
estética;
caso houvesse
na
maioria dos
autores alguma
tendência
para
diagramar uma
idéia,
sem
recorrer a
fácil empiria,
e
que
não tomassem a
tradição
como
herança de
experiências
artísticas e
sim
como
tarefa de
leitura
sem correlata
experiência;
ou seja:
livre
experimento.
Se observo os
valores
artísticos
que formam a
Poesia
Experimental (tradição
oral
popular e
escrita
literária,
valores
fonéticos e
filosóficos, “plasticização” e psicologismo da
linguagem)
devo
admitir
que
eles
são uma
apropriação
que
mais compõem a
temática
cartográfica do
gosto
para
cenas
instituintes e interpretativas, do
que inauguram,
de
fato, uma “base
gráfica”
para visualidades,
sonoridades,
que na
superfície de
um
suporte,
qualquer
que
ele seja, a
presença imagética se
insinue
como
mais
blefe da
linguagem;
ver é se
perder.
Mas de
algum
jeito,
este
mesmo
problema, pode
agenciar
situações
poéticas
bastante
satisfatórias;
que
sem
querer
desafiar o
estatuto da
poesia a
ponto de reerguê-lo,
absorve os
problemas
poéticos num
contínuo
ato de
desprender a
leitura de
sua
seriedade,
tomando a
banalidade,
contrata no
ordinário,
para uma
apreensão
cínica,
cética e
breve.
Falo de
Salette Tavares.
Se leio
Telegrafia
sem
Fim,
O
Paraíso
Perdido,
ambos de 1967,
aqueles
atos poéticos
na
Exposição Visopoemas
em Lisboa,
1965, (iniciada
pela
palavra
algarismo
e
Partitura
do Maquinin),
ou
O
Talher
e A
Luva
de 1975; tenho a
nítida
impressão do
seu
valor,
cuja
medida
contemporânea
acirra a possibilidade da Salette Tavares se
aproximar de
um
tipo de
olhar entrópico; cujas
lentes guardam
a
cor da
ternura lusa
num radioso
escárnio do
sorriso.
Para
tanto, cito os
últimos
versos de
A
Luva.
Mas
Dada teve a
sua
reabilitação
E a
luva
não está
morta:
escultura
dinâmica de
agora
é a
nova
definição
pura
por
fora
da
estrutura da
mão
Ao
longo do
poema,
entre as
palavras e os
espaços,
toda uma
linguagem
analógica se
instala
sem
recorrer a
juízos;
onde a
metáfora da
escrita serve
de
suporte
cartográfico da
imagem do
uso
comum de
um
apetrecho
singular. Os
versos
com
alguns
vazios
promovem uma “sintaxe”
de
falhas na
escultura da
mão
que escreve;
sendo
suficientemente
olhar
por
algum
tempo,
não importa
que
palavra,
para
ver
um
terreno de
particularidades
insuficientes
que contém a
simulação da
sobrevida
abstrata da
escrita.
O
olhar entrópico,
portanto, está
ali a
dar
ordem de
aniquilação,
cuja
ternura da
palavra
luva
consubstancia a
nova
definição
pura da
escrita,
que
já
não
mais aponta a
razão de
seu
uso e
onde
adquiri-la. Explico: uma
escultura
para
uso
diário,
a
luva
ou a
mão
que escreve, é
uma
escultura
que exibe a
passagem das
formas, do
contexto;
fazendo
surgir a
diferença na
distância
cultual no
ato de
escrever -
por
fora
da
estrutura
da
mão.
Mas
para
melhor
reconhecimento
da
condição da
experiência,
trago à
página
um
experimento
poético de Melo Castro,
Retratos
Metamíticos (fig. 01)
já
que o
experimento
poético de Salete Tavares recusa-se a se
alimentar de teorizações
fora do
ato.
Basta
ver: a
circunstância
declara a
razão do
porquê deste
experimento
poético de Melo e Castro se
atar no
nó
particular de
uma
herança.
Tal
esforço,
não se separa
de uma
necessidade
que agrade à
leitura de
relevância do
gosto. Num
procedimento
que
muito se
adequa à
paginação
gráfica, as
figuras se
insinuam
como
parca
ironia ao
próprio
idealismo
absoluto das
páginas
literárias presentificadas. E
sob
elas, Melo e
Castro compõe
expressões
matemáticas
que
antes as
denominam do
que provocam
qualquer
enigmática no
experimento.
Retratos
Metamíticos (fig. 01)
A
regra do
particular
cumpre uma funcionalidade
que
não requer
nenhum
problema
para o
experimento.
Toda a
visualidade está
confortável no
reconhecimento
–
sem
mesmo
ousar no
campo das
banalidades.
Um
tipo de
necessidade
que,
ambientada num
juízo de
gosto, repete
simplesmente o
mecanismo de
determinação
de uma
experiência
grata à
empiria;
cuja
satisfação supõe
um
assentimento
que,
sem se
confessar, está submetido
às
convenções do
estatuto da
poesia
que a
própria
atitude
artística
gostaria de
negar.
Em
tal
perspectiva, a
recreação
estética de
Melo e Castro -
que ao se
aproximar do
verso postula
associações
livres
sem
prescrever uma
dúvida
radical
sobre a
sonoridade das
palavras, a
ponto de
facilitar
sua
natureza de
demandar
famílias, e
que ao se
aventurar na visualidade
promulga a
mesma
situação das
cadeias
conceituais do
mundo da
propaganda (distorções
fotográficas,
efeitos de
ocupação
primária do
suporte e
comunicação
por
assiduidade de
reconhecimento)
– revela uma
necessidade de
arte
poética
que é
prescrita
por uma
estética das
normas
sob a
qual se
encontra.
Ou seja:
matéria,
forma e estruturação estão
ainda a
possuir
conteúdo a
priori aceitos,
sem
haver caminhado,
contemporaneamente,
para o
oco
que delas fez
o
que
são.
Nesse
sentido, a
Poesia
Experimental
como
um
todo -
tirando-a, o
que
resta,
portuguesamente,
são
andamentos do
tipo
autoficcionamento,
cuja
escrita
poética de
Adília Lopes é o
maior
exemplo -,
deixa de
viver a
miséria
estética
que aparece no
fato dela
não
mais
poder
responder as
circunstâncias
do
que se
denomina de
poesia. A
grande
controvérsia,
portanto,
que a
experimental
poética
portuguesa deveria
ter enfrentado,
para
sair de
vez do
condicionamento da
experiência do
gosto, é o
clichê
ingênuo
que define o
artista
como
criador
ou,
segundo o
gosto,
como
um
louco –
maneira
calma de
dizer
isto
não
é
poesia
na
boca dos
líricos de
plantão –
por
causa da
razão
absoluta de
seu
objeto
poético.
Se
assim é,
tomar
consciência
desse
fato na
Poesia
Experimental portuguesa,
para
não
dizer de outras
como aquelas
feitas na
América
Latina,
provoca
um
certo
mal-estar
tão
singular
entre
nós. Explico:
estabelecer uma
crítica
que tende a
destruir
aquilo de
que se
fala,
sempre soará
entre
nós
como
algo
que
nada
contribui; digo
que é da
crítica
expor as
vísceras de
si e do
objeto
criticado, de
forma a
impedir
um
tipo de
crítica
que ao
pretensamente
desobedecer,
apenas
objetiva-se numa
obediência a
não
discutir
arte
com
rigor. E
isso tem
provocado fáceis
aceitações no
âmbito da
Literatura Portuguesa,
cuja
definição do
espírito de
ser
português
ainda
não foi
entre
nós expurgado
a
contento.
Ou seja: a
insuficiência
teórica
nos
leva a
não
desconfiar das
construções
apriorísticas e acauteladas no
conforto do
gosto.
Ora,
um
experimento
artístico é
contrário ao
sujeito identificado
como
aquele
que
melhor o
explica, exigindo
algo
como
autonegação do
espectador – a
sua
capacidade de
abordar
ou de
perceber o
que os
objetos
estéticos
dizem
ou calam
por
si
mesmos.
Todos
aqueles
cuja
relação
com as “poesias”
é dominada
pela
sua
possibilidade de se porem
mais
ou
menos no
lugar das
personagens
ou
situações
tematizadas se baseiam
nos
mesmos
princípios da
indústria
cultural,
que
mais
não fazem do
que
reforçar o
compromisso de
clientela –
não sendo
à-toa
que
hoje
alguém
considerado refinado,
toma o
seu
conhecimento
cinematográfico
com
gancho de
sua
cultura,
elabora
sua
diferença
elogiando o Jaz e, ao
pensar no
pensar, teatraliza o
teatro do
seu
final de
semana;
refundando
um
compromisso
sob uma
noção
tão
escamoteada de
preconceitos:
a denominada
cultura
popular.
Isso
tudo
quer
dizer
que o
entusiasmo
pela
arte é
estranho à
arte.
Então,
para
começar a
dar
fim o
que
até
aqui se
fala, retomo
Melo e Castro, e o movo na
forte
presença
estética de
um
experimento
poético –
como se
eu quisesse
não
ficar rotulado de
impertinente.
E
com
este
texto,
permito-me
provocar a
própria
idéia de
compreensão.
Cito a
primeira
parte da
poesia
em “prosa”
Cadeira
que faz
parte
de
entre
o
rigor e o
excesso:
um
osso,
de 1994.
Uma
cadeira
não é esta
cadeira. Nesta
cadeira
não
me posso
sentar. Se digo sento-me nesta
cadeira escrevo
um
texto e fico de
pé se
já estava de
pé
ou sentado se
já estava sentado noutra
cadeira. No
entanto esta
cadeira existe
com
quatro
pés
assento e
costas estando
em
perfeito
estado de
conservação
pelo
que
ninguém correrá o
risco de
cair
quando nela se
sentar. O
desenho é
perfeito. Esta
cadeira é
factualmente
só uma
cadeira
embora tenha uma
vida
para
além de
si
própria.
Embora
em
si
própria
nem
sequer exista.
Por
isso
quem
desejar nela se
sentar
só o poderá
fazer se
possuir idênticas
condições de
existência.
Então a
frase
que escrevo
este
homem está sentado nesta
cadeira é
tão verdadeira
como se
um
homem estivesse sentado numa
cadeira. Trata-se
isso
sim de uma
operação
abstrata e
efetivamente
aqui
nenhum
homem está sentado
em nenhuma
cadeira
apenas provavelmente
poderia
existir
este
homem
que sentado nesta
cadeira estaria lendo
um
texto
desatentamente
nem
sequer relacionado a
sua
situação
com
texto
que
lia:
este
homem está sentado nesta
cadeira lendo
um
texto
desatentamente e
nem se
quer relacionado. E
ainda provavelmente ficaria
por
aí a
sua
leitura
desatenta
visto
que neste
momento se levanta e fica de
pé a
meu
lado
tal
como
eu sorrindo.
Fica evidenciado
que a
visualidade neste
fragmento é
tão
mais
forte do
que os
experimentos
que o
autor faz no
campo
visual; e
isso se dá
pela
condicionante
banal
posta no
rigor da
questão:
Cadeira. Se
alguém percebe
adequadamente o
desenvolvimento
da
ação,
em todas as
motivações
literais
que
ali estão,
nem
por
isso
compreendeu a “prosa”.
Se
outro
alguém
compreende a
intenção do
texto, devo
anunciar
que uma
intenção
não é
idêntica ao
conteúdo
ali
expresso e
nem
tampouco ao
sentido.
Ou seja: o
experimento
artístico de
Melo e Castro pede a
compreensão,
desde
que
esse
termo possa
suportar,
hoje
em
dia, o
limite da
incompreensão
como
seu
ideal.
Algo
que o
saber
por
segurança
nada imporá a
este
fato de
experimentação
poética;
pois a
felicidade
ou
angústia dessa “prosa”
é
estranha a
qualquer
compreensão.
Como
assim?
Aqui estive a
falar,
tal e
qual escrevi,
numa
cadeira – e
com alguma
certeza
vocês ouviram,
agora, e
outros
como
vocês lerão
depois, numa
cadeira.
Se sorrio
como se
estivesse ao
lado
alguém
em
pé, é
porque
nem sei se
quando
me convidaram
a
dar uma aula-conferência,
nesse
Seminário,
não tive a
convicção de
que o
meu
primeiro e
último
instante seria
uma
cadeira. E se
todo o
conforto
triste
que
ela
me trouxe
até
aqui é
qual a
idéia
que chamei à
mente,
experimento,
encontro-me sentado
assim
como estou.
Igual
àquele
dia
tão
recentemente
passado,
quando na
cadeira olhei as
corriqueiras
moralidades do
gosto da
Poesia
Experimental portuguesa, curvando-me
para
escrever numa
linguagem
crítica o
desconforto da
minha
cadeira anciã;
cuja
única
possibilidade
que restava é
que
terminaria, sentado numa
cadeira, a
promover a
incompreensão
de
que, sentado,
reagi a manter-me num
temor
melancólico,
ou
medo
agradável,
sentindo
este
fato
como alguma
coisa
que possa
ser facilmente traduzida
pela
compreensão
dessas
cadeiras.
BIBLIOGRAFIA
Hatherly,
Ana.
O
Espaço
Crítico
– do
simbolismo
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vanguarda.
Lisboa:
Editorial
Caminho, 1979.
––––––.
Mapas
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de 1950-2000).
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Lacerda
Editores,
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PO-EX –
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Copyright © Círculo Fluminense
de Estudos Filológicos e
Lingüísticos |