Ano 14 - No 63 - Rio de Janeiro, Janeiro, Fevereiro e Março de 2010. Publicação bimestral.

  O FILÓLOGO DE PLANTÃO

Um jornal que teima em buscar a verdade na doce ilusão de encontrá-la.
Publicação do CIFEFIL
- Círculo Fluminense de Estudos Filológicos e Linguísticos.
Ano 14 – No. 63. Rio de Janeiro: Janeiro, Fevereiro e Março de 2010.

 Primeiro número de 2010. (atrasado). Continuem visitando o site www.filologia.org.br. Ali encontrarão informações atualizadas dos programas do CiFEFiL, além de diversos programas interessantes no setor de Letras.

Também podem fazer as perguntas que quiserem para o site www.alfredo.ntg.com.br ou informar-se pelo telefone (21)2593-1960. Agradecemos seus comentários e opiniões.

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Stonehenge

Monumento megalítico da idade do bronze, do IV milênio a. C, situado no sul da Inglaterra. È o monumento megalítico mais conhecido e visitado dos círculos de pedras britânicos. Acredita-se que foi projetado para permitir a observação dos fenômenos astronômicos com o Solstício de Verão e os eclipses.

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CONGRESSO UNIVERSAL DE ESPERANTO
95ª Universala Kongreso de Esperanto
Havana, Cuba: 17-24 de julho 2010.
Informações: info@esperanto.co.cu

 XIV CONGRESSO NACIONAL DE LINGUÍSTICA E FILOLOGIA
Instituto de Letras da UERJ

23 a 27 de agosto de 2010
Informações: pereira@filologia.org.br

 XVI CONGRESSO INTERNACIONAL DA ALFAL
De 03 a 09 de junho de 2011

Alcalá de Henares – Espanha

Informações: info@evento.es
www.evento.es  Tel. 902 500 493

 

 

 

 

E-mails pessoais que respondem sem demora

Filologia; língua portuguesa; CiFEFiL:
José Pereira: pereira@filologia.org.br

Língua latina:
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Lusofonia; acordo ortográfico:
Margarida Castro: margaridsc@yahoo.com

Provérbios em várias línguas:
Henerik Kocher: kocher@infolink.com.br

Línguas internacionais; esperanto:
Aloísio Sartorato: ludoviko44@yahoo.com.br

Língua tupi:
Ricardo Tupiniquim Ramos: tupinikim@ig.com.br

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O CATALÃO

Origem

Há discussão quanto à origem do catalão. Meyer-Lübke considera-o um dialeto do provençal, introduzido na Península Ibérica em meados do séc. VIII. De forma um pouco diferente, Griera tenta demonstrar que o catalão se afasta dos demais idiomas ibero-românicos, situando-se próximo aos galo-românicos, embora o considere uma língua independente e não um dialeto do provençal, apesar de suas muitas semelhanças e de ter sido o provençal a língua dos trovadores provençais da Catalunha, continuando por muito tempo a escola que se originou e floresceu no sul da França. Surgiu um grande debate sobre a origem e formação do catalão, uns tentando classificá-lo entre as línguas ou dialetos galo-românicos como Meyer-Lübke e Griera e outros querendo provar sua filiação ao grupo ibero-românico, entre estes Menéndez Pidal e seu discípulo Amado Alonso. Posteriormente, A. Badia resume toda a discussão em sua Gramática Histórica catalana e T.H. Maurer, após uma análise comparativa do catalão e do provençal, conclui que é mais razoável reconhecer o seu caráter intermediário entre os dois grupos dialetais românicos (galos e ibéricos) opostos.

Domínio do catalão

O catalão situa-se, em sua maior parte, dentro do Estado Espanhol. De acordo com a constituição de 1978, as comunidades autônomas têm o direito de usar a própria língua paralelamente ao espanhol, língua oficial do Estado. As comunidades de fala catalã fazem grande uso de sua língua, apesar da grande pressão do espanhol, devido à sua convivência histórica, vizinhança e projeção universal. Ao domínio do catalão no Estado Espanhol pertencem:

1) Comunidade Autônoma da Catalunha (Cataluyna), com exceção de uma pequena área situada ao norte dos Pirineus, denominada vale de Aran, domínio do gascão;

 

2) O antigo Reino de Valência, hoje comunidade autônoma (País Valenciano), principalmente sua faixa litorânea, porque na fronteira oriental existem amplas zonas que não pertencem a este domínio;

3) A comunidade autônoma formada pelas Ilhas Baleares;

4) Uma faixa territorial na fronteira ocidental, pertencente à Comunidade Autônoma de Aragão.

Fora do território espanhol, pertencem ao domínio do catalão o Principado de Andorra, o Departamento do Rossilhão ou Pirineus Orientais, no sul da França e a pequena localidade de Alguero na ilha da Sardenha.

O catalão compreende mais de seis milhões de habitantes – mais de cinco – no território espanhol.

 Colaboração do catalão ao léxico do português

 Embora o catalão e o português não estejam em contato nem tenham estado em nenhum período histórico, sabemos que o catalão serviu de língua-ponte entre os dialetos ao norte dos Pirineus e os da Península Ibérica. Na Idade Média foi grande a afluência de peregrinos da Catalunha e de além dos Pirineus a Santiago de Compostela pelo Caminho de Santiago, que atravessava todo o norte da Península. Muitos termos da lírica, comuns ao catalão e ou provençal, penetraram naquela época no galego-português e na literatura trovadoresca que aqui se desenvolveu, permanecendo na língua. No português de hoje deparamo-nos com diversos vocábulos originários dessa língua, introduzidos nela diretamente ou através de outra, geralmente do espanhol. É frequente a ocorrência de termos que podem apresentar dúvida quanto à sua origem catalã, provençal ou de outras línguas medievais do sul da França, devido ao longo período de contato e ao uso comum na literatura trovadoresca.

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Vejamos algumas palavras:

Arriar [cat. arriar.] Abaixar, descer, colocar, deitar no chão, depor armas, render-se.

Baixela [cat. vaixella, do lat. vascella, fr. vaisselle.] Conjunto de utensílios utilizados no serviço da mesa ou no culto divino.

Beldade [cat. beltad, da linguagem trovadoresca.] Beleza; mulher bela, formosa.

Bosquejar [cat. bosquejar, através do esp.] Fazer bosquejo de. Descrever a traços largos.

Calafetar [cat. calafetar, at. do esp. ant.] Tapar, vedar fendas, assoalhos, etc.

Capacete [cat. cabasset.] Armadura oval para a cabeça; peça côncava que cobre a caldeira do alambique; capitel.

Convite [cat. convit.] Ato de convidar, convocação. Mensagem oral ou escrita que formaliza este ato.

Disfarçar [cat. desfressar.] Encobrir, tapar, ocultar. Reprimir, com ter, dissimular, mascarar. Vestir de modo que não se conheça.

Esmalte [cat. ou prov. ant. esmalt do frâncico smelt.] Substância transparente, colorida com óxidos metálicos, aplicável em estado líquido.

Esmeril [cat. esmeril, do gr. bizantino smeri.] Variedade compacta de coríndon que contém óxido de ferro. Pedra de amolar.

Faixa [cat. faxa do lat. fascia.] Tira de tecido ou couro, fita, atadura.

Foguete [cat. coet.] Engenho pirotécnico que estoura no ar em festa, etc. Motor usado em projeteis, mísseis, espaçonaves, etc.

Veículo espacial que utiliza propulsão a reação.

Metal [cat e esp. metal, do grego métallon, pelo lat. metallu.] Designação comum aos elementos químicos eletropositivos, em geral sólidos, brilhantes e bons condutores de calor e eletricidade.

Orgulho [cat. orgull, do frâncico *urgoli ‘excelência’.] Conceito elevado que alguém faz de si mesmo. Amor-próprio. Ideia exagerada de nosso mérito.

Paiol [Forma dialetal do cat. em vez de pallol.] Depósito de pólvora e outros petrechos de guerra. Armazém para depósito de gêneros de lavoura.

Papel [cat. paper, do grego pápyrus, pelo lat. papyru.] Pasta de matéria fibrosa de origem vegetal.

Pincel [cat. pincell, pelo arc. pinzel.] Objeto constituído por um tubo de pelos para espalhar tinta, etc. A pintura. O pintor.

Pólvora [cat. polvora, atr. do esp. pólvora.] Mistura ou composto químico explosível, utilizado como carga de propulsão ou arrebatamento em projeteis, minas, etc.

Retrete [cat. retret, ‘lugar retirado’.] Latrina.

Rubi [cat. rubi, do baixo latim rubino.] Variedade de coríndon de cor vermelha muito viva.

 

Sardana [cat. sardana.] Dança de roda tradicional, muito popular na Catalunha.

Soçobrar [cat. sotsobrar, atr. do esp. zozobrar.] Virar a embarcação. Fazer naufragar, afundar. Revolver. Agitar, perturbar, desvairar.

Sota [cat. e esp. sota.] Dama do baralho.

Trabuco [cat. trabuc, atr. do esp. trabuco.] Antiga máquina de guerra com que se atiravam pedras; balestra.

Veludo [cat. vellut, esp. velludo, do lat. velludu.] Tecido coberto de pelos cerrados, curtos e presos pelos da tela.

Vinagre [cat. vinagre.] Produto oriundo da transformação do ácido acético do álcool pela fermentação.

 

CONCLUSÃO

O catalão é uma língua românica cuja origem foi muito discutida. Acreditou-se que fosse um dialeto do provençal, mas constatou-se que era uma língua independente, originária do latim como as demais línguas neolatinas. Discutiu-se seria galo-romance ou ibero-romance. A conclusão que parece ser definitiva acredita que é uma língua-ponte com características de ambos os grupos linguísticos. Desenvolveu-se em um território de ambos os lados dos Pirineus, alternando a influência de um e outro lado. No sul da França teve lugar nos séculos XI e XII uma literatura lírica trovadoresca conhecida como provençal. Esta literatura expandiu-se à Catalunha e nos séculos que se seguiram foi amplamente cultivada numa língua de compromisso chamada lemosin. Posteriormente cultivou-se já em catalão.

Catalunha uniu-se a Aragão e o novo reino partiu para aventuras pelo Mediterrâneo, conquistando as ilhas desse mar e sul da Itália. O catalão foi levado a essas possessões assim como a muito do seu domínio. O que ficou neste domínio nos dias de hoje situa-se em sua maior parte no Estado Espanhol do qual a Catalunha, Valência e Baleares são comunidades, onde predomina o catalão. Expande-se também numa faixa fronteiriça da comunidade de Aragão e fora do Estado Espanhol, abrange o Rossilhão na França, o Principado de Andorra, entre a França e a Espanha e a pequena localidade de Alguero, na ilha da Sardenha. É a língua nativa de uns seis milhões de habitantes, a grande maioria no Estado Espanhol.

O catalão possui diversos dialetos, sendo os mais característicos os que dividem o domínio na Península em duas faixas verticais: oriental e ocidental. Dentro desses há vários outros dialetos e subdialetos que geralmente têm como centro irradiador uma cidade importante e recebem a de nominação da região geográfica correspondente. Atualmente, devido ao crescente cultivo da língua e aos modernos médios de comunicação, é provável uma aproximação dos dialetos, ao menos na parte escrita, em torno ao catalão de Barcelona.

Extraído de nosso trabalho publicado na Revista Philologus, Rio de Janeiro, v. 5, p.9-20, 1996.

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ALGUNS RADICAIS GREGOS NO PORTUGUÊS

 

Aér, aéros (ar)   aéreo, aeródromo, aeronauta.

Ângelos (mensageiro)   anjo, angelical evangélico.

Ânthropos (homem)   antropologia, filantropo.

Arithmós (número)   aritmética, logaritmo.

Autos (próprio)   autógrafo, automático, autonomia.

Barós (peso)   barômetro, barítono.

Biblíon (livro)   biblioteca, bibliografia, bibliófilo.

Bios (vida)   anfíbio, biologia, biografia,macróbio.

Dêmos (povo)   democracia, demagogo, epidemia.

Derma (pele)   epiderme, dermatologia, paquiderme.

Dóxa (opinião)   ortodoxo, paradoxal, heterodoxo.

Érgon (força, trabalho)   ergonometria, dramaturgo.

Phagêin (comer)   antropofagia, fagocitose.

Phílos (amigo)   filólogo, filosofia, bibliófilo.

Phoné (voz)   eufonia,telefone, fonologia.

Phós, photós (luz)   fósforo, fotofobia, fotógrafo.

Gamos (casamento)   bígamo, gamopétalo, polígama.

(terra)   geografia, geólogo, apogeu, geodésia.

Glôssa ou glôtta (língua)   glossário, poliglota.

Gonía (ángulo)   diagonal, polígono, hexágono.

Grápho (escrevo)   ortografia, polígrafo, telégrafo.

Háima, háimatos (sangue)   hemorragia, anemia.

Hélios (sol)   helioscópio, heliotrópio.

Heméra (dia)   efêmero, efeméride.

Híppos (cavalo)   Filipe, hipódromo, hipopótamo.

Ídios (particular, próprio)   idioma, idiotismo.

Psêudos (mentira)   pseudônimo, pseudopatriota.

Psyké (alma)   metempsicose, psicoterapia.

Sophós (sábio)   filósofo, teosofia, sofisma,

Têle (longe)   telefone, telégrafo, telescópio.

Theós (deus)   teocracia, monoteísta, entusiasmo.

Thermós (calor)    isotérmico, termômetro.

Topos (lugar)   tópico, topologia, topografia.

Trepho (alimento)   atrofia, hipertrofia.

Zôon (animal)   zoologia, zodíaco, zoófito.

 

Ver ao lado o alfabeto grego.

 

 

Alfabeto Grego

São as seguintes as letras do Alfabeto Grego: LETRAS MAIÚSCULASletras maiúsculas alfabeto grego

copyright: http://webhome.infonie.fr/francoib/alfagrec/index.htm (EM FRANCÊS)

LETRAS MINÚSCULASletras minúsculas do alfabeto grego

copyright: http://webhome.infonie.fr/francoib/alfagrec/index.htm
(EM FRANCÊS)

Como designamos o alfabeto grego em português?

Em português o alfabeto grego é: alfa, beta, gama, delta, épsilon, zeta, eta, teta, iota, kapa, lâmbda, mi, ni, xi, ômicron, pi, rô, sigma, tau, úpsilon, fi, qui, psi, ômega.

Na astronomia usamos o alfabeto grego com uma designação diferente. O sistema de Bayer de classificação de estrelas pelo seu brilho usa as seguintes designações:

(1)    a (Alpha)

(13)   n (Nu)

(2)   b (Beta)

(14)   x (Xi)

(3)   g (Gama)

(15)   o (Omicron)

(4)   d (Delta)

(16)   p (Pi)

(5)   e (Epsilon)

(17)   r (Rho)

(6)   z (Zeta)

(18)   s (Sigma)

(7)   h (Eta)

(19)   t (Tau)

(8)   J (Theta)

(20)   u (Upsilon)

(9)   i (Iota)

(21)   j (Phi)

(10)   k (Kappa)

(22)   c (Chi)

(11)   l (Lambda)

(23)   y (Psi)

(12)   m (Mu)

(24)   w (Omega)

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