RESUMOS

 

A Arte de Produzir Textos

Maria do Socorro Melo Araújo (UERR)

 

A desmotivação dos alunos frente ao estudo da língua portuguesa, principalmente no que concerne à leitura e à produção textual - processo essencial no desenvolvimento da aprendizagem – é sabida de todos.

"Arte de Produzir Textos" fundamenta-se na necessidade de expandir o uso da linguagem, sabendo assumir a palavra e produzir textos – tanto orais como escritos – coerentes, coesos, adequados a seus destinatários, aos objetivos a que se propõem e aos assuntos tratados.

“Não quero faca nem queijo; quero é comer queijo. Se não tenho fome é inútil ter queijo. Mas se tenho fome de queijo e não tenho queijo, eu dou um jeito de arrumar um queijo..." Adélia Prado. Constatada a "fome de queijo" dos nossos alunos, partiremos à caça ao "queijo" de forma dinâmica, lúdica e prazerosa através de oficinas que produzam conhecimentos, respeitando as variedades lingüísticas do português falado; melhorando a qualidade das relações pessoais através da expressão dos sentimentos, experiências, idéias e opiniões; bem como aplicando a gramática normativa na agradável arte de produção de textual.

 

 

A CULTURA INDÍGENA
NAS ESCOLAS DO ESTADO DE RORAIMA

Ana Aparecida Vieira de Moura (UERR)
Carmem Véra Nunes Spotti (UERR)
Luzineth Rodrigues Martins (UERR)
Nildete Silva de Melo (UERR)

 

O presente trabalho versa sobre a análise do trabalho sobre elementos da cultura indígena trabalhados na sala de aula das escolas de Boa Vista. O Estado de Roraima tem presença marcante da cultura indígena em sua formação populacional ou regional, haja vista os grandes conflitos gerados por demarcação de terras indígenas e o preconceito etno-lingüístico e sócio-econômico que envolve a sociedade. Em uma perspectiva da Educação inclusiva percebe-se que os aspectos da cultura indígena são necessários no currículo escolar, leia-se aqui Livros didáticos, planos de curso e projetos didáticos assumidos oficialmente pelo sistema educacional roraimense. Destaca-se que no contexto do Estado de Roraima a omissão e a desvalorização da cultura dos povos indígenas, quer seja na língua, suas narrativas orais, musicas, comidas, arte, danças, seria incoerente com o principio da Educação Inclusiva, com as orientações emanadas pelo Ministério da Educação, com as orientações advindas dos Parâmetros Curriculares Nacionais e principalmente, inconsistente a um ensino em que questões atuais são discutidas nacional e internacionalmente, ferindo aos conceitos etnogeográficos e etnohistóricos

 

 

A estética da repetição em “Cidade de Deus”,
”manual dos inquisidores” e “maio mês de Maria”

Jurema José de Oliveira (UFF)

 

A proposta do estudo da violência e da violação em obras literárias atuais originou-se em trabalho apresentado como Dissertação de Mestrado com o título O espaço do oprimido nas literaturas de língua portuguesa no século XX: Graciliano Ramos, Alves Redol e Castro Soromenho, com o objetivo de encontrar pontos semelhantes, a partir de enfoques diversos da questão da opressão, em literaturas de língua portuguesa, a saber: a brasileira, a angolana e a portuguesa. A tese foi o lugar buscado para se efetuar uma aprofundada reflexão em torno da violência e da violação, espécie de ponto de chegada da opressão, sua causa e conseqüência, por assim dizer. Logo, as reflexões aqui propostas são o resultado desse estudo.

 

 

A IMPORTÂNCIA DO MATERIAL DIDÁTICO
DE LÍNGUA PORTUGUESA
NO CURSO PRÉ-VESTIBULAR DE NOVA IGUAÇU

Sinézio Gomes da Silva (UFRJ)

 

Não são poucos os artigos publicados acerca da preocupação de muitos especialistas em Língua Portuguesa com o livro didático usado para o ensino de gramática. A inquietação desses profissionais é justificada pela qualidade duvidosa de alguns manuais levados à sala de aula, que, devendo ser uma fonte de estímulo e desafio para o discente, acabam se transformando num fim em si mesmos, propagadores de regras gramaticais estéreis, quando se espera que o livro didático seja meio profícuo de aprendizagem, estigmatizando os diferentes usos da língua que, quando aparecem, são alvo de olhar corretivo. Impulsionados pelo desejo de mudar essa realidade, os bolsistas do Pré-Vestibular Comunitário mobilizaram-se na construção de material didático que satisfaça as exigências de um ensino coerente e atrativo, priorizando sempre o texto como unidade de trabalho, conforme prevêem os PCN de Língua Portuguesa. Para isso, organizam-se apostilas com atividades que fomentem o raciocínio crítico e reflexivo sobre os usos lingüísticos - padrão ou não - em diferentes gêneros textuais. O objetivo é testar a eficácia desses materiais didáticos no contexto de preparação de alunos para os exames vestibulares. Nesse sentido, o presente trabalho objetiva: (a) mostrar as várias possibilidades de criação de material didático qualificado, fruto de continuada pesquisa docente e (b) expor as condições reais em que as apostilas de Língua Portuguesa do Pré-vestibular social estão se produzindo, bem como a receptividade do alunado para com esse material elaborado por "várias mãos", já que resulta de pesquisa, debates e ajustes coletivos. Acreditamos, dessa forma, oferecer objeto para reflexões não só ao professor de língua portuguesa, e também aos alunos.

 

 

A intencionalidade
na produção do discurso de Ariel versus Ace

Andréia Cristina de Souza (UNINCOR)

 

Segundo a Teoria dos atos de fala aqui representada, nos atemos à intencionalidade na produção dos discursos da marcas de sabão em pó: Ariel X Ace, onde em ambos a veiculação de suas respectivas propagandas na TV visam o convencimento da consumidora (dona de casa) da qualidade do produto. Através das evidências lingüísticas, "as diversas perspectivas, pontos de vista ou posições que se representam nos enunciados" (Ducrot - 1980, 1984) da marcas de sabão em pó. Num grande jogo de palavras e imagens as duas marcas de sabão em pó, ato de fala implícito ou explicito que é produzido com persuasão, disputam de formas diferentes a preferência da dona de casa, Ariel (maridos) - dona de casa de maior pode aquisitivo e Ace (cantor sertanejo) - dona de casa de menor poder aquisitivo, ambas marcas da mesma empresa, a Procter & Gamble.

Procurando distinguir dizer e mostrar, penetramos e chegamos a macrossidade do discurso produzido das duas grandes marcas de sabão em pó - Ariel e Ace que fizeram da empresa produtora a campeã de vendas desses produtos.

 

 

A LENDA DA RUFINA

Maria Georgina dos Santos Pinho e Silva (UERR)

 

O livro é resultado do trabalho realizado pelos acadêmicos do curso de Letras da Universidade Estadual de Roraima sob a coordenação da professora Maria Georgina (organizadora) com o intuito de refletir sobre a importância das lendas como instrumento de conservação da imaginação e criatividade dos antigos moradores do Município de Mucajaí, que cultivavam o hábito de contar histórias à luz de lamparina e que se perdeu com que o advento da luz elétrica e a chegada da televisão. O livro de literatura infanto-juvenil, registra a primeira dentre tantas lendas contadas no município.

A lenda da Rufina faz referencia a fatos que aconteceram, segundo relatos dos moradores, a 52 km da capital de Boa Vista, em meados de 1945, envolvendo uma senhora cabocla que gostava de pescar com seus familiares...

 

 

A PROFISSÃO DOS MEUS SONHOS

Roberta Fernandes Vieira (UERR)

 

A necessidade de despertar a preocupação com uma formação superior é o incentivo para buscar informações sobre o processo de ingresso (vestibular) nas várias áreas afins por meio de pesquisas realizadas em instituições de Ensino Superior e através dos profissionais engajados em diversas atuações. A intenção do Projeto "A PROFISSÃO DOS MEUS SONHOS" é fazer com que os alunos da Escola Estadual de Ensino Médio Gonçalves Dias adquiram conhecimentos sobre os cursos oferecidos pelas Universidades de Roraima e compreendam a diferença entre as habilitações, para desvendar a lendária questão: "Que curso devo fazer?".

Tem como objetivo principal esclarecer dúvidas a respeito de diversas profissões, visando incentivar a turma concluinte do Ensino Médio a ingressar no Ensino Superior e valorizar a busca infinita do conhecimento. Também de ajudar a descobrir suas vocações, incentivar a participação ativa, quando acadêmicos, nos movimentos universitários e reconhecer o papel do profissional e sua participação no setor social.

Os trabalhos serão realizados pelas turmas de 3º ano, que escolheram previamente as profissões mais requisitadas entre eles nessa região. A apresentação dos trabalhos acontecerá na Feira do Conhecimento realizada pela referida escola.

 

 

A QUESTÃO TAXIONÔMICA
DA HIDROTOPONÍMIA ACREANA:
RESULTADOS PRELIMINARES DO PROJETO
ATLAS TOPONÍMICO
DA AMAZÔNIA OCIDENTAL BRASILEIRA (ATAOB)

Marcos José Cordeiro Alves (UFAC)
Alexandre Melo de Sousa (UFAC)

 

Esta comunicação apresenta os primeiros resultados do Subprojeto Hidrotoponímia da Amazônia Ocidental Brasileira: a nomenclatura dos rios acreanos, em operacionalização na Universidade Federal do Acre, que objetiva, num sentido amplo, inventariar, catalogar e analisar os nomes dos rios do Estado do Acre, com vistas a identificar os fatores naturais, sociais e culturais que possam estar refletidos e, possivelmente, preservados na referida nomenclatura. O corpus utilizado nesta pesquisa - 28 (vinte e oito topônimos) - foi coletado em Folhas Cartográficas do Estado do Acre, da Amazônia Legal e dos municípios, disponibilizados pelo IBGE-AC. Para a análise desses dados, seguimos os modelos propostos por Dick (1992, 1996), que contempla dois pontos de vista: o taxionômico (que diz respeito à classificação do topônimo segundo as categorias - 11 (onze) de Natureza Física e 16 (dezesseis) de Natureza Antropo-Cultural; e o ponto de vista lingüístico (que diz respeito ao campo étno-dialetológico e histórico-social). Como resultados preliminares, a investigação dos sintagmas toponímicos selecionados, de um modo geral, mostrou a presença da língua portuguesa mesclada com a língua indígena, em alguns casos. Verificou-se, também, que a maioria dos topônimos incluem-se no grupo toponímico de natureza Física. Esses resultados, ainda que prematuros, sinalizam a forte influência de fatores extralingüísticos, sejam características ambientais , sejam fatores de ordem sócio-cultural. Os resultados alcançados no subprojeto supracitado serão somados ao banco de dados do CEDAC/UFAC, onde estão sendo desenvolvidos o Projeto ATAOB e o Projeto Atlas Lingüístico do Acre.

 

 

A SEDUÇÃO DAS METÁFORAS PUBLICITÁRIAS

Vanessa da Silva Britto (UERJ)

 

Partindo-se do pressuposto de Lakoff & Johnson (2002) de que as metáforas fazem parte da vida cotidiana, e dos Parâmetros Curriculares Nacionais sobre a importância da diversidade de gêneros textuais num ensino dinâmico e letrado, analisamos anúncios metafóricos, almejando mostrar a sedução das metáforas publicitárias e sugerir sua aplicação na leitura do aluno como um ser ativo na construção de sentidos.

 

 

 

A TECEDURA DO TEXTO NA TRAMA DO TEAR

Rita Gemino (FAMA)

 

Através da simbologia criada entre a tecelã e o escritor, pretende-se retratar o fazer poético tendo como apoio para a intertextualidade os textos de Marina Colasanti, Mário Quintana e Cecília Meireles. Serão apresentados poemas e contos provocando um entrelaçar entre a escritura e a confecção de um texto.

 

 

A variação lingüística
como ferramenta para troca e ampliação
do conhecimento entre os acadêmicos da UERR

Edilene Batista da Silva Leite (UERR)

 

A Variação lingüística existente entre os acadêmicos da UERR no Campus de São João da Baliza, Roraima por ser um estado novo recebe famílias de várias regiões do Brasil. Formando uma variação Lingüística muito grande. As salas de aulas são verdadeiros laboratórios para o estudo dessa diversidade cultural. A troca de experiências proporciona o crescimento e ampliação dessas variedades, fazendo com que o aluno interaja com essa diversidade de informação. Portanto, respeitar a variedade lingüística de toda e qualquer pessoa, pois isso equivale a respeitar a integridade física e espiritual dessa pessoa como ser humano, porque a língua permeia tudo, ela nos constitui enquanto seres humanos.

 

 

A VARIEDADE DA LÍNGUA PORTUGUESA
EM USO EM MOÇAMBIQUE, PAÍS AFRICANO

Fátima Helena Azevedo de Oliveira (UNESA)

 

Há muito uma questão tem sido alvo de preocupação e pesquisa: em Moçambique a língua portuguesa permanece como de unidade nacional, como a proposta da política lingüística do pós-independência?

Ao lecionar no país observei que as línguas moçambicanas dividiam espaço com a língua portuguesa. Além deste fato, os países anglófonos da circunvizinhança, por tradição, são fonte de emprego e renda do moçambicano, que tem o inglês como uma língua presente no dia-a-dia. Em meios acadêmicos, na época em que lecionei em Moçambique, muitas vezes os trabalhos eram escritos primeiro em inglês e só depois, traduzidos para o português.

Na presente investigação, objetiva-se descrever a situação da língua portuguesa em Moçambique. Será empregada a metodologia de levantamento terminológico e análise de transmissão radiofônica local.

 

 

ÂMBITOS E FUNÇÕES DO PORTUGUÊS E ESPANHOL
EM BRASILÉIA E EPITACIOLÂNDIA-AC: NOTAS INICIAIS

Vanessa Barros de Queiroz (UFAC)
Milton Francisco da Silva (UFAC)

 

Esta comunicação diz respeito ao contato entre Português e Espanhol na região de fronteira do Acre com a Bolívia e consiste na exposição de nosso subprojeto de pesquisa de Iniciação Científica em desenvolvimento na Universidade Federal do Acre, intitulado "Âmbitos e funções do Português e Espanhol em Brasiléia e Epitaciolândia-AC". Esse subprojeto tem como objetivo examinar os âmbitos e as funções de uso de ambas as línguas em Brasiléia e Epitaciolândia. Para tanto, consideramos, por exemplo, os conceitos de ambiente lingüístico, comunidade lingüística e diglossia, a partir de Appel e Muysken (1996) e Calvet (2002, 2007).

 

 

Aprendendo a ler com o Jornal
Prática em sala de aula

Mariza Rosa de Araujo (UEZO)

 

Compartilharei uma prática em sala de aula com alunos de 3º. ano do Ensino Médio. Através de prática vivida por eles, podemos encontrar incentivo para leitura. Como realizar leitura sobre o Modernismo e fazê-los entender que tudo que se passou na história tem a ver com suas vidas hoje? Conseguimos realizar através da confecção de Jornais, veiculados pelos próprios alunos. É possível empreender e sonhar com alunos criativos, dinâmicos e que descobrem através de seus trabalhos que são capazes!

 

 

Aquisição da Linguagem
Uma Análise das Propostas

Gisele Oliveira de Abreu (UERJ)
Luciana Morais da Silva (UERJ)

 

A proposta deste trabalho é a de apresentar as mais relevantes teorias acerca da aquisição da linguagem, focalizando-se nas abordagens empiristas e inatistas, de modo a esclarecer os pontos dúbios dessas. A fundamentação teórica ancora-se nos estudos inatistas, funcionalistas, cognitivo-funcionalistas, construtivistas, associacionistas e behavioristas. A pergunta inicial desta proposta investigativa é: Seria a aquisição da linguagem apenas inata ou totalmente adquirida? Tal pergunta vincula-se ao conceito de aquisição da linguagem tal qual proposto por Santos (In Fiorin, 2005), relacionando o processo da fala ao da descoberta do mundo e da identidade.

 

 

Argumentação em propaganda de sabonete

Maria Cecília Fachini França de Souza

 

O foco para o trabalho que nos levou à escolha do nosso tema de pesquisa, foi a presença constante da mídia no cotidiano e seus argumentos plausíveis tentando convencer o outro a mudar de opinião e pensamento.

Verificando a influência que a propaganda exerce no consumidor, houve o interesse na junção da propaganda e da Semântica da Argumentação. Essa área da Lingüística foi escolhida pela análise dos argumentos, sendo esses intencionais já que pretendem influir sobre a opinião do outro, o interlocutor.

Os resultados das análises feitas mostram realmente como um argumento bem formulado pode influenciar o outro, levando-os a uma conclusão que o consumidor não chegaria sem a influência da propaganda. Constatamos, também, que a mídia causa efeitos no consumidor e as propagandas são dirigidas para cada tipo de público. As opiniões anteriores do consumidor são utilizadas como gancho no argumento do discurso da propaganda para convencê-lo de outra opinião.

Tendo como base a Semântica da Argumentação e a análise geral das propagandas, podemos trabalhar em sala de aula com esse tema, a fim de mostrar para os alunos as ''armadilhas'' publicitárias. A teoria da argumentação já vista pode ser vastamente trabalhada em sala de aula, tanto no Ensino Fundamental, quanto no Ensino Médio. O objetivo desse trabalho é verificar o conhecimento o prévio do aluno em relação à argumentação e com isso trabalhar as concepções argumentativas e o uso específico na publicidade (mostrando em primeiro estágio que nenhum texto é neutro, nem mesmo aqueles que os alunos utilizam diariamente, como o caso do material didático, entre outros exemplos) e o processo que o enunciador, no caso o publicitário, utiliza para convencer o consumidor.

 

 

AS INFLUÊNCIAS EDITORIAIS NAS OBRAS PUBLICADAS
EM LIVRO DE MACHADO DE ASSIS

Fabiana da Costa Ferraz Patueli (UFF).

 

 

Este texto propõe uma discussão acerca da a organização editorial das obras literárias de Machado de Assis reunidas em volume, bem como a sua influência no conjunto de significação em relação aos novos arranjos que lesam as intenções do autor em detrimento às razões mercadológicas ou didáticas. Rompendo o aspecto familiar percebido pelo autor de alguns de seus escritos que transparecem o fôlego de uma trajetória como leitor, vivente e idealista; e que os entrega ao leitor para absolvição se for necessário.
Para este fim utilizamos os prefácios e as advertências acoplados aos volumes organizados pelo autor, bem como as correspondências e notas dos editores e outros que contradizem com as intenções do autor, isto é, a perspectiva de toda uma época, conteúdo sócio-cultural brasileiro!
Contudo, consideramos que o processo editorial é apenas um grande veículo para uma discussão maior relacionada ao patrimônio sócio-cultural brasileiro que está presente nas obras de Machado de Assis que percorre o tempo para uma época anterior a si mesmo ou quando antecipa perspectivas.

 

 

As lutas e as contestações silenciadas:
uma leitura de "Apesar de você",
de Chico Buarque

Luciana Marino do Nascimento (UFAC)

 

No momento em que se completaram 43 anos do início da Ditadura militar (que se prolongou por duas décadas), reler a canção "Apesar de Você", de Chico Buarque, é, sem dúvida, uma oportunidade para repensarmos as estratégias da produção cultural em tempos de silenciamento da palavra crítica

 

 

As mil e uma noites -
oralidade, encadeamento, construção
e dramaticidade

Sascha Borges (UERR)
Fátima Sanchez (UERR)

 

Já há algum tempo o meio acadêmico descobriu o RPG (Role Play Game), ou jogo de interpretação de personagens fictícios, como uma forma de narrativa oral, coletiva e participativa. Nossa proposta consiste em estimular a criação literária a partir da técnica do RPG, a fim de ampliar os instrumentos lúdicos do educador.

As mil e uma noites servirá como "livro guia" para a oficina proposta. A razão que moveu essa escolha foram as semelhanças que estabelecemos entre o RPG e a estrutura dos contos árabes na aventura de Sherazade: oralidade, encadeamento, construção e dramaticidade.

Essa oficina irá ensinar a técnica do RPG para aplicação em sala de aula como uma ferramenta inovadora a fim de estabelecer relações interdisciplinares na sistematização do conhecimento.

 

 

As Palavras Como Memória Ancestral:
Palavras Africanas
em Uso no Português do Brasil

Eliane Nogueira dos Santos Oliveira (FEUDUC)

 

O presente trabalho tem como objetivo apresentar e vivenciar propostas de atividades na disciplina de Língua Portuguesa utilizando palavras de origem africana, contribuindo assim para aumento do reconhecimento e respeito às culturas africana e afro-brasileira previstos na Lei nº 10639/03.

 

 

Aspectos comparativos entre as Línguas
Portuguesa, Macuxi e Wapichana

Élder José Lanes (UERR)

 

Este trabalho apresenta comparação entre aspectos lingüísticos das línguas indígenas Macuxi e Wapixana, faladas pelos dois maiores grupos indígenas de Roraima, e a língua portuguesa.

 

 

ASPECTOS FONÉTICOS: O ATLAS LINGÜÍSTICO DO ACRE

Jacqueline Goes da Silva (UFAC)
Márcia Verônica Ramos de Macedo Sousa (UFAC)

 

INTRODUÇÃO: O trabalho é uma contribuição aos estudos dialectológicos e geolingüísticos do Brasil e ao Atlas Etnolingüístico do Acre - ALAC. Para tal, transcreveu-se a fala de seringueiros acreanos. Foram observados aspectos como a pronúncia, a variação lexical e fonética, os mecanismos articulatórios, assim como algumas alterações fonéticas como os Metaplasmos e outros fenômenos fonéticos como a despalatalização, o consonantismo, o rotacismo, a realização das africadas e das palatais, entre outros.

OBJETIVOS: Contribuir para o ensino de Língua Portuguesa nas escolas e verificar se há diferenças de acordo com a área pesquisada, a faixa etária e o sexo dos informantes.

MÉTODOLOGIA: O questionário específico transcrito contém 1.235 questões que abordam os campos semânticos: A - Natureza; B - Homem; C - Atividade. Os informantes são doze, sendo dois homens e duas mulheres por localidade, todos na faixa-etária de 36 a 80 anos. Na transcrição fonética das lexias optou-se pelo modelo francês do Alfabeto Fonético Internacional - API e para a análise dos dados seguiram-se os pressupostos teóricos da Fonética, Fonologia, Dialetologia e Geolingüística.

CONCLUSÃO: Através desse estudo verificou-se a riqueza no falar da comunidade seringueira acreana, sobretudo no que se refere aos aspectos fonéticos, próprios não somente na região do Vale do Acre. Pode-se inferir que as alterações fonéticas na fala do seringueiro acreano representam não somente a realidade lingüística de um ser isolado nos seringais amazônicos, mas que está presente na fala de muitos brasileiros, sobretudo naqueles que têm um menor grau de escolaridade.

 

 

Aspectos metalingüísticos
da lingua(gem) da morte
no romance "As meninas", de Lygia Fagundes Teles

Maria das Dores Pereira Santos (UNEB)

 

Neste trabalho, a partir do romance "As meninas", de Lygia Fagundes Teles, trataremos do uso da metalinguagem como elementos construtor de uma lingua(gem) poética da morte.

 

 

Atitudes lingüísticas
em Brasiléia e Epitaciolândia-AC:
primeiras anotações

Odineide de Farias de Oliveira (UFAC)

 

Brasiléia e Epitaciolândia, cidades acreanas vizinhas à Cobija (Bolívia), têm como característica o contato de português com espanhol em diferentes âmbitos. A respeito desse contato, desenvolvemos o subprojeto de pesquisa intitulado "Atitudes lingüísticas nas fronteiras do Acre: português e espanhol em contato", o qual é objeto desta comunicação. Nossa leitura apóia-se, sobretudo, em Appel e Muysken (1996) e Calvet (2002, 2007). Investigaremos as atitudes lingüísticas que estudantes de Brasiléia e Epitaciolândia - falantes de português - têm em relação ao espanhol e a seus falantes, sobretudo bolivianos. Utilizaremos questionário na coleta de dados.

 

 

ATLAS LINGÜÍSTICO DO ACRE:
AS REALIZAÇÕES DO /S/ EM CODA SILÁBICA

Lindinalva Messias do Nascimento Chaves (UFAC)

 

Apresentamos os primeiros resultados de uma tentativa de identificação das realizações variáveis do /s/ em posição de coda silábica na língua portuguesa falada no Estado do Acre. Vários estudos similares, no âmbito da Sociolingüística, da Fonética, geral ou experimental, da Dialetologia, têm sido empreendidos em outras regiões do país, mas os registros das realizações concernentes ao Estado do Acre estão apenas iniciando. Foram selecionados informantes tipicamente acreanos e realizadas gravações com dois microfones, o que resulta em documento composto de dois oscilogramas sincrônicos. A análise dos dados foi feita de acordo com os pressupostos da fonética experimental. Em termos de marcas dialetais, os primeiros resultados apontam para a realização de [s] e [z] como característica da fala acreana. No que se refere à assimilação consonântica de sonoridade, o poder assimilador das oclusivas é maior do que o das constritivas. Esses resultados levam a apontar, pelo menos de início, que o acreano realiza as alveolares [s] e [z] em posição pós-vocálica, abrindo-se exceções apenas para os contextos palatalizantes ou em que os falantes encontram algum obstáculo como o ponto de articulação igual para dois segmentos. Contudo, o trabalho carece de ampliação do corpus, o que será feito com a coleta para o Atlas Lingüístico do Acre, e do exame de parâmetros extralingüísticos para que se possa dizer que o assunto foi explorado a fundo.

 

 

Brincando com os arcaísmos

Janaina Moreira Pacheco de Souza (UERR)

 

O objetivo deste trabalho realizado com os alunos do Curso de Ciências da Computação, no Município de Caracaraí - RR, foi ressaltar os principais aspectos que classificam a língua como um sistema dinâmico. Entendemos que arcaísmo é a palavra ou expressão que entrou em desuso numa língua e estas vão sendo preteridas por outras mais recentes, até que seu uso não seja mais efetivado na atualidade. Consideramos que a abordagem deste tema é de suma importância, pois está relacionado diretamente com a mudança lingüística decorrente de fatores internos e externos que fazem com que haja transformação da língua. Os alunos demonstram de forma criativa e lúdica estas transformações, aguçando sempre a curiosidade daqueles que compartilham da apresentação do trabalho.

 

 

Construindo o imaginário
da criança e da ciência:
O des-velar da BELA ADORMECIDA
Várias linguagens, várias análises

Fátima Sanchez (UERR)
Madalena Borges (UERR)

 

A Literatura Infantil, e em particular a história da Bela Adormecida, carrega uma enorme riqueza epistemológica que permite as diversas áreas do conhecimento utilizá-la como exemplo paradigmático de expressão de suas teses. Nossa proposta consiste em discutir diversas análises baseadas na história da Bela Adormecida, seus pontos de intercessão e seus raios de divergências, identificando com base nos mesmos as contribuições da análise lingüística para uma discussão epistemológica multidisciplinar.

Devemos salientar que consoante nossa perspectiva, a história infantil, enquanto paradigma epistemológico, tanto contribui na qualidade de exemplo como modela as teses.

 

 

Contribuições da Lingüística
no Ensino de Gramática

Eduardo Gomes Filho (UEZO)

 

Contribuições da Lingüística no Ensino de Gramática é um estudo panorâmico das mudanças que ocorreram no ensino da língua materna a partir dos anos 50 até os dias atuais, o qual foi apresentado como trabalho de conclusão do curso de licenciatura em Letras. Tópicos relevantes que serão abordados: A contribuição da Lingüística e os primeiros passos no ensino de gramática; A contribuição da Lingüística após a lei 5692.71; A contribuição da lingüística em resposta aos conflitos no ensino de gramática; A contribuição da Lingüística com a Implantação dos PCNs.

 

 

Correlação
terceiro processo de estruturação sintática?

Ivo da Costa do Rosário (UERJ e UFRJ)

 

É patente nos estudos lingüísticos uma provável inadequação teórica no que tange à dicotômica divisão dos períodos compostos em subordinados e coordenados. Pelo menos há algumas décadas, verificamos que alguns autores propõem a existência de não apenas dois processos de estruturação sintática, mas três. Entre eles, podemos destacar Oiticica (1952), Melo (1978) e mais recentemente, Rodrigues (2007). De fato, os estudiosos encarregados de elaborar a Nomenclatura Gramatical Brasileira teceram acalorados debates em torno da possibilidade de o processo de correlação ser autônomo em relação aos demais. Contudo, diante de inúmeras divergências, tais teóricos optaram por manter apenas os dois clássicos processos de estruturação sintática (coordenação e subordinação). Nosso trabalho visa, portanto, a investigar a adequação da proposta dos teóricos da NGB ou a premência de postularmos um tratamento diferenciado para as orações correlativas, como distintas das subordinadas e coordenadas.

 

 

Da proposta à real simplificação ortográfica

Márcio Ribeiro dos Santos (UERJ)

 

Embora o papel das normas ortográficas corresponda à sistematização e à unificação da escrita, não se vê a prática dessa teoria entre os oito países representantes da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). Com isso, já há algum tempo tenta-se uma uniformização da ortografia portuguesa e, recentemente, outra notícia sobre uma reforma ortográfica foi veiculada em alguns meios de comunicação em massa.

Mesmo com essa necessidade de "organização" do léxico, alguns entraves de ordem político-lingüística conduzem esse atraso para a realização da reforma. Ainda assim, o que mais se destaca são a incoerência e a inconsistência de algumas idéias reformistas para a surpresa dos estudiosos da língua e para tristeza do ensino de língua portuguesa.

DE TRIBVS MODIS LINGVAE LATINAE DICENDAE

Washington da Silva Reis (UFRJ)

 

O minicurso em questão tem por escopo a análise e a prática dos três modi dicendi da língua latina reconhecidos pela tradição: a pronúncia Tradicional, a Eclesiástica e a Reconstituída.

Far-se-á isso com vistas a contribuir para com os estudos filológicos da língua portuguesa, pois os aspectos fonéticos da língua latina são assaz importantes para este tipo de estudo, já que podem ser verificados fenômenos que contribuíram para algumas alterações morfológicas na língua portuguesa.

Com base em gramáticos, filólogos e demais estudiosos, serão feitas as representações fonéticas de cada uma das vogais, ditongos, consoantes e grupos consonantais do Latim. Far-se-á ainda um cotejo entre as diferenças básicas existentes entre as aludidas pronúncias, para que sejam observados os pontos de assimilação ou divergência entre elas.

No campo prático, serão feitos exercícios de representação (ou transcrição) fonética de alguns vocabulários latinos em ambas as pronúncias, com base no Alfabeto Fonético Internacional, além da leitura oral de excertos de textos latinos variados.

 

 

DIVERSIDADE LINGÜÍSTICA E LÍNGUA MATERNA:
IMPLICAÇÕES AO ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA
EM RORAIMA

Ana Aparecida Vieira de Moura (UERR)
Carmem Véra Nunes Spotti (UERR)
Luzineth Rodrigues Martins (UERR)
Nildete Silva de Melo (UERR)

 

Este trabalho tem o propósito de discutir o ensino da língua portuguesa no contexto da diversidade lingüística da população roraimense, considerando a pluralidade cultural decorrente da forte migração causada pelo processo de colonização e de desenvolvimento econômico-social e a existência das diversas comunidades indígenas do estado. Faz-se para isto considerações sobre a língua materna da população residente em Roraima e o tratamento da diversidade cultural e lingüística no ambiente escolar: de que maneira é assumida pelos professores, como contribui ao ensino da língua e em que perspectiva é conduzida a variante padrão no ensino da Língua Portuguesa. Considera-se relevante que os professores reflitam sobre o contexto lingüístico de Roraima e sobre a norma lingüística como língua comum a toda a população roraimense.

 

 

Empréstimos árabes à língua portuguesa
Um estudo lexical

Bianca Graziela Souza Gomes da Silva (FAMA)

 

Trata-se de uma amostragem do léxico português de origem árabe, resultado da presença árabe na Península Ibérica; da Expansão Portuguesa; da entrada por línguas européias; da contribuição dos negros mulçumanos no Brasil e dos imigrantes árabes, sírios e libaneses espalhados de norte a sul do território brasileiro. Tais arabismos distribuem-se em vários campos semânticos cujos principais são: a administração pública, a guerra, a vida social e as relações sociais; a vida privada, a nomenclatura rural e urbana, a flora, os recursos naturais, a química, a fauna, a pesca, a pecuária, a agricultura, os pesos e medidas e a matemática; o comércio e a indústria, as dinastias e etnias, as cores, os adjetivos, os instrumentos gramaticais, os verbos, as saudações.

Deseja mostrar, a partir de Vargens (2007) o elemento árabe como agente diferenciador do português em relação ao restante dos idiomas neolatinos.

 

 

Encantos e Desencantos
do ser-professor-de-português

Sheila Praxedes Pereira Campos (UERR)
Maria Georgina dos Santos Pinho e Silva (UERR)

 

Apesar de todos os avanços alcançados pela Lingüística nos últimos tempos, percebe-se que a prática do professor de português não acompanha essas mudanças. Um dos motivos é a desarticulação do conhecimento teórico-metodológico estudado nos cursos de graduação em letras ao trabalho em sala de aula, que resulta em professores com enorme dificuldade em promover a educação lingüística de seus alunos e, consequentemente, a competência comunicativa do falante. Sob este ponto de vista, esta comunicação propõe uma análise do discurso sobre a língua e os discursos pedagógicos que povoam os cursos de letras e as aulas de português. Pretende-se ainda uma reflexão sobre as responsabilidades inerentes à formação deste profissional que, confrontado constantemente com a linguagem, vê-se inserido numa crise de identidade lingüística, tendo que dominar não apenas uma, mas várias "línguas", provenientes da população multicultural e multilíngüe que é a sua sala de aula.

 

 

Ensaio acerca da palatalização de /t/ e /d/
na fala acreana

Edmara Alves de Andrade Vitor (UFAC)
Lindinalva Messias do Nascimento Chaves (UFAC)

 

INTRODUÇÃO: Esta pesquisa é um estudo sobre a palatalização das oclusivas dentais /t/ e /d/ na fala Acre. A palatalização é um processo fonético que atinge as consoantes alveolares do português do Brasil. O fonema /t/, normalmente articulado como uma consoante oclusiva alveolar desvozeada, se manifesta, em alguns contextos, como alveopalatal desvozeada [tS] e o fonema /d/, que normalmente é articulado como uma oclusiva alveolar vozeada se manifesta como alveopalatal [dZ]. Essa variação jamais acontece em ambientes lingüísticos idênticos, isto é, formando pares mínimos. Assim, [tS, dZ] só ocorrem diante de i e [t, d] ocorrem diante das outras vogais.

OBJETIVO: Fornecer elementos para a descrição da realidade lingüística do Estado do Acre, contribuindo para a construção do Atlas Lingüístico do Acre.

METODOLOGIA: Leitura de textos: Malmberg (1954), Mattoso Câmara Jr. (1991), Messias (1999), Cristófaro (1999), Cunha (2006). Escuta de 48 fitas K7, análise quantitativa das ocorrências de /t/ e /d/ diante de i na fala dos informantes e transcrição fonética das palavras observadas.

CONCLUSÃO: O número de não palatalização de /t/ e /d/ não foi considerado muito importante visto que esse processo fonético não ocorreu em apenas 52 do total de 2.621 produções observadas. Esses resultados apontaram para a palatalização como característica da fala dos informantes estudados.

 

 

ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA
NAS ESCOLAS PÚBLICAS DE RORAIMA:
ESPELHO E REFLEXO:
POR QUE NÃO SE APRENDE A LER E A ESCREVER?

Ana Aparecida Vieira de Moura (UERR)
Carmem Véra Nunes Spotti (UERR)
Luzineth Rodrigues Martins (UERR)
Nildete Silva de Melo (UERR)

 

O trabalho ora apresentado objetiva fazer uma reflexão sobre o ensino da Língua Portuguesa na Educação Básica das Escolas Públicas do Estado de Roraima, partindo da premissa que este não atende às expectativas dos que esperam um resultado de qualidade. O foco de estudo é o desenvolvimento das habilidades de língua portuguesa tendo como base os Parâmetros Curriculares Nacionais, as avaliações nacionais (Saeb, Enad...), porém "startada" com uma pesquisa de opinião sobre a eficácia deste ensino. O que se demonstra que o paradoxo espelho e reflexo atendem ao momento que passa, na atual conjuntura, a estrutura do ensino da língua portuguesa; o primeiro por demonstrar o perfil do professor que atende a esta disciplina, isto é, um professor desmotivado, com baixa qualificação, muitas vezes sem formação, já o segundo reflete o fracasso da administração pública em oferecer um ensino de qualidade, um programa de qualificação aos professores que atendem à área, melhores condições de trabalho.

 

 

Entre seringais e colocações:
uma visão toponímica

Alexandre Melo de Sousa (UFAC)

 

O presente estudo toponímico trata dos resultados parciais a respeito de acidentes geográficos humanos (seringais e colocações) do Estado do Acre. Os referidos resultados somam-se a outros que compõem o Projeto Atlas Toponímico da Amazônia Ocidental Brasileira em operacionalização na Universidade Federal do Acre. Os dados que compõem o corpus da pesquisa foram coletados em cartas topográficas disponibilizadas pelo IBGE-AC, e são classificados e analisados de acordo com a proposta de Dick (1992, 1996). Mostraremos, a partir da análise, que a nomenclatura geográfica acreana selecionada evidencia a correlação língua/cultura/sociedade.

 

 

Estudo sobre o conceito de polifonia
em "a manta do soldado", de lídia jorge

Michele Eduarda Brasil de Sá (UFRJ)

 

O presente trabalho tem por objetivo apresentar o conceito de polifonia, tal como desenvolvido por Bakhtin e Ducrot, observando o papel do narrador intradiegético do romance "A manta do soldado", de Lídia Jorge. Ora alheio, ora apresentando-se como "a filha de Jorge", como a "sobrinha de Jorge", como a "filha de Maria Ema", percebe-se na narrativa um afluxo de diferentes enunciadores; além disso, existe também mais de um destinatário, se considerarmos que a obra é escrita para o leitor, em última análise, mas também "para que Walter saiba" - frase que se repete ao longo de todo o romance.

 

 

Expressões idiomáticas no ensino de Espanhol

David Sena Lemos (UERR)

 

A necessidade do ensino da Língua Espanhola na Educação Básica no Brasil é urgente, e hoje por força de legislação. Muito se discute sobre a concretização dessa lei, mas há muito que se rever quanto ao processo de ensino-aprendizagem dessa disciplina no ensino público. Após pesquisas realizadas em escolas públicas de Boa Vista quanto ao ensino desse idioma nos níveis fundamental e médio, verificou-se que as metodologias de ensino adotadas hoje não levam ao aluno a ter domínio do idioma, isso por vários motivos, desde o fato de ser uma disciplina que não reprova no ano letivo à aulas desinteressantes, que desestimulam o aprendiz. Diante disso, metodologias precisam ser reformuladas, propostas devem ser discutidas para que a partir agora o ensino se torne mais eficaz, e assim o aluno possa sair da escola falando esse idioma, dada sua necessidade, pois 11 estados brasileiros são fronteiriços com países de fala hispânica. Uma das sugestões que pode ser motivadora é o ensino através das expressões idiomáticas. Como em qualquer idioma, há milhares delas em espanhol e são muito usadas no ato comunicativo. Apresenta-se o idiomatismo espanhol através de uma análise com as expressões do português e suas possíveis origens, analisando suas bases, que podem ser em fatos reais ou folclóricos, algumas são duvidosas e outras engraçadas. Existem expressões com léxico e sentidos parecidos nos dois idiomas, outras com o mesmo sentido, mas estruturas gramaticais diferentes. Isso pode facilitar o entendimento do idioma em estudo. Portanto, como elemento enriquecedor da linguagem coloquial ou formal, considera-se as expressões idiomáticas de suma importância no ensino do Espanhol como língua estrangeira na educação básica.

 

 

Funcionalismo e Aquisição da Linguagem:
uma relação possível

Dóris de Fátima Reis Mendes (UFGO)

 

Este artigo apresenta uma síntese do segundo capítulo da dissertação de mestrado intitulada “A Aquisição dos Verbos Modais Poder e Dever no Português do Brasil” (Mendes, 2006), no qual se propõe uma discussão sobre as possíveis relações entre as teorias de aquisição da linguagem e a teoria funcionalista e em que medida essas teorias se coadunam para a melhor compreensão do processo de aquisição da linguagem.O artigo faz um breve histórico das teorias de aquisição da linguagem e se concentra mais na teoria sociointeracionista de Vygostsky (2003) por considerar que é esta a que mais se concilia com os princípios funcionalistas de Halliday (1978), Dik (1989) e Hengeveld (2003) principalmente no que diz respeito a concepção de linguagem inerentes a essas teorias. Ao final apresenta-se um quadro comparativo entre os teóricos e seus conceitos mais significativos em relação a aquisição da linguagem. A intenção é a de levantar uma discussão sobre uma possível contribuição da Teoria Funcional em estudos sobre a aquisição da linguagem e apontar as relações existentes entre as teorias apresentadas para um estudo desse processo.

 

 

Geografia lingüística:
o atlas lingüístico do brasil

José Pereira da Silva (UERJ)

 

Trataremos de apresentar o projeto do ALiB (Atlas Lingüístico do Brasil) a partir do material do próprio projeto, disponibilizado na Internet e com aplicação prática para a disciplina Filologia Românica e Lingüística Românica, mostrando os aspectos em que o projeto avança, aproveitando o adiantamento dos estudos de Geolingüística de mais de um século de caminhada.

Mostraremos, inclusive, o quanto é útil esse projeto, não somente para o adiantamento dos estudos da língua portuguesa e da política lingüística interna do País, mas também para os estudos geopolíticos, antropológicos, etnológicos, históricos etc.

 

 

GRAMATICALIZAÇÃO E DISCURSIVIZAÇÃO:
CONCEITOS E APLICAÇÕES

Vinicius Maciel de Oliveira

 

Propõe-se, neste estudo, uma discussão acerca dos conceitos e aplicações de dois processos de mudança lingüística: gramaticalização e discursivização. Objetiva-se estabelecer um confronto entre tais processos e, com base nisso, mostrar o quanto a discursivização se aproxima ou se afasta, no que tange ao conceito e à aplicação, da gramaticalização. Para o cumprimento desse intento, analisam-se alguns marcadores/ operadores discursivos e alguns verbos da Língua Portuguesa, associando a análise da alteração categorial desses itens lingüísticos a um processo ou a outro.

Esta investigação baseia-se nas noções de gramaticalização e discursivização de autores como HEINE et alii (1991), Traugott (1995), Martelotta (1996), Valle (2001), Tavares (2003) e Martelotta (2004). Dessa forma, debatem-se os pontos de vista de tais autores, encaminhado as perspectivas a uma discussão em que se possa, com base nos estudos dos fenômenos lingüísticos mencionados, definir e explicar os dois processos.

 

 

Historiando e conhecendo
a primeira gramática da língua portuguesa

Luana Silva Fonseca (UERJ)

 

O presente trabalho surgiu como proposta de atividade final da disciplina História da Língua Portuguesa no curso de especialização em língua portuguesa na Faculdade de Formação de Professores da UERJ. Nosso objetivo é tentar resgatar a memória e a história das nossas gramáticas, tendo como ponto de partida a primeira gramática do português: a "Grammatica da lingoagem portuguesa", de Fernão de Oliveira publicada no ano de 1536 na cidade de Lisboa. Sendo assim, o que pretendemos nesta pesquisa é abordar de forma sistematizada e particular as propriedades da primeira gramática da nossa língua, articulando alguns de seus principais conceitos aos conceitos encontrados ainda hoje em nossas gramáticas. Logo, podemos dizer que tal trabalho se propõe a despertar em nós um olhar crítico e atento ao que concerne a alguns aspectos da formação histórica e cultural da nossa língua.

 

 

INICIAÇÃO À LIBRAS

Marinalva da Silva Brito (UERR)

 

A Língua Brasileira de Sinais é uma língua de modalidade viso/ espacial e possui todas as características e complexidades de uma língua oral/auditiva. Ao contrário do que muitas pessoas acreditam não é somente um conjunto de gestos que interpretam as línguas orais.

Inúmeras são as pesquisas que comprovam que a LIBRAS, como outras línguas, expressam idéias sutis, complexas e abstratas e seus usuários possuem plena competência para discorrer temas de todas as áreas do conhecimento desde que lhes sejam dadas oportunidades para o desempenho de suas potencialidades.

Para explicitar sobre as peculiaridades da LIBRAS e desfazer alguns mitos ,tais como o de que a LIBRAS é apenas o Português feito com as mãos, ou de que é limitada expressando apenas informações concretas preparamos este minicurso para, de fato, o público alvo fazer uma "Iniciação à LIBRAS ".

 

 

Leitura e análise crítica
da Música "Que País é este?"

Patrícia Socorro da Costa Cunha (UERR)
Daniely Silva Willans (UERR)
Altacir Vitorina Nascimento da Silva (UERR)
Geison Costa dos Santos (UERR)
Luciani Francisca Diniz dos Santos (UERR)

 

O objetivo desse trabalho é mostrar que ler não é simplesmente decodificar símbolos gráficos ou o código lingüístico (alfabeto), é ir além do que está nas palavras, é descobrir a essência do texto, o que ele quer passar através de todo seu contexto envolvendo o momento em que foi escrito, o que o autor quis dizer ao escrevê-lo, e compreender toda sua mensagem subliminar. Através da análise da música "Que país é este?", de Renato Russo, composta em 1979 e gravada na segunda metade da década de 80, feita pelos alunos de curso de Letras, Na disciplina de Comunicação Oral e Escrita I, vê-se toda uma concepção histórica pelo qual o Brasil passou e passa desde a quebra do regime militar, até a corrupção e os descasos das autoridades competentes com povo que os elegeram.

 

 

Leitura:
o leitor e o texto
na prática de ensino da Língua Portuguesa

Antônio Hilário da Silva Filho (UERR)

 

Este minicurso aborda e analisa inicialmente a concepção de leitura que geralmente é desenvolvida na prática de ensino da Língua Portuguesa na escola. A partir daí desenvolve uma nova visão da leitura, do leitor, do texto e do trabalha com a Língua Portuguesa, buscando oferecer subsídios teórico-metodológicos para a melhoria e transformação do ensino dessa disciplina na escola. Portanto, este trabalho se inscreve na área da Lingüística Textual e para atender à sua finalidade analisa recortes de resultados de pesquisas realizadas nas escolas sobre a prática de leitura, produção textual e ensino de gramática. Também analisa amostra de atividades práticas aplicadas em sala de aula para então sugerir uma nova possibilidade de atividades para o desenvolvimento do ensino da leitura, gramática e produção textual em sala de aula, onde o leitor possa assumir um papel relevante na leitura e construção de sentido no texto e o ensino da língua possa ser baseado no tripé Leitura, Produção Textual e Trabalho com a Linguagem.

 

 

Ler? Que viagem legal!

Patrícia Socorro da Costa Cunha (UERR)

 

Observa-se que o ato de ler não é uma habilidade presente na vida dos estudantes brasileiros. Através deste minicurso procura-se mostrar aos participantes que a leitura transcende ao que está escrito, e assim pode-se conhecer muito mais de um texto do que se pode imaginar. Assim, este trabalho tem por objetivo despertar nos participantes as grandes descobertas que a leitura traz para o seu "conhecimento de mundo", e a amplitude de conhecimentos que se adquire com o saber ler e entender a mensagem escondida por trás das palavras de um texto.

 

 

LETRAS E INTERATIVIDADE

Rosiclei Alencar Liberal (UERR)

 

Relato de experiência realizada entre alunos do Curso de Letras- Núcleo Bonfim Disciplina Prática Profissional I e professores indígenas Manoá-Pium, região do Bonfim em que foram desenvolvidas atividades de minicursos, oficinas e apresentação de músicas indígenas, resultando em importante intercâmbio etnolingüístico.

 

 

Letras na abordagem pedagógico-humanística
formação lingüística
para diferentes estratos socioculturais

Maria Suzett Biembengut Santade (FIMI, FMPFM, UERJ)
Lilian Cristina Granziera (FIMI)
Fabiano Correa da Silva (U.F.P.)

 

O Curso de Licenciatura Plena em Letras Português/Inglês das Faculdades Integradas Maria Imaculada de Mogi Guaçu (SP) caracteriza-se por propiciar aos graduandos, trabalhadores e moradores da comunidade, condições de inserção no trabalho contemporâneo, dotando-os de bases instrumentais nos aspectos lingüísticos e literários para atuarem na sociedade de forma autônoma e crítica, conscientes dos princípios éticos do cidadão. Assim, a grade curricular organiza-se, visando à formação de docentes para a educação básica, dentro da perspectiva da interdisciplinaridade, respeitando o compromisso histórico da Instituição com educação de qualidade voltada, prioritariamente, para os anseios da comunidade da região. Ressalta-se a formação do profissional de Letras para uma sociedade diversa de valores educacionais no que tange à comunicação em múltiplos enfoques lingüísticos nos diferentes estratos socioculturais. Para isso, os docentes devem compreender os fundamentos das variações e mudanças lingüísticas dos estudantes e mostrar-lhes a importância de tais estudos. Surgem as questões: Por que os estudos lingüísticos são-lhes importantes? Qual a importância dos estudos da língua padronizada? As respostas suscitam na missão do Curso que não se fecha nas bases dos programas de ensino da grade curricular, mas busca dar prioridade à abordagem pedagógico-humanística centrada no desenvolvimento da autonomia do profissional em Letras.

 

 

Levantamento Sociolingüístico
nas Instituições de Ensino do Município de Bonfim

Alessandra de Souza Santos (UERR)
Rosângela A. Costa (UERR)
Lucilene Fonteles de Melo (UERR)
Antônia Érica Silva de Araújo (UERR)
Joyann Allison da Silva Lamazon (UERR)
Diana Barros Buckley (UERR)
Joacy Alexandre (UERR)
Sean Atkinson Brashe (UERR)

 

Este trabalho apresenta os primeiros dados do Levantamento Sociolingüístico das Instituições de Ensino do Município de Bonfim. Tal pesquisa é parte de um projeto maior e encontra justificativa na co-existência de diferentes línguas dentro do espaço educacional do município em questão, uma vez que fica localizado na fronteira do Brasil com a Guiana (ex Guiana Inglesa) e possui em seu território áreas indígenas.

 

 

Língua materna x língua estrangeira:
Algumas reflexões
sobre a abordagem leitora de E/LE

Francis Chagas Lima (UERJ)

 

A formação de leitores deve ser uma preocupação de todos que se dedicam à docência; entretanto, esta tarefa não tem sido muito fácil porque ler verdadeiramente envolve vários aspectos que são ativados neste momento, considerando aqui a visão sociointeracional. É preocupante o modo pelo qual a leitura em língua materna está sendo abordada, forma esta que não contribui em qualidade e inclusive possibilita a criação de um leitor ineficiente.

Pensando nesta situação, desejamos observar a abordagem dela na língua estrangeira para que saibamos se a tendência presente beneficia ou prejudica na formação de leitores competentes. A coleta dos dados foi baseada em uma coleção de livros utilizados nas aulas de Espanhol do segundo seguimento do ensino fundamental e os resultados apontam que entender a leitura em língua estrangeira como algo decodificador possivelmente gerará um leitor cuja competência leitora é pouco satisfatória.

 

 

LÍNGUA PORTUGUESA E ENSINO:
REFLEXÕES SOBRE TEORIAS E METODOLOGIAS

Ana Lúcia de Sena Cavalcante (UERR)

 

Entendemos o ensino de língua portuguesa como um dos indutores capazes de promover a produção do conhecimento e a necessidade de interação social dos indivíduos, buscando a relação destes com a aprendizagem. Partindo desta proposição, pretendemos nesta comunicação tecer considerações a respeito de algumas teorias lingüísticas e metodológicas experienciadas no Curso de Letras, especificamente na prática de ensino de língua portuguesa.

Acreditamos que essa dimensão do ensino de língua materna pressupõe considerar a língua e sua heterogeneidade, ou seja, sua diversidade, pois sabemos que ela não é homogênea e se presta a numerosas formas de uso dependendo do meio sócio-econômico ou cultural, ou no que concerne à situação de comunicação, temos formas diferentes de uso da língua, formal ou culta, coloquial, popular.

Assim, visamos apresentar com base nos PCN's e em teorias lingüísticas estudadas ao longo do curso, reflexões sobre a prática de ensino de língua nos três níveis: fundamental, médio e superior, estabelecendo um elo entre professor e alunos, na sala de aula, possibilitando o desenvolvimento da competência lingüística e comunicativa, voltada para as necessidades dos alunos e da sociedade e, desta forma, destacamos a importância das teorias e variações lingüísticas para o ensino-aprendizagem da língua numa perspectiva pluridiscursiva.

 

 

Língua Portuguesa: inclusão pela palavra

Maria Aparecida de Souza Guimarães (UNEB)

 

Neste trabalho, refletiremos como a língua portuguesa pode ser encarada e trabalhada como um instrumento de inclusão social.

 

 

Loucura e Sanidade em Sorôco, sua mãe, sua filha,
de Guimarães Rosa

Humberto de Freitas Espeleta (UFAC)

 

A partir da leitura e interpretação do conto "Sorôco, sua mãe, sua filha", de Guimarães Rosa, o artigo "Loucura e Sanidade em Sorôco, sua mãe, sua filha”, de Guimarães Rosa procura, numa perspectiva de análise lingüística e gramatical, como suporte para a análise literária, demonstrar a indemarcável linha entre a normalidade e a demência, explicitando a importância do tempo e do espaço da solidão como responsáveis pelos comportamentos caracterizados como loucura ou como sanidade. Ainda nos propomos nesse artigo, mostrar como culturalmente se interpõe na sociedade uma referência ambígua entre solidariedade e piedade em contradição com o mito cristão, contradição esta que se desfaz pela poesia intervindo na construção dos sentidos produzidos no texto.

 

 

MANOEL DE BARROS
E A RE-CREAÇÃO NA LÍNGUA PORTUGUESA

Devair Antônio Fiorotti (UERR)

 

Essa palestra apresenta resultados de pesquisas realizadas na obra de Manoel de Barros, relacionados à forma como esse poeta contemporâneo subverte a língua portuguesa. Muitas vezes, o verso aproxima-se da agramaticalidade, se considerarmos teorias como a de Noam Chomsky. O trabalho discutirá aspectos morfológicos, sintáticos e principalmente semânticos, quanto a esses últimos, destacadamente relacionados à sinestesia.

 

 

MÁRIO DE ANDRADE
LÍNGUA BRASILEIRA, LITERATURA
E IDENTIDADE NACIONAL

Leandro Garcia Rodrigues (FAMA)

 

 

Os diferentes aspectos da obra e da vida de Mário de Andrade revelam a sua necessidade de "interpretar" a realidade cultural brasileira. O autor de "Macunaíma" explora os mais diferentes temas ao longo de sua trajetória como intelectual. Um dos seus temas prediletos foi o questionamento acerca da existência (ou não) de uma "Língua Brasileira" em detrimento do Português tradicional. Este trabalho quer problematizar as questões críticas, lingüísticas, filológicas e culturais que permeiam este audacioso "projeto" de Mário, especialmente seu diálogo epistolar com Manuel Bandeira e Souza da Silveira, onde tais questões foram amplamente debatidas.

 

 

Minha pátria é minha língua

Simone Xavier de Lima (UNIABEU)

 

A temática desta comunicação girará em torno das relações entre uso da língua e cidadania. É sabido que o falante não adquire o status de cidadão simplesmente por ser falante de língua portuguesa. Pelo contrário, o mau uso da língua pode causar desconforto e sanção social. Assim, discutir-se-á a dicotomia presente na língua portuguesa no Brasil, fator de identidade nacional e também de separação social.

 

 

NARRATIVAS FANTÁSTICAS:
COGNIÇÃO E DISCURSO DIRETO

Silvia Souza Gomes (UERJ)
Marianna Breder Franco
(UERJ)

 

Este trabalho investiga construções gramaticais de discurso direto (e.g. "Juca falou: existe assombração"), em narrativas fantásticas, sob enfoque cognitivista. Tem como ponto de partida Todorov (2004/1970), segundo o qual o gênero fantástico se fundamenta em uma hesitação do personagem/leitor quanto à natureza do acontecimento narrativo, que pode pertencer à realidade ou à ilusão. Para ele, existem certas pistas lingüísticas que instauram a dúvida, como o uso de imperfeito. A hipótese por nós postulada sustenta que o discurso direto também pode contribuir para a hesitação, na medida em que sofre influência da "perspectiva" , conceito cognitivista de Sanders e Redeker revelador da introdução de um ponto de vista subjetivo que restringe a validade da informação apresentada para um sujeito particular no discurso. Por isso, o molde direto não pode ser considerado uma mera indicação da fala de outrem, como defende a gramática tradicional. Ao contrário, passa pelo sistema de crenças do sujeito discursivo, que interfere na conceptualização da fala reportada. Em relação à metodologia, coletaram-se dados de narrativas com temática sobrenatural, transcritos segundo Marcushi (1986), para efeito de análise.

 

 

NARRATIVAS
HISTÓRIA E LENDAS
EM LÍNGUA PORTUGUESA E LÍNGUA WAPIXANA

Marcelo Marques (UERR)
Rosiclei Alencar Liberal (UERR)

 

Relato de experiência de bilingüismo realizado na escola Estadual "Olegário Marciano" -comunidade indígena Manoá - Pium, Região do Bonfim.

 

 

O ACORDO ORTOGRÁFICO DA LÍNGUA PORTUGUESA

José Pereira da Silva (UERJ)

 

O Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990 é, como todo acordo ortográfico, um item da política lingüística dos Países de Língua Portuguesa.

Qualquer ortografia oficial de um país, região ou conjunto de países é uma norma para a língua padrão ou oficial escrita, destinada a diminuir a distância entre as variações lingüísticas correntes na modalidade oral.

Qualquer língua de cultura, mesmo que tenha um pequeno número de usuários, tem alguma norma ortográfica: um ou mais de um conjunto de regras segundo as quais um texto pode ser ou não considerado correto do ponto de vista gráfico.

A língua portuguesa é uma das poucas que tem mais de uma ortografia oficial.

É por isto, por exemplo, que foi preciso traduzir os documentos para que o governo do Principado de Mônaco aceitasse analisar o pedido de extradição do banqueiro criminoso, pois, sendo um dos países da União Européia, tem o português como uma de suas línguas oficiais, considerando-se que Portugal também é um dos seus integrantes.

O português do Brasil sofrerá alteração, aproximadamente, em 0,45 por cento de seu vocabulário (1 em 222) e o português de Portugal, em 1,6 por cento (1 em 62).

Provavelmente o primeiro trabalho importante que analisou esse Acordo do ponto de vista lingüístico foi a tese de doutorado sobre a História da Ortografia do Português do Brasil, de Afrânio da Silva Garcia, defendida na UFRJ em 1996.

Segundo os críticos, trata-se de uma simplificação acanhada, que não atingiu o cerne da questão, deixando casos como o uso do hífen, por exemplo, para outra oportunidade, assim como permitindo dupla grafia para palavras que tenham dupla pronúncia consagrada pelo uso.

Com alguns exemplos práticos, mostraremos onde o português do Brasil sofrerá alterações com a implementação desse Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa.

 

 

 

O ambiente lingüístico
e a diglossia Português-Espanhol
em Brasiléia e Epitaciolândia-AC:
notas iniciais

Vanessa Barros de Queiroz (UFAC)

 

Esta comunicação consiste em expor nosso subprojeto de pesquisa intitulado "Âmbitos e funções do Português e Espanhol em Brasiléia e Epitaciolândia-AC", que se volta para o contato entre português e espanhol nessas cidades acreanas situadas na fronteira com a Bolívia. Objetivamos examinar os âmbitos e as funções de uso de ambas as línguas em Brasiléia e Epitaciolândia. Inicialmente, nossa proposta é aplicar nessas cidades os conceitos de ambiente lingüístico, comunidade lingüística e diglossia, a partir de Appel e Muysken (1996) e Calvet (2002, 2007).

 

 

O DISCURSO DOCENTE DAS FORMANDAS EM PEDAGOGIA

Cristina Maria de Oliveira (FACOS)

 

O discurso docente das formandas em Pedagogia - analisa-se o discurso das formandas de Pedagogia em artigos produzidos a partir de estudos desenvolvidos no período em que estagiaram com alunos do Ensino Fundamental. Busca-se compreender a interrelação entre as marcas discursivas das acadêmicas formandas, dos autores/teóricos em quem fundamentam o seu discurso docente, e do que elas comentam sobre seus alunos com quem estão interagindo em período de práticas de estágio. Nesta interrelação em que se analisam as produções, busca-se identificar e analisar também concepções de professor que de ensino que o curso de Pedagogia está desafiando estas formandas a construírem na sua prática. Este estudo de pesquisa envolve, além da professora-pesquisadora e de uma acadêmica colaboradora de pesquisa na FACOS/RS, a participação de uma mestranda da Uiversidade de Três de Febrero em Buenos Aires. Concebe-se que, pensar a formação de professores, em especial os que ensinarão a ler e a escrever, implica discussões complexas e de abrangência universal.

 

 

O encontro do ontem com o hoje
na renovação dos contos de fadas

Magna Garcia da Costa (FAMA)

 

Os contos de fadas são representantes da literatura infanto-juvenil clássica. A contemporaneidade vem dialogando com os contos de fadas e renovando-os. Faremos a abordagem das inovações temáticas e lingüísticas que no presente ocorrem em relação ao texto da tradição.

 

 

O LÉXICO FAMILIAR

Fátima Helena Azevedo de Oliveira (UNESA)

 

Esta é uma pesquisa que envolve as bases teóricas da Lexicologia e da Terminologia. A primeira por ser o léxico familiar auma das características da língua geral. Já a segunda pelos traços específicos de alguns termos. Por considerara a Terminologia a investigação das propriedades lingüísticas conceituais e pragmáticas das unidades terminológicas a fim de produzir obras de referência, propõe-se no presente trabalho analisar expressões e unidades fraseológicas típicas do discurso familiar, eliciadas na linguagem de pais de alunos de escola da rede municipal do Rio de Janeiro - região-alvo: Inhaúma, residentes de comunidade chamada: Complexo do Alemão. Pretende-se com a pesquisa apresentar aspectos semântico-pragmáticos envolvidos na linguagem dos pais que possam auxiliar no direcionamento do ensino da língua portuguesa e no estabelecimento de uma política lingüística.

 

 

O passado, o presente
e o futuro da língua portuguesa

Ana Cristina Souza da Silva (UERJ)

 

O trabalho monográfico intitulado O passado, o presente e o futuro da língua portuguesa apresenta um embasamento teórico sobre a origem e trajetória de evolução da língua portuguesa, considerando, em linhas gerais, aspectos relacionados a variações lingüísticas do português do Brasil e características particulares do português do Brasil em relação ao português de Portugal. Além disso, traz uma reflexão sobre a condição atual da língua portuguesa, numa perspectiva de futuro, com questionamentos a respeito das influências transcorridas na língua ao longo do tempo.

 

 

O que muda com o novo Acordo Ortográfico
entre os países losófonos

José Mario Botelho (UERJ, FEUDUC e ABRAFIL)

 

O novo Acordo Ortográfico entre os países lusófonos é, praticamente, uma realidade, uma vez que também o Brasil já assinou o acordo e muitos vendedores de livros interessados nos possíveis lucros no mercado africano têm aplaudido a idéia desse acordo, que está longe de ser uma padronização da ortografia portuguesa.

Trata-se de um pseudo-acordo ortográfico, que só privilegiou, como já ocorrera antes, as necessidades lingüísticas de Portugal, em que já não se usavam o famigerado "trema", o acento agudo dos ditongos abertos, o acento circunflexo dos hiatos "ee" e "oo", o acento diferencial etc.

Apesar disso, é exatamente Portugal que tem dificultado a efetivação do que prevê o acordo. As autoridades portuguesas, as quais têm sido pressionadas pelos livreiros e editores portugueses, que não concordam com as mudanças, certamente por temerem a concorrência com os livreiros e editores brasileiros, solicitam pelo menos mais dez anos de espera.

 

 

O uso dos operadoRES argumentativos
em textos escolares

Raimunda Delfino dos Santos (UFAC)

 

No presente artigo, abordam-se os usos dos operadores argumentativos nos textos de alunos do 1º ano do ensino médio do Centro de Pesquisa Aplicada à Educação da Universidade Federal de Goiás. Para tanto, usam-se alguns pressupostos teóricos da Análise do Discurso Francesa e da Lingüística Textual a fim de verificar como os operadores argumentativos são usados por aqueles alunos e qual/quais efeito/os de sentido pode/m produzir no interlocutor.

 

 

O VOCATIVO EM LÍNGUA PORTUGUESA:
POSSIBILIDADES DE ANÁLISE

Daniel Pereira Alves (UNFJF)
Tallita Caldeira Rodrigues (UNFJF)
Daniel da Silva Moreira (UNFJF)

 

O presente trabalho se propõe a analisar o vocativo na língua portuguesa. Para tanto, apresentaremos, inicialmente, uma breve definição do termo vocativo, bem como sua etimologia. Essas informações serão relevantes para levantarmos alguns pontos a serem discutidos no decorrer do trabalho. Em outro momento, serão apresentadas as abordagens de alguns compêndios da tradição gramatical do português e do latim, levando-se em conta o tratamento que é dado ao tema e os exemplos elencados pelos autores para sustentar suas propostas. Além disso, esses compêndios serão, sempre que possível, comparados entre si quanto à sua abordagem, considerando-se seus pontos positivos e suas possíveis insuficiências. Posteriormente, apresentaremos as proposições teóricas sobre o vocativo de alguns autores no âmbito dos estudos lingüísticos e confrontaremos os dados fornecidos por esses autores com aqueles presentes nas gramáticas tradicionais, de modo a se observar a equivalência ou divergência entre esses dados e até que ponto eles se complementariam. Como o vocativo tem sido um tema pouco estudado, levantaremos também nossas hipóteses e questionaremos algumas lacunas existentes tanto na teoria lingüística, como na tradicional, por meio de inferências nossas. Para corroborar algumas dessas inferências, foram propostos dois experimentos, realizados através de uma pesquisa de campo, com alunos de diferentes cursos da Universidade Federal de Juiz de Fora. O primeiro experimento consiste na coleta e análise estatística do "vocativo amoroso" utilizado por esses alunos com seus/suas namorados(as) em situações específicas. O segundo experimento consiste em analisar prosodicamente determinadas sentenças produzidas por alunos da mesma instituição, que tiveram suas falas gravadas, e determinar que aspectos prosódicos desempenham papel essencial na produção e compreensão do vocativo. Por fim, temos como objetivo despertar o interesse para que mais pesquisas se debrucem sobre esse tema.

 

 

Operadores argumentativos:
uma proposta produtiva de ensino

Michelli Bastos Ferreira (UFRJ)

 

Objetiva-se, neste trabalho, propor, por meio de atividades, um ensino reflexivo e produtivo das estratégias de subordinação adverbial através de conectores em português, visando sensibilizar os alunos para a importância de seu papel na argumentação. O enfoque desta apresentação permite uma abordagem discursiva do emprego de conectores, que leva em consideração o contexto pragmático em que as sentenças são proferidas. Acredita-se que, com este olhar, os alunos estarão aptos a aprimorar a sua capacidade de análise e utilização da língua nas diferentes situações de comunicação em que se inserem diariamente.

 

 

ORTOGRAFIA BRASILEIRA: UM NOVO CAPÍTULO

Mariana Rodrigues dos Santos (UERJ)

 

A escrita foi um artifício inventado pelos seres humanos para poder registrar por mais tempo as coisas que eram ditas. Reconhecemos que seu aprendizado requer exercício, memorização, treinamento. É uma competência que precisa ser aprendida, diferente de outras, que são adquiridas naturalmente. Escrever de acordo com a ortografia oficial é uma habilidade que necessita ser exercitada. Ressaltamos que boa parte dos chamados "erros de português" são, na verdade, desvios da ortografia nacional. Buscamos neste trabalho apresentar as regras vigentes da ortografia brasileira e compará-las com a proposta do Novo Acordo Ortográfico da língua Portuguesa. Para tanto dividimos o estudo da seguinte forma: - Análise da importância da escrita em nossas vidas; - Breve histórico da ortografia nacional; - Abordagem dos pontos positivos e negativos que permeiam o Novo Acordo Ortográfico.

Este trabalho foi apresentado como monografia de conclusão da disciplina "História da Língua" no 1º período do curso de pós-graduação em língua portuguesa (UERJ/FFP), sob orientação do professor José Pereira.

 

 

OS CONECTORES DA CONJUNÇÃO
- FOCO NO "E", O "CONECTOR CORINGA"

Renata Cardoso Lauria (UERJ)

 

Com base nas idéias de Charaudeau (1992), pretende-se apresentar a conjunção como "operação lógica", cujas subcategorias são a adição (marcada pelo "e"), a associação (marcada pelo "com") e a reciprocidade (marcada pelo pronome oblíquo recíproco "se").

Além disso, serão destacados os princípios da adição e a polissemia do "e", por meio de exemplos retirados de textos que circulam socialmente, como notícias e letras de música.

 

 

OS CONTÍNUOS DE VARIAÇÃO LINGÜÍSTICA:
UM ESTUDO DE CASO

Elecy Rodrigues Martins (UERR)

 

Este trabalho apresenta um breve estudo de caso, resultado de uma pesquisa sociolingüística sobre a variação lingüística de uma falante de língua portuguesa brasileira. A pesquisa teve como objetivo situar uma aluna de 4ª série de Ensino Fundamental nos contínuos de urbanização e observar o seu comportamento lingüístico em situações como leitura diante de professora; comentários sobre a leitura para a professora e colegas; e interação com uma colega da mesma faixa etária através de uma atividade em sala. As várias formas de utilização da língua denominam-se, de acordo com alguns teóricos como variação o que permite que cada indivíduo realize escolhas lingüísticas pertinentes a cada situação social, tornando a língua, como afirma Bortoni-Ricardo (2005), índice de identidade social.

 

 

Os falares em Bonfim:
Dialetação e Variações Semânticas

Maria Lucimar Sales Gomes (UERR)

 

O presente trabalho, desenvolvido na disciplina Filologia Românica, no curso de Letras, visa divulgar o resultado de análise dos falares representados por palavras e expressões dos moradores do município de Bonfim, Estado de Roraima. A análise tem sua relevância por ser um município com as seguintes características: fronteira com a Guiana Inglesa, população constituída por povos de vários estados do Brasil além da forte influência indígena, que ladeiam todo o município, principalmente as etnias Macuxi, Taurepang e Wapixana.

 

 

OS SENTIDOS EM TENSÃO
NO PROCESSO EDITORIAL E AUTORAL
E NO POSICIONAMENTO DO LEITOR
QUANTO ÀS OBRAS LITERÁRIAS.

Fabiana da Costa Ferraz Patueli (UFF)

 

Esta proposta de trabalho pretende iniciar uma discussão sobre as negociações de sentidos que permeiam as obras literárias, que não se limitam ao autor e ao leitor, mas se expandem, compreendem todo processo literário; incluindo os mecanismos editoriais, o contexto e os ditames sócio-culturais.

Quanto ao sistema industrial cultural, interessa-nos a função dos mecanismos editoriais que também realizam negociações de sentidos, que muita das vezes são ignorados, tem o seu papel cumprido silenciosamente.

No processo literário que compreende a escrita e a leitura de obras literárias, concordando com o ponto de vista de Jean M. Goulemot, há uma tensão quanto às negociações de sentidos: no ato de tentar dizer algo, o modo em que se concretiza e o esforço de dar-lhe uma forma final.

Relacionaremos a esta discussão, também o impacto e as conseqüências da recepção de uma obra literária pelo seu público leitor. Isso ocorreu com Machado de Assis que reviveu o momento da reescritura de muitos contos publicados em jornal ao objeto livro. Outro autor foi Cassiano Ricardo que não esgotou nos seus arranjos as negociações com as novas tendências e discussões, presenteando-nos com 12 versões de sua obra poética Martim Cererê.

 

 

PARA ALÉM DO TREMA

Ana Aparecida Vieira de Moura (UERR)
Carmem Véra Nunes Spotti (UERR)
Luzineth Rodrigues Martins (UERR)
Nildete Silva de Melo (UERR)

 

Este trabalho discute a proposta de reforma ortográfica da Língua Portuguesa, prevista para entrar em vigor em 2008, a partir de um diagnóstico realizado com alunos do curso de Letras da Universidade Estadual de Roraima, considerando que estes são estudiosos do idioma e futuros profissionais da língua, e necessitam familiarizar-se com as discussões que envolvem o assunto, os objetivos, benefícios e implicações que o acordo pode trazer. Entende-se também como fundamental a necessidade de ampla divulgação e discussão do assunto com todos os professores que trabalham na área de língua portuguesa para que reflitam sobre a proposta de mudança e possam avaliar as conseqüências para os usuários da língua portuguesa.

 

 

PARA UM ENSINO PRODUTIVO DA LÍNGUA PORTUGUESA:
GRAMÁTICA, VARIAÇÃO LINGÜÍSTICA E TEXTO.

Sílvia Rodrigues Vieira (UFRJ)

 

Tendo em vista o que se denominou, na segunda metade do século XX, a crise do ensino de Língua Portuguesa - flagrantemente verificável na avaliação dos textos dos alunos, considerados ineficazes quanto a seus propósitos comunicativos -, as pesquisas lingüísticas se esforçaram por oferecer avanços no quadro teórico e aplicado. A oferta de material científico e didático voltado para o texto, concebido, acima de tudo, como um processo comunicativo em que interagem os diversos elementos da situação discursiva, cresce vertiginosamente.

Nesse contexto, o ensino de Português busca objetivar, acima de tudo, o desenvolvimento das habilidades de leitura e produção textual. A unidade textual - em toda a sua diversidade de tipos e gêneros - passa a ser, por princípio, o ponto de partida e de chegadas das aulas de Português.

Não poucas vezes, professores do Ensino Médio declaram, em encontros acadêmicos ou em cursos de Pós-graduação, não terem muita clareza sobre o redimensionamento do ensino de gramática na realidade do Ensino Médio. Ensinar Português teria se transformado no ensino de redação, acima de tudo? Ensino de redação e ensino de gramática são efetivamente dissociáveis? Com base nesses questionamentos, este trabalho propõe-se a apresentar reflexões acerca da conjugação dos componentes textual e gramatical na realidade do ensino médio.

 

 

PENSAMENTO E LINGUAGEM
ESTUDO DA INOVAÇÃO E REFLEXÃO DOS ANAIS
E DO ENSINO/APRENDIZAGEM

Adriana Zanela Nunes (UFRJ)

 

Minha proposta para este estudo é traçar um paralelo reflexivo entre o movimento dos Anais e da Nova História, enquanto uma proposta inovadora e reflexiva que surgia com a proposta de se repensar a história tradicional, e o pensar reflexivamente sobre a questão do ensino/aprendizagem do inglês nas últimas décadas, levando em consideração a influência da mídia neste universo.

Eu sou professora atuante em sala de aula e pesquisadora, e observo as atitudes no Brasil e em alguns países da Europa diante da língua inglesa: quase de idolatria (Figueiredo, 2003).

A língua inglesa também é vista como a língua estrangeira que funciona como uma senha de acesso ao mercado de trabalho no mundo dito "globalizado" (Rosa, 2003: 6), e o papel da mídia que, ressalta as habilidades orais (falar e entender), como se essas fossem as duas habilidades que merecem ser estudadas. É como se essas habilidades pudessem ser praticadas com facilidade e freqüência. Paralelo a essas questões, trato das políticas de ensino aplicadas ao inglês, e a produção de sentidos que o idioma possa ter para o aluno-aprendiz de língua estrangeira (Hashiguti, 2003).

 

 

REFORMA ORTOGRÁFICA:
REFORMA, MUDANÇA LINGÜÍSTICA
OU PALIATIVO DE UMA DIVERSIDADE INEXORÁVEL?

Ricardo Tupiniquim Ramos (UNEB)

 

Inicialmente, traçaremos um breve panorama histórico sobre a ortografia portuguesa, situando outras tentativas de acordos de unificação ortográfica para, em seguida, avaliarmos o acordo que atualmente se tenta implementar, tentando definir-lhe a natureza e respondendo a questão colocada no título deste trabalho: trata-se de uma reforma, de uma mudança lingüística ou de um paliativo para uma diversidade inexorável?

 

 

Releitura e concepção crítica
do Hino Nacional Brasileiro

Patrícia Socorro da Costa Cunha(UERR)
Antonia Rubenete Silva da Cruz (UERR)
Raimunda Gomes Damasceno Bascom (UERR)

 

Nesse trabalho, os alunos do curso de Direito, na disciplina de Comunicação Oral e Escrita I, sob orientação da professora Especialista Patrícia Socorro da Costa Cunha, realizam uma leitura e análise da letra do Hino Nacional Brasileiro desde sua origem, do momento histórico em que a música e a letra foram compostas passando uma ideologia que não condiz com a realidade brasileira. Dessa forma, através de uma leitura e análise crítica pode-se observar que a aparência do que está escrito em um texto muitas vezes não condiz com a sua essência.

 

 

RELIGIOSIDADE E POESIA, QUILOMBOLAS E IRMANDADE:
Festa do Divino Espírito Santo
nos Vales do Guaporé-Mamoré,
113 anos de festejos.

Selmo Azevedo Apontes (UFAC)

 

A Festa do Divino Espírito Santo nos Vales do Guaporé-Mamoré é uma fonte de religiosidade e poesia pouco estudada e divulgada, mantida, como todas as festas populares, pelos antigos quilombos formando ao longo do vale do rio Guaporé. Iniciada na antiga localidade de Ilha das Flores em 1894, os Festejos ainda guardam a poesia religiosa cantada por meninos de até 12 anos, algumas ladainhas cantadas em latim durante a "velação" do Consolador. Um barco segue levando os encarregados acima mencionados, percorrendo cada localidade ao longo do Guaporé até o distrito de Surpresa, onde o rio Guaporé se junta com o Mamoré. Também são incluídas nessa "romaria fluvial", a visitação aos povoados bolivianos fronteiriços e às comunidade indígenas. Para esta comunicação será feita a amostragem da Ladainha do Divino realizada na festa do Centenário em 1994 e alguns cantos centenários feitos pelos foliões (meninos de até 12 anos) e remeiros (adultos), cantos de chegada e de despedida, em tom choroso, que vai ecoando enquanto o batelão serpenteia nas águas do Guaporé, Mamoré. Para uma melhor amostragem, os cantos serão seguidos de slides com fotos da Festa.

 

 

REPRESENTAÇÕES FONOLÓGICAS
E AQUISIÇÃO DA ESCRITA

Alessandra de Souza Santos (UERR)

 

Buscando relacionar representações fonológicas com processos observados durante o período de aquisição da escrita, este trabalho apresenta uma proposta de análise das relações existentes entre aquisição da escrita e representações intuitivamente possuídas por falantes nativos

 

 

Resgate cultural de lendas
na comunidade de Mucajaí

Sheila Praxedes Pereira Campos (UERR)
Maria Georgina dos Santos Pinho e Silva (UERR)

 

O presente trabalho tem por objetivo refletir sobre a importância das lendas regionais e principalmente as de Mucajaí, na qual destacamos a da Rufina, como um importante instrumento para a preservação da imaginação e criatividade de uma comunidade. Além da abordagem acerca da lenda, é proposto, a partir das discussões, uma ressignificação dos conceitos, crenças e atitudes populares para a preservação da identidade de um povo, pois as lendas de Mucajaí têm vieses ainda pouco conhecidos e explorados.

 

 

Traços da lírica moderna
no poema drummondiano A Flor e a Náusea

Ana Francisca dos Passos Neta de Oliveira (UNEB)

 

Este trabalho analisa alguns aspectos da lírica moderna no poema drummondiano "A Flor e a Náusea", visto que o poeta moderno reveste-se da interação eu/mundo pós-guerra, sai de seu recolhimento para abarcar o do outro, o universal, o sentimento do mundo. O eu subjetivo desaparece e encarna o do outro. Desse modo, o artigo direciona para uma análise do recorte parcial da realidade exterior, do cotidiano citadino como espaço favorável à produção de uma "lira suja", de uma estética do feio, do grotesco e do pitoresco porque o poeta moderno abre mão do tema sublime, em favor do sujo, do repugnante, caracterizando-se na perda da alma. Esses são os traços discutidos no artigo a partir de uma poesia de tradução parcial da realidade, em que os objetos do mundo exterior funcionam como um esteio emergedor das reflexões poéticas que se remetem às coisas mais torpes do meio citadino.

 

 

Um breve passeio pela Crítica Textual
edição, seus tipos e possibilidades

Tatiana Carvalho Ferreira Oliveira (UERJ)
Joyce Silva Braga (UERJ)

 

Sabendo da importância da Crítica Textual, no que diz respeito à transmissão de textos ao longo dos tempos, propomos um breve estudo sobre a diversidade dos tipos de edição. Isso justifica-se, na medica em que, atualmente, temos acesso à edição de textos de apresentações e formas distintas.

 

 

Uma abordagem sociocognitiva
do multifuncional "onde"

Tallita Caldeira Rodrigues (UFJF)
Daniel Pereira Alves (UFJF)

 

O uso do pronome relativo "onde" tem sido, na tradição gramatical, limitado aos contextos em que o referente seja um termo que indique lugar físico. Contudo, temos observado exemplos em que "onde" se refere a idéias abstratas. O foco desse trabalho são as construções em que a expressão retomada por "onde" tenha um significado temporal. Pretendemos analisá-las com base na proposta de Lakoff e Johnson, segundo a qual TEMPO É RECIPIENTE, admitindo a possibilidade de espacialização do tempo.

 

 

Uma análise do discurso nos Contos de Fadas:
(re)significações e ideologias

Sheila Praxedes Pereira Campos (UERR)
Maria Georgina dos Santos Pinho e Silva (UERR)

 

A proposta do minicurso é discutir, no âmbito da Análise do Discurso, leituras diversas do discurso infantil e sua relação com outros discursos, considerando a heterogeneidade da linguagem, que torna a palavra capaz de adquirir significados novos em cada maneira de ler. A partir do referencial teórico e metodológico da AD, instrumento importante para as diversas relações feitas em textos diversificados, busca-se apreender a voz infantil e relacioná-la a outras linguagens nos vários modos de dizer dos contos de fadas, compreendendo o discurso como um lugar permeado por várias vozes - o que explicaria esse dialogismo. Além disso, ao estabelecer este contato com os contos, a AD proporciona também um estudo mais acurado das outras significações e as ideologias presentes nas histórias infantis, visíveis apenas através dos dispositivos teóricos fornecidos pela análise discursiva.

 

 

UMA ANÁLISE SEMÂNTICO-PRAGMÁTICA
DOS CONTRAFACTUAIS

Priscila Mattos Monken (UERJ)

 

Os condicionais contrafactuais apresentam uma riqueza semântico-pragmática muito grande, uma vez que não apresentam apenas noções de irrealis, como também constituem um recurso lingüístico de polidez. Suas funções de verdade se diferem das funções de verdade apresentadas pela lógica, em que um condicional é verdadeiro se não for possível que seu antecedente seja verdadeiro e seu conseqüente seja falso. Pretendemos com nosso estudo mostrar a importância das estruturas contrafactuais no âmbito cognitivo e lingüístico.

 

 

Variações diatópicas no falar de Rorainópolis

João dos Santos Barros (UERR)
Jocélia Araujo da Silva (UERR)

 

Levantamento e análise de variações lingüísticas diatópicas presentes no falar de Rorainópolis - Roraima.

 

 

VARIAÇÕES LINGÜÍSTICAS NO FALAR DE RORAINÓPOLIS

Huarley Mateus do Vale Monteiro (UERR)

 

Este trabalho tem por objetivo o levantamento e análise das variações lingüísticas regionais presentes no falar da população de Rorainópolis - Roraima.

 

 

VARIAÇÕES LINGÜÍSTICAS:
ANALISANDO A FALA DO CHICO BENTO

Ana Maria Lopes Peres dos Reis (FAMA)
Érika de Jesus Falcão (FAMA)
Janine de Jesus dos Reis (FAMA)
João Paulo Cabral Teixeira (FAMA)
Sabrina Siqueira dos Santos Oliveira (FAMA)

 

O trabalho tem como objetivo analisar as variações lingüísticas que Maurício de Souza ressalta na fala de Chico Bento, levando em consideração as ocorrências de monotongação e ditongação

 

 

VARIAÇÕES NO DOMÍNIO DA LÍNGUA PORTUGUESA

Ânderson Rodrigues Marins (UFF)

 

O vínculo entre língua/usuário/sociedade é essencial para se refletir sobre a língua, seus usos e variações. Todas as variedades de uma língua possuem o mesmo valor lingüístico, no entanto, adquirem valores sociais distintos. Podemos dizer que a variante lingüística de pessoas com prestígio social e econômico também possui grande prestígio e é utilizada como base para fixação da variante padrão da língua. Colunas em jornais, gramáticas escolares e a pressão social presentes na vida difundem imagem ad modum "certa" de usá-la. E variedades relativamente próximas a esses modelos obtêm status de norma culta. Consideremos, no entanto, que sem as devidas investigações e métodos descritivos, torna-se difícil definir o que, no domínio da nossa língua portuguesa, é de emprego obrigatório ou facultativo, ou o que é ou deixa de ser "correto". A oposição entre "certo" e "errado" pode se dar, entre outros fatos, à oposição entre língua falada e língua escrita. É fato que não se escreve da mesma maneira como se fala. Empregamos, com toda segurança, a variedade adequada à situação do momento, porque cada variedade da língua é apropriada em seu devido contexto próprio. Daí a importância de se ter um conceito mais preciso de "correção" e de uma descrição detalhada das variedades cultas, seja na forma escrita ou falada. Portanto, nosso objetivo consiste em discutir algumas das variações no domínio da língua portuguesa eficazes em termos comunicacionais nas situações em que são de uso esperado e apropriado.