Ano 6 - No  35 - Rio de Janeiro, set-out de 2002. Publicação bimestral.

Realizou-se com bastante sucesso o VI CNLF (VI Congresso Nacional de Lingüística e Filologia). Veja alguns dados nesta página ou, mais detalhadamente, em www.filologia.org.br/vicnlf. Este número de O Filólogo de Plantão está saindo bastante atrasado, pelo que pedimos desculpas. Pode ler todos os números (desde o número Zero) em www.filologia.org.br/filologo. Não deixe de visitar-nos. Comunique-se conosco. Dê suas opiniões sobre nossas atividades. Serão sempre bem-vindas!

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Reuniões do CiFEFiL

No dia 09/11/2002 realizou-se a 61a Reunião Ordinária do CiFEFiL, cuja pauta constou de uma resumida prestação de contas das principais atividades da entidade durante o biênio 2000-2002, por seu presidente, Prof. José Pereira da Silva. A seguir, foi declarada empossada a Diretoria do CiFEFiL para o biênio 2002-2004. Procedeu-se a um planejamento mínimo das atividades da entidade para o citado biênio, assim como à fixação das datas para as reuniões durante 2003. As datas são as seguintes:
22 de março; 10 de maio; 14 de junho; 09 de agosto; 29 de agosto (depois do encerramento do VII CNLF, para sua avaliação); 27 de setembro, e 29 de novembro.
Ficou também marcada uma reunião para 07/12/2002, às dez horas, com o objetivo de discutir o Estatuto do CiFEFiL e, possivelmente, introduzir nele algumas alterações. Com exceção da reunião do dia 29/08/2003 (encerramento do VII CNLF), as demais serão realizadas às 10 horas, na residência do Diretor-Presidente do CiFEFiL, Prof. José Pereira da Silva.


nova diretoria do cifefil

No dia 30/08/2002, depois do encerramento do VI CNLF, realizou-se no Instituto de Letras da UERJ, 60a Reunião Ordinária do CiFEFiL para a eleição da Diretoria da entidade para o biênio 2002-2004. Foi eleita a chapa Integração e Progresso, constituída pelos seguintes professores membros

Diretor-Presidente:
José Pereira da Silva
Vice-Diretor
Vito César de Oliveira Manzolillo
Primeiro Secretário
Alfredo Maceira Rodríguez
Segundo Secretário
Ruy Magalhães de Araújo
Diretor Cultural
Rosalvo do Valle
Vice-Diretor Cultural
Nataniel dos Santos Gomes
Diretor de Relações Públicas
Álvaro Alfredo Bragança Júnior
Vice-Diretora de Relações Públicas
Flavia da Silva Pires
Diretor da Revista PhilologusAmós Coêlho da Silva
Vice-Diretor da Revista Philologus
Claudio Cezar Henriques
Diretora Financeira
Cristina Alves de Brito;
Vice-Diretora Financeira:
Maria Lúcia Mexias Simon.

VII Congresso nacional de lingüística e filologia

O VII CNLF será realizado no Instituto de Letras da Uerj (mesmo local dos últimos anos) nos dias 25 a 29 de agosto de 2003. Será em memória e homenagem ao filólogo Gladstone Chaves de Melo. Oportunamente iremos informando sobre a programação do mesmo.

II SEMANA NACIONAL DE LÍNGUA PORTUGUESA

Realiza-se no período de 18 a 22 de novembro de 2002, a II Semana Nacional de Língua Portuguesa, patrocinada pela Academia Brasileira de Filologia, Centro Filológico Clóvis Monteiro, (do Instituto de Letras da UERJ) e do jornal Folha Dirigida. As palestras estão a cargo dos seguintes professores doutores, por ordem de apresentação:

Evanildo Cavalcante Bechara;
Carlos Alberto Sepúlveda
José Venícius Marinho Frias
Ricardo Stavola Cavaliere
Hilma Pereira Ranauro
Terezinha Maria da Fonseca Passos Bittencourt
José Geraldo Paredes
Adriano da Gama Kury
Leodegário Amarante de Azevedo Filho;
Amós Coêlho da Silva.

Informações sobre o evento, a Academia e suas publicações podem ser obtidas com o Coordenador da Semana e Secretário da Academia, Prof. Dr. José Pereira da Silva: pereira@uerj.br

Círculo Fluminense de Estudos Filológicos e Lingüísticos. CiFEFiL
Rua Visconde de Niterói, 512 / 97
CEP: 20943-000 Rio de Janeiro –RJ
Tel./Fax.: (021) 2569-0276
e-mail: pereira@uerj.br
Diretor-Presidente
José Pereira da Silva
Vice-Diretor
Maria Lúcia Mexias Simon
1o Secretário
Alfredo Maceira Rodríguez
2o Secretário
Ruy Magalhães de Araújo
Diretor Cultural
Aileda de Mattos Oliveira
Vice-Diretor Cultural
Cristina Alves de Brito
Diretor Financeiro
Amós Coêlho da Silva
Vice-Diretor Financeiro
Salatiel Ferreira Rodrigues
Diretor de Relações Públicas
Afrânio da Silva Garcia
Vice-Diretor de Relações Públicas
Álvaro Alfredo Bragança Júnior
Diretor da Revista Philologus
Nataniel dos Santos Gomes
Vice-Diretor da Revista Philologus
Vito César de Oliveira Manzolillo
Domínio do CiFEFiL
www.filologia.org.br


O FILÓLOGO DE PLANTÃO
www.filologia.org.br/filologo
Redator: Alfredo Maceira Rodríguez
Rua Brasilina, 34 / 204
21350-060 – Cascadura – Rio de Janeiro – RJ
Tel.: (021) 2593-1960
e-mail: alfredo.ntg@terra.com.br
home page: www.filologia.org.br/alfredo

textos de gladstone chaves de melo

Publicamos apenas dois resumos de capítulos do livro Iniciação à filologia e à lingüística portuguesa, livro básico para todos os que se interessam pelas Ciências da Linguagem. O autor, Gladstone Chaves de Melo, é o homenageado do VII CNLF. Cada um dos capítulos – todos eles interessantíssimos – é encerrado com um resumo mnemônico. Aqui reproduzimos dois: o referente às línguas românicas e o do português do Brasil. Não se conforme só com estes resumos. Leia ou releia o livro todo. É fácil de encontrar.

A formação das línguas românicas

Resumo mnemônico

Línguas românicas, neolatinas, novilatinas ou latinas são os diversos aspectos que o latim tomou, através do tempo e das várias regiões, após a queda do Império e a constituição das nações modernas. Não foi o latim clássico – literário e artificial – que se transformou, mas o latim vulgar ou coloquial, língua viva e falada pelo povo romano e povos romanizados, latim que apresentava modalidades regionais e cambiantes sociais nas várias províncias e nas diversas classes.

Tais causas principais contribuíram para a profunda alteração da língua de Roma: diferenciação cronológica na implantação do latim; diferenciação do substrato, ou seja, influências diversas das línguas preexistentes nas regiões romanizadas; e quebra da unidade política e cultural, decorrente da destruição do Império, o que fez com que cada dialeto ficasse livre de realizar suas tendências diversionistas. Sobre tudo isso, as influências do superstrato: cada povo bárbaro adotando o latim, falou-o à sua moda, imprimindo nele muitos dos seus anteriores hábitos lingüísticos. Esquematizando: libertação e multiplicação de fatores de divergência, desaparecimento das forças unificadoras.

Assim, surgiram inúmeros romances, continuados alguns em línguas românicas.

A língua portuguesa no Brasil

Resumo mnemônico

Descoberto o Brasil, para cá transplantaram os nossos colonizadores sua língua, ainda com aspecto arcaico, próxima da que nos documentam os textos do século XV. Aqui entrou o português em convivência com o tupi, tornado “língua geral”, e com os idiomas africanos, principalmente os falares bantos. Da longa e profunda influência de substrato e superstrato decorreu uma acentuada diferenciação na língua românica, alterada em diversos dialetos crioulos de tipo vário. No entanto, com a continuação e intensificação das forças centrípetas – influência da classe senhorial, língua escrita, escolas, prestígio das elites e ondas sucessivas de emigrantes lusos, vindos de todos os pontos de Portugal -, unificou-se de novo a língua européia. A feição literária foi cultivada desde os primórdios, a ponto de no século XVIII escritores brasileiros sobrepujarem portugueses quanto ao apuro do vernáculo.

No vasto hinterland a fala popular apresenta surpreendente unidade, o que se deve a multiplicados s fatores, entre os quais destacamos e fazemos preponderar a ação povoadora e civilizadora das Bandeiras. O fundo dessa língua popular é o português arcaico-tardio sobre o qual trabalharam dialetismos portugueses e influências de substratos e superstratos indígenas e africanos.

Depois de constituído um espírito nacional brasileiro, já diverso do português, surgiu e vai ganhando expressão cada vez mais viva um “estilo brasileiro” , reflexo do espírito, da afetividade e do meio físico social brasileiro. Esse “estilo nacional” é que tem levado muito ensaísta mal avisado a falar em “língua brasileira”.

A nossa língua, pois, é a portuguesa, com um tipo geral de pronúncia diverso, com vocabulário enriquecido e com algumas preferências sintáticas bem definidas. A redução de flexões nominais e verbais da língua popular, sobretudo a caipira, representa um desvio, e não uma evolução.

MELO, Gladstone Chaves de. Iniciação à filologia e à lingüística portuguesa. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, 1981. (Há edições de anos mais recentes.).

 

tradução

Texto do número 34 (Reproduzimos aqui o texto, por se não o tem a mão).

A fivela

Vinha usando a fivela no cinto não era de hoje. Ninguém perguntara nada. A mãe viu, achou que estava um pouco escura. Ela mesma fora buscar cinza e limão para a esfregação.

Muitas vezes fora ao trabalho, varrera a loja, subira escada, armara ratoeira, espanara a poeira nas vistas do patrão. Nenhuma palavra. Só uma vez sentira calor pelo corpo. Foi quando o patrão tirou os óculos e chamou.

MEDAUAR, Jorge. História de menino (fragmento)


La hebilla

Estaba usando la hebilla en el cinturón hacía ya algún tiempo. Nadie le había preguntado nada. La madre vio, le pereció que estaba un poco oscura. Ella misma fue a buscar ceniza y limón para fregarla.

Muchas veces había ido al trabajo, barrido la tienda, subido por la escalera, armado la ratonera, sacudido el polvo ante la vista del patrón. Sólo una vez había sentido calor en el cuerpo. Fue cuando el patrón sacó los anteojos y lo llamó.

(Outro texto no próximo número.)

feliz natal!

¡FELICES NAVIDADES!

FELICAN KRISTNASKON!