CALVÁRIO
Entre os quatro quadrados
azuis, os espaços vazios
da toalha em ponto de cruz.
Entre as quatro paredes,
o espaço aberto do sonho tecido
no dia-a-dia de coisas por fazer.
Entre as quatro estações da vida
tecida em cruz, a morte do dia-a-dia
di-a-ria-men-te vivida.
E entre os lençóis, o enfado do sexo
por obrigação, a olhar o crucifixo
pendurado na parede descascada.