EMPRÉSTIMO LINGÜÍSTICO: NECESSIDADE OU MODISMO?

 

Vito Cesar de Oliveira Manzolillo (UFRJ/CiFEFiL)

 

* A minha prima escreveu pra mim

E não fala mais venha cá, só fala “come here”

Eu vou mandar uma resposta breve

Para United States of Piauí

(Luiz Gonzaga Jr.)

 

O léxico[1], entidade que se movimenta

 

Uma rápida consulta a estudos na área da Lexicologia, realizados por autores representativos, pode significar um bom começo para o desenvolvimento do tema a ser tratado. Nesse sentido, observem-se as seguintes passagens:

 

O léxico de todas as línguas vivas é essencialmente móvel: palavras surgem e palavras desaparecem, perdem significações antigas e adquirem novas. Filha do homem, a palavra reflete-lhe o destino: como ele, nasce, vive, transforma-se, adoece, morre e, até, ressuscita – Pereira (1932:188).

 

O vocabulário jamais está pronto, porque depende das circunstâncias – Vendryes (1943:256) [2].

 

O Léxico se expande, se altera e, às vezes, se contrai. As mudanças sociais e culturais acarretam alterações nos usos vocabulares: daí resulta que unidades ou setores completos do Léxico podem ser marginalizados, entrar em desuso e vir a desaparecer. Inversamente, porém, podem ser ressuscitados termos que voltam à circulação, geralmente com novas conotações. Enfim, novos vocábulos, ou novas significações de vocábulos já existentes, surgem para enriquecer o Léxico – Biderman (1978:139).

 

O número de vocábulos ou palavras nunca foi um número preestabelecido, nem nunca o será. Ele é função, necessariamente, do meio em que se insere a coletividade falante. Na medida em que o universo físico e as relações sociais se complexificam (ou se simplificam), o número de vocábulos aumenta (ou diminui) – Houaiss (1990:19).

 

Léxico: conjunto estruturado de todas as unidades léxicas de uma língua que são utilizadas numa mesma sincronia – Alves (1990:89).

 

O léxico constitui um sistema aberto, mais ou menos imprevisível e quase infinito – Vilela (1997:32).

 

O léxico [em comparação com a sintaxe] melhor se presta a mostrar as transformações sociais de uma comunidade e se constitui na parte menos conservadora de uma língua. Vocábulos que surgem e desaparecem, num processo contínuo e natural de neologia e obsolescência, são o reflexo mais perfeito das mudanças sociais – Preti (1998:119).

 

A mutabilidade lingüística, ao nível do léxico, verificável à medida que signos são criados ou sofrem modificações em seus significados, é um processo inerente à língua e não uma ameaça à sua continuidade – Barbosa (1998:33).

 

É fácil perceber, pela leitura dos textos anteriores, saídos das penas de estudiosos de diferentes situações temporais e espaciais, que transformação e mudança, características intrínsecas dos sistemas lingüísticos como um todo, na esfera do vocabulário, se fazem presentes de maneira ainda mais inequívoca.

No circuito da dinamicidade vocabular, os neologismos, sua tipologia, características e fatores condicionantes têm despertado grande interesse dos autores ligados aos estudos lexicais.

Como se sabe, variadas são as maneiras pelas quais os neologismos podem surgir numa língua. Deixando de lado as raríssimas criações ex-nihilo (a partir do nada) e aquelas “fruto de errôneos ou falhos verbetes de dicionários (...) ou de equívoca segmentação do discurso” – cf. Assumpção Jr. (1986:26, nota 32) –, em linhas gerais, isso se dá pela criação de itens lexicais inéditos a partir de palavras da própria língua, mormente através de processos como derivação e composição, mas igualmente por meio de recursos como uso de siglas ou de acrônimos, onomatopéia, redução, reduplicação (ou duplicação silábica), recomposição e palavra-valise (ou cruzamento vocabular). Outra alternativa são os chamados neologismos semânticos ou conceptuais, ou seja, o alargamento de significado de unidade lexical já conhecida. Além dessas, devem ser mencionados ainda os empréstimos lingüísticos, adoção de forma – eventualmente apenas de significado – proveniente de outro sistema, situação na qual a capacidade criadora dos usuários é posta de lado, uma vez que o elemento novo já vem pronto. Não obstante suas diferenças estruturais, a capacidade de documentar uma nova realidade social é a característica comum de todas essas possibilidades neológicas.

 

Empréstimos lingüísticos: usos e abusos

 

Uma vez que, conforme se viu, a língua tem a sua disposição possibilidades várias de enriquecimento lexical, uma pergunta poderia ser feita: seria o empréstimo lingüístico realmente indispensável? Teoricamente não, pois, como afirma Langacker (1972:186), é “possível ampliar e modificar o uso das unidades lexicais existentes para fazer face às novas necessidades de comunicação”. No entanto, a velocidade assombrosa com que evoluem na atualidade a ciência, a técnica, os hábitos e os costumes impede, em muitas situações, que países como o Brasil, consumidores, muito mais do que produtores de ciência e de tecnologia, possam utilizar uma nomenclatura vernácula para designar os frutos da modernidade. Com freqüência, até mesmo a nacionalização das terminologias estrangeiras se torna difícil, dada a rapidez com que surgem novidades. A esse respeito, o seguinte trecho de reportagem de jornal, contendo palavras completamente ignoradas pela maior parte da população brasileira, é bastante significativo: “Basta ter um browser que aceite javascripts e ter os plug-ins da Macromedia instalados para efetuar o logon e se divertir de graça na grande rede” (Jornal do Brasil, Internet, 25/05/00, p.3).

Muitos poderiam argumentar que a frase anterior contém uma linguagem muito específica, que diz respeito exclusivamente aos interessados no assunto. Ciência e tecnologia, entretanto, cada vez mais, fazem parte do dia-a-dia de todas as pessoas. Além disso, consoante explicita Vilela (1997:34),

 

o léxico de uma língua, sem ser uma manta de retalhos, não é um todo homogêneo, constitui o que costumamos designar por diassistema: as palavras de todos os dias convivem com as palavras dos especialistas, as palavras da língua falada (ou estilo coloquial) com as palavras da língua escrita (ou estilo reflectido), as palavras “velhas”, ainda de uso corrente, coabitam com arcaismos e neologismos, etc.

(...)

Há também o chamado “jargão” das variedades funcionais-contextuais: línguas sectoriais de especialidade, como a linguagem do desporto, da publicidade, da informática, dos “media”, etc. Há variedades geográficas e variedades sociais.

 

Igualmente, no âmbito menos alucinado e frenético do progresso resultante dos avanços científicos e tecnológicos, muitos são os exemplos concretos da conhecida frase latina Verba sequuntur rem (as palavras seguem a coisa), indicadora da causa principal para a ocorrência de empréstimos. Esta passagem de matéria publicada em um jornal carioca ilustra tal afirmação: “Vem do bairro do SoHo, em Nova York, um estilo de moradia que está conquistando o mundo inteiro: o loft, que privilegia a integração dos ambientes da casa” (O Globo, Morar Bem, 02/07/00, p.25).

Embora, como já foi possível perceber, o empréstimo de palavras seja em si mesmo um fato absolutamente normal, verificado em praticamente todas as línguas – especificamente com relação ao português, desde o início de sua formação, o acolhimento de itens lexicais provenientes de outros idiomas é uma realidade –, é inegável que o Brasil se destaca no mundo lusofono pela facilidade com que acolhe palavras e expressões estrangeiras. Por aqui, com demasiada freqüência, o uso desses elementos encontra-se associado ao lema “aquilo que vem de fora é melhor”, em especial quando o “de fora” em questão é um país altamente prestigiado, cujos produtos, conceitos e idéias estão relacionados a modernidade, progresso e avanço tecnológico.

Atualmente, até mesmo na esfera do futebol, que parecia já ter resolvido definitiva e satisfatoriamente a questão de como lidar com nomenclatura estrangeira, nova onda de anglicismos se faz notar. Assim, uma modalidade do esporte bretão surgida recentemente, na qual a supremacia brasileira é incontestável, é conhecida por futebol de areia ou futebol de praia, mas também por beach soccer. No tradicional futebol de campo, ganham terreno expressões como assistência (empréstimo semântico do inglês assistence, ou seja, passe) e play-off (melhor de três, em bom português brasileiro), demonstrações de que, no Brasil de hoje, paradoxalmente, apesar de nada ou quase nada ser feito quanto à integração de unidades lexicais estrangeiras, não faltam exemplos de substituição de elementos vernáculos ou vernaculizados por outros, estranhos à língua [3].

Mesmo no campo das terminologias técnicas (como a da informática, por exemplo), as maiores fontes de inovação na atualidade, quase nada é feito. Os especialistas da área da computação, pouco íntimos do idioma pátrio, em geral são os únicos responsáveis pela tradução ou adaptação dos termos e propõem formas como decodificar (em lugar de descodificar, sua variante, por assim dizer, mais correta) e inputar, que viola o padrão silábico português. O mesmo estado de coisas permite que, ao lado de disco fixo e disco rígido, também sejam utilizadas as siglas HD ou HDD, além da expressão winchester [4].

Muitos outros países já criaram instituições responsáveis pela nativização das terminologias estrangeiras – cf. Carvalho (1989:69-74) –, enquanto o Brasil só recentemente começou a dar os primeiros passos nesse sentido, através de iniciativas como o PROJETO INTEGRADO PARA IMPLANTAÇÃO E DIFUSÃO DE TERMINOLOGIA CIENTÍFICA E TÉCNICA NO BRASIL, coordenado por Enilde Faulstich – cf. Faulstich (1998).

Toda essa situação, ou seja, o uso amplo e quase irrestrito de palavras e expressões pertencentes a outros idiomas, fruto, em grande parte, de uma mentalidade subserviente, se faz notar em vários setores da sociedade brasileira e atinge também os formadores de opinião. Danuza Leão, colunista do Jornal do Brasil, em uma de suas colunas, teve de se desculpar com os leitores pelo uso equivocado de expressão francesa. Por meio de nota intitulada “Errei, sim”, justificou-se a jornalista:

 

A coluna errou e se penitencia. Pensando conhecer bem o idioma francês, usou a expressão à discrétion como significando – em relação à bebida servida em uma festa – parcimônia. Afinal, a palavra discrétion – discrição – tem o mesmo significado, em francês e em português: sobriedade, reserva, sensatez.

Mas existem pessoas – raras – que conhecem profundamente os idiomas, e uma delas deu o alerta: a mesma palavra – em francês ou português –, precedida de um àa craseado –, passa a significar e-xa-ta-men-te o contrário, isto é, à vontade, sem restrições (Jornal do Brasil, Caderno B, 02/07/99, p.3).

 

No Brasil, país miscigenado, integrador e sincrético por natureza, pode-se dizer que o povo em geral não está muito preocupado com a utilização abusiva de palavras de outras línguas. Para significativa parcela da população, tal atitude denota até mesmo sinal de progresso intelectual. Alguns, no entanto, têm opinião diversa. O deputado federal Aldo Rebelo (PCdoB – SP), por exemplo, no ano passado, enviou à Câmara dos Deputados, projeto de lei que visa a proteger a língua portuguesa contra o uso indiscriminado de vocábulos estrangeiros, o que, há alguns anos, também foi tentado na França . Mesmo apresentando aspectos positivos, pois a iniciativa do parlamentar promove o debate em torno do tema, sabe-se que, na prática, nem sempre, esse dirigismo cultural alcança o resultado pretendido, especialmente se não vier acompanhado de uma mudança de mentalidade por parte da sociedade [5].

Em princípio, acrescente-se ainda, todas as línguas, não importa por que povos sejam faladas, podem servir igualmente aos mais variados propósitos, estando em condições de permitir a seus falantes a expressão de ampla gama de sentimentos, desejos, opiniões e vontades. Nem todos os grupos humanos do mundo, entretanto, encontram-se no mesmo nível de desenvolvimento intelectual, o que explica o fato de a hierarquia entre línguas constituir algo extrínseco à própria língua enquanto sistema.

Na atualidade, a influência – por vezes, indesejada – do inglês americano sobre outros idiomas é uma realidade inconteste. No início do século XX, contudo, a situação era bem outra, como informa Sapir (1971:194):

 

É um tanto decepcionante verificarmos que a influência cultural inglesa tem sido praticamente desprezível. Nossa língua tem-se expandido, porque os ingleses têm colonizado territórios imensos; mas nada indica que esteja insinuando-se no âmago de outro idioma qualquer, da maneira com que o francês tingiu a compleição da língua inglesa, ou o árabe se entranhou no persa e no turco.

 

Do mesmo modo, o francês, que, no passado, tanto preocupou, entre outros, os gramáticos luso-brasileiros [6], hoje virou de lado no jogo e tenta, conforme já se comentou, se proteger do inglês por meio de legislação restritiva.

O fato é que o português do Brasil – assim como as demais línguas –, de algum modo, precisa oferecer a seus usuários a possibilidade de interferência em todos os setores da realidade: se um povo não produz ciência e tecnologia, ou se uma determinada manifestação cultural não faz parte direta de seu quotidiano, pode consumir ciência, tecnologia e cultura ou pode simplesmente falar sobre todas essas coisas. Línguas refratárias à mudança e à renovação deixam de cumprir seu papel na medida em que impedem a manifestação plena do pensamento de seus falantes. Por outro lado, línguas muito receptivas a toda e qualquer influência externa também podem se descaracterizar e perder a eficiência comunicativa, o que acontece, por exemplo, quando nem mesmo a existência de correspondentes vernáculos é capaz de impedir a utilização de expressões estrangeiras, especialmente as ligadas ao campo tecnológico, como é o caso de attach (anexar), link (ligar, unir / ligação), delet (apagar, suprimir), start (iniciar, começar) que, baseadas no modelo português, originam verbos estranhos como “linkar”, “deletar” e “startar”, francamente desnecessários.

Caminhando rumo à conclusão, a palavra passará agora a dois destacados estudiosos, um brasileiro e outro português, que emitiram opiniões capazes de levar à reflexão todos os interessados no assunto em pauta.

 

Na realidade, o problema do empréstimo lingüístico não se resolve com atitudes reacionárias, com estabelecer barreiras ou cordões de isolamento à entrada de palavras e expressões de outros idiomas. Resolve-se com o dinamismo cultural, com o gênio inventivo do povo. Povo que não forja cultura dispensa-se de criar palavras com energia irradiadora e tem de conformar-se, queiram ou não queiram os seus gramáticos, à condição de mero usuário de criações alheias – Cunha (1981:31-2).

 

Será preocupante o número de estrangeirismos que nos inunda o português? A defesa da língua não passará pela defesa da criação de mais objectos, de mais conceitos, de mais idéias fabricadas nos países lusófonos? A defesa da língua deverá passar pela defesa da cultura (...). O proteccionismo não levará muito longe se não tivermos em mente que a língua é sempre suporte de alguma coisa. Quando se importa um objecto, importa-se também a palavra que o designa.

(...)

Na língua, como no comércio, tudo passa pela competitividade: apenas os produtos atraentes serão competitivos. A nossa literatura não é pobre: pobre será a nossa língua se não a descrevermos e estudarmos devidamente – Vilela (1997:49).

 

 

Considerações finais

 

Após todo o exposto, já é possível tentar responder à pergunta que nomeia esta Comunicação. Com base nas idéias discutidas, a resposta aparece naturalmente, com a simples troca da conjunção presente no título, o que faz surgir, então: empréstimo lingüístico – necessidade e modismo.

 

 

Bibliografia

 

* In: GONZAGA, Daniel. Os passos na passarela. CD Velas no 20287, 1998. f.3.

ALVES, Ieda Maria. Neologismo: criação lexical. São Paulo: Ática, 1990.

ASSIRATI, Elaine Therezinha. Neologismos por empréstimo na informática. In: BIDERMAN, Maria Tereza Camargo (org.). ALFA, Revista de Lingüística no 42. São Paulo: UNESP, 1998.

ASSUMPÇÃO Jr., Antônio Pio de. Dinâmica léxica portuguesa. Rio de Janeiro: Presença, 1986.

BARBOSA, Maria Aparecida. Da neologia à neologia na literatura. In: OLIVEIRA, Ana Maria Pinto Pires de & ISQUERDO, Aparecida Negri (orgs.). As ciências do léxico: lexicologia, lexicografia e terminologia. Campo Grande: UFMS, 1998.

BIDERMAN, Maria Tereza Camargo. Teoria lingüística: lingüística quantitativa e computacional. Rio de Janeiro: LTC, 1978.

CAMARA Jr., Joaquim Mattoso. Dicionário de lingüística e gramática. 15. ed. Petrópolis: Vozes, 1991.

CARVALHO, Nelly Medeiros de. Empréstimos lingüísticos. São Paulo: Ática, 1989.

CUNHA, Celso Ferreira da. Língua portuguesa e realidade brasileira. 8. ed. atual. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1981.

DUBOIS, Jean et alii. Dicionário de lingüística. 9. ed. Dir. e coord. ger. da trad. Izidoro Blikstein. São Paulo: Cultrix, 1973.

FAULSTICH, Enilde. Planificação lingüística e problemas de normalização. In: BIDERMAN, Maria Tereza Camargo (org.). ALFA, Revista de Lingüística no 42. São Paulo: UNESP, 1998.

HOUAISS, Antonio. Línguas e a língua portuguesa. In: BARBOSA, Francisco de Assis (dir. e coord. edit.). Revista do Brasil. Rio de Janeiro, Prefeitura da cidade do Rio de Janeiro – Rio Arte / Fundação Rio, 12:14-41, 12.1990.

LANGACKER, Ronald W. A linguagem e sua estrutura. Trad. Gilda Maria Corrêa de Azevedo. Petrópolis: Vozes, 1972.

MANZOLILLO, Vito Cesar de Oliveira. Dinamicidade lexical: uma abordagem lingüístico-sociológica do empréstimo. Rio de Janeiro: UFRJ, 1995. Dissertação de Mestrado em Língua Portuguesa.

PEREIRA, Eduardo Carlos. Gramática histórica. 7. ed. São Paulo: Nacional, 1932.

PRETI, Dino. A gíria na sociedade contemporânea. In: VALENTE, André Crim (org.). Língua, lingüística e literatura. Rio de Janeiro: UERJ, 1998.

SAPIR, Edward. A linguagem: introdução ao estudo da fala. 2. ed. Trad. Joaquim Mattoso Camara Jr. Rio de Janeiro: Acadêmica, 1971.

VENDRYES, J. El lenguaje: introducción lingüística a la historia. Trad. Manuel de Montoliu & José M. Casas. Barcelona: Cervantes, 1943.

VILELA, Mário. O léxico do português: perspectivação geral. In: Filologia e lingüística portuguesa 1. São Paulo: Humanitas – FFLCH/USP, 1997.

 

 

 

 

 



[1] Embora a distinção léxico / vocabulário possa ser conveniente em alguns casos, no âmbito deste trabalho, os dois termos e seus derivados serão considerados sinônimos. Sobre essa diferenciação, cf. Alves (1990, vocabulário crítico),Vilela (1997:31-2), Camara Jr. (1991, verbete léxico) e Dubois et alii (1973, verbetes léxico e vocabulário).

[2] Na tradução espanhola utilizada, lê-se: “el vocabulario jamás está fijado, porque depende de las circunstancias”.

[3] Relativamente a essa questão, o seguinte trecho, extraído de um artigo escrito por Moacir Werneck de Castro, é bem sintomático: “Assim ficamos cansados de ver uma glamurosa artista de televisão e três menininhos gordos anunciando números cabalísticos relativos ao serviço de chamadas de longa distância (long distance call, nova tradução de interurbano)” (Jornal do Brasil, 13/07/99, p.9).

[4] Acerca de empréstimos na área da informática, cf. Assirati (1998).

[5] Detalhes relativos ao caso francês podem ser consultados em BOURRIER, Any. França proíbe uso de expressões em inglês. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 27.05.1994, Seç. Internacional, p.8; França limita uso do idioma de Shakspeare. O Globo, Rio de Janeiro, 02.06.1994, Seç. O mundo, p.15; Oui, c’est la guerre. Veja, São Paulo, Abril, 1513:50, 18.05.1994 e A volta de Asterix. Istoé, São Paulo, Três, 1284:82, 11.05.1994. Com relação ao projeto de lei apresentado pelo deputado brasileiro, ver REBELO, Aldo. Culta e bela. Folha de São Paulo, São Paulo, 29.09.1999, Seç. Tendências/Debates, p.1-3.

[6] Sobre o modo como os autores de orientação tradicional encararam a questão do empréstimo, cf. Manzolillo (1995, capítulo 3).