Ano 6 - No 31 - Rio de Janeiro, jan-fev de 2002. Publicação bimestral.

 

Você está lendo o primeiro número de O Filólogo de Plantão de 2002. Esperamos que suas férias tenham sido maravilhosas, incluindo o carnaval, mas agora toca a trabalhar. Desejamos-lhe um bom ano letivo, assim como boa produção acadêmica durante todo este ano. Continuaremos como até aqui, lidando o bom combate em prol das ciências da linguagem. Não deixe de comunicar-se conosco. Estamos sempre à sua disposição. Bom trabalho! Muita pesquisa!

m v a d u r d a v m v a d u r d a v m

Camilo José Cela
O escritor Camilo José Cela, prêmio Nobel de Literatura de 1989, recentemente falecido, Homenagem de O Filólogo de Plantão.
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ATIVIDADES DO CIFEFIL

56a reunião ordinária

Será realizada no dia 02/03/02, como estava programada, a 56a Reunião Ordinária do CiFEFiL, a primeira de 2002. A reunião terá lugar na residência do Diretor-Presidente da entidade, Prof. José Pereira da Silva, Rua Visconde de Niterói, 512 / 97 - Mangueira. Tel.: 2569-0276. E-mail pereira@uerj.br

Entre outros temas da pauta, destaca-se o dos preparativos para a realização do VI CNLF. Todos os sócios do CiFEFiL estão convidados a comparecer. Não falte!

II Encontro Nacional com a Filologia

O II Encontro Nacional com a Filologia terá lugar nos dias 13 a 16 de maio de 2002, a partir das 13:00 horas, na sala José de Alencar da Academia Brasileira de Letras. Comunicação da Profa. Aileda de M. Oliveira, Dir. Cultural do CiFEFiL.

VI CONGRESSO NACIONAL DE LINGÜÍSTICA E FILOLOGIA

Será realizado nos dias 26 a 30 de agosto de 2002 o VI CNLF (VI Congresso Nacional de Lingüística e Filologia). O local será o mesmo dos anos anteriores: Instituto de Letras da UERJ. Não deixe de participar do principal evento anual do CiFEFiL, que também conta com o apoio da Academia Brasileira de Filologia e do Centro Filológico Clóvis Monteiro. Informações:

www.filologia.org.br

pereira@uerj.br

Tel.: 2569-0276

 

 

Anuidade CIFEFIL 2002

Revista Philologus

Saiu o número 21 da Revista Philologus, com 112 páginas, contendo 11 interessantes artigos, bastante diversos, além de introdução e resenhas. O número 22 já está sendo editorado e já estão sendo aceitos artigos e resenhas para o número 23. Não deixe de ler! Envie também o seu trabalho para o Redator-Chefe José Pereira da Silva.

 

Domínio de Filologia

A página www.filologia.org.br está sendo atualizada pelo webmaster Marcílio Pereira. Nela encontra-se a seção de Publicações onde é possível consultar e até copiar qualquer número das publicações periódicas do CiFEFiL, assim como os Anais dos Congressos até agora realizados pela entidade. Visite!

Está na época de renovar a anuidade de sócio do CiFEFiL correspondente ao ano em curso (2002). O preço continua o mesmo: R$ 40,00. Não é preciso enfatizar as vantagens de ser sócio da entidade: Três números anuais da Revista Philologus, possibilidade da publicação de seus trabalhos, divulgação de seu nome no domínio www.filologia.org.br, etc. Se ainda não é sócio(a), não deixe de inscrever-se. Comunique-se com o Prof. José Pereira. Caso esteja em débito com anuidades anteriores, pode acolher-se à anistia decretada na última reunião. Basta pagar a anuidade de 2001. Formas de pagamento: a) depósito na conta número 40.490X, agência 0658-0 do Banco do Brasil. Envie cópia do recibo, especificando a finalidade do depósito; b) cheque nominal a José Pereira da Silva ou Amós Coêlho da Silva, enviado para:

Círculo Fluminense de Estudos Filológicos e Lingüísticos.
00 - Mangueira - RJA/C de José Pereira da Silva
Rua Visconde de Niterói, 512 / 97.
20943-30


CiFEFiL - Círculo Fluminense de Estudos Filológicos Lingüísticos

Rua Visconde de Niterói, 512 / 97

CEP: 20943-000 Rio de Janeiro -RJ

Tel./Fax.: (021) 2569-0276

e-mail: pereira@uerj.br

Diretor-Presidente:

José Pereira da Silva

Vice-Diretor:

Maria Lúcia Mexias Simon

1o Secretário:

Alfredo Maceira Rodríguez

2o Secretário:

Ruy Magalhães de Araújo

Diretor Cultural:

Aileda de Mattos Oliveira

Vice-Diretor Cultural:

Cristina Alves de Brito

Diretor Financeiro:

Amós Coêlho da Silva

Vice-Diretor Financeiro:

Salatiel Ferreira Rodrigues

Diretor de Relações Públicas:

Afrânio da Silva Garcia

Vice-Diretor de Relações Públicas:

Álvaro Alfredo Bragança Júnior

Diretor da Revista Philologus:

Nataniel dos Santos Gomes

Vice-Diretor da Revista Philologus:

Vito César de Oliveira Manzolillo

Domínio do CiFEFiL

http://www.filologia.org.br


O FILÓLOGO DE PLANTÃO

Redator: Alfredo Maceira Rodríguez

Rua Brasilina, 34 / 204

21350-060 - Cascadura - Rio de Janeiro - RJ

Tel.: (021) 2593-1960

e-mail: alfredo.ntg@terra.com.br

home page: www.filologia.org.br/alfredo

Camilo José Cela

Faleceu em 17/01/2002 o escritor espanhol Camilo José Cela. Nasceu em Iria-Flavia (Corunha), em 1916 e, em 1942, publicou seu primeiro romance, A Família de Pascual Duarte com o que já se tornou conhecido como grande literato. Seguiram-se muitas outras obras de diversos gêneros, assim como a concessão de prêmios e honrarias nacionais e internacionais, culminando em 1989 com o prêmio Nobel. Foi membro da Real Academia Española, senador, Marquês de Iria-Flavia, Cavalheiro da Grã Cruz de Isabel a Católica, além de doutor honoris causa em mais de vinte universidades da Espanha e de outros países.


Empréstimo de pontuação?

Os empréstimos lingüísticos ao português não são novidade, particularmente no que refere ao léxico. Nas últimas décadas tem sido importado grande número de americanismos, em sua maior parte relacionados aos avanços tecnológicos. Agora verificamos um possível empréstimo também no uso dos sinais de pontuação. Expliquemos: nas expressões aritméticas separam com vírgula os números decimais. O ponto é reservado para os milhares. O mesmo não ocorre em inglês, onde o ponto se usa para separar as casas decimais. Ocorre que as calculadoras operam em inglês e, na língua falada, o ponto é lido como separador de decimais: 5.98, que corresponde a 5,98. Na apuração das notas das escolas de samba do último carnaval só se leram as notas com o ponto: nove ponto cinco, etc. Ao que parece, este uso limita-se à língua falada, mas, pelo andar da carruagem...


Proliferar-se?

O verbo proliferar significa produzir prole, reproduzir-se. O verbo é somente intransitivo, pelo que não aceita pronome, porém o que vemos e ouvimos na mídia, principalmente estes dias em que é tão usado devido à epidemia de dengue, é mais ou menos: o mosquito prolifera-se, eles se proliferam, etc. Talvez esses mosquitos, que estão em evidência que até seu nome científico se tornou popular, fiquem envaidecidos com tanta promoção e, por causa disso, proliferem mais, ou se proliferem? Você que acha?


TEXTO ARCAICO - Séc XIV
Transcrevemos um fragmento de O orto do esposo, do códice alcobacense no 273 a fols. 55 V. 198

[O Beberrão]

Hữu homẽ rico husaua muyto ẽ beuer ẽ nas tauernas ẽ tal gujsa que gastou o que auja. E depois meteu-se a serujr os que beujã ẽnas tauernas, por tal que beuesse cõ eles. E dessy per tempo auorrecerõ-no e lançarõ-no de ssy. E, elle estando desesperado, ueeo a elle o diabo ẽ semelhãça dhữu homẽ uelho e disse-lhe:

- Vay tu aa tauerna he eu te darey dinheiros que te auõdem, por tal que des aazo aos outros que beuã mais.

E elle assy o fez. E fazia muytas pelleyas ẽna tauerna e muytas beuedices, de que se segujam mujtos pecados y mujtos maaos feytos. E elle fez hi hữu feito tal per que o mãdarõ ẽforcar. E poserõ-no na forca per tres uezes u nữca pode morrer, porque o diabo o guardaua e sostijnha. E hữu santo homẽ, que sabia a maa vida daquele homẽ, ueẽdo esto, marauilhou-se e ẽtendeu que o diaboo o gurdaua. E fo[i]-sse hu ẽforcauã aquelle homẽ e começou escõjurar o diaboo pela uirtude de Ihiesu Christo que lhe disse[sse] a uerdade daquelle feito, porque nõ podia morrer aquelle homẽ maao. E o diaboo respondeu e disse que, como quer que elle deseiasse a morte daquelle homẽ, porque morrya ẽ pecado, pero, porque elle fazia hir ao jnferno tantos homẽs que ya os diaboos erã cansados ẽ os levar e receber, que porẽ o guardaua que nõ morresse.

Apud NUNES, José Joaquim. Crestomatia arcaica. 7. ed. Lisboa: Livraria Clássica Editora, /1970/.


TRADUÇÃO AO ESPANHOL

Nossa tradução no próximo número.


O mecânico

Roque trabalha de mecânico numa oficina numa rua perto do centro da cidade. Ele conserta carros de todo tipo: caminhões, ônibus, carros de passeio, jipes, etc. Embora saiba dirigir, não tinha carteira de motorista, mas não se importava muito com isso porque também não tinha carro. Quando queria, pegava um de um cliente e saía a dar umas voltas. Sabia que não podia beber, mas um dia tomou uns chopes e não deu outra: bateu num carro parado e subiu na calçada. Por sorte, os prejuízos não foram muitos, apenas algumas amassaduras no carro do cliente além de alguns estragos no que bateu. Como também faz serviço de lanterneiro, teve que passar o fim de semana trabalhando duro para reparar os danos. Depois disso, resolveu tirar carteira, comprar seu próprio carro e não beber quando dirigir.


Fide, sed ciu, vide.