Ano 2 - No 5 - Rio de Janeiro, setembro de 1997. Publicação bimestral.

Como é? Já se inscreveu no Congresso de Lingüística e Filologia da FFP de São Gonçalo. Se não tiver o folder ou quiser outros esclarecimentos, comunique-se com o CiFEFiL. Veja os endereços aqui, no seu cantinho correspondente. Embora só ocorra em novembro (10 -14), a entrega do resumo dos trabalhos só tem prazo até o fim de setembro . Além disso, para alguns eventos as vagas são limitadas. Não demore . Contamos com a sua colaboração. Você não nos vai deixar na mão , não é? :-)
Ainda sobre o Congresso
Se ainda não tem, anote os dados:  
Congresso Nacional de Lingüística e Filologia
Tema: O Texto e a Linguagem
Local: FFP (UERJj)
R. Francisco Portela, 794
Paraíso - São Gonçalo - RJ
Data: 10 -14 de novembro de 1997 - Manhã, tarde e noite.
(021) 569-0276 (Pereira) 
pereira@uerj.com.br
(021) 593-1960 (Alfredo) 
alfredo.ntg@terra.com.br
Preço da inscrição: R$ 20,00
Minicurso, oficina: R$ 10,00
Homenagem
Homenageamos neste número o Prof. Manuel Said Ali Ida, nascido em Petrópolis em 1861 e falecido no Rio de Janeiro em 1953. Durante sua longa vida muito contribuiu para enriquecer os estudos lingüísticos e filológicos do português. Sua obra foi muito vasta e valiosíssima. O número 8 da publicação Littera (1976) presta-lhe merecida homenagem, dedicando-lhe todo o número, com prefácio e notas do Prof. Evanildo Bechara.

Revista Philologus -
8
Está saindo o número 8 da Revista Philologus. Contém cinco grandes artigos de professores do CiFEFiL. Vale a pena lê-los com atenção, se não veja:
O primeiro é de Emmanuel Macedo Tavares. Seu título Alguns aspectos da superlativação no Diretório dos Índios já diz alguma coisa. Trata-se do abundante emprego de superlativos nesse documento do período colonial o que em si já é muito importante. O Prof. Emmanuel trata com mestria do tema do que não dispomos de muitos estudos.
O segundo artigo intitula-se A metodologia da crítica textual (análise de algumas edições críticas) O autor é o Prof. José Pereira da Silva, que já se tornou um especialista na matéria. Não é preciso dizer mais nada.
O terceiro artigo é da Profa. Aileda de Mattos Oliveira e tem por título Epistolografia e linguagem (Estudos preliminares). Depois de discorrer sobre Epistolografia, antigamente considerada por alguns arte menor, a autora transcreve e analisa um grande número de cartas endereçadas ao então Presidente da República Fernando Collor de Melo. Trata-se de um tema atual e instrutivo, tratado magistralmente, sem qualquer conotação política.
O quarto artigo pertence ao redator desta publicação, Prof. Alfredo Maceira Rodríguez. In-titula-se Algumas frases feitas do galego. Embora o galego e o português tenham muito em comum, na fraseologia aparecem bastantes diferenças. Algumas vezes não encontramos frase equivalente em português. Nestes casos demos a tradução da forma que nos pareceu mais compreensivel. Espero sua opinião a respeito.
O quinto e último trabalho é de autoria da Profa. Maria Antônia da Costa Lobo. Trata-se da continuação da tradução de um longo texto de um autor francês, Jean-Louis Lebrave, e tem como título em português A crítica genética: uma disciplina nova ou um avatar moderno da Filologia? O texto é a continuação do publicado no número anterior (7). O autor é uma autoridade na matéria, e a competência da tradutora é indiscutível, além de ser especialista na área. Não vale só conferir; é preciso aprofundar-se na leitura. Como se pode ver, este número tampouco pode deixar de ser lido.
Gregório de Mattos 
Três manuscritos inéditos de Gregório de Mattos, que se encontram na Coleção Cunha, foram preparados para edição diplomática pelos Prof. José Pereira da Silva e Emmanuel Macedo Tavares. A diversidade e amplitude da obra deste poeta polêmico está longe de ser toda conhecida. Como amostra, vejamos duas décimas, dentre as centenas da coleção:
Mil annos ha, que naõ verso,
porque ha mais de mil, que brado,
vendo-me tam mal versado,
dos que me fazem preverso:
eu se fallo, sou adverso,
se me callo, sou peyor;
advirta pois o leytor,
que entre callar e dizer,
se, o que fuy, sempre hey de ser
eu fallo,. seja o que for
O Cura, à quem toca a cura
de curar esta cidade,
cheya à tem de enfermidade
tam mortal, que naõ tem cura:
dizem que à si só se cura
de huma natural sezaõ,
que lhe dá na occasiõ
de ver as Moças no eyrado,
com que o Cura he o curado,
e as moças seu cura são. 

CiFEFiL - Círculo Fluminense de Estudos 
Filológicos e Lingüísticos

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Tel.: (021) 331-9051 Diretor-Presidente
José Pereira da Silva Vice-Presidente
Emmanuel Macedo Tavares 1o Secretário
Álvaro Alfredo Bragança Júnior 2o Secretário
Alfredo Maceira Rodríguez

O FILÓLOGO DE PLANTÃO
Redator: Alfredo Maceira Rodríguez
Rua Brasilina, 34/204 - Cascadura
CEP: 21350-060 - Rio de Janeiro - RJ
Tel./Fax: (021) 593-1960
alfredo@netgate.com.br

Novos livros 
Acaba de ser publicado pela Digraf um livro para aprendizagem do espanhol intitulado Estudiemos Español. O autor é o mesmo destas mal traçadas. É claro que ele conhece do riscado e não faz nada de mais porque trata de sua língua nativa e mora no Brasil há longos e longos anos. O livro serve para classes e para autodidatas, até para você desempoeirar aquele espanhol que estudou há tempos. Ah!, e o preço é bem convidativo, viu?. Se não o encontrar, comunique-se com o autor. Veja aqui ao lado o telefone do redator do Filólogo de Plantão.
Também acaba de sair um livrinho (o diminutivo não se refere à qualidade, ao contrário) do nosso Diretor-Presidente, José Pereira da Silva. O título é longo: Roteiro da viagem do Pe. Dr. José Monteiro de Noronha pelos rios Amazonas e Negro. O título já diz muito. Trata-se da publicação de um manuscrito do referido padre em viagem de exploração, com introdução e notas do editor. Além do texto, contém várias reproduções de gravuras da época. A edição é particular. Pode pedir informações pelo telefone 569-0276 ou por pereira@uerj.com.br

Opiniões Bem Diversas
(Apud RÓNAI, Paulo. Dicionário universal de citações, 1985)
O estado de espírito encontra sua melhor expressão na língua materna. Eu não me envergonho de con-fessar que, durante toda a minha vida, não fui capaz de dominar pe-feitamente mais do que um idioma.
Herder (11744-1803)
Vales por tantos homens quantas línguas falas.
Carlos V (1500-1558)
Uma aberração monstruosa faz crer aos homens que a linguagem nasceu para facilitar suas relações mútuas.
Michel Leiris (1901)
Tirai aos homens a vantagem das línguas e idiomas e os vereis reduzidos talvez à inferior categoria dos bugios e orangotangos.
Marquês de Maricá (1773-1848)
Um homem só deve falar, com impecável segurança e pureza, a língua de sua terra; todas as outras as deve falar mal, orgulhosamente mal, com aquele acento chato e falso que denuncia logo o estrangeiro.

Eça de Queirós (1845-1900)