OS QUADROS DE FONEMAS DO PORTUGUÊS DO BRASIL
E AS VARIAÇÕES LINGÜÍSTICAS

Manoel P. Ribeiro (UERJ, ABF e UNISUAM)

Este trabalho representa apenas um esboço do que pretendemos desenvolver, pois o assunto demanda uma ampla pesquisa sobre as diferenças fônicas nos múltiplos registros da fala brasileira. As pesquisas sobre dialectologia vêm, sem dúvida, enriquecendo a matéria. Sabemos que a descrição lingüística se multiplicou nos últimos quarenta anos, principalmente com trabalhos sobre sociolingüística.

O objeto da Sociolingüística é o estudo da língua falada, observada, descrita e analisada em seu contexto social, isto é, em situações reais de uso. O ponto de partida é a comunidade lingüística: conjunto de pessoas que interagem verbalmente e que compartilham. Neste caso, os indivíduos se relacionam por meio de redes comunicativas diversas e que orientam seu comportamento verbal por um mesmo conjunto de regras.

Os sociolingüistas pesquisam questões como:

1. identidade lingüística dos grupos sociais: as atitudes sociais em relação à língua, as formas-padrão ou não-padronizadas da língua;

2. os esquemas e necessidades dos usos da língua nacional;

3. as variantes sociais e os níveis da língua.

Para Yonne Leite e Dinah Cllou, em Como falam os brasileiros (2003:7),

a fala tem um caráter emblemático, que indica se o falante é brasileiro ou português, francês ou italiano, alemão ou holandês, americano ou inglês, e, mais ainda, sendo brasileiro, se é nordestino, sulista ou carioca. Dizem ainda que a linguagem oferece pistas que permitem dizer se o locutor é homem ou mulher, se é jovem ou idoso, se tem curso primário, universitário ou se é iletrado.

Completam dizendo que, por ser um parâmetro que permite classificar o indivíduo de acordo com sua nacionalidade e naturalidade, sua condição econômica ou social e seu grau de instrução, é freqüentemente usado para discriminar e estigmatizar o falante.

No estudo de Fonologia, os manuais de Língua Portuguesa praticamente não deram importância a aspectos essenciais da descrição de nosso sistema de sons lingüísticos. Como exemplo, podemos citar os quadros de vogais e consoantes que nos mostram a diversidade de fonemas, de acordo com sua posição na sílaba.

QUADRO DE VOGAIS ORAIS

Um erro muito comum é dizer-se que as vogais em português são cinco, confundindo-se letra com fonema. As letras que representam as vogais são cinco, mas o número de sons vocálicos varia de acordo com a posição na sílaba.. Assim:

1 - tônicas - sete vogais: /a/, /é/, /ê/,/i/, /ó/, /ô/, /u/: vá x vê x vi x vô x vó.

2 - átonas pretônicas - cinco vogais: /a/, /ê/, /i/, /ô/, /u/;

Nesta posição, as vogais se reduzem a cinco porque se anula a oposição aberta x fechada, como ocorre nas sílabas tônicas em oposições como acerto /ê/ x acerto /é/.

Em alguns vocábulos, notamos a oscilação de pronúncia do /o/ e do /e/ pretônicos:

a) O o, dependendo do registro, pode ser emitido como / ô /, /u/ ou /ó/ (este registro nos estados do Nordeste e do Norte): costume - / ô/, /u/ ou /ó/;

b) O e pode apresentar as realizações de /ê, /i/ ou /è/: menino - /e/, /i/, /é/.

É o fenômeno fonético do debordamento, flutuação ou oscilação. Essas mudanças não trazem alteração de significado para os vocábulos.

3 - átonas postônicas mediais – Para Mattoso Camara Jr., nas proparoxítonas, o quadro se reduz a apenas quatro vogais: /a/, /ê/, /i/, /u/. O lingüista, citando exemplos em que ídolo rima com estrídulo e pérola com cérula ( = cerúlea – da cor do céu), diz que, nessa posição, não existe a vogal /o/. Apesar de alguns vocábulos (eruditos) manterem o /o/ inalterado (ícone, átona, paroxítona, oxítona, proparoxítona), o fato não traz oposição significativa, razão por que o mestre optou pela redução do quadro, nessa posição, a apenas quatro vogais.

4 - átonas postônicas finais - três vogais apenas: /a/, /i, /u/.

Por que, nessa posição, o número de vogais se reduziu tanto? Aqui ocorre uma neutralização total, ou seja, anula-se a oposição entre / ó/, /ô/ e /u/ e entre /é/, /ê/ e /i /, restando, de cada oposição, um só fonema: nas anteriores , fica o /i/; nas posteriores, o /u/.

Ex.: bônus/U/ x pato/U/; jure/I/ x júri /I/

O fonema resultante da neutralização é chamado de arquifonema, sendo representado, convencionalmente, por letra maiúscula: /I/ e /U/, respectivamente.

AS VOGAIS NASAIS EM PORTUGUÊS

Uma emissão nasal para as vogais é característica da língua portuguesa, entre as línguas românicas. O francês também apresenta uma nasalidade, porém em condições fonológicas diversas. Nas outras línguas românicas, surge apenas uma ligeira nasalidade pelo contato de uma vogal com uma consoante nasal da sílaba seguinte do mesmo vocábulo.

O quadro de vogais, diante de consoante nasal, na posição tônica, é:

 

Altas ............................................ /i / /u/

Mediais ........................................ /e/ /o/

Baixa .......................................... /a/

TIPOS DE NASALIDADE

No português, há dois tipos de nasalidade. Observem-se os exemplos:.

1 – cama, cana, banha, ano, linho, seno: influência de um som nasal vizinho Þ nasalidade fonética. Se emitirmos a vogal sem a nasalidade, não haverá mudança de significado: cama / ‘káma/.

2 – cato/canto; pito/pinto; mudo/mundo: a nasalidade serve para distinguir formas da língua Þ nasalidade fonológica, porque traz oposição significativa. Sem a nasalidade, ocorre mudança de significado: manto x mato.

OS QUADROS DE CONSOANTES
as consoantes e sua posição

Levantadas as oposições, deixando de lado os traços redundantes, cabe salientar que o número de consoantes varia de acordo com a posição na sílaba.

 

A POSIÇÃO INICIAL

É, fora de dúvida, a posição, em português, para a formação do quadro de consoantes. Aqui existem dezoito consoantes.

Émile Genouvrier e Jean Peytard (LEP, 71) mostram um quadro de freqüência de emprego de consoantes. O /ň/ e o /l’/ em posição inicial, aparecem em raríssimos vocábulos. Aurélio Buarque de Holanda Ferreira cita cinqüenta e três vocábulos com /ň/ inicial. Note-se, aqui, o aparecimento de uma variante com /i/: “nhambu” ou “inhambu”. Brian Head ( A comparison of the segmental phonology of Lisbon and Rio de Janeiro) dá como exemplo “nhame”, que Aurélio coloca apenas com /i/. Com /i/, Aurélio (no NDLP, 840) dá oito entradas. Veja-se a oposição em nhato / nato; lhama / lama.

A POSIÇÃO INTERVOCÁLICA

Além de a precisão ser menor, não se nota sempre uma nitidez articulatória, havendo vários casos de variantes posicionais. Nesta posição, aparecem dezenove consoantes (o /r/ fraco só aparece entre vogais, no português), assinalando-se séries opositivas: (Ver Mattoso Camara.....)

/p/, /b/: roupa/rouba

/t/, /d/: pote/pode; mete/mede

/k/, /g/: reco/rego(verbo)

/f/, /v/: mofe/move

/s/, /z/: caça, cassa/casa

/s’/, /z’/: acho/ajo; queixo/queijo

/m/, /n/, /n’/: amo/ano/anho

/l/, /l’/: tala/talha, halo/alho

/r’/, /r/: erra/era; sarro/saro

 

Na sua tese de doutoramento, em 1949, Mattoso Camara tentou demonstrar que o /r/ brando seria um alofone do /r’/ forte. Em trabalhos posteriores, modificou seu pensamento, forçado pelas nítidas oposições que ocorrem em português: mirra x mira.

A POSIÇÃO FINAL

Na posição pós-vocálica, o quadro apresenta uma diversidade de opiniões. No entanto, acreditamos que a solução apontada por Matoso ainda seja a melhor. Assim: /l/, /R/, /S/, /N/. O /l/ aparece como uma variante posicional, podendo, em muitas regiões, de acordo com os variados registros, ser emitido como semivogal, fato que não traz oposição significativa em português, desfazendo-se a homonímia no contexto frasal: mal e mau; vil e viu

Essa variação do quadro de consoantes é importante para o entendimento de diversos pontos do nosso sistema fonológico.

OS ENCONTROS CONSONANTAIS

Na realidade fonológica, poucos são os encontros consonantais em português. Mattoso Camara ( ELP, 41) nos mostra:

Em posição intervocálica, pode parecer, por insinuação do uso da 1íngua escrita, que há a possibilidade de muitas consoantes, como sugerem as grafias ritmo, apto, e assim por diante. Mas é uma ilusão, como veremos ao apreciar a estrutura da sílaba, em particular no português do Brasil.

Salienta o mestre, ainda, a introdução, pelo vocabulário erudito, de outras consoantes em aparente posição pós-vocálica: pacto, advogado, ritmo, oftálmico. E afirma: “Tudo indica, porém, que a divisão silábica usual, que as considera em fim de linha, é fonética e fonemicamente (fonologicamente) artificial”. (PEFP, lll/l12)

É também notória a reação popular a esses encontros, com o desenvolvimento de outra sílaba: /penew/, /adevogadu/, /abisulutu/, fixando o primeiro membro como consoante pré-vocálica, “em virtude de ele valer no grupo pela sua metástase e ser (de acordo com a nomenclatura saussuriana) uma explosiva, em vez de implosiva com o predomínio da catástase” (Mattoso, PEFP, 111/112).

Neste ponto, é necessário que se estude a constituição da sílaba em português. A sílaba típica é a que sai de uma explosão e cai numa implosão. A sílaba atípica formada de uma implosão seguida de outra implosão. A sílaba atípica é anormal: há implosão, mas não sucede a explosão, desfaz-se sem cair numa explosão, recomeça uma nova implosão, o que seria o caso de apto (considerando-se o encontro consonantal como válido).

Pois bem, na língua portuguesa isso é impossível. Não se pode desfazer esse /p/ sem cair numa explosão qualquer e, logo em seguida, armar os mesmos músculos para formar o /t/ (razão pela qual sempre se pronuncia a palavra apto com um /i/ entre o /p/ e o /t/.

Na verdade, a diferença entre apto /ápitu/ e apito /a’pitu/ está na posição do acento tônico, e não há , portanto, de se descrever aí um encontro consonantal disjunto. Em outro par opositivo (rapto/rápido), a distinção se faz unicamente pela correlação de sonoridade. Não se pode negar em rapto o apoio silábico do /i/, pois não se teria o mesmo apoio em rápido.

Em alguns vocábulos, outra resolução do falante é a síncope do fonema causador da incompatibilidade fonética e fonológica: contacto / contato; accessório / acessório.

Não é diferente o tratamento que se dá ao que ocorre, verbi gratia, em fixo e anexo. O fenômeno é idêntico. Na realidade o x representa três fonemas / kis/, e não um encontro consonantal /ks/. O erro gráfico de muitos (fíquiço ou fíquisso, compléquisso, etc) revela prontamente o aparecimento de uma vogal silábica, modificando-se, assim, o enquadramento desses vocábulos também quanto à acentuação tônica, como se verá adiante.

Celso Cunha (Gramática da Língua Portuguesa. MEC-Fename, 60) afirma:

Na linguagem coloquial brasileira há, porém, uma acentuada tendência a destruir esses encontros de difícil pronúncia pela intercalação da vogal (i ou e): Dí-gui-nu peneu rí-ti-mo

A seguir, o ilustre professor mostra que Gonçalves Dias foi obrigado a contar a palavra admirar com quatro sílabas para manter o verso com sete sílabas: “Deixa-me ouvir teus encantos/ Admirar teus verdores.”

Outra palavra de fundamental importância é a de Bernard Pottier e outros (ELP, 12)

Obs. 2: A constituição mais freqüente da sílaba, principalmente no Brasil, é: CV/CV/CV...

Exemplos: futebol / VARIGI / adevogado / clube / peneu / pisikolozía/ ápitu/ diginu/

OS GRAUS DE ABRIMENTO BUCAL

Para um entendimento mais completo da conceituação de vogal, semivogal e consoante, torna-se necessária a descrição dos graus de abrimento bucal.

Saussure não adotou o critério tradicional da divisão entre vogais e consoantes, incluindo-as num quadro geral de graus de “aperture” (abrimento). O termo “aperture” (distância entre os órgãos fonadores na articulação dos fonemas) foi traduzido por Sá Nogueira por abrimento. Mattoso Camara lembra que não se deve confundir “aperture” com abertura: esta se refere à abertura da boca determinada pelo afastamento das mandíbulas.

Numa adaptação para o português, os graus de abrimento são:

 

 

Grau 0: oclusivas: /p/, /t/, /k/, /b/, /d/, /g/ (cerramento dos órgãos na boca, impedindo a passagem de ar).

Grau 1: constritivas: /f/, /v/, /s/, /z/, /s’/, /z’/

Grau 2: nasais: /m/, /n/, / n’/

Grau 3: líquidas: /r’/, / r/, /l/ /l’/

Grau 4: semivogais: /y/, /w/

Grau 5: vogais altas: /i/, /u/

Grau 6: vogais intermediárias fechadas: /ê/, /ô/

Grau 7: vogais intermediárias abertas: /é/, ó/

Grau 8: vogal baixa: /a/.

Pelo grau de abrimento bucal, entenderemos o porquê da classificação dos ditongos em crescentes e decrescentes. Exemplo: no vocábulo cai /kay/, temos: /k/= grau zero; /a/ = grau 8; /y/ = grau 4. Assim, partimos de um fonema de maior abrimento para um menor. É um caso de ditongo decrescente.

Para uma maior compreensão também da natureza das semivogais em português, em confronto com as vogais e as consoantes, vamosobservar que as vogais assilábicas (as semivogais) ficam numa posição intermediária entre os outros dois tipos de fonemas. Por outro lado, a proximidade com as líquidas (/r/ e /l/) ajuda a compreender a tendência do /l/ final de vocalizar-se, de passar a semivogal: sol /sów/ (confronte com sou /sow/); mel / méw/(confronte com meu /mew/).

Finalmente, o abrimento determina o traço fônico do timbre das vogais.

NOTAS

1. Pela N.G.B., não temos a denominação de “1íquidas”, nome “que decorre da impressão de fluidez que apresenta a articulação e o efeito acústico do /l/ ”. (Mattoso Camara. DLG, 160).

2. Pelo Alfabeto Fonético Internacional (IPA), as vogais fechadas são representadas com um ponto embaixo /e/ = /ê/. As vogais abertas são assinaladas com uma vírgula embaixo: /e/ = /é/.

REPRESENTAÇÃO FONOLÓGICA

Nesta descrição trataremos de representação fonética. Elaboramos um alfabeto fonológico, convencionando para cada fonema uma representação apenas, deixando de lado as possíveis variações que cada unidade distintiva pode sofrer, de indivíduo para indivíduo ou de um lugar para outro. Observemos que muitos fonemas consonantais são grafados, na língua portuguesa, de diversas maneiras, de acordo com a etimologia.

ALFABETO FONOLÓGICO

Consoantes:

Vogais:

/l’ /: palha,talha.

/k/ : cadeira, cobra, quero, queijo.

/n/ : puna, nove.

/n’ /: punha, inhaca.

/r’/ : rato, erra.

/r/ : era, cara.

/s/ : certo, sorte, aço, asso, cresce, cresça, exceção, esxudar, trouxe, diz

/a/ : casa /’kaza/

/é/:: pé /’pé/; café /ka’fe/

/ê/: pê /’pe/; você /vo’se/

/ó/ : pó /’po/; pode /’pode/

/ô/ : pô /’po/; pôde /’pode/

/i/: : ti /’ti/

/u/ : tu /’tu/

 

Semivogais:

Na ortografia portuguesa, as semivogais são grafadas com i ou e, com u ou o: pai, mãe, pouco, mão. As semivogais são representadas por /y/, para o som das letras i e e, e /w/, para o som das letras o e u. Às vezes, não aparecem na escrita: vem/veyN/; falam /’falawN/ .

São dez formas de grafar o fonema /s/.

/g/ : garra, guerra.

/z’/ : jiló, gente, jato.

/1/ : leite, luta.

/s’/: chato, xixi, chute.

/z/ : azeite, exato, transa.

AS VARIAÇÕES LINGÜÍSTICAS DOS FONEMAS

Hoje se verifica, com maior nitidez, uma diversidade em todos os estratos socioculturais que explicam as diferenças e semelhanças que ocorrem entre as diversas variedades da língua portuguesa.

VARIANTES DOS FONEMAS – os alofones

O prefixo alo- é usado para indicar qualquer variação da forma de uma unidade lingüística, sem modificar a identidade funcional desta unidade na língua (CRYSTAL, David. DLF, Jorge Zahar, 1988, 22).

Essa variação não é lingüisticamenrte distintiva, pois não ocorre mudança de significado. Assim, um determinado fonema pode sofrer variações fonéticas, principalmente em virtude de seu ambiente fônico (posição do fonema na sílaba).

Se observarmos com atenção, veremos que de uma região para outra (regionalismos) ou de um indivíduo para outro (idioletos) notamos diferenças no uso da língua. Por exemplo, o vocábulo dia. No Rio de Janeiro, ocorre um pequeno chiamento no fonema inicial (d’ia). No Sul, esse chiamento não existe: /dia/. Embora ocorra diferença fonética (chiamento x não-chiamento), o fonema /d/ é o mesmo, pois o significado do vocábulo não mudou. É um fenômeno apenas fonético. Assim, o /d/ é um exemplo de alofone, ou seja, variante de um fonema. Há uma pequena diferença física, mas isso não provoca o aparecimento de outro fonema. Lingüisticamente são iguais e fisicamente são diferentes. Variante de um fonema será, então, o fonema realizado com ligeira diferença articulatória e acústica.

VARIANTE POSICIONAL

O alofone pode depender do ambiente fonético (o que precede ou segue em fonema), como o /t/ ou /d/ seguidos de /i/ apresentando pequeno chiamento em alguns registros: tia e dia /’t’ia/ e /’d’ia/. É o alofone posicional.

VARIANTES LIVRES

Há alofones que não dependem do ambiente fonético, ou seja, em qualquer situação haverá uma diferença articulatória e acústica.São as variantes livres. É o caso do /r/ forte, pronunciado como um som velar, ou uvular, ou mesmo como uma simples vibração faríngea, ou, por outros (minoria), como uma dental múltipla (série de vibrações da ponta da língua junto aos dentes superiores).

CONCLUSÃO

Como se afirmou no início, fizemos, pela premência de tempo, apenas observações mais importantes sobre tema tão complexo em virtude da dificuldade de pesquisas mais apuradas. No entanto, fica patente, pela descrição dos quadros de vogais e consoantes, que a variação atinge também o nível culto. Yonne Leite e Dinah Callou afirmam que a norma culta padrão, consubstanciada nas gramáticas escolares, nada mais é que uma abstração.