Ano 11 - No – 51 Rio de Janeiro, Jan-Fev-Mar de 2007.

Esclarecimento necessário: Começamos esta segunda fase de O Filólogo de Plantão depois de muito atraso dos números anteriores por motivo de vários problemas de saúde nos últimos dois anos, mas nunca perdemos o interesse pela área de Letras. Assim, resolvemos ampliar a periodicidade (trimestral) e ampliar também o número de páginas (quatro). Considerando o grande número dos que se interessam pela área das Ciências da Linguagem (Filologia, Lingüística, Línguas em geral, Português em particular, Tradução, etc.), porém muitos são iniciantes (ou todos somos), por isso resolvemos, além de notícias do CiFEFil, ir publicando alguns conhecimentos básicos dessas matérias. Espero sugestões e críticas. Serão muito bem-vindas: alfredo.ntg@terra.com.br ou (21) 2593-1960.

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Esquilo. Do grego skiuros (de skiá ‘sombra’ e ourá ‘cauda’). Em latim sciurus, em esperanto sciuro.
 

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Próximos Eventos

 

Semana de Crítica Textual e Edição de Textos

Faculdade de Formação de Professores da UERJ. São Gonçalo (RJ)

De 12 a 17 de fevereiro de 2007.

Informações: eventos@filologia.org.br

www.filologia.org.br/snctet ou (21) 2569-0276


IX Semana de Estudos filológicos e Lingüísticos

Faculdade de Formação de Professores da UERJ

São Gonçalo (RJ)

De 2 a 6 de abril de 2007

Informações: www.filologia.org.br/ixsenefil


II Semana de Filologia da USP

São Paulo.

De 7 a 11 de maio de 2007

Informações: corintico@hotmail.com 


III Seminário Internacional de Fonologia da PUCRS

Porto Alegre (RS)

De 9 a 13 de abril de 2007

Informações: www.pucrs.br/eventos/fonologia


Medalha Isidoro de Sevilha

O CiFEFiL contempla anualmente três filólogos e/ou lingüistas que se destacaram em suas atividades ao longo de sua vida acadêmica, notadamente por publicações pertinentes a essas especialidades. Os premiados eleitos referentes a 2006 foram Carlos Eduardo Falcão Uchoa, Rosalvo do Valle e Margarida Maria de Paula Basílio. A eles os nossos parabéns!

 

Os prêmios serão entregues no dia 4 de abril de 2007, às 18,00 horas, durante a realização da IX Semana de Estudos Filológicos e Lingüísticos, na Faculdade de Formação de Professores da UERJ, São Gonçalo (RJ)


XI Congresso Nacional de Lingüística e Filologia

 

Instituto de Letras da UERJ, Rio de Janeiro (RJ)

De 27 a 31 de agosto de 2007

Homenagem a Joaquim Mattoso Câmara Júnior

Informações: www.filologia.org.br/eventos

pereira@filologia.org.br


42o. Congresso Brasileiro de Esperanto

Rio de Janeiro (RJ), de 8 a 13 de julho de 2007.

Informações: www.aerj.org.br

Tel.: (21) 2240-6119 (Rio de Janeiro)

bel@esperanto.org.br  www.esperanto.org.br Tel.: (61) 3226-1298 (Brasília)


CiFEFiL

 

Círculo Fluminense de Estudos Filológicos e Lingüísticos

 

Rua São Francisco Xavier, 512/97

Mangueira

20943-000 – Rio de Janeiro --RJ

pereira@uerj.br - (21) 2569-0276

www.filologia.org.br

 

Diretor-Presidente:

José Pereira da Silva

Vice-Diretora Cultural:

Ilma Nogueira da Motta

Primeira Secretária:

Délia Cambeiro Praça

Segundo Secretário:

Álvaro Alfredo Bragança Júnior

Diretor Cultural:

Bruno Fregni Bassetto

Vice-Diretora Cultural:

Ilma Nogueira Motta

Diretora de Relações Públicas:

Valdênia Teixeira de Oliveira Pinto

Vice-Diretora de Relações Públicas:

Maria Lucília Ruy

Diretora Financeira:

Cristina Alves de Brito

Diretor de Publicações:

Amós Coêlho da Silva

Vice-Diretor de Publicações:

Vito César de Oliveira Manzolillo

Domínio do CiFEFiL

www.filologia.org.br


 

O FILÓLOGO DE PLANTÃO

Redator:

Alfredo Maceira Rodríguez

Rua Brasilina, 34/204

21350-060 – Cascadura – Rio de Janeiro – RJ

Tel.: (21) 2593-1960

e-mail: alfredo.ntg@terra.com.br

home page:

www.filologia.org.br/alfredo

O que é o CiFEFiL

O Círculo Fluminense de Estudos Filológicos e Lingüísticos (CiFEFiL) é uma entidade cultural dedicada a promover e divulgar a Filologia e a Lingüística no Brasil, principalmente a Filologia e a Lingüística da língua portuguesa.

O CiFEFiL foi criado no Rio de Janeiro em 1994 e, em princípio, só tinha por horizonte o Estado do Rio de Janeiro, porém logo tomou maiores proporções e foi considerado nacional e conhecido até internacionalmente, haja vista o número de participantes de diversos países que assistem aos congressos nacionais.

Eventos

O CiFEFiL promove muitos eventos no ano. É fácil informar-se com bastante antecedência em www.filologia.org.br ou em (21) 2569-0296. Aqui, na pág. 1, já informamos os primeiros eventos de 2007.

Publicações

O CiFEFiL publica livros referentes à área de Letras. Na Livraria do site pode-se informar dos que interessam e até pedir pelo correio. Também pode informar-se e adquiri-los nos eventos da entidade.

A Revista Philologus é quadrimestral e, desde o lançamento, está saindo em dia, coisa muito rara em publicações culturais. Está no número 36 (Setembro-Dezembro de 2006), com 160 páginas. Esta revista é distribuída aos associados do CiFEFiL, mas pode ser solicitada uma assinatura anual por R$ 35,00 reais e o número avulso por R$ 12,00 reais. O site e o telefone são os mesmos.

Os anais dos congressos são publicados e distribuídos para os congressistas, mas podem ser consultados em qualquer ocasião e até copiados ou baixados. Todos os que se interessam por Letras têm muito a ganhar com este domínio, ou site. Basta acessar o portal e buscar o que quiser. Tem muita coisa que vai interessar a você.


  Outros sites de interesse:

Cultura galega oficial
www.consellodecultura.org

Cooperativa Cultural dos Esperantistas
Aqui você pode ler ou baixar textos em ou sobre o esperanto. Diversos textos muito atuais:
www.kke.org.br

Provérbios em português, latim, espanhol, inglês, italiano, esperanto e francês. Rica coleção:
www.hkocher.info

As Principais Línguas do Mundo

Língua

Família

Principais países e regiões

Número de Usuários
(estimado em milhões)

Chinês

Sino-Tibetano

China

885

Inglês

Indo-Europeu (Grupo Germânico)

América do Norte, Grã-Bretanha, Austrália, África do Sul

450

Hindi-Urdu

Indo-Europeu (Grupo Indo-Iraniano)

Índia, Paquistão

333

Espanhol

Indo-Europeu (Grupo Românico)

América do Sul, Espanha

266

Português

Indo-Europeu (Grupo Românico)

Brasil, Portugal

175

Bengali

Indo-Europeu (Grupo Indo-Iraniano)

Bangladesh, Índia

162

Russo

Indo-Europeu (Grupo Eslavo)

Antiga União Soviética

153

Árabe

Afro-Asiático

Norte Africano, Oriente Médio

150

Japonês

Altaico

Japão

126

Francês

Indo-Europeu (Grupo Românico)

França, Canadá, Bélgica, Suíça, África Negra

122

Alemão

Indo-Europeu (Grupo Germânico)

Alemanha, Áustria, Suíça

118

Wu

Sino-Tibetano

China (Xangai)

77

Javanês

Austronésio

Indonésia (Java)

75

Coreano

Altaico

Coréia

72

Italiano

Indo-Europeu (Grupo Românico)

Itália

63

Marata

Indo-Europeu (Grupo Indo-Iraniano)

Sul da Índia

65

Telugu

Dravidiano

Sul da Índia

55

Tâmil

Dravidiano

Sul da Índia, Sri Lanka

48

Cantonês

Sino-Tibetano

China (Cantão)

47

Ucraniano

Indo-Europeu (Grupo Eslavo)

Ucrânia

46

Fonte: Ethnologue, 12a Edição, Dallas, Texas, EUA, 1992

(Texto galego)
Os meus zoquiños.

Por Clodio González Puente

      S I, amiga lectora ou amigo lector, eu usei zocos de pequeno. Eran uns zoquiños tinxidos de negro, que na súa feitura interviñan dous artesáns: un zoqueiro que labraba os paus do número correspondente, e un zapateiro que se encargaba de cortar e logo de ponerlle a peza de coiro.

      Daquela era o calzado que había para o inverno, usado mesmo por xente acomodada, porque —digan o que digan— non lles hai mellor sola que a de pau para que os pes anden quentiños e secos. Empezaban a verse as primeiras katiuscas ou botas altas de goma, pero eran poucos os que as querían por insanas, porque ó pouco de andar con elas estaban máis molladas por dentro co suor, que por fóra coa auga.

      Déuse hoxe por falar deles porque hai uns días un alumno preguntoume cómo eran os zocos, pois nunca llos viu usar nin ós da súa familia, nin tampouco ós veciños, ¡e eso que vive no rural, rural! ¡Como cambian os tempos! Aínda que non me extraña, porque o mesmo me pasou un día que estabamos falando de mobles tradicionais, e xa había varios que nunca viran —nin tampouco sabían como é nin para que era, por suposto— unha artesa. Pero volvamos ós zocos. Hai (había) varios tipos, malia que esta vez voume referir en particular ós que non teñen máis que a sola de madeira, e non ás zocas que son unha peza enteira, denominadas tamén galochas, chancas, madreñas, - que aínda se poden ver —cada ano que pasa moitas menos, por certo— en bisbarras de invernos moi húmidos e fríos, xa que debido a súa folgura permiten andar con outro calzado por debaixo, con unhas zapatillas.

      Daquela (hai uns corenta anos) os zoqueiros eran moi abundantes, non faltando algún taller en case tódalas parroquias, pois tiñan traballo dabondo, principalmente cando chegaba a invernía. A madeira tiña que estar media seca, e se aínda non servía, botaban os tacos (antes de darlle forma) no caínzo da lareira, e alí estaban ata que se poñía a punto, de xeito que se podían cortar doadamente e que logo ó enxugar non fendesen. A madeira máis corrente é a de ameneiro, pero non a mellor, o que pasa é que sempre foi abundante por barata e boa de labrar. Ninguén pensaba en facer uns zocos de carballo, porque é malo de traballar, pero —pola contra— son apreciados os de nogueira e cerdeira, que unicamente facían se o cliente traía o pau.

      Tanto a madeira como o coiro son materiais que axiña se descompoñen non deixando rastro, por eso aínda supoñendo que este calzado se utilice por parte da humanidade dende a máis remota antigüedade, os achádegos arqueolóxicos que dean algunha luz sobre a súa existencia son escasos e non moi de fiar. Dise que na idade do Ferro xa se descubriron en Hallstatt vestixios que puideran ser de zocos, e aquí, en Galicia, Xosé Filgueira Valverde coidaba que os habitantes dos areais da Lanzada (entre Sanxenxo e O Grove), tamén os usaron. Pero cando non hai dúbida e na Idade Media, e en particular —polo que atinxe á documentación— na Terra de Santiago de Compostela. Así, por exemplo, nos foros autorizados e confirmados polo rei Alfonso VII o ano 1133 sendo arcebispo Xelmírez, atopamos 'socos optimos cabrunos' e 'optimas suffurtas', que se adoitan traducir por 'bos borceguís de pel de cabra' e 'bos zocos', malia que non todos son da mesma opinión, pois non falta quen sexa partidario de dicir 'zocos de pel de cabra' e 'bos zapatos'.

      Cando eu era pequeno había un crego que lle berraba ás mulleres dende o púlpito, pedíndolle que andivesen a modo pola igrexa, que petasen pouco cos zocos, porque ó entrar e ó saír aquelo parecía unha cincerrada, unhas polas pedras e outras polas tarimas de madeira. Ós homes non lle dicía nada, como quedaban atrás de todo, debaixo da tribuna, o barullo mal chegaba ata o presbiterio.

      Agora, que xa pasaron moitos anos, ata teño pensado algunha vez se este crego —que sempre usaba 'botinas' de coiro negro feitas de encarga—, non tería algo que ver con aquel arcebispo da antiga capital da Gallaecia —de Braga—, que o ano 1818 lle prohibiu ós cregos da súa diócese andar con tamancos, é dicir, con zocos. ¡Quen sabe!

Notas sobre algumas palavras do (Texto galego):

Zocos: Calçado rústico de sola de madeira e o restante de couro.

Artesa: Móvel onde se amassava a farinha para fazer o pão.

Malia: a pesar de

Bisbarra: Divisão territorial que abrange várias povoações; localidades pequenas, proximidades, etc.

Doadamente: facilmente

Taller: Oficina de zoqueiro, artesão, etc.

Caínzo, canizo: Armação de canas ou varas que se coloca a certa altura na lareira para defumar chouriços, etc.

Crego: Padre, cura.

A modo: devagar.

Cantinho da tradução

(Traduza ao espanhol este texto. Nossa tradução sairá no próximo número. Não deixe de fazer. Pode fazer perguntas)

Volta às aulas

Acabaram-se as férias, as brincadeiras e os jogos com os amigos. Agora os novos amigos são os colegas de aula, só que não se pode brincar muito porque os brinquedos agora são outros: caderno, lápis, caneta, textos de leitura e outros materiais didáticos. Os professores, às vezes, escrevem no quadro-negro com giz. Os alunos podem copiar textos, gráficos e desenhos. Alguns alunos estão sentados em suas carteiras, esperando os alunos novos que estão no gabinete da diretora com as mães para apresentar os papeis. Aqui no térreo estão as salas de português, matemática, geografia, história e outras matérias. No andar de cima estão as salas de línguas estrangeiras, física, química e o laboratório, onde vamos fazer experiências. Temos muito que estudar até as outras férias. Até lá!

Línguas pidgins e crioulas

São línguas originárias da necessidade de comunicação forçada entre dois povos de duas ou mais de línguas diferentes. Surge então um contato chamado pidgin, formado a partir de uma base simples, geralmente sobre uma língua com maior prestígio social. Comumente os pidgins só duram enquanto se mantém o relacionamento dos povos em contato. Os pidgins proliferaram durante o período colonial, sendo suas bases lingüísticas o inglês, o espanhol, o português, o francês e o holandês. Um pidgin muito antigo foi o que existiu o inglês ameríndio a meados do séc.XVII, na Nova Inglaterra, entre os colonos ingleses e os índios.

Na América Central, do Sul e do Caribe houve vários pidgins com base no espanhol e no português. No Brasil há um caso curioso de pidgin: a lingôa geral, com base no tupi-guarani. Durante o séc. XVI e XVII, os missioná-

rios conseguiam percorrer boa parte da costa brasileira usando como pidgin o tupi-guarani.

Quando um pidgin permanece em uso por mais de uma geração, recebe a denominação de língua crioula, nome que não tem nada a ver com raça. Algumas línguas crioulas acabam por se transformar em línguas importantes, como o crioulo francês do Haiti, falado por 4 milhões de pessoas, o caribe inglês, falado por cerca de 3 milhões na Jamaica e Trinidad-Tobago e o papiamento, com base no espanhol, português e holandês, falado pela metade das pessoas em Curaçao e arredores.