Discurso e interação

Renata da Silva de Barcellos (UNIGRANRIO)

 

Introdução

Este trabalho tem como objetivo apresentar os elementos constituintes da interação e as ações interativas através da análise de tirinhas e charges. E, a partir disso, apresentar uma aplicação pedagógica para a disciplina de Língua Portuguesa com base no corpus selecionado.

Do ponto de vista teórico, adotaremos conceitos tanto da Semiolingüística, como contrato de comunicação e os sujeitos da comunicação, quanto alguns conceitos da teoria Sociointeracionista, como enquadre e preservação da face, que se propõe a analisar a dinâmica das trocas comunicativas levando em consideração as inevitáveis relações entre a subjetividade, o social e a linguagem.

Para a corrente interacionista a linguagem é entendida como elemento que se constrói nas relações sociais, ao mesmo tempo em que as constrói. A partir disso, a hipótese formulada é de que ao analisar a interação, seus elementos constituintes e as ações interativas por meio de enunciados provenientes de diferentes interações e enquadres como: conversa informal, charge e tirinha jornalística, o aluno assimilará muito mais facilmente o conteúdo a ser trabalhado. E perceberá como é complexa a questão da conversação.

 

O contrato de comunicação

Como a fala é uma atividade social (GOFFMAN: 1980), porque é sempre endereçada ao outro com uma determinada intencionalidade, num momento e num espaço. É através dela que se estabelece um contrato de comunicação.

A teoria Semiolingüística considera, assim, como fator fundamental do “contrato de comunicação”, a encenação da comunicação da qual participam os parceiros verbais. Tal modelo postula como condição indispensável para a existência da interação pelo menos dois parceiros: um EU se dirige a um TU e o reconhecimento recíproco desses interlocutores, parceiros da comunicação.

É importante ressaltar que toda ação comunicativa é dirigida a um fim. Seja qual for o contrato de comunicação, é necessário que o sujeito comunicante possua legitimidade e que adquira credibilidade. A respeito disso, Charaudeau diz que essa representa uma “capacidade de capitalizar uma autoridade de fato” e aquela é “pré-determinada pela posição que ocupa nas diferentes redes de práticas sociais” (1996: 33).

No caso do texto publicitário, a publicidade é legitimada por um estatuto de saber, pelo fato de se propor a vender um determinado produto ou serviço; e também por um estatuto de poder, pois é um recurso midiático, o que lheum status específico, cujo papel a sociedade reconhece. a credibilidade, está relacionada ao saber fazer e, no caso do texto publicitário, quem lhe confere é o leitor. Assim, para que uma publicidade adquira credibilidade é preciso que o publicitário utilize estratégias, tais como: ilustrações atraentes, pessoas públicas em cena, pontuação, intertextualidade, etc. Por exemplo, a publicidade do colégio Flama.

Na aula de Língua Portuguesa, o professor pode perguntar ao aluno se o enunciado da publicidade o remete a outro texto e qual seria esse texto. No caso, sabemos que é a célebre frase de Descarte << Penso, logo existo>>. A partir dessa resposta, o professor poderia perguntar ao aluno: – A qual movimento pertenceu o autor? – Qual seria o significado do enunciado proferido por ele? – Depois, pode compará-lo com o da publicidade. – Promover um debate sobre a questão da credibilidade a partir dessa publicidade.

Enfim, quando a credibilidade é adquirida, ratifica a legitimidade do produto ou do serviço. Caso não lhe seja conferida a credibilidade, é preciso reaver a sua legitimidade.

É importante ressaltar que todas essas questões pertinentes a qualquer contrato de comunicação, compõem a interação verbal e por sua vez estão presentes no discurso realizado, que será abordado na próxima seção.

 

O discurso

Primeiramente, o termo discurso, segundo Benveniste em seu artigo Da subjetividade na linguagem, designa “toda enunciação que supõe um locutor e um ouvinte, e, no primeiro, a intenção de influenciar o outro de alguma maneira” (1989: 84). Tal intenção está inserida no mundo social do qual fazem parte e transitam os sujeitos comunicantes. Esses se comunicam através da realização de atos de linguagem.

Quando alguém no decorrer do seu discurso profere algo inesperado, às vezes, até mesmo infringindo as regras de boa conduta estabelecidas, ocorre o desvio na linguagem. Deixando a face de um dos interlocutores ou de ambos ameaçada. Portanto, no discurso, o homem recorre a diferentes recursos/estratégias a fim de não comprometer a si mesmo e/ou aquele a quem se dirige, como no seguinte exemplo: <<Passe-me o sal!>>. O enunciado, que consiste num ato de linguagem indireto, tem o valor ilocutório de pedido pelo fato do enunciador, possivelmente, estar achando a comida sem sal. Caso o convidado se dirigisse para o anfitrião dizendo: << Hum, que comida sem sal>>, certamente, o efeito deste enunciado, infrator das regras culturais, sobre o destinatário seria de ofensa e, portanto, a face do locutor estaria completamente ameaçada e exposta para receber qualquer tipo de resposta.

A partir desse tema, o professor pode selecionar vários tipos de discurso, tais como o pedagógico e o político, a fim de que o aluno perceba as características e as diferenças de cada um e observe como a face de cada participante está exposta (positiva, negativa ou neutra).

Dessa forma, a seguir, abordaremos a questão do desvio.

O desvio

A linguagem por ser dinâmica, ser a ação de um sobre o outro, há sempre uma intencionalidade que ora pode ser percebida, ora é possível surgir um outro efeito que não o esperado. Assim, no que diz respeito ao efeito inesperado, podemos dizer que é proveniente do distanciamento de um padrão denominado de desvio. E esse pode ser classificado como: intencional (presente em discurso humorístico, publicitário, como o do colégio Flama acima, lúdico, entre outros) e não-intencional (como no caso do mal-entendido e da gafe).

No que diz respeito ao desvio intencional, observamos que a criação de efeitos como prazer, surpresa e estranhamento sobre o destinatário pressupõe que o mesmo reconheça no enunciado do locutor algo que se distancia do padrão estabelecido pela sociedade. Para ilustrar essa questão, será examinado na tirinha abaixo o procedimento responsável pela produção de um determinado efeito. Observe a tirinha abaixo:

O enunciador, o aluno, ao ser repreendido pela professora por causa da cola, traz a cena a figura dos políticos. O aluno enfoca a conduta deles e a conseqüência de tais atos << não acontece nada>>. Assim, a partir do desvio, o aluno apresenta concomitantemente o atual papel da escola e do professor.

A partir dessa tirinha jornalística, o professor pode perguntar o seguinte:

-          Por que a tirinha tem esse título?

-          Qual o efeito da repreensão da professora sobre o aluno?

-          Qual a relação que o aluno estabelece? Por quê?

-          Se você estivesse no lugar do professor, como reagiria?

-          Realizar um debate sobre a atual imagem do político e do professor.

-          A partir do debate, pode perguntar o seguinte: qual a credibilidade do político e do professor hoje na sociedade?

Quanto ao desvio não-intencional, especificamente, a gafe, é um desvio apresentado em algum momento no discurso do falante. Esse problema pode ser de conhecimento de mundo, de cálculo interpretativo, de regras culturais, etc. Às vezes, pode ocorrer do falante não perceber que cometeu umfurodurante a interação percebendo depois da interação ter sido encerada. Mas observamos que, geralmente, logo após o ocorrido, o falante percebe o desvio e sabe lidar com ele da melhor maneira possível para não provocar mais dano à própria face/ou a do outro. O exemplo a seguir pode ser classificado como gafe comportamental pelo fato de ocorrer quando o enunciador comete uma seqüência de desvios no seu modo de portar-se num determinado ambiente. Vejamos o exemplo (transcrição de um quadro do programa Zorra total):

Situação: Numa recepção na casa de uma artista plástica, uma mulher, com sotaque caipira, que não era convidada, diante de uma pintura se dirige à anfitriã sem saber que ela é a dona da casa e a autora da obra em exposição. A mulher faz a seguinte declaração:

- Não estou vendo bem.

A pintora que não a reconhece, diz: – se afasta um pouco, daqui dá para ver bem, pois o quadro se trata de uma pintura modernista.

Mulher: – Puxa, dá pra ver melhor. Mas esse pessoal que faz isso deve ser louco. Pois não se entende nada.

A partir dessa situação, o professor pode perguntar:

-         Quais são os fatores que determinam a condição de “penetra”?

-         O que é uma pintura modernista? (o professor pode citar alguns pintores e levar gravuras para ilustrar, ou pedir para que os alunos pesquisem).

-          Em qual enunciado realizado pelaconvidada” identificamos a gafe?

-         Ao se dirigir a ela, a anfitriã deixou uma pista de que se tratava da autora da obra?

Dessa forma, a seguir, abordaremos a questão da interação e dos seus elementos constitutivos.

 

A interação

Quando um parceiro se dirige a outro, a sua intenção é de desencadear / estabelecer uma interação, que segundo BAKTHIN é “a realidade fundamental da linguagem” (1984). Isto é, pela interação, os parceiros exercem uma influência recíproca nas suas ações estabelecidas seja oralmente (face a face) constituindo uma modalidade que é a conversação, seja por escrito (texto e leitor) através de diversos tipos de texto, por exemplo, a publicitário.

Vejamos novamente o exemplo da publicidade do colégio Flama em que o sujeito comunicante (o publicitário) coloca em cena duas crianças (de diferentes etnias), enquanto enunciadores, proferindo o seguinte ato de linguagem: <<Penso Flama, logo existo>>, com o objetivo de seduzir/persuadir o sujeito destinatário. Assim, o anunciante pretende que o sujeito interpretante confira credibilidade ao colégio e matricule-se.

A partir da definição de interação, abordaremos a seguir os seus elementos.

 

Elementos da interação

A partir do explanado anteriormente, a linguagem em uso mobiliza ao menos dois interagentes: um que toma a palavra desempenhando o papel ora de enunciador, ora de locutor e um que recebe as informações, o interlocutor num determinado tempo e lugar, contexto.

Para agir sobre o outro, o homem realiza atos de linguagem, que são “as unidades mínimas da gramática conversacional” (KERBRAT-ORECCHIONI, 2001). Dessa forma, é necessário ressaltar a diferença entre esses dois tipos de falantes porque, apesar de ambos mobilizarem uma determinada língua para colocá-la em funcionamento, a distinção se encontra de acordo com Amosy (1999) no fato do enunciador ser o responsável pelas posições expressas no discurso, ou seja, o emissor profere atos de linguagem de sua autoria, o locutor, reproduz a fala do outro no seu discurso. É na tomada da fala por um ou por outro tipo de falante que se dá a enunciação (ato de produzir enunciados).

Cada enunciado surge ora a espera de uma resposta, ora como resposta a um enunciado anterior. Esse princípio é chamado de dialogismo (BAKTHIN, 1984: 284). E é nesse “pingue-pongueque o homem interage. Ao fazê-lo, convoca para seu discurso diferentes vozes enunciativas chamada por esse autor de polifonia. Assim, todo discurso é permeado por diferentes vozes e numa situação de comunicação todos esses elementos estão inseridos num contexto. Cabe ressaltar quecasos de enunciados em que é preciso considerar o contexto para dar conta dos fenômenos ligados ao sentido. Para ilustrar essa questão, vejamos a seguir um exemplo: Alguém diz: – Que calor! Dependendo da situação, este enunciado pode ter diferentes sentidos, tais como: uma simples declaração a respeito da temperatura, uma sugestão implícita ao passar, por exemplo, por uma sorveteria, um pedido para ligar o ventiladorar condicionado – abrir a porta etc. Dessa maneira, para depreender um desses sentidos é preciso que o interlocutor considere o contexto e a partir do seu conhecimento de mundo, perceba o valor ilocutório contido neste enunciado.

A respeito disso, o professor pode levar vários exemplos e a partir desses, verificar o sentido adequado para cada contexto.

Quanto ao efeito produzido no interlocutor, seja qual for ele, é produzido no outro a partir de um conjunto de unidades constituintes da interação (assunto a ser tratado a seguir).

 

Unidades da interação

Segundo Kerbrat-Orecchioni (1990:213), a interação se compõe de dois grupos de unidades: o grupo das unidades dialogais, que compreende intervenções de ao menos dois locutores e é constituído de três níveis: a interação, a seqüência e a trocas; e o grupo das unidades monologais, que focaliza apenas a contribuição de um dos locutores em relação a uma troca, é composto pela intervenção e pelo ato de linguagem. Para a autora, esses cinco níveis são essenciais para a organização das interações cujos elementos constitutivos serão apresentados e definidos a seguir:

A seqüência se define como ‘’um bloco de trocas ligadas por um forte nível de coerência semântica e/ou pragmática. Uma interação normalmente contém seqüências de abertura e fechamento, que tendem a ser mais ritualizadas do que as outras seqüenciais. Em uma seqüência pode haver uma ou mais trocas.

As trocas, por sua vez, constituem a ‘’menor unidade dialogal’’. A troca é composta pela fala de, pelo menos, dois interlocutores, pelo conjunto de ao menos dois enunciados: um proferido pelo locutor e o outro pelo interlocutor.

As intervenções, por sua vez, fazem parte do grupo das unidades monologais. A intervenção é ‘’a maior unidade monologal da interação’’. Ela estabelece uma relação de dependência condicional, ou seja, ‘’toda intervenção cria sobre a seguinte um certo número de limitações e um sistema de expectativas.’’. Numa interação, os interagentes implicados criam expectativas sobre o que será dito (intervenção) pelo seu interlocutor, e é em resposta ao que ele diz que a intervenção é criada pelo outro interlocutor. Ela é constituída de um ou mais atos de linguagem, que são definidos como a ‘’unidade mínima da gramática conversacional’’.

O ato de linguagem é o enunciado realizado por um falante numa dada situação, com um determinado objetivo e dotado de um certo valor ilocutório. Correspondem a ações como: afirmar, negar, solicitar, agradecer, recusar etc. São facilmente detectados nos exercícios de criação de diálogos propostos pelo MD que orienta o aluno para sua utilização, por exemplo, recusar o convite de Jean. O MD elaborado dentro da perspectiva comunicativa procura incorporar os preceitos da pragmática, notadamente o conceito de “ato de fala”; falar significa realizar atos de linguagem (SEARLE, 1972).

Exemplificando, uma aula normalmente corresponde a uma interação no interior do qual se encaixam seqüências. A duração de uma seqüência pode coincidir com a de uma atividade, por exemplo, a correção de um exercício no quadro negro, o debate de um texto etc. Analisando-se as seqüências, percebe-se que elas se compõem de trocas. Veja o exemplo:

L1: –- Quem começará o debate?

L2: –- Eu. Posso fazer uma crítica antes?

L1: –- Claro.

No exemplo acima, há duas trocas (a primeira iniciada por L1 e a segunda por L2). Cada uma dessas trocas é composta de duas intervenções. O turno de fala pode conter mais de uma intervenção, as quais não fazem parte necessariamente da mesma troca, como no diálogo acima. O primeiro segmento de L2 conclui a troca iniciada por L1. O segundo segmento de L2 inicia uma nova troca. Portanto, o conceito de turno de fala não se revela operacional na análise das interações verbais. Demarca apenas a duração da fala de um locutor e, assim sendo, a alternância dos locutores.

L2 intervém para demonstrar seu interesse em participar do debate e em seguida inicia outra troca com uma intervenção em que faz uma pergunta a L1 “Posso fazer uma crítica antes?”. A questão do turno de fala não é relevante para a análise das interações, pois ele corresponde à fala de um locutor, mas não se define em relação às unidades de análise (intervenção, seqüência, troca etc.). Ele apenas delimita a extensão da tomada de palavra de cada locutor. Ao se analisar o exemplo acima, se observou quequatro atos de linguagem: o primeiro é uma pergunta feita pela por L1 ‘’Quem começará o debate?’’, o segundo é uma resposta dada por L2 ‘’eu’’, o terceiro é uma dúvida tirada por L2 ‘’posso fazer uma crítica antes?’’ e o quarto é a resposta de L1 (-- claro) à pergunta de L2.

Assim, após verificar nesta seção que a interação é constituída de unidades menores (de diferentes níveis), organizados hierarquicamente, podemos pedir para que o aluno destaque esses elementos de uma transcrição proposta por nós. Dessa forma, nós, professores, podemos levar o aluno a perceber que através delas o discurso é, analiticamente falando, mais facilmente compreendido.


 

Conclusão

No decorrer do trabalho, observamos que ao interagir, mobilizamos vários elementos a fim de que o interlocutor possa nos compreender. Às vezes, o enunciado daquele que toma a palavra pode levar tanto o interlocutor a detectar algum problema (por exemplo, de regência, concordância, etc.) como atribuir outro sentido (causando,às vezes, o mal-entendido).

Verificamos assim que o discurso é tecido por diferentes enunciados, não quanto à sua natureza mas também quanto ao universo de referência. E os atos que o alinhavam as interações são de dois tipos: verbal (direto ou indireto) e não-verbal (gestos,risos, silêncio etc.). Então, haja vista a complexidade do assunto da interação, em cada momento um desses tipos predomina, pois seu uso tende a variar de acordo com os objetivos da negociação.

Através da análise do corpus, constatamos que interagir não é tarefa das mais simples, porque implica, entre vários fatores, inadequações em relação a diferentes aspectos (semântico, sintático, fonético, pragmático etc.). É preciso negociar por meio da utilização de diversas estratégias. As estratégias são assim recursos muitas vezes utilizados pelo locutor para suscitar a tomada de fala do interlocutor. E, para colocá-las em prática, realiza vários atos de linguagem que são encadeados de acordo com as intervenções de um dos interagentes.

Verificamos também que a realização dos atos de linguagem está atrelada à questão da negociação e da preservação da face. Concluímos, então, que o modo como o interlocutor elabora o seu discurso através dos atos de linguagem é fundamental para a interação. Isto significa dizer que para interagir é preciso mobilizar vários elementos e unidades de acordo com o que se almeja transmitir, ou seja, com o efeito de sentido pretendido provocar.


 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALMEIDA, Fernando Afonso de. “Desvios e efeitos na produção de enunciados”. In: Boletim da ABRALIM. Fortaleza: Imprensa Universitária, 2001.

AMOSY, R. Imagens de soi dans le discours. Lausanne: Delachaux, 1999.

BAKHTIN, M. Marxismo e filosofia da linguagem. São Paulo: Hucitec, 1986.

BENVENISTE, Émile. Problemas de lingüística geral I e II. .Campinas: Pontes, 1989.

CHARAUDEAU, Patrick. Language et discours. Éléments de Sémiolinguistique (théorie et pratique). Paris: Hachette, 1993.

GOFFMAN, E. Les rites d’interaction. Minuit, 1974.

KERBRAT-ORECCHIONI, C. Les interactions verbales. Paris: Armand Colin, 1990. V. I.

––––––. Les actes de langage dans le discours: théorie et fonccionement. Paris: Nathan, 2001.

SEARLE, John R. Les actes de langage. Paris: Hermann, 1972.

VION, Robert. La communication verbal: Analyse des interactions. Paris: Hachette, 1992.

––––––. ‘’L’analyse des interactions verbales’’. Les carnets du CEDISCOR, nº 4. Paris: Presses de la Sorbonne Nouvelle, 1996.

 

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