RESUMOS

Os resumos estão organizados em ordem alfabética.

Se quiser buscar pela programação, esta foi organizada cronologicamente.

Há um índice de autores e de instituições no final deste volume.


A afetividade no contexto de ensino de línguas estrangeiras

Bruna Rafaele S. da Silva (PUC-Rio)

 

Este trabalho apresenta uma prática reflexiva sobre o processo de ensino e aprendizagem de línguas estrangeiras, do qual ela se apresenta como professora de Português Língua Estrangeira (PLE) e de Francês Língua Estrangeira (FLE). Teorias apresentadas por Allwright & Bailey (1991), Brown (1994), Kumaravadivelu (1994), Prabhu (1990) serviram como alavanca para a reflexão apresentada.

Ao ser composta a pesquisa, foram observados fatores que interferem na correção de erros e observamos a presença marcante da afetividade na relação entre os atuantes no processo de ensino e aprendizagem.

 

 

A ALTERNÂNCIA ENTRE FUTURO DO PRETÉRITO E PRETÉRITO IMPERFEITO
E O
PROCESSO COGNITIVO DE “matching

Natália de Castro Guerreiro (UFRJ)

 

A Teoria dos Espaços Mentais, inicialmente uma alternativa à questão da referência (Fauconnier, 1985), assume a existência de espaços locais e efêmeros – os espaços mentais – que são como contêineres para o processamento da informação no ato comunicativo. Fauconnier (1985) postula a existência do espaço de localização original do falante – o espaço-base – e investiga, através das noções de Foco e Ponto de Vista, os diferentes posicionamentos deste relativamente ao restante da informação ativada, que vem por sua vez compartimentada em outros espaços (o texto como uma rede de espaços mentais; Coulson 2003). Sua teoria pode permitir, assim, novas investigações no campo da Dêixis. Utilizando a Teoria dos Espaços Mentais e a metáfora Tempo é Espaço (Lakoff & Johnson 1980, dentre outros), Gerhardt (2002) analisa os usos do presente do indicativo do português. A partir desse trabalho, aqui se pretende estudar os usos aparentemente "alternáveis" do pretérito imperfeito e do futuro do pretérito no português brasileiro contemporâneo. Com a hipótese de que tempo verbal e o processo cognitivo de mesclagem (Fauconnier, 1997) estão relacionados, consideramos que formas verbais diferentes acionam processos imaginativos distintos ("the backstage cognition", segundo Fauconnier & Turner 2002). Isso poderá, portanto, explicar as especializações de uso desses tempos verbais.

 

 

A ANÁLISE SEMIÓTICA NO ENSINO DO ITALIANO COMO LE

Elisabetta Santoro (USP)

 

Os manuais para o ensino do italiano como língua estrangeira costumam utilizar os textos incluídos apenas para verificar a compreensão leitora dos aprendizes. Uma vez comprovado que os alunos “entenderam” o texto, este pode ser usado como estímulo para a conversação em sala de aula ou como ponto de partida para a produção de um texto escrito, de maneira que o aprendiz possa dedicar-se à produção em língua estrangeira e exercitar as estruturas gramaticais que está aprendendo.

Consideramos, porém, que se o ensino da língua se põe como objetivo dar ao aluno a competência necessária para entendê-la e usá-la de maneira eficaz e adequada, isso não basta: é necessário fornecer conhecimentos sobre o funcionamento da língua e dos textos e sobre as maneiras em que se dá a significação.

A análise dos textos da Semiótica dita francesa, fundada por A.J. Greimas, oferece um instrumental, que permite aprofundar o estudo do texto. Com base em seus princípios, consideramos que um texto é o produto da união entre plano da expressão e plano do conteúdo, ou seja, no caso de um texto verbal, entre a “aparência” lingüística e a “imanência” do conteúdo.

“Fora do texto não há salvação”: é essa uma das mais famosas e citadas afirmações de Greimas, que retomada no contexto do ensino/aprendizagem da língua, em especial, em ambiente de língua não-materna, nos leva à proposta de basear no texto o processo de ensino/aprendizagem, porque nele poderão ser examinados os fatos gramaticais em sua funcionalidade discursiva.

 

 

A ARTE DA PALAVRA E DO DESENHO NA APRENDIZAGEM DA LÍNGUA

Maria Suzett Biembengut Santade (FIMI, FMPFM e UERJ)

 

A arte de desenhar contribui para o desenvolvimento da criatividade, principalmente, quando a criança é levada a imaginar os meios a executar. Sua criatividade suscita ao transformar os conceitos lingüísticos em desenhos ilustrativos do seu cotidiano. Essa arte requer imaginação para ‘dar existência a alguma coisa’. Ao praticar desenhos, a criança assinala sua imaginação. Cada traço, cada forma e cada cor impressos tendem a revelar como se associam suas idéias. Com o pretexto de evitar o rompimento desse talento que muitas vezes parece nato, conduzimos um trabalho com crianças das séries intermediárias do Ensino Fundamental, aliando as estruturas da língua à arte de desenhar. Valendo-nos da observação dos elementos que compõem o meio circundante e da orientação de técnicas de desenho, levamos a cada criança a aprender conceitos da língua, aguçar o senso lingüístico e perceptivo, valorizar a arte da palavra por meio do talento criativo.

 

 

A atualidade de Manuel Said Ali:
a
sintaxe do pronome se e a cognição

Angelina Aparecida de Pina (UFRJ)

 

A proposta deste trabalho é verificar de que modo a perspectiva psicológica adotada por Manuel Said Ali, em seu livro Dificuldades da Língua Portuguêsa (1908), se coaduna com algumas idéias cognitivistas, ratificando a atualidade de suas investigações. Nesse sentido, o capítulo referente à sintaxe do pronome se é exemplar. Nele, o eminente filólogo atribui ao pronome se, em “vende-se casas”, uma função “psicológica” de agente indeterminado, pois a frase traz à consciência a idéia de alguém que vende. Do ponto de vista do cognitivismo, isso tem correlação direta com a semântica do verbo, que perfila seus papéis participantes (vendedor, objeto vendido, comprador), na medida em que o verbo vender evoca uma cena experiencial de transferência que requer a presença de um agente [+ humano], de um paciente e de um recipiente (que, na frase vende-se casas, é “sombreado”). Nesse mesmo capítulo, confrontando as frases “aluga-se esta casa” e “esta casa é alugada”, Said Ali explica que o processo de substituição gera sentidos implausíveis. Dentro do paradigma cognitivista, a substituição é inválida tendo em vista o Princípio da Não-Sinonímia, segundo o qual uma diferença na forma sintática sempre indica uma diferença de significado (semântica ou pragmática). É importante salientar que, apontando a incongruência das regras sintáticas prescritas pelas gramáticas normativas, Said Ali advoga a inexistência da passiva sintética no português - fato cada vez mais evidente em placas de anúncios nos dias de hoje.

 

 

A ATUALIDADE DOS PROVÉRBIOS LATINOS: TRADUÇÃO E INTERPRETAÇÃO

Eliana da Cunha Lopes (FGS e USS)

 

O objetivo deste artigo é registrar a atualidade de alguns provérbios latinos que, através de sua tradução e interpretação, podem ser comparados a alguns provérbios da Língua Portuguesa, permitindo-nos um estudo intertextual.

O corpus pesquisado foi retirado de vários autores latinos que, dentro de sua visâo filosófica, nos legaram, em suas obras, ensinamentos que se transformaram em lições de vida e/ou mensagens que podem, com certa freqüencia, ser encontradas em alguns provérbios, axiomas e adágios no século XXI.

Este trabalho não pretende em hipótese alguma, esgotar o assunto, mas através da tradução e interpretação, assinalar a intertextualidade dos provérbios latinos com os de nossa língua.

 

 

A AVALIAÇÃO DA PROFICIÊNCIA EM PORTUGUÊS-LÍNGUA ESTRANGEIRA
AS PROPOSTAS DO BRASIL E DE PORTUGAL

Regina Dell Isola (UFMG)

Brasil e Portugal concentram esforços direcionados à institucionalização de um sistema de equivalência de níveis de certificação de Português como Língua Estrangeira, nas variantes brasileira e portuguesa, preservando-se as características relativas à concepção, ao formato e ao conteúdo de cada um. Nesta mesa redonda, pretendo focalizar os princípios que regem cada um dos exames e discutir as possibilidades de ajuste com vistas à almejada equivalência.

 

 

A Avaliação na Prática de Ensino.

Ana Elizabeth Dreon de Albuquerque (UERJ)

 

Avaliar é uma tarefa muito complexa, e tanto é assim que ocupa uma parte considerável nas discussões sobre como melhorar o trabalho desenvolvido pelo professor e como garantir a assimilação do conteúdo ministrado ao aluno.

Quando se trata de avaliar futuros professores, essa tarefa toma um outro vulto, visto que nesse caso o professor da disciplina não tem por meta avaliar a assimilação de um determinado conteúdo ministrado, mas verificar quão diversificado, criativo, autônomo, investigativo, responsável e compromissado pode ser o futuro profissional da educação.

O presente trabalho visa apresentar de que modo é feita a avaliação nos cursos de Prática de Ensino de Espanhol/ Língua Estrangeira.

 

 

A BARCA DOS HOMENS, DE AUTRAN DOURADO
A EXPRESSIVIDADE DO
VOLUME FRASAL

Marcia de Oliveira Gomes (UERJ)

 

O presente trabalho visa a abordar o efeito expressivo do volume frasal na construção do romance A Barca dos Homens, de Autran Dourado, levando em conta os elementos que participam de sua composição. Ao entrar em contato com essa obra intrigou-nos a forma como se arquiteta, mais precisamente no tocante à frase. O primeiro bloco entregue à apresentação das personagens se faz ler lenta e profundamente, ao passo que o segundo, imerso na ação dos moradores da ilha, em face dos acontecimentos desencadeados pela perseguição a um deficiente mental, que se acreditava estar armado, possui uma narrativa bem mais veloz. Tal efeito se deve ao emprego da frase que vai da longa, seguindo os parâmetros clássicos, à entrecortada, no estilo jornalístico, empregado no auge do Modernismo. A extensão da frase estabelece, dessa maneira, o ritmo da narrativa em consonância com o estado de alma das personagens, colaborando para a imersão do leitor no drama que as envolve.


A ‘BELLE ÉPOQUE’ QUE NÃO HOUVE

Geysa Silva (UNINCOR)

 

No começo do século XX, o Rio de Janeiro, então capital da república, mimetizava a "belle époque" parisiense e, por sua vez, era imitado pelas cidades do interior que se iniciavam na industrialização. Tal processo, entretanto, não ocorria em lugares onde predominava a atividade agrária, assentada no patriarcado, como em Três Corações, no sul de Minas. Aí, a vida social restringia-se às festas religiosas e a comemorações familiares, exibindo traços ainda de épocas bem anteriores. Nesse contexto, faz-se a reconstrução da Igreja Matriz da Sagrada Família, nela introduzindo elementos pictóricos e arquitetônicos novos, que modificaram o caráter simples da construção primeira, numa tentativa de inserir o moderno numa cidade que ensaiava sua urbanização. É nesse ambiente que Godofredo Rangel escreve "Vida Ociosa" e outras obras, ainda não analisadas com o rigor acadêmico que merecem, a ilustrar as relações entre o imaginário local e os produtos culturais que resultaram desse tempo e desse espaço.

 

 

A CAPACIDADE DE ARGUMENTAÇÃO NOS ALUNOS DE 5A E 6A SÉRIES

Heloísa Helena da Cruz Aguiar (UERJ)

 

Muito já se tem desenvolvido acerca da importância da produção textual na escola. Sabe-se que o ensino da redação escolar é pautado em três tipos: narração, descrição e dissertação. Existe, entretanto, uma tendência nos programas escolares que introduz o ensino da dissertação/argumentação apenas nas séries mais adiantadas, ou seja, este apenas é iniciado na 7a ou 8a série do Ensino Fundamental para ser mais aprofundado no ensino médio.Nesse sentido, este trabalho mostrará que, mesmo antes de conhecer as técnicas e regras da argumentação, os alunos já conseguem utilizá-las, muitas vezes de forma pouco madura – por se tratar de crianças com idade entre 10 e 13 anos – mas com características próprias deste “tipo” de texto. Tendo como objeto de estudo o texto de crianças, é importante ressaltar que a avaliação do texto infantil no âmbito da argumentação pode provocar muita discussão, uma vez que, para muitos, ainda não existe, nesta fase, a capacidade argumentativa. Além disso, falar em argumentação, hoje, implica trabalho sobre critérios do verossímil, sobre a formação de opinião própria. É neste ponto, mais precisamente, que o presente trabalho pretende se aprofundar.

 

 

A categoria do advérbio no discurso da publicidade
a
interface gramática e discurso

Rosane Santos Mauro Monnerat (UFF)

 

Este trabalho tem por objetivo analisar o comportamento sintático-semântico-discursivo dos advérbios no discurso da publicidade, com base na Teoria Semiolingüística de Análise do Discurso (Charaudeau, 1992) e no estudo sobre intensificadores – intensifiers – (Quirk, 1985). No texto publicitário, as escolhas lexicais contribuem para manifestar a direção argumentativa do discurso e recaem, quase sempre, sobre termos que supervalorizam as qualidades de P (produto anunciado). Na análise do corpus, verificamos ser insignificante o número de textos com ocorrências de advérbios ou locuções adverbiais que expressam outras circunstâncias que não a de intensificação. Verifica-se, portanto, que as construções envolvem advérbios em enunciados que sobrelevam, enfatizam situações positivas e as qualificações de P (produto) amplificadores– maximizadores – levantadores- (maximizers), os advérbios negativos – downtoners – aparecendo, via de regra, em referência ao produto do concorrente, ou em ocorrências em que se pretende minimizar situações desagradáveis. A pesquisa destaca, então, o papel do advérbio, como um dos mecanismos de intensificação responsáveis pela construção do sentido hiperbólico do discurso publicitário, funcionando como marca enunciativa dos sujeitos discursivos, num processo de construção de identidades que assegura a legitimidade e a credibilidade da palavra publicitária.

 

 

A charge em sala de aula

Daniele de Barros Macedo Silva.(UFF, PUC-Rio e UGF)

 

Este curso apresenta uma proposta de uso de charge em sala de aula, já que esse tipo de texto – verbal e não verbal – permite que diversas atividades sejam realizadas, além de ser um material interessante para os alunos, a fim de torná-los cada vez mais capazes de construir os possíveis sentidos do texto.

Tais atividades envolvem a compreensão e interpretação da charge, visando ao desenvolvimento da criatividade do aluno, a partir das inferências que este pode realizar de acordo com seu conhecimento de mundo.

Um outro aspecto importante na utilização das charges é a sua proximidade com o cotidiano, pois elas são geralmente encontradas em jornais e revistas, tratando temas atuais e marcando épocas. Além disso, permitem que o aluno passe a entender a imagem como discurso, atribuindo-lhe sentidos sociais e ideológicos.

Como sabemos a valiosa contribuição dos aspectos visuais são bem recebidos pelos alunos, dessa forma, o professor tem acesso a esse suporte pedagógico para o ensino da língua portuguesa, não só para esta disciplina, mas para outras, tais como: literatura, história, geografia, entre outras.

Objetivos:

O curso tem como objetivo originar uma reflexão sobre a utilização da charge como apoio pedagógico no processo de ensino-aprendizagem da língua portuguesa e outras matérias do currículo escolar, nas escolas de nível fundamental e médio.

Objetivos gerais:

·  Analisar os aspectos verbais e não-verbais.

·  Identificar os efeitos de sentido produzidos pelo uso da charge.

·  Propor uma forma de utilização da charge como instrumento pedagógico.

 

 

A CHARGE NA SALA DE AULA
UMA
PERSPECTIVA INTERTEXTUAL DE LINGUAGENS

Tatiana Nunes de Lima Câmara (UERJ)

 

A pesquisa focaliza a charge na perspectiva de sala de aula. Propomos, a partir de um pacto entre leitor e texto, análises e desconstruções de charges, lançando mão das linguagens verbal e não – verbal. Com base no recurso da intertextualidade, entendemos a charge como gênero de caráter jornalístico, capaz de estabelecer um elo de comunicação significativo entre professor e alunos. Em função do prazer que proporciona a quem lê, pode definir um ensino/ aprendizagem de Língua Portuguesa mais eficiente. Mesclando, pelas próprias características, em muitos casos, as linguagens verbal e não – verbal, o texto chargístico revela-se fonte enriquecedora, possibilitando, aos envolvidos no discurso, aptidão para ler uma e outra linguagens. As charges híbridas de Chico Caruso, corpus do trabalho, levam os leitores a estabelecerem uma leitura complementar no que tange às diferentes linguagens; dominar apenas uma não garante a interlocução. Como seres sociais, vivemos em busca da interação e qualquer falha, tanto do enunciador como do co-enunciador, compromete a comunicação.


A CLASSE DOS NOMINAIS EM PERSPECTIVA TEXTUAL
ARTICULAÇÃO DA GRAMÁTICA AO DISCURSO

Simone Xavier Pontes (UFF)

 

O ensino de Língua Portuguesa, em especial, o estudo da gramática, ainda hoje, tem-se restringido à mera transmissão de regras e conteúdos gramaticais lecionados aos alunos, de forma descontextualizada, isto é, desvinculada de uma situação real de uso da língua.

Apesar das inúmeras pesquisas lingüístico-gramaticais realizadas (principalmente nas últimas décadas) e da significativa contribuição dada pelos Parâmetros Curriculares Nacionais na tentativa de uma mudança na perspectiva do ensino de Língua Portuguesa, vê-se que o estudo da gramática, mais especificamente, o das classes de palavras – substantivo e adjetivo – é desenvolvido, na maioria dos livros didáticos adotados, não só a partir de frases soltas, ou seja, frases descoladas de um contexto efetivo da língua, como também por meio de definições, que se caracterizam pela mistura de critérios morfológico (ou mórfico ), sintático ( ou funcional ) e semântico.

Assim, nosso trabalho propõe um estudo mais reflexivo acerca da classe dos nominais, em especial, do adjetivo, num corpus de crônicas de Fernando Sabino, tendo em vista a articulação dos pressupostos lingüístico-gramaticais com os pressupostos teórico-metodológicos da Teoria Semiolingüística de Análise do Discurso de Patrick Charaudeau. Pretendemos, então, analisar o comportamento morfológico, sintático e semântico-discursivo da classe dos nominais, com ênfase no adjetivo, observando de que forma constrói-se o sentido discursivo desse vocábulo, fato que se relaciona diretamente, não só aos sujeitos envolvidos no ato discursivo, como também à intenção desses parceiros, em virtude das escolhas lexicais por eles realizadas.

 

 

A CONSTRUÇÃO DO TEXTO PELO PARÁGRAFO

Bruno Cavalcanti Lima (UFRJ)
Hayla Thami da Silva
(UFRJ)

 

O Curso de Redação I tem a leitura como ponto de partida para a produção de textos. São focalizados vários aspectos relacionados ao ato de ler e de escrever, como a noção de texto, os fatores de textualidade e a paragrafação.O Curso apresenta, como perspectiva principal, análise das noções básicas relativas ao texto, com propostas de aplicação didática sobre o processo de interpretação e de produção textuais. O material didático utilizado pelos alunos foi produzido pelos próprios monitores em 2004 e completado com uma série de atividades a partir de textos jornalísticos atuais, de acordo com o interesse e a necessidade de encaminhamento de propostas constantes do planejamento do curso.

 

 

A CONSTRUÇÃO ON-LINE DO SIGNIFICADO: UM ESTUDO DE CASO

Ana Flávia Lopes Magela Gerhardt (UFRJ)

 

No estudo das bases sócio-cognitivas da gramática, tomamos as unidades lingüísticas como entidades simbólicas (Langacker, 1987), em que significado e significante se integram de tal forma, que daí se detectam, de um lado, uma reconfiguração da noção de significado, que contaria com uma pragmática associada, e, de outro lado, os padrões de forma-conteúdo que por si sós também significam (cf. Croft, 2001; Tomasello, 2003). A par desta concepção de signo lingüístico, compreendemos a articulação entre bases de conhecimento estáveis e locais, e variados processos de construção de conceitos representáveis na linguagem.

Entre esses processos, situa-se a mesclagem conceptual (Fauconnier & Turner, 1994, 2002), fenômeno cuja descoberta abre caminhos para a compreensão sobre a natureza dinâmica do significado em linguagem, em contraponto com as abordagens semânticas estáticas e apriorísticas (Coulson, 2001).

Na pesquisa sócio-cognitiva, o conceito de mesclagem conceptual beneficia a observação do significado que emerge na interação on line e nela vai sendo negociado, ajustado. Daí podermos estabelecer as condições de validação das representações postas em jogo na comunicação, onde a língua, os modelos de mundo e as negociações interacionais têm a mesma importância. Assim, o significado se faz como construção e articulação entre experiências, habilidades, conhecimentos e processos, incluindo as formas dos acordos possíveis (ou não) durante a interação.

Este trabalho pretende, através de um estudo de caso, verificar como o significado se faz relativamente à descrição acima. Analisaremos, em particular, um anúncio lido em um posto de gasolina: “Nem todo posto é a mesma bomba”.

 

 

A CRIAÇÃO NEOLÓGICA NO JORNAL IMPRESSO
DISCURSO E INFORMATIVIDADE

Joana D’arc O. Canônico (UERJ)

 

O texto jornalístico, por suas características contemporâneas e funcionais é um material abalizado para uma pesquisa no campo da criação lexical, em Língua Portuguesa. Nele, os vocábulos se transmutam e se revestem de novos significados, dando origem a outros termos , promovendo a renovação lingüística e semântica das palavras. Resultado da seleção de quem escreve, a palavra, no texto do jornal, deve ser observada sob duas perspectivas: a informativa e a discursiva.

O objetivo deste trabalho é analisar a criação neológica de algumas palavras no jornal atentando para o discurso e a informação que emanam dos novos termos.

 

 

A Culpa é do Tradutor

Aline Reguine (UFRJ)

 

Muitas vezes após assistirmos a um filme legendado, ler um manual não tão coeso e/ou coerente ou talvez ler um livro estrangeiro traduzido, costumamos afirmar: “Você leu essa tradução?” “Péssima!” “A culpa é do tradutor!”. Porém, raramente paramos para pensar ou conhecemos os bastidores de uma tradução. Como ela chega para um tradutor? Em quais circunstancias ela é desenvolvida? Quais são as exigências? Prazos? Clientes? A presente comunicação tenta derrubar esse mito ilustrando os bastidores de uma tradução técnica desde o momento da criação de um projeto de tradução até a entrega do mesmo para o cliente que irá lançá-lo no mercado.

 

 

A desespacialização da cidade
na
literatura brasileira contemporânea

Regina Célia Pentagna Petrillo (USS)

 

Com a crise das verdades absolutas e a queda dos valores metafísicos, diagnosticadas por Jean François Lyotard no processo a que chamou de "descentramento" da razão ocidental, toda uma série de conceitos foi questionada: certeza, autoridade, unidade, totalização, universalização, centro, fechamento, hierarquia, origem. Tem-se, pois, na pós-modernidade a falta de qualquer ponto de vista supremo, a descrença em relatos legitimadores universais, o esvaziamento de valores e referências totalizantes, o fim do sujeito unitário e racional. A pós-modernidade é marcada pela a fragmentação, pelo volume de fatos, pelas transformações e trânsito contínuo, pela instabilidade de categorias antropológicas e de polaridades elementares (afirmação/negação, sujeito/objecto), pelo jogo da diferença e pelo simulacro.Diante deste universo pós-moderno, a representação da cidade na literatura perde os seus contornos definidos e suas referências ao espaço real diluem-se num espaço desterritorializado em que não se sabe mais com certeza o que é falso ou verdadeiro. Esta comunicação, propondo-se a enfocar a desterritorialização da cidade na literatura pós-moderna, pretende analisar de que modo a estrutura lingüística e textual são organizadas para a construção deste perfil.

 

 

A disforia urbana nos contos de Edgar Allan Poe

Cristina Maria Teixeira Martinho (USS)

 

O surgimento das grandes cidades tornou-se a experiência social mais insólita dos anos 1830-1840 e, em virtude de seu ritmo acelerado e tumultuário, também a mais crítica. O que parecia perturbar mais os espíritos era justamente o seu ineditismo que tornava os indivíduos envolvidos perplexos e destituídos de recursos para entender e enfrentar uma situação completamente inesperada. Manifesta-se, pois, uma singular forma de angústia, constituída por um sentimento de impotência e vacilação diante de um surto vertiginoso de mudanças que não se pode deter, mas às quais se tenta desesperadamente resistir. Solidão, crime, doença e sedução: três signos da morte sob cujo emblema aterrador Edgar Allan Poe

Enquadra a cidade moderna. Poe foi provavelmente o primeiro autor que se colocou precisamente a questão de ajustar a tradição literária ao estado singular de sensibilidade produzido pela experiência da vida nas grandes cidades. A questão da metrópole moderna magnetiza todos os sentidos da trama narrativa de alguns contos e nos transmite uma visão trágica da grande cidade identificando-a com a morte de três maneiras diferentes. Diferentemente de seus contemporâneos, ele não fala sobre a cidade, mas parece antes metamorfosear-se na voz pela qual a experiência desenraizada da vida na metrópole procura pronunciar a sua identidade inconsistente. Sua melancolia não procede da razão, nem da moral e sim da solidão em que a metrópole enclausurou cada um dos seus milhares ou milhões de habitantes.

 

 

A divulgação científica sob a perspectiva enunciativa

Eliane de Fátima Manenti Rangel (UFRGS)

 

Esta dissertação focaliza um gênero textual denominado texto de divulgação científica, o qual tem por objetivo divulgar as recentes descobertas científicas. Ao se tratar de um modelo textual com peculiaridades próprias, busca-se, a partir do conceito bakhtiniano de gênero, classificá-lo como um gênero emergente, por estar cada vez mais freqüente na mídia impressa e eletrônica. Assim, o objetivo desse trabalho é mostrar como esse gênero textual é configurado por meio de estratégias lingüísticas que caracterizam o dialogismo e a polifonia. Para atingir tal propósito procedeu-se a uma análise enunciativa de textos de divulgação científica veiculados na Folha online, procurando verificar os diferentes recursos lingüísticos empregados para reformulação do referido texto a partir do texto original – o artigo científico. Os resultados apontam o texto de divulgação científica como um gênero predominantemente polifônico, pois, ao jogar com recursos disponíveis na língua, como por exemplo aspas, parênteses e certos marcadores discursivos, o divulgador tem a possibilidade de transformar um texto que apresenta maior grau de objetividade, imparcialidade e emprego de palavras técnicas, características próprias do artigo de cunho científico, em um texto constituído por uma linguagem com palavras próximas do cotidiano do leitor e, portanto, permitindo uma leitura mais acessível.


A Edição Científica de Dois Baianos Ilustres
Gregório de Matos e Alexandre Rodrigues Ferreira

José Pereira da Silva (UERJ)

 

O título desta comunicação coincide com o do projeto com o qual acabo de ingressar no PROCIÊNCIA: Programa de Incentivo à Produção Científica, Técnica e Artística e é exatamente sobre o que já se fez dele que se tratará nesta comunicação, demonstrando-se a sua importância para as letras e para o desenvolvimento das ciências e do conhecimento da cultura nacional brasileira.

Da obra de Alexandre Rodrigues Ferreira (chefe da única expedição científica que o governo português fomentou na colônia), através da Kapa Editorial, já foram publicados oito volumes, em três coleções, estando no prelo outra coleção que deverá ter dois ou três volumes e ainda há material para outras três ou quatro coleções idênticas. Trata-se de um enorme conjunto de documentos, de enorme variedade de formas de expressão e de não menor importância para a história do conhecimento científico e tecnológico no Brasil.

Da obra de Gregório de Matos, de que já temos dezenas de códices transcritos e algumas edições preparadas, é nosso objetivo demonstrar que é indispensável preparar uma edição diplomática digitalizada, como a que preparamos demonstrativamente do códice da Coleção Celso Cunha, inclusive para garantir a sua preservação, como fica claro em relação a este mesmo códice, cujo quarto tomo está desaparecido há quase uma década. Trata-se do primeiro poeta da literatura brasileira que indispensavelmente constará de qualquer síntese de nossa história literária.

 

 

A elaboração didática nos documentos oficiais de ensino
e na
sala de aula de uma rede municipal
do
estado de santa catarina

Maria Rosânia Viana (UNESC/ ESUCRI)

 

Ancorado na teoria bakhtiniana da linguagem e dos gêneros do discurso e pelos estudos de Chevalhard sobre transposição didática, este trabalho tem como objetivo analisar o processo de elaboração didática presente no documento oficial de ensino reelaborado e na prática pedagógica, em sala de aula, na disciplina de Língua Portuguesa de uma rede municipal de ensino do Estado de Santa Catarina. A fim de alcançar o objetivo proposto analisa, em um primeiro momento, o processo de elaboração didática ocorrido no documento reelaborado no ano de 2002, confrontando-o com o anterior (2001) e com os PCNs. Em um segundo momento, analisa a elaboração didática de uma professora da rede municipal em sala de aula, com o intuito de verificar se o que norteia a elaboração em sala de aula são os documentos reelaborados, os PCNs ou outra fonte. Quanto à elaboração didática do documento reelaborado, demonstra que não há elaboração didática, mas transcrição direta de um outro documento, pois os objetivos que figuram no novo documento são transpostos do documento anterior e os conteúdos são transcritos diretamente dos PCNs. Quanto à elaboração didática realizada em sala de aula, revela que o livro didático norteia a prática pedagógica da professora, e não o documento ou os PCNs. Assim, percebe-se que há necessidade de um trabalho reflexivo a respeito dos PCNs e das propostas neles assumidas, tanto nos documentos oficiais quanto na sala de aula, para que aquela rede municipal de educação possa adequar as propostas dos PCNs à realidade educacional do município.

 

 

A EMPATIA COMO ESTRATÉGIA DA INTERPRETAÇÃO FILOLÓGICA

Luiz Antônio Lindo (USP)

 

A filologia é um conjunto de estratégias de estudo da cultura condensada em formas teóricas como textos e monumentos artísticos e prosaicos cujos significados explícitos e implícitos procura recuperar e dar à luz por meio duma interpretação de validade universal. Um dos maiores problemas enfrentados pelo intérprete-filólogo é o da diferença radical porventura existente entre a sua mentalidade e a do homem situado além dos limites culturais conhecidos. Como “traduzir” conceitos, crenças, sensações, etc. separados por um abismo muito difícil ou mesmo, segundo alguns, impossível de transpor? Examinaremos a estratégia da “empatia” adotada pelo filólogo como modo de levar a cabo essa tarefa, com especial atenção ao caso da incorporação dos americanismos léxicos ao léxico patrimonial ibérico.

 

 

A encenação autobiográfica
em O primeiro homem, de Albert Camus

Cátia Cristina Assunção Henriques dos Santos (PUC-Rio)

 

O objetivo dessa comunicação é lançar luz sobre o romance O primeiro homem, (1960/1994), do escritor franco-argelino Albert Camus e seu projeto memorialista.

A organização literária do manuscrito e suas notações, a posterior conformação editorial, e sua publicação póstuma concedem ao livro o formato de um autêntico arquivo, em que a escrita não figura unicamente como um auxiliar da memória, mas ela mesma memória. Entre a postura autobiográfica e a elaboração ficcional, pode-se alcançar toda uma relação entre os processos identitários – o pessoal e o coletivo – no contexto colonial/pós-colonial, envolvendo a figura empírica de Albert Camus, sua produção literária e sua postura intelectual diante do conflito político entre a Argélia e França.

O surgimento de uma perspectiva memorialista em que a invenção do passado se firma enquanto processo de (re)escritura, será abordado paralelamente à questão do monolinguismo do outro (cf. Jacques derrida), mais precisamente no que toca o exílio voluntário e singular de Camus (em que a língua materna não era distinta da citadina) e suas implicações em termos de engajamento político.

 

 

A escrita e as estratégias utilizadas
em
mensagens de um Chat espanhol

Greice da Silva Castela (UFRJ e UERJ)

 

Esse minicurso, fruto de minha dissertação de mestrado em Língua Espanhola na UFRJ, objetiva: (1) expor as estratégias e recursos empregados na interação em uma sala de bate-papo espanhola; (2) discutir o sistema escrito utilizado apresentando as variações ortográficas ocorridas na representação gráfica das palavras, dos sons, do espaçamento interlexical e da divisão dos enunciados e (3) mostrar os recursos tipográficos referentes a emoticons, excesso de sinais de pontuação e diagramação das mensagens.

No Chat, as variações da norma ortográfica padrão podem ser associadas a um descuido, à falta de domínio lingüístico e à intenção de chamar a atenção de outro(s) participante(s). Além disso, as modificações ortográficas podem ter finalidade expressiva ou lúdica, servindo como um desafio de originalidade e inteligência dos participantes da interação.

 

 

A ESCRITA ESPONTÂNEA E UTILITÁRIA NO MUNICÍPIO DE RESENDE – RJ

Arlete Inês Ribeiro Rubini (AEDB e UNESA)

 

Este estudo descritivo dos registros de escrita popular espontânea e utilitária no município de Resende-RJ, documentou a linguagem das ruas, em placas e cartazes manuscritos oferecendo serviços; dizeres em tabuletas e similares; textos diagramados e impressos em folhas volantes, motivados pela necessidade de comunicação pública, vinculada à publicidade e à propaganda destinada a um público indeterminado e ocasional; (PINTO, 1996). A investigação apoiou-se nos ensinamentos de Elia (1987), Marcuschi, (2001) e Preti (2004) sobre os fatores sociais que condicionam a competência lingüística de uma comunidade. Foram comparadas as semelhanças e diferenças entre a representação das palavras na norma ortográfica vigente e a encontrada nos registros coletados. Foram identificadas as palavras e expressões cuja representação escrita popular mais se afasta da norma e estabelecidas relações entre o distanciamento da norma e o grau de escolaridade do autor do registro e entre o distanciamento da norma e o caráter funcional do registro. Os resultados apontam para a linguagem como produto histórico, como forma de interação social por meio de enunciações (VYGOTSKY, 1979) e um elo na cadeia dialógica das relações sócio-históricas (BAKHTIN, 1992), além de manifestação de criatividade na representação escrita popular

 

 

A estruturação dos padrões prosódicos
em cláusulas subordinadas adverbiais

Cirineu Stein (UFRJ)

 

A enunciação de orações principais com determinados contornos entonacionais parece sugerir a predisposição para a seqüenciação, por exemplo, de orações adverbiais específicas, fenômeno referido na literatura como função “preindicativa” da entoação (Fónagy & Galvany, 1974). Tomando por base um corpus constituído de períodos compostos por subordinação, a análise dos parâmetros suprassegmentais das orações principais – especificamente a freqüência fundamental (FO) –, uma vez que apresenta uma constância expressiva, sugere a existência de estruturas prosódicas específicas e determinadas. Este trabalho pretende demonstrar, portanto, que, ao lado das estruturas sintáticas, que significam, as estruturas prosódicas também significam, ocupando um papel de importância primária na estruturação da língua.

 

 

A FARSA DE INÊS PEREIRA
A
FIGURA FEMININA NUM MUNDO EM TRANSIÇÃO

Tatiana Alves Soares Caldas (UNESA e UniverCidade)

 

A Farsa de Inês Pereira, um dos mais conhecidos autos de Gil Vicente, teatrólogo do Humanismo português, conta a história de uma moça que recusa os papéis preestabelecidos e questiona o destino imposto à mulher na sociedade quinhentista. Com a ironia característica das farsas medievais, o auto apresenta um desfecho surpreendente, sugerindo as transformações que ocorriam à época. As personagens femininas do texto – não por acaso, uma delas dá título à peça – apresentam diferenças entre si, e cada uma reflete um aspecto da sociedade de então. Por meio dos diferentes discursos enunciados por elas, o texto desvela a ideologia de cada uma, num entrelaçamento de falas, provérbios e negações.

Acreditando que a atitude da protagonista – expressa, inclusive, a partir de seu discurso – simboliza os valores de um mundo em transição, propiciando uma reflexão acerca das mentalidades medieval e pré-renascentista, nosso estudo propõe uma análise do auto em questão à luz dessa transição, em seus aspectos histórico, social e lingüístico, no olhar desse escritor situado entre dois mundos, sobretudo no que se refere ao papel da mulher.


A Fenomenologia do trágico
no
folhetim ‘Uma Lágrima de mulher’ de Aluísio Azevedo

Patrícia Alves Carvalho (UERJ)

 

Uma lágrima de Mulher (1880), primeiro romance de Aluísio Azevedo, insere-se no rol dos romances do autor escritos para folhetins “ao correr da pena”, satisfazendo a um público ávido por “obras de fingimento”, repletas de aventuras fantasiosas e sentimentais e lhe assegurando a sobrevivência econômica. Fruto da necessidade de ampliação de mercado jornalístico e da expectativa de um público que ansiava pela confirmação dos arquétipos e dos valores da sociedade vigente, Uma lágrima de Mulher, inflacionado de clichês e verdadeiro pastiche de romances açucarados, apresenta o que R. Mulinacci (apud Finazzi-Agrò e Vecchio: 2004) denomina “fagocitação romanesca da forma trágica”. A presente comunicação busca evidenciar o trágico, como recurso suplementar na elaboração do discurso romanesco. A consciência trágica, em moldes romanescos, é degradada, e o que se observa ao longo da narrativa, em forma residual, são subprodutos do trágico. O conflito insolúvel, inconciliável, vital à tragédia, se revela insustentável no romance, indo contra seu atributo de mediador de opostos. Sem abandonar os conflitos dramáticos, o romance os neutraliza, evitando a radicalização das antinomias da tragédia. O espaço do trágico se modifica e o que se observa no folhetim romântico é apenas um simulacro da tragédia.

 

 

A Formação de Palavras
da
Gramática Histórica da Língua Portuguesa de Manuel Said Ali

Maria do Céu Caetano
(Universidade Nova de Lisboa)

 

Num longo artigo sobre as gramáticas históricas românicas mais marcantes, Malkiel ([1960] 1968) define o conceito e apresenta os vários tipos de gramática histórica, a sua estrutura e conteúdo, bem como as relações com outros domínios lingüísticos. Partindo da definição fornecida por este autor, verifica-se que, de entre as gramáticas históricas do português, a de Said Ali ([1931] 19643) é talvez aquela que melhor se encaixa no arquétipo preconizado. Além disso, trata-se de uma obra com vários aspectos diferenciadores relativamente a outros trabalhos contemporâneos da mesma natureza, nomeadamente o fato de Said Ali ([1931] 19643) privilegiar o confronto do português da época com o português arcaico e não a comparação com o latim, atribuir um papel preponderante às fontes, não se basear nas evoluções fonéticas para proceder à abordagem da morfologia, da sintaxe e do estudo do léxico e se propor "estudar a evolução das palavras em língua moderna já constituída" (ALI, [1931] 19643: 53).

Assim, são objetivos desta comunicação discutir o conceito de gramática histórica, evidenciar a relação entre a estrutura da Gramática Histórica de Said Ali ([1931] 19643) e os princípios teóricos defendidos pelo autor, dando especial ênfase à área da Formação de Palavras e, dentro desta, às descrições exaustivas da estrutura interna das palavras complexas sufixadas e dos sufixos (cf. CAETANO, 2003).

 

 

A HAMARTÍA DE CHAPEUZINHO VERMELHO

Calina Miwa Fujimura (UERJ)

 

Este trabalho demonstra como a noção do trágico ultrapassa os limites poetológicos da tragédia e pode se manifestar em textos da chamada ‘literatura para crianças’. A tensão de valores morais presente em Chapeuzinho Vermelho é suficientemente ilustrativa deste processo de irrupção do trágico, seja na versão dos camponeses, seja nas versões literárias de Charles Perrault e dos irmãos Grimm para o conto citado. Os conceitos gregos de hamartía (erro,culpa) e nómos (lei), próprios do discurso trágico, construirão, juntos, a idéia de conflito moral, do momento agônico e de catástrofe pelos quais responderá Chapeuzinho Vermelho devido às suas escolhas.

 

 

A HIPÓTESE LEXICALISTA
E AS
MARCAS DA FLEXÃO NOMINAL DO PORTUGUÊS

Dimar Silva de Deus (UNISA)

 

Neste texto, tecemos algumas considerações a respeito da Hipótese Lexicalista, que se tornou a base para os estudos em Morfologia Gerativa, e sua relação com as marcas da flexão nominal em português, procurando evidenciar as diferenças existentes no trato dos fenômenos derivacionais e flexionais, que apontam para dois tipos de hipótese: a Hipótese Lexicalista Forte e a Hipótese Lexicalista Fraca, esta tratando a Morfologia Derivacional como um processo lexical e a Morfologia Flexional como um processo morfossintático; e aquela postulando que tanto a Morfologia Derivacional quanto a Morfologia Flexional são processos estritamente morfológicos, acreditando-se que ambas sejam processadas no Léxico.

Analisamos posições assumidas por lingüistas gerativistas, como Stephen Anderson (1982, 1985, 1992, 1997), em que temos os fundamentos e os desdobramentos da discussão, evidenciando-se que a interface entre a Morfologia e a Sintaxe se faz através dos processos flexionais; e as posições de lingüistas que trabalham diretamente com a Morfologia Flexional portuguesa, como Rocha (1998), Rosa (2000), Villalva (2000).

Neste modelo, a flexão é a Morfologia que é acessível a/e ou manipulada pelas regras da Sintaxe, tratando-se de domínios diferentes, mas que podem interagir em alguns aspectos, como no caso da concordância de gênero, em que as palavras de um entorno, dentro de um sintagma nominal (SN), concordam com o gênero do núcleo desse SN.

 

 

A IMPORTÂNCIA DO CONHECIMENTO LINGÜÍSTICO
PARA O PROFESSOR DE LÍNGUA PORTUGUESA
NO
PROCESSO DE AVALIAÇÃO DA PRODUÇÃO TEXTUAL DE SEUS ALUNOS

Alex Swander (UNIVERSO, UERJ)

 

Nos dias de hoje uma grande queixa e um enorme desafio para o educador é a questão referente à produção textual. Entendamos primeiramente o que vem a ser produção textual. Ora, cumpre estabelecermos a diferença entre redação e texto. Enquanto este se encontra revestido de aspectos de textualidade como inferências intertextualidade, interdiscursividade, intenção comunicativa; aquele, por sua vez, não. Em suma, a redação é uma produção escrita que se configura de maneira menos original e rica que o texto efetivamente repleto de marcas textuais. A partir do corpora que se constitui de três redações de nossos informantes, estaremos desdobrando o presente trabalho que se circunscreve no âmbito da Lingüística Aplicada a o Ensino.


A importância do método de pesquisa geolingüístico
no
resgate de valores sócio-culturais

Márcia Regina Teixeira da Encarnação (USP)

 

Esta comunicação tem por objetivo mostrar que, para se obter um conhecimento mais próximo de um determinado grupo humano, não basta pesquisar sua história, seus costumes ou o ambiente em que vive, é necessário também observar a forma particular de ele representar a realidade que o circunda. É na diversidade lingüística que estão refletidos o meio ambiente, as condições de vida dos sujeitos, as ocupações e a tecnologia, os objetivos materiais, as idéias e toda a história e visão de mundo de uma comunidade.

Estudando o conjunto de códigos usados, conseguiremos chegar à percepção de mundo desse grupo, pois há uma estreita interação entre o código lingüístico e a sua cultura e ideologia. Essa visão particular está em constante mudança, condicionada pelas necessidades dos seus membros.

O método de pesquisa geolingüístico permite-nos penetrar no domínio dos falares vivos e interpretá-los com maior segurança, propondo-se a reconhecer as áreas de extensão de certos fatos lingüísticos e a prescrever como a distribuição e a posição deles no espaço obedecem a determinadas causas. Com a aplicação desse método podemos conhecer, identificar, fazer os registros dessa realidade, analisar a variação lingüística existente e documentá-la em cartas. É com a elaboração dos atlas lingüísticos que serão ressaltados diversos fenômenos que nos permitirão compreender melhor alguns fatores da história da língua, dando-nos uma noção de conjunto que através de outro método seria difícil conseguir.

 

 

A importância do texto dissertativo
no
ensino médio e no ensino superior

Luci Mary (UERJ)

 

1- Qualidades de um texto dissertativo;

2- Defeitos do texto;

3- Recursos para desenvolver o texto;

4- Problemas que devem ser evitados.

5- Como corrigir o texto dissertativo;

6- A importância da leitura para melhorar a abordagem.

 

 

A IMPORTÂNCIA DO TEXTO NA APRENDIZAGEM DA LÍNGUA MATERNA

Bianka Thompson da Silva (UERJ)

 

A fim de que ocorra uma união entre teoria e prática, bem como ensino e cotidiano escolar, propomos uma pesquisa sobre a essencialidade do desenvolvimento de atividades com textos que primem pela produção de sentidos ao aluno. Para tanto, apresentaremos uma estratégia pedagógica de abordagem textual, de modo a possibilitar a formação global do leitor, produzindo reflexos, inclusive, na produção textual.Como educadores de Língua Portuguesa, sabemos que os textos são fontes inexoráveis de informações, assim como também estamos cientes de que as atividades de leitura e de escrita unidas ao trabalho textual podem influir de maneira significativa no desenvolvimento global do aluno, possibilitando uma melhor comunicação entre ele e o "mundo". Entretanto, notamos que grande parte das escolas, embora tenha como um de seus fundamentos a sustentação de um cidadão crítico e consciente em seus múltiplos aspectos, não apresenta propostas que norteiam um aprendizado eficente, haja vista o decorrente desinteresse pela leitura no âmbito escolar e a grande dificuldade que alguns enfrentam na hora de produzir textos. Diante disso tudo provém a necessidade de criar estratégias pedagógicas que valorizem o texto nos processos de leitura, e, em até certos pontos, nos processos de escrita. Para que, assim, tais estratégias se tornem um material inovador em relação às pesquisas de ensino da Língua Portuguesa.

 

 

A INTERDISICIPLINARIEDADE NA HISTORIOGRAFIA LINGÜÍSTICA

Miguél Eugenio Almeida (PUC-SP)

 

O objetivo deste é apontar algumas relações interdisciplinares da Historiografia Lingüística (HL) com a Filosofia, com a Antropologia Filosófica e com a Histórica. O que não é o propósito aqui tecer profundas considerações, mas rápidas que permitam vislumbrar a interdisciplinaridade como tal. A concepção da língua como produto histórico-social, implica, antes de tudo, a dimensão do homem como ser de linguagem e como ser social, no contexto da Antropologia Filosófica; o homem como ser histórico, determinado no tempo e no espaço. O homem se revela e revela a realidade do mundo perante a linguagem. Ao relacionarmos a HL com a Filosofia estamos buscando o princípio do Ser; na Antropologia Filosófica indagamos a posição do homem no mundo e na História à presença do homem no tempo e no espaço. Assim, a linguagem compreende a relação do homem com todas as coisas. A linguagem envolve o Ser em toda sua plenitude, como diria Heidegger: a linguagem é a casa do ser. Isto é, o Ser está na linguagem e vice-versa. Tudo o que o homem diz, faz ou pensa em fazer está presente a linguagem. A relação da mesma (linguagem) com toda a produção cultural é pertinente.

 

 

A interface do texto de São Jerônimo com o latim cristão.

Luís Carlos Lima Carpinetti (UFJF)

 

Demonstraremos, com numerosos exemplos, a síntese criativa que São Jerônimo, notável discípulo dos clássicos, realizador de um amálgama perfeito da tradição clássica e da tradição bíblica, operou em sua obra entre as necessidades de seu tempo e os prodigiosos recursos que a língua latina dos cristãos disponibilizava, sobretudo os neologismos.

 

 

A INTERPRETAÇÃO DE TEXTO COM BASE NOS FATORES DE COERÊNCIA

Vanessa Chaves de Almeida (UFRJ)

 

Ao pensar em interpretação na escola, verifica-se que é consenso entre os professores que a interpretação é importante, no entanto, nem todos sabem o que deve ser ensinado sobre ela e como. Se um professor tem que ministrar uma aula de interpretação, ele, geralmente, leva um texto e se limita a fazer perguntas sobre o texto. Perini (2000:66) comenta que às vezes o aluno lê um texto e não entende, então o professor aconselha que o aluno o releia com atenção, só que ler e reler não vai adiantar, se o aluno não tem as informações necessárias para entender o texto.

Na tentativa de encontrar elementos que subsidiassem a interpretação, facilitassem o trabalho do professor em sala de aula e aprendizado do aluno, relacionaram-se, segundo Koch e Travaglia (2001 e 2003), os fatores de coerência, como conhecimento de mundo, elementos lingüísticos, inferência, intencionalidade, contextualização e intertextualidade com a interpretação. Comprovou-se esta teoria com a presença desses fatores nas perguntas de interpretação dos vestibulares das universidades públicas do Rio de Janeiro.

 

 

A Iteratividade no Poema O Navio Negreiro

Amós Coelho da Silva (UERJ e UGF)

 

O Navio Negreiro é um discurso poético fundado na redundância de múltiplos traços, que não se esgota na simples interpretação ou indicação de metáforas, hipérboles, ritmos e observações do seu estilo de pontuação. Estão latentes no discurso isotopias conotadas, portadoras de um sentido em elipse, que só podem brotar de análise coerente, surgida de cada passo da organização semântica do discurso.

Há muito que os estudiosos comentam a expressão horaciana Vt pictura poesis, a poesia é como um quadro e derivaram do seu verso 365, Arte Poética, Bis repetita placent, as coisas repetidas agradam. Todas as repetições são elementos reguladores da totalidade de significação do poema de Castro Alves.

Assim sendo, reavaliaremos cada estratégia de ‘topos’ no universo poli-isotópico, instaurado em iterações de unidades lingüísticas.

 

 

A língua do adolescente: linguagem especial ou gíria?

Simone Nejaim Ribeiro (UERJ e UNESA)

 

O vocabulário do adolescente ocupa um lugar expressivo na língua portuguesa e, considerando que essa é uma fase complexa e de duração prolongada, é normal que estas condições físicas e mentais se reflitam na linguagem. Logo, é importante analisar a influência que seu vocabulário exerce nas várias camadas da sociedade, pois seus termos, além de fazerem parte do linguajar cotidiano, podem interferir na comunicação. Essas repercussões lingüísticas são variadas, interessando-nos neste trabalho as que ocorrem no campo do léxico, fato que nos leva à questão de a linguagem do adolescente poder ser classificada como um tipo de gíria ou como linguagem especial. Para tanto, veremos os pontos de vista de alguns estudiosos que discutem esse assunto, tentando chegar a uma conclusão que melhor se aplique ao caso. Depois disso, serão abordados, mais detidamente, alguns exemplos da linguagem do adolescente, buscando comprovar a riqueza de seu léxico e a sua influência na linguagem comum.

 

 

A LÍNGUA QUE FALAMOS NÃO É LATINA?

Renata Helena dos Santos (UERJ)

José Pereira da Silva (UERJ)

 

Nossa comunicação propõe um questionamento sobre a origem da língua que, nós brasileiros, usamos. Por que , após a romanização , a língua oficial em Portugal não era o latim, do mesmo modo como nós falamos até hoje que os portugueses nos trouxeram e os norte-americanos falam o idioma que lhes foi falado pelos ingleses?

As propostas deste trabalho são, através da análise da história da nossa língua, entendermos a mudança lingüística do idioma de Portugal resultante do povoamento da Península Ibérica, e assim chegarmos a conclusões específicas sobre a língua atual do Brasil.


A LINGUAGEM AFETIVA NA AULULARIA DE PLAUTO

Mariza Mencalha de Souza (UFRJ)

 

Segundo a natureza de seus elementos, a linguagem pode ser representativa ou referencial (lógica), apelativa (ativa) ou emotiva (afetiva). No plano da língua, correspondem essas três funções, respectivamente, às faculdades da inteligência, da vontade ou desejo e da sensibilidade. Dependendo da intenção do falante ou do escritor, pode uma predominar sobre a outra ou conjugarem-se entre si. A linguagem afetiva, objeto desta comunicação, presente, sobretudo, nas comédias, é empregada freqüentemente por Plauto em seu teatro. Abordaremos o assunto em duas cenas – a IX e a X – do ato IV de sua célebre peça Aulularia, nas quais o famoso comediógrafo explora, com habilidade e arte, os diversos recursos expressivos denotadores dos estados d’alma do nosso pobre Euclião, desde que teve sua marmita roubada e Licônides entra em cena para esclarecer o mal que cometera à filha do avarento, dando origem a um divertido qüiproquó, em que a virgem desonrada é confundida com a panela surrupiada.

 

 

A LINGUAGEM DA POLÍTICA
INOVAÇÕES LINGÜÍSTICAS NO PORTUGUÊS CONTEMPORÂNEO

Nícia de Andrade Verdini Clare (UERJ)

 

Trata-se de uma pesquisa em nível de lexicologia e lexicografia. Visa a observar as inovações na linguagem da política brasileira, em aspecto técnico ou jocoso. A observação é feita procedendo a um levantamento de inovações em nível lexical, locucional e frasal. Além disso, fez-se um levantamento sobre retomada de termos dicionarizados a que foram atribuídos novos sentidos, de natureza política. O material foi colhido nos principais jornais e revistas do país no período de 1994 a 1996, abrangendo governos de Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso. Explorou-se, ainda no governo de Itamar Franco, a criação do Plano Real e a convivência com duas moedas: o cruzeiro real e o real, além da fase de transição com o indexador URV. Com a posse de Fernando Henrique Cardoso, em 1995, as crises do SIVAM e da pasta rosa vieram engrossar nosso glossário.

Foi objetivo dessa pesquisa trazer aos estudiosos da linguagem não apenas o conhecimento das inovações no campo da política, mas também a possibilidade de integração dessa área a outros campos do saber humano, como, por exemplo, a culinária, o esporte, a fauna. Esse trabalho penetra, ainda, no campo da História e da Economia, o que nos levou a outras direções de pesquisa, inclusive de natureza biográfica.

 

 

A LINGUAGEM DAS SALAS DE BATE-PAPO NAS PRODUÇÕES DE TEXTO

Luciene Pinheiro de Souza (UENF)
Vera Lúcia Deps
(UENF)

 

Discutir linguagem em suas diversas situações comunicativas tem sido um desafio. Na Internet, surge uma linguagem subversiva ao padrão tradicional. O internauta recorre a símbolos, a reduções e abreviações na escrita, para facilitar a rapidez na comunicação exigida e a representação da entonação, propiciando maiores condições de aproximar essa comunicação de uma comunicação face a face. Rompem-se características tradicionais rígidas sobre oralidade e escrita. Essa aproximação trouxe discussões acirradas no meio escolar, haja vista a influência dessa nas produções de texto. O presente trabalho tem como objetivo verificar se essa linguagem altera, significativamente, a escrita de adolescentes que têm acesso à Internet e se essa influência é mais significativa em se tratando de relacionamento com pessoas próximas, marcado por informalidade. Pretende-se fazer um estudo comparativo com adolescentes que apresentam diferentes experiências relacionadas ao tempo de utilização de salas de bate-papo e como essa influência se faz presente em função do interlocutor. De acordo com Albert Bandura, somos propensos a aprender por condicionamento e por imitação. O internauta aprende a linguagem no próprio processo de comunicação, adequando-se às regras do jogo para ser aceito nesse grupo. Para investigar a situação problema, a pesquisa envolverá alunos de 7ª e 8ª séries, em escola particular de Alegre/ Espírito Santo. Espera-se que esse estudo ofereça subsídios a melhor compreensão do dinamismo da linguagem e de suas repercussões.

 

 

A linguagem e o lirismo em Amatoria Carmina Rivipvllensia

Airto Ceolin Montagner (UERJ)

 

Amatória Carmina Rivipvlensia é uma coletânea de poemas eróticos do século XII, escrita em língua latina, cujo Manuscrito 74 se encontra,atualmente, no Mosteiro da Coroa de Aragão, em Barcelona. Nele, observam-se a língua e o estilo do autor anônimo, testemunha de uma época em que a temática profana se define por regras comportamentais codificadas segundo os padrões da literatura cortês, todavia influenciada pela presença árabe em contado com a cultura românica.

 

 

A Linguagem Escrita do Pré-Adolescente

Joseph Ildefonso da Araujo (UFV, ABF e CiFEFiL)

 

Desde o início de nossa careira de magistério, sempre nos preocupou o desempenho escrito de nossos alunos, ao término da 4ª Série Primária, anos fundamentais paro o futuro de nossas crianças às vésperas da conturbada adolescência, prenúncio do futuro profissional.

Por volta de 1957, parece, fizemos o primeiro trabalho de análise de um ditado, "Paisagem Gaúcha" de José de Alencar, dado nas provas de Admissão ao Ginásio, que esperamos apresentá-la só no próximo Congresso.

Neste, faremos a amostragem da "Linguagem Escrita do Pré-Adolescente" da 5ª Série do 1º Grau de alunos da rede escolar de Volta Redonda, nos idos de 1979, extraída da nossa Dissertação de Mestrado, realizada na PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO DE JANEIRO.

Esse trabalho teve continuidade, em 1984, com aplicação de Cópia, Ditado e Redação a alunos de 5ª série do 1° grau Rede Escolar de Viçosa, MG. O levantamento desta pesquisa será apresentado no próximo Congresso, juntamente a pesquisa das 5as series do corrente ano, utilizando o mesmo material para sentir a melhoria ou, como se diz no meio rural, a pioria didático-pedagógica da escola.

 

 

A LINGUAGEM POÉTICA DE LAURINDO RABELO

Maria Isaura Rodrigues Pinto (UERJ e UNIPLI)

 

O presente trabalho tem o propósito de realizar um estudo de temas e traços estilísticos caracterizadores do lirismo de Laurindo Rabelo. Pretende analisar, em poesias diversas, o modo de configuração dos signos metafóricos do fechamento e do definhar, os núcleos imagéticos relacionados à presença/ausência de luz, as constelações semânticas que expressam as idéias de lúgubre e de escuridão, bem como a transfiguração alegórica do doloroso existir do eu lírico.


A lingüística textual e seus recentes avanços

Paulo de Tarso Galembeck (UEL)

 

Ementa:

Percurso da Lingüística Textual. A progressão tópica e a construção do sentido.

 

Objetivos:

a)                       apresentar os mais recentes avanços da Lingüística Textual;

b)                       discutir a aplicação dos conceitos expostos na análise de textos.

 

Programa:

1.                        O percurso da Lingüística Textual:

a)                       as análises transfrásticas;

b)                       a Gramática de Texto;

c)                       a Lingüística Textual: os fatores de textualidade e a perspectiva cognitivo-interacionista.

2.                        Referenciação e progressão tópica.

3.                        As formas de articulação textual.

 

 

A LITERATURA E O ENSINO DE LEITURA PARA O PÚBLICO JUVENIL

Márcia Nunes Duarte (UFRJ)

 

Os debates em torno da necessidade de um trabalho eficaz com a leitura na escola têm sido cada vez maiores entre professores, diretores e autoridades educacionais. Os PCN de ensino fundamental e médio enfatizam a necessidade de trabalhar com gêneros textuais variados, de forma interdisciplinar e contextualizada, privilegiando a intertextualidade e a visão de mundo dos alunos.

O presente trabalho vem mostrar que uma das causas das falhas no desenvolvimento do gosto pela leitura e da competência textual é a metodologia tradicional de ensino baseada exclusivamente no livro didático e no texto como pretexto para uma abordagem meramente gramatical.

Através de um questionário de pesquisa, foi constatado que os jovens gostam de ler; mas não essa leitura escolarizada, institucionalizada, que serve mais a fins avaliativos que educativos, e sim uma leitura contextualizada, vinculada à realidade cotidiana.

A leitura que a escola propõe aos alunos, na maioria das vezes, não tem qualquer sentido para eles, pela maneira como é trabalhada. Em sua maior parte, a interpretação é feita através de perguntas facilmente localizáveis no texto, exigindo do aluno apenas a habilidade de decodificação da linguagem escrita. A Literatura tem sido tratada mais como reflexo da história e da ideologia de uma época que como fenômeno artístico.

Para que o ensino de leitura e de literatura seja produtivo, é preciso que as aulas de Língua Portuguesa tragam a vida e a sociedade para dentro da sala de aula através dos diversos textos que nela circulam.


A LUZ E A PERSPECTIVA

Katja Christina Heyer (UERJ)

 

Esta análise visa ao levantamento dos paradigmas e pressupostos teóricos considerados por Sérgio Sant’Anna como suporte para a elaboração da representação do trabalho do crítico na encenação do romance Um Crime Delicado. Para tanto são retirados subsídios do texto Las Meninas de Michel Foucault, que baseados no Postulado da Visibilidade de Galileu Galilei e na Metáfora dos Espelhos cria um desdobramento da perspectiva crítica num romance onde são questionados o papel e o valor da obra de arte na contemporaneidade.

Este estudo pode ser inserido na linha da pesquisa: História da Literatura e Sistemas Culturais, por entender que as teorias envolvidas nesta investigação mostram a interseção entre duas maneiras distintas de tratar o texto literários que por sua importância e complexidade vem a constituir sistemas culturais distintos, com seus respectivos paradigmas e pressupostos e que marcaram, cada uma a sua maneira momentos diversos da história da literatura.

O paradigma Sociológico representado pelo pensamento de MF, envolvendo as Teorias do Conhecimento, colocou o homem no foco das atenções, com a mudança para um paradigma Antropológico e o uso das Teorias da Linguagem, o homem pôde pensar acerca de suas obras – a arte, a ficção, a crítica – e teorizar sobre elas dentro do próprio texto literário; com o auxílio da Teoria dos atos de fingir de Wolfgang Iser podemos questionar as formas de representação e as conseqüentes implicações destas nos discursos que formam os textos.

 

 

A metáfora instaurada na linguagem de caio fernando abreu

Maria da Penha Pereira Lins (UFES)

 

A classificação tradicional da metáfora, feita em bases aristotélicas, considera-a como “figura de linguagem”, vista como qualificação da linguagem poética. Atualmente, estudada dentro de uma perspectiva lingüística, norteda pelas noções do funcionalismo lingüístico, a metáfora é compreendida como instrumento de interação verbal, cuja principal função é estabelecer relações comunicativas entre os usuários da língua. Por força da expressividade natural cotidiana, a necessidade de expandir significados leva o falante a operar com o pensamento simbólico, criando metáforas, ao emitir enunciados abstratos. A metáfora propicia a extensão da capacidade de conceituar e, por conseguinte, pode facilitar a comunicação, porque institui o jogo entre o concreto e o abstrato, que permeia o exercício mental da comunicação lingüística. Partindo dessa noção, e com base teórica fundamentada principalmente nas noções de Lakoff e Johnson (1980), este estudo tem por objetivo analisar a base metafórica do conto do Caio Fernando Abreu, intitulado “Bem longe de Marienbad”, selecionado do livro Estranhos Estrangeiros (1996). Desse modo, procura-se verificar a expressividade a partir do conceito de “experenciar uma coisa em termos de outra”, buscando nessa relação a extensaõ de significado no continuum concreto-abstrato. Para isso, leva-se em conta a classificação em 1) metáforas estruturadas; 2) metáforas orientacionais e 3) metáforas ontonlógicas, para a categorização de experiências humanas no ato de racionalizar dados experenciados, como base para a análise do conto.

 

 

A mpb vai à escola
um projeto de pesquisa-ação e extensão universitária
a
partir do gênero canção popular brasileira

Adelino Pereira dos Santos (UNEB)

 

Este trabalho visa a tecer considerações em torno de resultados parciais do projeto A MPB Vai à Escola, coordenado pelo Núcleo de Leitura do Departamento de Educação – Campus XIII – da Universidade do Estado da Bahia – UNEB. Fruto da parceria de um professor do Colegiado de Letras, Adelino Pereira dos Santos, especialista em leitura e produção textual, e um músico da MPB, Levy Emanuel dos Santos, o projeto se dimensiona a partir de três instâncias: 1 – a pesquisa acadêmica numa perspectiva discursiva, sustentada pelo referencial teórico da Análise do Discurso de linha francesa; 2 – a ação acadêmica, no sentido de interferir na práxis pedagógica com vista à melhoria do processo de ensino-aprendizagem; 3 – a extensão universitária, no sentido de aproximar o Departamento de Educação a que o projeto se vincula das comunidades escolares de ensino fundamental e médio da região. Neste artigo, discutem-se resultados dos trabalhos de professores das séries iniciais do ensino fundamental a quem primeiro foi apresentado o mini-curso “Projeto Pedagógico de Língua Portuguesa – Uma proposta de ensino a partir dos gêneros textuais”, que se constitui numa primeira etapa do projeto.

 

 

A NATUREZA DAS MODALIDADES ORAL E ESCRITA

José Mario Botelho (UERJ e FEUDUC)

 

Que a linguagem escrita e a linguagem oral não constituem modalidades estanques, apesar de apresentarem diferenças devido à condição de produção, é um fato incontestável. Contudo, há particularidades de outras ordens que as tornam modalidades específicas da língua.

Tais particularidades são, de fato, elementos exclusivos de cada uma delas, como a gesticulação, por exemplo, na linguagem oral, e a reedição de texto, com apagamento do texto anterior, na linguagem escrita.

Certamente, as pessoas não escrevem exatamente do mesmo modo que falam, uma vez que se tratam de processos diferentes. Essas diferentes condições de produção para usos de diferentes intenções, propiciam a criação de diferentes tipos de linguagem, que se agrupam nas duas modalidades da língua.

Fatores como: o contexto, a intenção do usuário e a temática, são responsáveis pelas diferenças entre a linguagem oral e a linguagem escrita, que, nem por isso, são estanques.

Daí, a necessidade de se descrever a natureza desses fenômenos lingüísticos, sem enfatizar as características comuns ou suas particularidades, mas com o simples propósito de tê-las modalidades específicas de uma dada língua.

 

 

A NOITE COMO LINGUAGEM NA FICÇÃO DE GUIMARÃES ROSA

Augusto Cesar Vassilopoulos Natal (USJT-SP)

 

A narrativa de João Guimarães Rosa é constituída de ingredientes notadamente folclóricos, populares, míticos e metafísicos. A serviço dessa representação, alguns símbolos escolhidos pelo autor fornecem elementos que tanto caracterizam como enfatizam tais traços. Este trabalho dedica-se ao estudo da noite, um dos símbolos mais recorrentes em sua produção literária. A “noite rosiana” assume papel ativo e funcional em cada narrativa, servindo como “item obrigatório” para uma compreensão textual mais ampla.


A obra de AmbrÓsio Fernandes BrandÃo

Eduardo de Almeida Navarro (USP)

 

A obra "Diálogos das Grandezas do Brasil", de Ambrósio Fernandes Brandão, É um dos mais importantes textos do século XVII no Brasil. A análise interna da obra permite-nos perceber que seu autor é um cristão-novo cuja visão de mundo difere da de outros cronistas e viajantes do mesmo período. A linguagem de Brandão afasta-se da de outros escritores coevos do Brasil colonial, revelando um extremo otimismo pelas realidades físicas e econômicas do nosso pais. Seu discurso apologético acerca do homem do Brasil tem ressaibos iluministas, tornando a obra de Brandão praticamente única em seu século.

 

 

A obra de zedantas de carnaíba ao brasil do lingüístico ao social

Tadeu Luciano Siqueira Andrade (UNEB)

 

Os espaços social, geográfico e cultural foram e são o ambiente onde ocorrem os diversos usos da língua. O homem dela se apropria para agir no processo social, refletir sobre os diversos modos de vida, descrever sua cultura, sua gente e toda a sua trajetória no contexto sócio–político-cultural. Todo esse cenário serviu de pano de fundo para a descrição de um Brasil plural. Simões Lopes descreveu os rincões gaúchos, o pantaneiro, as terras pantaneiras, José Lins do Rego, a economia açucareira; Jorge Amado, a região do cacau; Graciliano Ramos, as vidas secas do Nordeste; João Cabral de Mello Neto, o rio Capibaribe e os manguezais; Manuel Bandeira, o Recife dos mascates e de sua infância. Dessa forma, Zé Dantas buscou no Pajeú das Flores e na longínqua Carnaíba, a temática de sua poesia. Do ji, , , de ABC do Sertão ao protesto de Vozes da Seca, Dantas descreveu o sertão, mostrando a beleza cultural, o espaço geográfico, a sabedoria do sertanejo e a crítica aos governantes. Sua temática parte do lingüístico, chega ao social, inserindo o Nordeste, o Sertão e Carnaíba no cenário artístico–cultural do Brasil e do mundo.

 

 

A obra dos viajantes portugueses nos séculos XVI e XVII

Eduardo Navarro (USP)

 

Buscamos apresentar uma sinopse das obras escritas nos dois primeiros séculos de historia do Brasil da lavra de Anchieta, Ambrosio Fernandes Brandão, Manuel da Nóbrega, Gabriel Soares de Sousa, Fernão Cardim, entre outros, que tratam das novas realidades humanas e naturais que então se descortinavam. Mostraremos a significativa contribuição da língua tupi na nomeação dessas novas realidades e o enriquecimento do léxico do português falado no Brasil em decorrência disso.

 

 

A oralidade como construção: a poesia de Manoel de Barros

Marcos Rogério Ribeiro Ponciano (UERJ)

 

Manoel de Barros, em sua obra, marca a oralidade no texto escrito. Esse fato será tratado, a partir de variadas produções do poeta, como “Matéria de Poesia”, “Fazedor de Amanhecer”. Parte-se de uma abordagem estilística, entendendo como estilo a opção feita pelo enunciador ao produzir o texto. A abordagem dos fatos levará em consideração aspectos lexicais, morfológicos e sintáticos. A partir dos levantamentos realizados, buscar-se-á relacionar a oralidade como projeto de escrita poética do autor.


A oralidade e a escrita nas mensagens de um Chat espanhol:
primero aprende a escribir luego
me hablas

Greice da Silva Castela (UFRJ/ UERJ)

 

Neste artigo discutimos, por um lado, a natureza da interação no Chat com relação às modalidades oral e escrita da linguagem e, por outro lado, sua caracterização de acordo com o grau de planejamento de seus enunciados.

O corpus constitui-se de mensagens enviadas ao canal ‘Amistad’ de uma sala de bate-papo espanhola. A interação ocorreu entre estudantes brasileiros de E/LE e supostos hispano-falantes durante sete dias de entrada no canal com duração de uma hora cada.

Segundo Gazeta (2000: 25), “ é possível investigar as semelhanças e diferenças na oralidade e na escrita se ambas estiverem inseridas em seu contexto de uso”, as circunstâncias de produção e uso no momento da interação determinam a seleção de uma das duas modalidades, bem como semelhanças e diferenças entre elas (Alves, 2001). A relação existente entre as modalidades oral e escrita empregada para representação do objeto língua no Chat é evidenciada pela impressão que os estudantes de E/LE e os demais participantes têm de estarem falando quando em realidade estão escrevendo e pela sensação de que estão ‘conversando’ no canal. Desta maneira, percebem a interação como um gênero híbrido, evidenciado através da troca de sentidos (visão x audição) e da permuta de modalidades da linguagem (escrita x fala/ conversa).

 

 

A ORDEM V SN COM VERBOS INACUSATIVOS NA FALA E NA ESCRITA PADRÃO

Danielle de Rezende Santos (UFRJ)

Maria Eugenia Lamoglia Duarte (UFRJ)

 

Pesquisas recentes sobre o português falado do Brasil apontam para o fato de que a posição do sujeito pronominal vem se caracterizando pela forma plena, tanto para sujeitos de referência definida quanto para os de referência indeterminada. Em conseqüência de tal mudança seria natural esperar alterações na representação dos sujeitos não argumentais/não referenciais e, de fato, é o que revelam estudos sobre as construções existenciais e as estruturas com verbos de alçamento. Uma outra estrutura sujeita a tais alterações seriam as construções com verbos inacusativos, que propiciam a ocorrência de uma posição vazia ‘à esquerda de V e, por isso, são incompatíveis com línguas de sujeito preenchido.

Uma análise de tais construções na língua oral revela que, embora mais lentamente, a ordem V SN começa a ceder lugar ‘a ordem SN V e que a posposição do argumento interno do verbo fica cada vez mais restrita a certos itens lexicais (como “existir”, “aparecer”, “surgir”) associados ao status informacional [- definido] [+ novo] do SN, além de estruturas com dois argumentos:

Este trabalho compara os resultados encontrados para a fala carioca e a escrita padrão veiculada em jornais do Rio de Janeiro. Os resultados apontam o caráter conservador da escrita, com uma maior variedade de itens lexicais com a ordem V SN, mas permitem observar, além da presença de itens circunstanciais à esquerda de V, a gradual preferência de estruturas com a anteposição do argumento interno, até mesmo, reestruturações apresentando dois argumentos.

Como tais sentenças não são estranhas ao sistema e não caracterizam formas sujeitas a estigma e a correção pelos professores, pode-se predizer que sua implementação no nosso sistema, impulsionada por uma mudança gramatical mais profunda, prosseguirá sem as pressões normativas, que em geral constituem freios que retardam um processo de mudança.


A originalidade e a atualidade do mito de Prometeu

Elisa Costa Brandão de Carvalho (UERJ)

 

O presente trabalho pretende traçar um breve comentário sobre o mito de Prometeu como uma figura que representa a tentativa de contestação da ordem estabelecida e dos valores tradicionais como um esforço para ultrapassar os limites da natureza humana. E também como o mito que exprime as incertezas e as angústias do espírito humano diante dos problemas insolúveis da vida e do destino.

 

 

A PARÁFRASE DEFINICIONAL EM NARRATIVAS ORAIS

Aderlande Pereira Ferraz (UNI-BH e FEMM)

 

A expansão, significando a ampliação de elementos lingüísticos na frase, é condição natural dos atos enunciativos. A expansão, porém, fundamentada no princípio da equivalência, que faz o discurso girar em torno de si mesmo, revela o interpretante da mensagem em forma de paráfrase. Nesse aspecto, é importante ressaltar que a paráfrase definicional, própria do funcionamento metalingüístico do discurso, é um recurso de tradução intralingual com presença constante em narrativas orais. Este trabalho, partindo do conceito de expansão parafrástica em Greimas (1976), propõe-se examinar algumas histórias orais, identificando o interpretante da mensagem, presente na própria mensagem em forma de expansão parafrástica definicional. Considerando a definição como a descrição do objeto ao qual a palavra remete (definição enciclopédica) ou a explicação do valor semântico das palavras de um sistema lingüístico (definição lexicográfica), as paráfrases definicionais presentes no discurso oral se apresentam ora condensadas (sinonímia, antonímia) ora expandidas (definição enciclopédica, por extensão e lógica). É importante lembrar que a condensação discursiva em itens lexicais só é possível porque a ela subjaz a possibilidade de sua expansão em uma operação semântica definicional. As histórias orais analisadas aqui compõem um corpus de gravações realizadas com “contadores de casos” na região do Vale do Jequitinhonha, Nordeste do estado de Minas Gerais. Os contadores de casos do Vale do Jequitinhonha constituem um grupo social que conserva uma forte tradição cultural da região, preservando ainda um dialeto rural atualmente pouco estudado.

 

 

A poética da habitabilidade e da hospitalidade
no
universo de Anne Hébert

Maria Bernadette Velloso Porto (UFF)

 

Fruto de reflexões desenvolvidas no âmbito do Projeto Integrado "Poéticas da exigüidade e da errância nas Américas", vinculado ao CNPq, a comunicação privilegiará a leitura de imagens e figuras recorrentes na obra da autora quebequense Anne Hébert, através das quais se reconhecem representações de espacialidades do feminino e, em particular, pistas para a inscrição de "artes de fazer"transformadoras (DE CERTEAU), assumidas por personagens femininas. Inspirando-se em trabalhos centrados na análise da apropriação das Américas (NEPVEU), na teoria da paisagem (BERQUE, entre outros), na prática da habitabilidade ( HAREL) e no conceito de hospitalidade (DERRIDA, LÉVINAS), a presente proposta dará realce a algumas faces de um feminino em trânsito (a atriz, a feiticeira e a vampira).


A política lingüística do Marquês de Pombal

José Pereira da Silva (UERJ)

 

Aproveitarei esta oportunidade para divulgar duas obras, ambas póstumas, que devem ser relidas pelos que se interessam pela história da língua portuguesa no Brasil e pela história de seu ensino: Fundamentos Histórico-Lingüísticos do Português do Brasil, do saudoso mestre Sílvio Elia, e Língua e Inquisição no Brasil de Pombal, do Pe. Manuel da Penha do Rosário.

Trataremos principalmente do processo que o Marquês de Pombal desencadeou contra os jesuítas, que até então foram os eficientes professores da gente brasileira, substituindo-os por leigos, as mais das vezes completamente despreparados para a função, com a criação das “escolas de ler e escrever”, com a imposição da língua portuguesa aos índios através do chamado Diretório dos Índios a toda a colônia portuguesa da América a partir de 1758 e com adoção das reivindicações do Verdadeiro Método de Estudar, de Luís Antônio Verney, entre as quais as “recomendações como primazia no estudo do Português sobre o Latim”.

Segundo o referido Diretório, em seu § 7,

...será um dos principais cuidados dos diretores, estabelecer nas suas respectivas povoações o uso da língua portuguesa, não consentindo de modo algum que os meninos e meninas que pertencerem às escolas e todos aqueles índios que forem capazes de instrução nesta matéria, usem da língua própria de suas nações ou da chamada geral, mas unicamente da portuguesa,...

E, no parágrafo seguinte, determinando a criação da escola pública, estabelece: “E como esta determinação é a base fundamental da civilidade que se pretende, haverá em todas as povoações duas escolas públicas”, visto que não se admitia, salvo em casos muito excepcionais, que os meninos estudassem na mesma escola que as meninas.

Assim faremos uma integração da história da língua portuguesa no Brasil à história da educação brasileira.

 

 

A POSIÇÃO DO ADJETIVO NO SN: SINTAXE E PROSÓDIA

Carolina Ribeiro Serra (UFRJ)

 

A posposição do adjetivo no SN (casa bonita) corresponde, atualmente, à posição não-marcada, sendo a posição pré-nuclear (bonita casa) cada vez menos freqüente, a julgar pela análise variacionista (Serra, 2005) que leva em conta corpora dos séculos XVII ao XX, do Português brasileiro e do Português europeu. O presente estudo tem como objetivo verificar se a mudança nessa ordem acarretaria alguma alteração na estrutura prosódica dos enunciados. Os resultados preliminares confirmam a hipótese de a prosódia refletir a variação, isto é, de a anteposição modificar o padrão subjacente, sendo ela marcada tanto no nível da duração vocálica quanto no da intensidade e da freqüência fundamental da sílaba tônica do adjetivo.

 

 

A PRAGMÁTICA DE MANUEL SAID ALI.

Ricardo Stavola Cavaliere (UFF e ABF)

 

Verifica-se ainda hoje, passados alguns decênios de estudos pragmáticos, difundidos em ramificações da análise do discurso, um certo ar de novidade no trato das questões, visto que as hipóteses de análise impostas a esses termos peculiares ainda não se consolidaram em via consuetudinária, razão da natural pluralidade de denominações nem sempre distintivas entre si, como é o caso de operadores argumentativos, operadores discursivos, operadores conversacionais etc. Julga-se, enfim, que o trato do jogo argumentativo na expressão verbal é coisa de recente preocupação, a que os antigos gramáticos viravam as costas, porque inábeis ou mesmo ineptos para tratar essas questões semânticas que fugiam aos limites da palavra isolada. Este trabalho demonstra que as fontes dos estudos pragmáticos no Brasil estão em alguns filólogos da primeira metade do século XX, com notável ênfase em Manuel Sad Ali.

 

 

A produção escrita em ILE: Tempos do perfectum

Eva Jones Bouquard (UFRJ)

 

Essa comunicação representa um corte de uma pesquisa de mestrado, em desenvolvimento, no Programa de Pós-Graduação em Letras Neolatinas/ UFRJ, sobre o estudo dos tempos do passato prossimo e do passato remoto da língua italiana para estrangeiros (ILE). Em geral, nesses tipos de textos são utilizados alguns recursos lingüísticos e discursivos em língua estrangeira (ILE) para a construção de textos escritos, utilizando o passado verbal. Desse modo, essa pesquisa é uma tentativa de estabelecer algumas estratégias que caracterizariam esse tipo de discurso escrito discente.

 

 

A PUBLICIDADE COMO FERRAMENTA
NO
ENSINO DE PORTUGUÊS PARA ESTRANGEIROS
MATERIAL DIDÁTICO, ANÚNCIOS IMPRESSOS E CULTURA BRASILEIRA

Renata de Oliveira Razuk (PUC-Rio)

 

Com base nas teorias multimodais de Gunther Kress e Theo van Leeuwen, o presente trabalho analisa criticamente o uso de imagens em material didático adotado em salas de aula de PL2-E – português como segunda língua para estrangeiros -, enfocando o papel dos anúncios publicitários. A fim de se entender como as atividades propostas exploram o potencial da publicidade e pressupondo ser esta modalidade de importância significativa no processo de ensino-aprendizagem de uma língua, são utilizados os estudos de Jonathan Picken sobre a propaganda (advertising).

Ao se concluir sobre a relevância do uso (ainda escasso) de imagens publicitárias em sala de aula de línguas, são sugeridas algumas aplicações em PL2-E, explorando a 'tríade razão-ação-emoção' e os elementos formadores da identidade cultural brasileira. Para isso, anúncios extraídos de revistas são analisados à luz desse tripé: como o brasileiro manifesta-se socialmente no que diz respeito a 'razão' – formas de pensar, raciocinar e argumentar -, 'emoção' – formas de sentir e de se relacionar – e 'ação' – formas de agir, reagir e interagir.

Os resultados do estudo revelam que a publicidade, por ser um dos meios de expressão de nossa brasilidade, se constitui em uma preciosa ferramenta para o ensino da competência cultural ao estrangeiro aprendiz do português brasileiro.

 

 

A QUESTÃO DA LÍNGUA LITERÁRIA ITALANA

Veridiana Skocic Marchon (UERJ)

 

As discussões sobre as características da língua italiana iniciaram-se no século XIV, criando uma verdadeira questão sobre a língua literária italiana.

Os motivos para tantas diferenças lingüísticas residem no âmbito histórico-social com a imposição do império romano e o conseqüente uso do latim o qual adotava características diversas de acordo com os lugares e as línguas com os quais entrava em contato.

As discussões sobre a língua italiana estão estreitamente relacionadas à história da língua italiana e , particularmente, às suas origens no dialeto florentino, adotado como língua comum graças à obra d Dante, Petrarca e Boccaccio. Foi no século XVI, entretanto, que a discussão passou a ser tratada de forma mais rigorosa e na qual as opiniões estavam divididas entre as três correntes propostas: a corrente cortigiana, a corrente fiorentina e a corrente arcaizante.

 

 

A questão do acento do latim ao português

José Pereira da Silva (UERJ)

 

A questão do acento e de sua nomenclatura já chegou confusa nas primeiras gramáticas latinas, de onde provêm as modernas ocidentais, visto que o seu modelo foi a gramática grega, que o descrevia como língua tonal, num momento em que já não o era ou já estava em adiantado estado de evolução para sua fase, que era a vigente na época da redação de suas gramáticas modelares.

Ernesto Faria, em sua Fonética Histórica do Latim, já nos lembra disso, nos seguintes termos: “A natureza do acento latino no período clássico constitui das mais controvertidas questões da filologia latina...”, principalmente se partirmos de “um argumento freqüentemente repetido em favor da natureza musical do acento latino e que consiste em apresentar como prova dessa natureza musical a terminologia”, com termos como accentus, grauis, acutus, altidudo, tonus, prosodia etc. (cf. op. cit., p. 124 e 125).

Ainda é o mesmo filólogo e latinista que lembra na página 126 seguinte que “Além de  tudo, não podemos deixar de considerar que mesmo na Grécia por esta ocasião a natureza do acento já deveria ter evolvido para a intensidade, ou tal evolução estava em vias de se operar”.

Além de contestar a terminologia gramatical relativa a tonicidade, tais como as palavras “atonicidade”, “átono”, “oxítono”, “paroxítono”, “postônico”, “pretônico”, “proparoxítono”, “subtônico”, “tonicidade”, “tônico” e termos como “rizotônico” e “arrizotônico”, mostraremos uma regra de acentuação gráfica que, bem aplicada e ensinada, resolverá a dor de cabeça que esta questão tem levado aos professores e aos alunos de língua portuguesa.

 

 

A realização do plural ão na Língua Portuguesa

Ana Paula Fernandes

 

A fisionomia específica de cada língua românica foi desenhada pela conjugação dos fatores da história externa e da história interna de cada uma. O substrato, o superstrato e os diversos adstratos, itens fundamentais da história externa, não podem ser ignorados, se quisermos chegar a explicações aceitáveis da diversidade entre as línguas românicas. Por outro lado, as raízes comuns que emergem do latim vulgar justificam as semelhanças, que fazem delas uma família lingüística bem caracterizada.

A partir daí tentarei explicar, se possível for, de forma sincrônica, a evolução de algumas palavras, segundo um corpus seleto, como se deu a formação do plural dos vocábulos terminados em “ão”.

A tendência da formação do plural na língua é o uso do sufixo “ões”, mas pode-se ainda ter o plural formado em “ãos” ou ainda “ães”, mesmo há a possibilidade, em alguns casos, da coexistência das duas formas marcadoras de plural.

A explicação para que um vocábulo tenha seu plural em ãos, ões ou ães, se vista de forma sincrônica, estaria no fato desses vocábulos serem oriundos de uma língua românica ( espanhol ) e, ao passar para o português assumirem a forma que original da língua. Observe: leão – no espanhol leone; pão – no espanhol pane.

Tradicionalmente, na língua românica acima citada, o plural se dá pelo acréscimo de um “s” no final do vocábulo. E, de acordo com a sua terminação, transporta-se de diferentes formas para o português. Atente para o plural dos vocábulos acima transpostos: leone >leones > leões; pane > panes > pães

 

 

A recuperação de fontes para estudos lingÜísticos diacrônicos
 – O
Livro de Linhagens do Conde D. Pedro,
segundo o fragmento manuscrito da Biblioteca da Ajuda

Maria Teresa Brocardo
(Universidade Nova de Lisboa)

 

O Livro de Linhagens do Conde D. Pedro é um dos inúmeros textos usados por Said Ali na sua Gramática Histórica para atestar características do “falar antigo”. Socorrendo-se das edições então existentes, pratica assim o gramático a exploração do texto como fonte para estudos linguísticos diacrónicos.

Centrando-se na discussão de aspectos relativos à problemática da edição e exploração linguística de fontes textuais medievais, a comunicação que agora se propõe pretende apresentar uma nova edição do texto citado, segundo o testemunho mais antigo dos conservados, o fragmento manuscrito da Biblioteca da Ajuda, de finais do século XIV, edição concebida com o objectivo específico de recuperar uma fonte linguística (e não histórica, trabalho este já levado a cabo por Mattoso na “Nova Série” dos Portugaliae Monumenta Historica, 1980).

O facto de este testemunho ter chegado até nós incompleto poderia desencorajar a sua abordagem como objecto de trabalho com a referida intenção, mas outros factores contrabalançam esse evidente inconveniente, sobretudo a excepcional importância desta fonte tendo em conta a escassez de testemunhos tipologicamente próximos (em termos genéricos, prosa literária) que se tenham conservado desta época, constituindo as passagens narrativas que o integram exemplos praticamente únicos de prosa deste género dentro do seu âmbito cronológico.

Procurar-se-á defender que a edição para fins linguísticos implica a consideração e articulação de diferentes parâmetros, como a tipologia e forma de transmissão do objecto textual específico, e ainda a constante (re)discussão sobre a adequação de critérios e normas de transcrição.

 

 

A Referência Estendida na Escrita e na Fala

Amanda Beatriz Araujo de Oliveira

 

Este trabalho analisa um tipo especial de coesão, chamado referência estendida, ou seja, alguns itens da língua precisam remeter a outros que apresentam uma extensão maior do que um nome para serem entendidos (Halliday e Hasan, 1984), contribuindo para a coesão do texto e também para a progressão tópica. O estudo em questão é uma análise empírica, feita com base em textos da modalidade escrita, em dois gêneros jornalísticos de natureza argumentativa – o editorial e o artigo de opinião –, e da modalidade falada, em entrevistas sociolingüísticas que fazem parte do acervo do Projeto PEUL/UFRJ. Como o fenômeno, em português, apresenta três formas variantes, a saber: pronome demonstrativo neutro isso, sintagma nominal e anáfora zero, o estudo seguiu a abordagem da Sociolingüística Variacionista Laboviana. Os resultados estatísticos apontam os aspectos que aproximam ou distanciam o uso dessa construção em ambas as modalidades


A referenciação e a construção do texto argumentativo

Maria Teresa Tedesco Vilardo Abreu (UERJ)

 

Este trabalho visa a discutir a estrutura do texto argumentativo de duas perspectivas: numa perspectiva macroestrutural, delinear as partes, efetivamente, existentes no texto argumentativo, produzido por alunos em fase final de escolarização, considerando o conceito de seqüências textuais, postulado por Adam (2000); numa perspectiva microestrutural, identificar os recursos coesivos de referenciação predominantes no texto argumentativo. Pretende-se determinar uma estreita relação entre as seqüências que caracterizam o texto argumentativo e o uso de elementos de referenciação, estabelecendo uma possível estratégia argumentativa nas escolhas realizadas no projeto de dizer do autor deste tipo de texto, comprovando a forte existência de recursos utilizados, especificamente, lingüísticos, na construção argumentativa do texto.

 

 

A relevância do gerúndio numa gramática descritiva
de português língua estrangeira

Bruna Rafaele  S. da Silva (PUC-Rio)

 

Para a composição deste trabalho, partimos do pressuposto de que é necessária uma observação mais detalhada da língua portuguesa, variante do Brasil para que possamos descrever o uso real do Português utilizado entre seus nativos, na atualidade. 

É importante ressaltar que a variante do Brasil utilizada neste trabalho ocorre no Rio de Janeiro, entre informantes da classe média, de ambos os sexos.

Um ponto de destaque neste trabalho trata-se do enfoque no contraste entre o emprego do gerúndio por falantes nativos de português e como é aconselhado o uso desta forma nominal de verbo de acordo com as normas de emprego apresentadas nas gramáticas de português língua materna e em manuais de técnicas de redação.

 

 

A REPETIÇÃO
MARCA DA ORALIDADE NO DISCURSO LITERÁRIO DE ADRIANA FALCÃO

Anete Mariza Torres Di Gregorio (UERJ/UNIG)

 

A partir da obra Luna Clara & Apolo Onze, de Adriana Falcão – escritora de talento que surge no cenário cultural da pós-modernidade brasileira – pretendo apresentar o estudo sobre a repetição, aspecto peculiar da língua oral transportado para a língua escrita como estratégia de formulação textual do gênero literário. Em se tratando desse gênero, a repetição tem sido, tradicionalmente, apreciada como mero recurso estilístico. Na comunicação, interessa-me, em especial, ampliar a visão reducionista acerca de seu uso, focalizando-a outrossim enquanto mecanismo coesivo atuante no processo de produção e compreensão textual, observando ainda seus efeitos semânticos. Para tal, sigo a trilha de Ingedore Villaça Koch e Luíz Antônio Marcuschi, cujos trabalhos recentes destacam a repetição como estratégia de construção do texto falado.


A RESPEITO DA GRAMMATICA DESCRIPTIVA, DE MAXIMINO MACIEL

Ricardo Stavola Cavaliere (UFF e ABF)

 

Um dos marcos que inauguraram a moderna teoria aplicada ao estudo gramatical brasileiro na virada do século XIX, a Grammatica descriptiva, de Maximino Maciel, merece uma nova leitura dos que se interessam pela matéria filológica e fazem da pesquisa nesse campo do saber uma tarefa ordinária.Nas palavras do autor, reiteradas em todas as edições da obra consultadas, a Grammatica descriptiva é elaborada com base nas doutrinas modernas, isto é, na então recente avalanche de estudos e hipóteses teóricas que emanaram do comparativismo europeu, cujo efeito, entre nós, foi o progressivo abandono, já a partir dos últimos decênios do século XIX, da gramática filosófica, substituída pela análise do texto vernacular, sobretudo à luz dos estudos etimológicos.

 

 

A REVISÃO GRAMATICAL PARA A CONSTRUÇÃO DO TEXTO

 

Juliana Segadas Vianna (UFRJ)

Michelli Bastos Ferreira (UFRJ)

 

O curso de Oficina de Língua Portuguesa surgiu inspirado na dificuldade, verificada junto aos alunos matriculados nos cursos de Redação I, II e III, em efetuar a revisão gramatical de seus próprios textos. Observou-se que, para tanto, fazia-se necessária uma maior compreensão sobre a sintaxe da língua, ou seja, sobre a organização da frase e do texto e as relações fundamentais decorrentes dessa organização, tais como regência, concordância, coordenação e subordinação. Pensando em solucionar esse problema, o curso de Oficina focaliza a gramática da frase e do texto. São previstas pela ementa noções gerais de sintaxe (o padrão SVO), noções gerais de pontuação partindo dos menores constituintes até os processos mais complexos da coordenação e da subordinação e regras gerais de concordância e de regência.

Entre o público que normalmente procuram o curso de Oficina, dois grandes grupos se destacam: alunos de Letras interessados em aprofundar o conhecimento da Língua Portuguesa e pessoas interessadas em concursos públicos. O Curso busca atender a esse público variado.

 

 

A SAÚDE E A HISTÓRIA RESGATANDO A SOBREVIDA DAS PALAVRAS

Edmea Souto de Lima (USS)

 

A comunicação, como toda e qualquer atitude humana, vive época e marca o seu tempo. No período de 1783 a 1792 o naturalista Alexandre Rodrigues Ferreira decidiu realizar uma viagem filosófica pelo interior do Brasil, mais especificamente pela Capitania do Mato Grosso. Na intenção de contribuir com o desenvolvimento humano, nesta viagem coletou informações de varias áreas do conhecimento, e nos deixou um patrimônio cultural que é o seu manuscrito com todos os registros dessa viagem. No que diz respeito às informações sobre a saúde e as doenças endêmicas, nos coube a interpretação de que muitos termos usados, não mais são próprios nos dias de hoje; algumas doenças consideradas endêmicas já se tornaram erradicadas, e algumas palavras não mais existem, usarmos hoje, seria inviável pois não existiria compreensão nem mesmo na sua região de origem por ter hoje uma nova interpretação. Foi a partir da leitura que percebemos a necessidade de criar um glossário especifico dos termos usados por Alexandre Rodrigues em seu manuscrito, no que se referem às enfermidades que acometiam os povos que habitavam a Capitania do Mato Grosso, e esperamos assim estar contribuindo para uma melhor compreensão do texto, despertando o interesse no diz respeito às praticas de saúde do passado. Num trabalho bibliográfico que teve o seu início no manuscrito, e dali partimos para a dissertação de mestrado de Leny Anzai que também estudou o mesmo documento, vislumbrando os aspectos históricos. E no âmbito das doenças, além do estudo da interpretação das doenças endêmicas, fizemos um comparativo que estudamos a sobrevida das palavras através de um tempo passado Identificaremos as modificações sofridas por elas.

 

 

A SELEÇÃO LEXICAL E A ESTRUTURAÇÃO DO TEXTO

Maria Aparecida Lino Pauliukonis (UFRJ)

 

Neste trabalho propõe-se estudar o texto não apenas como artefato ou produto, mas como um multi e complexo processo de conexão entre vários elementos que são captados pelos atores envolvidos na interação. Nesse sentido alguns princípios básicos de estruturação textual devem ser considerados: a seleção lexical, a progressão textual, as conexões prospectiva e retrospectiva, o processo inferencial, o multiprocessamento textual e o carregamento seletivo de dados. A pesquisa objetiva uma reflexão sobre o evento discursivo que ocorre no processo de intelecção de textos, analisando-se o reconhecimento, por parte do interpretante, das estratégias utilizadas pelo produtor textual. Nesse sentido, considera-se a noção de estratégia como um instrumento de decisão antecipada que fornece meios para execução de qualquer seqüência de ações, a fim de se obter uma resposta mais rápida e eficaz. Pressupondo-se que os processos de produção/intelecção de textos apresentam uma natureza estratégica, a análise dos dados do corpus objetiva distinguir os tipos de recursos envolvidos na resolução de problemas relativos à interpretação de seqüências textuais da mídia impressa.

 

 

A situação do estrangeiro
a
perda da língua materna, domínios e interferências com a le

Maria Franca Zuccarello (UERJ e UFRJ)

 

Neste nosso trabalho veremos a linguagem de uma pessoa de nacionalidade brasileira, falante de italiano porque está trabalhando na Itália, e como o uso constante e alternado da L1 e da L2 faz com que ocorram alguns fenômenos de interferência lingüística devidos aos efeitos da L2 – adquirida em um segundo momentosobre a L1 deste falante e que se apresentam a nível fonológico, lexical e morfológico.

A este propósito, diz Seliger (1992:2)

O domínio das relações entre línguas pode mudar de forma tal que a língua hospede, ou língua materna, é enfraquecida pela aumentada freqüência de uso e de funcionalidade da segunda língua.

No corpus deste nosso trabalho queremos tratar da tradução do discurso – Francesco de Roma – proferido em italiano pelo cantor Chico Buarque de Hollanda, quando, em 31 de março, recebera o premio Roma-Brasilia, Cidade da Paz, entregue-lhe pelo Prefeito de Roma, Francesco Rutelli, e escrito em português pelo jornalista Araujo Netto, correspondente em Roma do Jornal do Brasil, de 11/04/2000.

Faremos, então, a análise de diversos casos de interferência que nos fizeram ler um texto cujo língua portuguesa aparece um pouco “transformada” pelo uso da língua italiana.


A SUBMISSÃO FEMININA NA SOCIEDADE PATRIARCAL

Dorides Eduardo Soares Mariano (UNINCOR)

Geysa Silva (UNINCOR)

 

Falar da submissão feminina na sociedade patriarcal ainda instiga muitos, tudo porque as mulheres adquirem cada vez mais seu espaço. Apesar desta luta, vivemos em uma sociedade inflexível, que reflete o papel marcante do homem, remontando assim a sociedade burguesa do século XVII, onde surgiram os contos de Charles Perrault. Estes traziam consigo uma dupla função, sendo uma delas “a de preservar os temas mitológicos da Antigüidade” (MENDES, 2000:106) e a outra a de “transmitir a ideologia familista da classe burguesa” (MENDES, 2000:106). Em meio a estas idéias, os contos apresentam “as fadas, mulheres divinas, boas ou más, como símbolo do poder e as mulheres terrenas, premiadas ou castigadas, como símbolo da submissão ao poder masculino” (MENDES, 2000:105 e 106).Histórias como estas nos são apresentadas. Um bom exemplo, seria a produção cinematográfica do desenho animado Shrek 2. Em sua segunda versão, o ogro retorna às aventuras casado com uma princesa “que por amor adotou a mesma forma do amado” (BOSCOV, 2004:119). A privação feminina de sua verdadeira forma física, revela que por amor quem tem que ceder é a mulher. Na ficção as histórias se entrelaçam e formam um emaranhado de significados que atribuem valores importantes para a vida em sociedade, tais histórias surgem com o intuito de promover “esperança e não frustrar as expectativas do leitor” /expectador (WARNER, 1999:288).

 

 

A TERMINOLOGIA DA PUBLICIDADE

Nelly Carvalho (UFPE)

 

A pesquisa está centrada sobre a terminologia da publicidade usada nos meios de massa e nas agências, agora no sécilo XXI . A terminologia é um setor particular do léxico,cujo estudo não pode ser isolado do estudo global de determinada língua.Este léxico particular terminológico é considerado o conjunto de termos específicos de uma atividade e desta forma, tem como referência o domínio da realidade de uma atividade concreta ou especulativa. Na terminologia ,o signo não é arbitrário:palavra e coisa se identificam -o termo é o objeto e não há espaço para dúvidas. A significação integra o processo de comunicação terminológica onde os interlocutores são os especialistas. O objeto é parte do domínio do conhecimento e o signo,referência direta.

A atividade publicitária teve sua terminologia motivada pela sua origem.As primeiras manifestações publicitárias são consideradas os classificados de jornais que se iniciaram nos meados do século XIX e continuaram nos albores do século XX com as trovinhas ,os versos e os almanaques anuais(tipo Capivarol).Mas,de forma massiva e programada a publicidade brasileira iniciou-se com a entrada do país na sociedade industrial de consumo (30/40) e com a instalação de filiais de agências americanas no eixo Centro-Sul.

 

 

A TOPONÍMIA COMO ESPECIALIZAÇÃO DO LÉXICO: ESTUDO DE CASO
O
ATLAS TOPONÍMICO DO BRASIL (PROJETO ATB)

Maria Vicentina de Paula do Amaral Dick (USP)

 

O Atlas Toponímico do Brasil representa, significativamente, a sistematização léxico-toponímica e dialetológica dos topônimos brasileiros, em distribuição cartográfica areal, relativa aos Estados e municípios do país. O levantamento realizado nas cartas ao milionésimo é completado pelo exame das cartas estaduais e municipais, em escalas específicas. O trabalho de campo, na perspectiva toponímica escolhida, é utilizado como suporte complementar quando as fontes primárias forem insuficientes, do ponto de vista explicativo, ou mesmo inexistentes; integram uma etapa posterior de análise, uma vez que a pesquisa, em sua proposta inicial, volta-se também à elaboração das cartas sistêmicas, a partir da complementação das fichas lexicográfico-terminológicas (Dick, 2004), nas tipologias “contexto” e “informações enciclopédicas”. Assim, a pesquisa, de início, tem um caráter teórico-documental e não só empírico ou prático, visando consolidar as hipóteses argüidas. A memória oral, porém, será preservada como bem cultural e patrimonial que é. O entendimento correto da sintaxe do topônimo permite reconhecer a tipologia funcional dos componentes vocabulares, principalmente nas línguas ágrafas. Utilizam-se, ainda, para o estudo da variação das unidades toponímicas, do ponto de vista historiográfico, as explicações de Dauzat e Coseriu (1932 e 1979).

 

 

A tradução de elementos culturais
na
dublagem de animações da PIXAR

Rafael Lanzetti (UFRJ/SENAC-Rio/ISAT)
Rita Cammarota (UFRJ/SENAC-Rio)
Flávia Kullock
(SENAC-Rio)
Elaine Cristina
(SENAC-Rio)

 

Esta mesa-redonda tem por objetivo discutir como são feitas as traduções para dublagem de elementos culturais nas animações da produtora PIXAR, especialmente em Os Incríveis e Procurando Nemo. Notou-se que tais traduções seguem, até certo ponto, o paradigma domesticador proposto por Schleiermacher (1885), pois, de outra forma, não dariam conta da carga culturalmente específica de informações relevantes, contidas no texto original, que provocam o efeito humorístico das animações. Após uma apresentação teórica sobre a questão da tradução cultural e sobre os paradigmas tradutórios domesticador e estrangeirizador de Schleiermacher, exemplos retirados das animações supracitadas serão expostos em DVD, a fim de que os participantes comparem o texto original e a dublagem.

 

 

A TRAJETÓRIA DESCENDENTE DO AMANTE VICIADO,
TIRANO, SÁDICO E MANIPULADOR EM NIKETCHE, DE PAULINA CHIZIANE

Eloísa Porto Corrêa (UFRJ)

 

Niketche é uma narrativa moçambicana, escrita por uma mulher moçambicana, sobre a mulher moçambicana. Não é um livro feminista, como disse a autora, Paulina Chiziane, em entrevistas, mas feminino, acerca de questões femininas: os paradigmas da sociedade moçambicana machista; a repressão e a violência contra a mulher; como ficam as esposas dentro da poligamia; que saídas poderia a mulher tentar para amenizar seus dramas; etc.

Como problematizar o feminino sem tocar no masculino seria simplesmente impossível, diversas questões masculinas são iluminadas e criticadas na narrativa, diversas ideologias machistas são contestadas, muitas posturas masculinas são condenadas. O homem inicia a narrativa auto-suficiente e prepotente, empreendendo uma busca desenfreada, superficial e fútil por corpos femininos, que lhe ofereçam momentos de prazer e de poder, mas termina aniquilado pelo envelhecimento e pela perda da virilidade, caindo na desgraça e na destruição.

Assim, a narrativa é marcada pela tensão entre duas polaridade: a feminina e a masculina, a passiva e a ativa, a lunar e a solar, a anima e o animus. A polaridade feminina é representada por Rami e seus alteregos – as outras mulheres de Tony –, ambas pela metade, carentes de afeto, de recursos financeiros, de justiça... A polaridade oposta é representada por Tony, inteiro para si, egoísta, marido ausente, amante viciado, tirano, sádico, manipulador... Enfim, dois pólos opostos, em tese complementares, mas na prática em tensão insolúvel.


A UNIDADE LEXICALMORRONO SAMBA CARIOCA

Beatriz Daruj Gil (USP)

 

Um termo recorrente no léxico do samba carioca é morro. Presente em letras de sambistas cariocas de diferentes épocas, revela, como unidade do léxico, o conjunto de valores e a ideologia dos sujeitos participantes da enunciação, traduzindo, assim, dados da comunidade lingüístico-cultural da qual fazem parte esses sujeitos. Realiza, igualmente, a expressão de determinada visão de mundo e seus diferentes empregos demonstram as transformações das idéias e crenças do homem a respeito do mundo.

Inserido em uma perspectiva discursiva interacional da linguagem, em que sujeitos participam do processo de construção do texto, assim como são por ele construídos, este trabalho busca descrever os sentidos revelados pela palavra léxica quando atualizada e materializada em textos, observando sua forma de organização e sua permanente reconstrução realizada pelos sujeitos interactantes. Para isso, apresenta um estudo da unidade lexical morro em sambas cariocas de diferentes momentos do século XX, buscando interpretar, na sua relação com o universo extralingüístico, as práticas socioculturais dos grupos envolvidos que retratam sua respectiva visão de mundo.

 

 

A VARIAÇÃO DAS PREPOSIÇÕES DE E EM
CONFRONTO
ENTRE FALA E ESCRITA

Vitor Cezário Silveira Campos (UFRJ)
Arilma Coutinho dos
Santos (UFRJ)
Dinah Callou
(UFRJ)

 

Este trabalho visa a estabelecer os contextos sintático-semânticos que favorecem o uso das preposições DE ou EM – nos casos em que sua alternância não implica mudança de sentido. A preposição “DE”, no seu significado primitivo, marca a origem, mas assume também outros valores, como de causalidade, de referência, tema, posse, de finalidade (Lapa, 1968: 203; Mira Mateus et alii 2003: 395 – 396). Essa preposição pressupõe, em muitos casos, uma significação que pode ser vinculada por outras preposições ou até predicadores de natureza diversa.

A neutralidade semântica da preposição DE fica manifesta naquelas expressões em que a relação estabelecida é preservada, independentemente da posição dos constituintes. É o caso de muitas relações parte-todo e/ou de caráter intrínseco. Essa propriedade não é partilhada por outras preposições.

Usando a metodologia da sociolingüística quantitativa (Labov, 1994), faz-se uma análise contrastiva escrita/fala, a partir de dados de textos jornalísticos em relação aos da fala culta carioca (NURC), em dois momentos discretos de tempo. A análise dos corpora aponta para uma menor freqüência de possibilidade de alternância da preposição em textos escritos (21%) que em textos falados (34%).

Foram controlados, entre outros, os seguintes fatores estruturais: natureza categorial do argumento interno (nominal/ verbal), relação de modificação (associado ao nome ou não), presença de determinante (tanto para o argumento interno quanto para o externo), tipo de argumento interno e externo (contábil/ massivo). A análise evidenciou também que a função sintática que mais permite a substituição de DE por outra preposição é a de adjunto adverbial, confirmando na escrita os resultados iniciais relativos à fala.

 

 

A variação do léxico em situação interétnica

Maria Vicentina de Paula do Amaral Dick (USP)

 

Em sendo o léxico, ideologicamente, a parte do sistema de língua mais representativa dos traços culturais de um povo, é natural que se faça dele preocupação constante dessas análises. Estudado em paralelo à semântica dos enunciados, permite uma conseqüente atualização dos campos distribucionais das ocorrências sintópicas, segundo o método das áreas (Dauzat, 1936) ou das variações da linguagem (Sapir, 1971). É certo, porém, que o levantamento realizado nesse universo situa-se além do próprio material recolhido em pontos específicos ou subsumido em um determinado campo semântico. Dos códigos coexistentes nas fontes escolhidas para análise (textos ou contextos referencializadores) pode-se destacar paradigmas significativos que tornam a palavra-objeto um verdadeiro procedimento etnolingüístico, capaz de transformá-la em um designativo pleno, potencialmente considerado como expressão do pensamento coletivo dominante. Entretanto, há que se convir que essa demanda não se faz instantaneamente, mas resulta de um lento evoluir (significação totalizante do conteúdo), cujo ponto de partida é a própria construção da forma nominal, em função cognitiva e/ou afetiva. Completa-se, assim, o ciclo da geração ou da transformação da palavra-arbitrária em nome-motivado, apto a refletir as variáveis do logos, que lhe é imanente. Como corpus teórico de apoio, voltado às unidades lexicais em uso na variação, utilizou-se, entre outros, escritos de Anchieta (ap. Viotti, 1984), Guizzetti (1957), Boletins do Departamento de Arquivo do Estado de São Paulo (anos 1721-1804) e vocabulários regionais.

 

 

A VARIAÇÃO LINGÜÍSTICA E SUAS IMPLICAÇÕES SINTÁTICO-SEMÂNTICAS

Marina Coelho Moreira Cezar

 

Apesar dos vários estudos existentes sobre variação lingüística, essa questão ainda é muito complexa e gera dúvidas e controvérsias. Basta ver como o assunto é tratado nos manuais escolares dos ensinos fundamental e médio. O presente trabalho é uma reflexão sobre a importância da variação lingüística, especialmente os aspectos semânticos e sintáticos, e suas implicações no ensino de Língua Portuguesa. Examinaremos, para isso, as modalidades falada e escrita nos diversos gêneros textuais que transitam no cotidiano escolar.

 

 

ADVÉRBIOS LOCATIVOS AQUI E ALI
UMA
ABORDAGEM HISTÓRICA E FUNCIONAL

Evelyn Torres Mendonça de Melo (UFF)
Mariangela
Rios de Oliveira (UFF)

 

O presente trabalho, inserido nas pesquisas do Grupo de Estudos Discurso & Gramática, volta-se para a análise interpretativa da ordenação de advérbios locativos no português escrito. No contexto dessa investigação, que se realiza com base em pressupostos teóricos funcionalistas (Bybee e Hopper, 2001; Givón, 2001; Cunha, Oliveira e Martelotta, 2003), coube-nos, especificamente, observar as ocorrências dos constituintes circunstanciais aqui e ali. Visto que o objetivo maior desta pesquisa é fazer um estudo comparativo desses usos na sincronia atual e em sincronias passadas, utilizaram-se como corpora cinco obras de cunho religioso: Tocar o Senhor, Um coração que seja puro, Amor é vida e Corações Curados – representativos da atual sincronia da língua – e Orto do Esposo – pertencente à sincronia do século XIV. Ao analisarmos as ocorrências dos locativos aqui e ali, atentaremos para questões concernentes à polissemia de tais advérbios, observada nos exemplos que se seguem: a) Antigamente, ali onde está o belo e encantador lago, estendia-se...; b) Durou uns 3 anos essa fase. Mas, infelizmente, também ali começaram as crises. Além disso, atentaremos para a variação das ordenações de aqui e ali, de que são exemplos a) ..., foy elle arreuatada e spiritu e uiu-se posta ante a Cadeyra da Triidade e uiu aly estar Sancto Agostinho... (V+Adv) e b) ... E emcontrou-se cõ o duc da hoste dos franceses,..., acerca da cidade de Cartaxonia, e aly peleyou cõ elle... (Adv.+V).

 

 

AFeBG e Micro AFERJ
dois projetos geolingüísticos no Estado do Rio de Janeiro

Fabiana Silva Campos Almeida (UFRJ)
Luciana Gomes de
Lima (UFRJ)

 

Este trabalho objetiva apresentar dois projetos de atlas lingüísticos em desenvolvimento no Estado do Rio de Janeiro: o AFeBG (Atlas Fonético do entorno da Baía de Guanabara) e o Micro AFERJ (Micro Atlas Fonético do Estado do Rio de Janeiro). Trata-se de pesquisas dialectológicas, de cunho fonético-fonológico, que almejam a descrição de falares de comunidades fluminenses, com base nos preceitos atuais da Geolingüística e em parâmetros de natureza sociolingüística. Serão explicitadas, neste trabalho, algumas das diretrizes metodológicas que norteiam a execução de tais pesquisas. Os critérios para a seleção das localidades-alvo e para a delimitação do perfil dos informantes (faixas etárias, sexo, escolaridade), bem como a elaboração das perguntas que compõem o questionário serão comentados. Além disso, serão feitas considerações acerca dos resultados obtidos com os primeiros inquéritos.

 

 

ALÇAMENTO DAS VOGAIS ORAIS MÉDIAS POSTÔNICAS NÃO FINAIS
DUAS
PROPOSTAS EM ANÁLISE

Darinka Fortunato Suckow Ribeiro (PUC-Minas)

 

Propõe-se, neste trabalho, discutir o alçamento das vogais médias para altas no Português do Brasil através do dissenso inerente às propostas de Mattoso Câmara Jr. (1970) e Leda Bisol (2003). Propostas essas congruentes em vários pontos de suas análises, mas que chegam a conclusões distintas quanto ao tema aqui em questão: o alçamento de vogais orais médias postônicas não finais.

O processo fonológico que aqui se focaliza, que o que está em pauta são as vogais médias em posição postônica, ou átona, não-final, é aquele em que se eleva o traço de altura da vogal média-alta /e/ para a vogal alta /i/ (de hipót/e/se para hipót/i/se), e da vogal média-alta /o/ para a vogal alta /u/ (de pér/o/la para pér/u/la).

 

 

ALERTA: METÁFORAS PODEM MATAR:
UMA
ANÁLISE POLÍTICO-METAFÓRICA DE DISCURSOS PRESIDENCIAIS

Sergio N. de Carvalho (UERJ, EN e UNESA)

 

Esta comunicação objetiva analisar discursos do Presidente norte-americano, G.W. Bush, depois do atentado de 11 setembro de 2001 as torres gêmeas do World Trade Center e ao Pentágono. Evocando, assim, a idéia de Aristóteles, que somos todos animais políticos, capazes de usar a linguagem para obter os nossos próprios interesses.

Com o apoio teórico de Chilton (2004) que observa uma mudança da linguagem política da atualidade, focando a linguagem da própria legitimação, onde, sem duvida, a metáfora, do ponto de vista cognitivo (Lakoff & Johnson,1980/2002; Lakoff, 1991,1993; Gibbs, 1994; Cameron, 2003; Cameron & Low, 1999 a e b; Deignan (1999) Kovecses, 2002, 2005), exerce um papel relevante.

Investigaremos, portanto, a fala do presidente onde elementos lingüísticos metafóricos conceitualizam a situação política naquele momento histórico.


Algumas reflexões sobre a avaliação no ensino de espanhol
como língua estrangeira

Ana Cristina dos Santos (UERJ e UVA)

 

O tema da avaliação é um dos mais discutidos dentro do processo de ensino e aprendizagem, seja de língua materna ou de língua estrangeira. Entretanto, apesar de que existe um reconhecimento geral sobre a importância do papel deste componente curricular percebemos, ao longo de nossa prática, que nem sempre o professor se encontra seguro do como e do porquê avaliar. A avaliação continua para muitos a ser somente o momento dos exames e provas que se realizam durante ou ao término do curso, sem uma consideração dos resultados obtidos pelos alunos com relação aos objetivos previamente definidos no planejamento do curso. Neste contexto não espaço para a auto-avalição docente e discente, pois o processo avaliativo se interrompe neste ponto, formando um vazio que não permite ao professor analisar os resultados da avaliação como um excelente feedback dos seus próprios resultados, do planejamento estabelecido, além dos resultados dos alunos.

 

 

Análise das relações associativas em obras dicionarísticas
como o traço [+pejorativo] inter-relaciona
denominações de dependentes químicos

Cristine Henderson Severo (UFRGS)

 

Esta comunicação objetiva analisar, constrastivamente, entradas lexicais que designam dependentes químicos (tais como “fumante”, “viciado”, “alcoólatra”) e suas relações associativas, nos Dicionários Houaiss e no Novo Dicionário Aurélio. Para isso, pretende-se elaborar uma análise componencial desses verbetes, a fim de verificar  de que maneira o traço [+pejorativo] se manifesta e de que forma relaciona esses lexemas. O referencial para análise  teórica está baseado nos estudos de Katz (1972), Pottier (1972) e Kempson (1980), na perspectiva da Semântica Lingüística.  Pretende-se, a partir dos resultados dessas análises, contribuir para a prática lexicográfica, à medida que serão propostas novas definições para os verbetes dicionarísticos em estudo.

 

 

ANÁLISE DA TERMINOLOGIA JURÍDICA
EM DOCUMENTOS DOS SÉCS. XVIII, XIX E XX

Rita de Cássia Ribeiro de Queiroz (UEFS)

 

A partir da edição semidiplomática de documentos históricos dos séculos XVIII, XIX e XX, dentre eles – inventários, queixas-crime e autos de defloramento-, apresentar-se-á o estudo do vocabulário de termos jurídicos.

Na mesa-redonda: “Algumas perspectivas de estudo do léxico

 

 

ANÁLISE DO SENTIDO DE ENTRADAS [+ COLETIVO]
EM DICIONÁRIOS VERNACULARES

Bruno Kober (UFRGS)

 

A tradição gramatical ensina-nos a relacionar os substantivos coletivos a uma série de entradas lexicais que não são usuais no léxico dos falantes. Assim, itens lexicais tais como ‘alcatéia’, ‘molho’, ‘matilha', 'feixe', 'cardume', apesar de designarem o traço [+coletivo], não parecem, hoje, fazer parte da competência lexical dos falantes, pois perdeu-se o sentido expresso pelo lexema em si , fazendo-se uso de fraseologismos (tais como 'muitas chaves juntas' por 'molho'; ‘conjunto de peixes’ por ‘cardume’, ‘bando de lobos’ ou ‘grupo de lobos’ por ‘alcatéia', etc). No entanto, observa-se que o traço [+coletivo] continua sendo uma noção semântica importante para diferenciar palavras que expressam sentido ‘mais de um’. Isso se evidencia quer nas formas sufixais próprias de coletividade, tais como -aria, -agem, -ada quer através de estruturas sintagmáticas nucleadas por palavras que contenham tal traço, como é o caso dos itens lexicais ‘bando’, ‘‘equipe’, ‘grupo’ e ‘conjunto’. A presente comunicação investiga a manifestação do traço [+coletividade] em dicionários vernaculares, a saber, o Houaiss e o Aurélio.

 

 

Análise entonacional das construções de tópico

Mônica Orsini (UFRJ)

 

Evidencia-se, nesta comunicação, a existência, no português de Brasil, de três padrões prosódicos distintos, pertinentes às estratégias de construção de tópico: topicalização, deslocamento à esquerda, anacoluto e tópico-sujeito. Embora esses padrões não sejam exclusivos das diferentes estratégias focalizadas, os resultados revelam a importância do estudo da prosódia na caracterização de fenômenos sintáticos. Os padrões H* L+H* H%; H* L+H* L% e L* H*+H H% são propostos com base na fonologia auto-segmental e métrica, desenvolvida por Pierrehumbert (1980), e resultam da análise da curva entonacional do tópico de 61 sentenças produzidas espontaneamente por diferentes indivíduos.

Pretende-se, assim, confirmar a existência, no português do Brasil, de uma íntima relação entre os componentes prosódico e sintático, no que tange às estratégias de construção de tópico.

 

 

Análise Estilística na MPB

Luci Mary Mello Leon (UERJ)

 

Minha intenção neste trabalho é colaborar com a poesia popular brasileira, com a nossa cultura, com a urgência de crítica e autocrítica das pessoas, em particular com os interessados na poesia, na música, nas nossas Letras.

Não há “donos da poesia”. Assim, pretendo desmistificar certa concepção elitista, infelizmente perdurando atualmente, de que poeta é Drummond, Cecília Meireles, Ferreira Gullar etc. Não há bom ou mau poeta. Há, simplesmente, o poeta. Se é poeta, é “bom”. A própria palavra, poeta, já identifica, já evidencia. É aquele que produz signos novos, por meio das diversas relações entre as palavras, frases e orações. É aquele que, subvertendo o sistema lingüístico, cria, recria, inventa, enriquecendo esse mesmo sistema por ele subvertido. É alguém que traz a novidade, que produz sob a chancela do novo, do inusitado da expressão.

E os poetas populares seguem esse caminho, criam através dessa produção. A poesia popular brasileira, por meio de sua linguagem, cumpre, de forma radical, a sua função simbólica. Os poetas populares dizem, com sua maneira específica, a sua mensagem. E, da mesma forma que outros poetas, com seu discurso próprio, peculiar, demonstram uma consciência poética e social. O poeta popular brasileiro sempre esteve e está atento ao tempo do seu tempo. Por isso mesmo, como poeta, anuncia todos os tempos. A poesia está além do tempo e do espaço. Permanece. Sempre.

A MPB investiga o real, permitindo um considerável acréscimo de conhecimento e de vivência por meio da palavra. A palavra, que é a arma do poeta, através do seu poder recriador, transfigurador, pensando o homem e o mundo, propondo, sempre, novos e promissores caminhos.


Antonio Vieira, cratiliano?

Ana Lúcia M. de Oliveira (UERJ)

 

Esta comunicação aborda um procedimento presente na sermonística vieiriana, notadamente no “Sermão da Nossa Senhora do Ó” e no “Sermão do Santíssimo Nome de Maria”, que diz respeito a uma concepção semântica da letra ou do fonema, ou seja, de uma linguagem cujas sonoridades exprimissem a idéia das ações e das coisas. Tal relação de motivação e necessariedade entre o signo lingüístico e seu referente pode ser denominada de cratilismo, em referência a um diálogo platônico no qual se opõem a tese da arbitrariedade da linguagem (Hermógenes) e a de sua adequação às coisas (Crátilo). No desdobramento da análise, enfocaremos também as noções de similitude e de participação, inerentes à metafísica cristã, que fundamentam a rede de alegorias engenhosamente tecida por Antonio Vieira.

 

 

Argumentação na escola
a
importância dos valores argumentativos

Sigrid Gavazzi (UFF e CIAD-RIO)

 

Esta comunicação objetiva explicitar, em termos discursivo-pedagógicos, os valores (ou “lugares”) argumentativos, predominantes em determinados enunciados, sobretudo aqueles que priorizam a “qualidade”, a “quantidade”, a “ordem”, a “pessoa”, o “existente” e a “essência”. Como pauta de exemplificação, utilizaremos publicações mediáticas (quadrinhos, entrevistas e crônicas). Parte-se, então, do pressuposto de que tais arcabouços argumentativos constituiriam suporte relevante para o professor de língua portuguesa, no ensino da produção textual e, sobremaneira, da dissertação.

 

 

AS CONSTRUÇÕES CONDICIONAIS EPISTÊMICAS E PRAGMÁTICAS
ESTRATÉGIAS DE PERSUASÃO NO DISCURSO JURÍDICO ORAL

Maria do Rosario Roxo (UFRJ)
Lilian Vieira Ferrari
(UFRJ)

 

Este trabalho investiga construções condicionais no discurso jurídico oral a partir de dados coletados em sessões do Tribunal de Justiça de Niterói/RJ. Levando-se em conta a classificação das condicionais como preditivas, epistêmicas e pragmáticas proposta por Sweetser (1990), verificou-se que as condicionais epistêmicas e pragmáticas foram mais produtivas no corpus em função do caráter marcadamente persuasivo do discurso em questão.

Com relação às condicionais epistêmicas e pragmáticas, dois tipos de construções destacaram-se quanto ao papel argumentativo: a condicional epistêmica escalar e a condicional pragmática interrogativa, que podem ser ilustradas, respectivamente, pelos exemplos a seguir:

(1)                     Se nem o Estado tem o direito de tirar a vida, ninguém mais tem esse direito. (EPISTÊMICA ESCALAR)

(2)                     Se o réu não queria matar a vítima, por que levou uma faca? (PRAGMÁTICA INTERROGATIVA)

No exemplo (1), a condicional epistêmica estabelece um raciocínio em que a afirmação p é apresentada como causa suficiente para a conclusão q. Já no exemplo (2), estabelece-se a realização condicional do ato de fala de perguntar.

Com base em pesquisas recentes em Gramática das Construções (Fillmore, Kay & O’Connor 1988, Goldberg 1995), o presente trabalho apresenta dois objetivos principais: a) demonstrar que as construções condicionais em questão são construções gramaticais com significado global resultante de emparelhamento sintático-semântico-pragmático específico; b) detalhar o papel argumentativo que tais condicionais desempenham no contexto jurídico em função das instruções semântico-pragmáticas que estabelecem.

 

 

As línguas românicas na atualidade

Bruno Fregni Bassetto (USP e ABF)

 

Segundo dados recentes da UNESCO, mais de um bilhão de pessoas falam um idioma românico como língua materna e outro meio bilhão fala uma delas como segunda língua. Considerando que todos os habitantes do planeta somam pouco mais de seis bilhões, a proporção dos que herdaram como materna uma língua românica é considerável. O minicurso mostrará quais os países que têm uma língua românica como idioma oficial, bem como suas possíveis variações dialetais, algumas com considerável peso no campo da literatura, particularmente popular. Mostrará também como essas línguas, que modificações do chamado latim vulgar, estão presentes em todos os continentes, preservando de alguma forma a cultura e a visão do mundo grego-romanas. Eventualmente, conforme a posição de cada uma, destacar-se-á a influência delas sobre as outras de origem diversa, mesmo as que não são indo-européias. Trata-se de uma herança lingüística e cultural única na história da humanidade, herança da qual participamos de modo direto, e que nos cumpre preservar e engrandecer.

 

 

As locuções verbais na linguagem jornalística

Laila Maria Hamdan Alvim

 

A pesquisa proposta analisa as locuções verbais em suas ocorrências na linguagem jornalística a partir de corpus elaborado dos principais jornais de três capitais brasileiras – Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo. Observando especificamente as construções verbais que se organizam em locuções e sua transitividade e organização, o trabalho fundamenta-se, em discussões apresentadas por Eunice Pontes, e em outros estudiosos dos fatos da Língua Portuguesa, destacando a obra de Manuel Said Ali.

Segundo a perspectiva desse grande gramático, como ocorre, na atualidade, a organização das locuções verbais e também como contribuem para o estabelecimento da coerência e, portanto, do sentido textual? Qual o seu valor para o enunciado e para as práticas de linguagem? As formas verbais organizadas em locuções, suas conjugações e noções aspectuais são relevantes para o sentido textual uma vez que a construção predicativa apresenta-se como elemento estruturador das mensagens e fundamental na produção textual eficiente.

 

 

AS METÁFORAS DE CLARICE LISPECTOR
O
TEXTO LITERÁRIO NAS TEIAS DA ESTILÍSTICA

Anderson da Silva Ribeiro (UERJ)

 

A Língua Portuguesa pode estar inteiramente concretizada em suas diversas manifestações artísticas realizadas através dos hábeis artesãos que constituem a nossa literatura. Machado de Assis, Guimarães Rosa, Graciliano Ramos e Clarice Lispector, dentre outros, representam a nossa gama de artistas no sentido mais amplo do termo, contribuindo, assim, para a pujança do nosso idioma. A observação da língua sob uma perspectiva funcional e estética nos induziu ao estudo do texto de Clarice Lispector, que, com sensibilidade, manuseia a palavra, buscando um sentido perfeito com suas construções lingüísticas inovadoras e equilibrando singularmente forma e conteúdo. Dentre os inúmeros recursos presentes no texto clariceano, situamo-nos no estudo da metáfora, figura maior, que na sua funcionalidade potencializa as impressões e a expressão. Cabe-nos, portanto, investigar de que forma se dá essa potencialização. Sendo assim, podemos aliar o saber gramatical ao prazer estético da literatura, ambos concebidos com plenitude por uma abordagem estilística que, segundo Pereira (1996: 115), dá forma e força expressiva ao pensamento. A investigação tem por objetivo apresentar como a compreensão do papel semântico-estilístico da metáfora pode auxiliar na leitura das narrativas de Clarice Lispector. Em vista disso, iremos desenvolver uma pesquisa na linha do ensino de Língua Portuguesa, de modo que toda descrição feita sirva de suporte teórico-pedagógico para uma nova prática nas aulas de língua materna do Ensino Médio.

 

 

AS METALINGUAGENS DO SAMBA

André Nemi Conforte (UERJ)

 

Este trabalho fundamenta-se na identificação da Função Metalingüística em diversas composições do gênero samba, especialmente o do chamado “Samba de raiz”, em que pese alguma discordância quanto à afirmação da existência deste gênero. Dizemos “metalinguagens”, no plural, pelo fato de que em nossa pesquisa, pudemos constatar a existência de pelo menos três subgêneros de samba metalingüístico: o samba

 

 

As múltiplas linguagens no processo de ensino-aprendizagem

Fernanda da Silva de Barcellos (UERJ e UCAM)

 

A presente comunicação tem por objetivo apresentar um trabalho realizado com o uso de imagens (linguagem icônica) na sala de aula, inclusive com alunos portadores de necessidades educacionais especiais incluídos nas mesmas.

Então através do uso deste recurso percebe-se que o desenvolvimento da linguagem verbal torna-se mais fácil e contextualizado, facilitando assim o processo ensino-aprendizagem.

 

 

AS RECEITAS CULINÁRIAS MEDIEVAIS

Celina Márcia de Souza Abbade (UCSal e UNEB)

 

Partindo do levantamento e da estruturação do léxico da culinária quinhentista portuguesa, será demonstrado como se apresentam os discursos culinários encontrados nesses manuscritos. Trata-se aqui do primeiro livro de cozinha portuguesa, conhecido até o momento: o Manuscrito I-E 33 da Biblioteca Nacional de Nápoles, através da edição crítica mais completa: O Livro de Cozinha da Infanta D. Maria de Portugal (MANUPPELLA, 1986). Para tal estudo, escolheu-se uma das sessenta e sete receitas encontradas no Livro de Cozinha da Infanta D. Maria, a receita XXVII, Esta he e rrecejta das boldroegas. A partir da receita, serão feitos os confrontos do discurso da mesma com outros discursos de épocas posteriores, buscando-se assim uma análise histórica desses discursos.


AS RELAÇÕES ENTRE O LIVRO PARA CRIANÇAS E JOVENS,
O
MEIO AMBIENTE E A CONTRIBUIÇÃO PARA UMA NOVA ÉTICA

Rosa Maria Cuba Riche (UERJ)

 

As relações entre o homem e o meio ambiente, a subjetividade e a exterioridade encontram-se comprometidas nessa sociedade chamada do conhecimento e da comunicação, criando cada vez mais comunicação e solidão entre as pessoas. A leitura, através da emoção catártica, estimula a sensibilidade, aflora desejos adormecidos, sonhos, fantasias, levando o sujeito à interiorização, à reflexão introspectiva, à identificação com outros seres humanos e com os problemas sociais que afetam o bem viver sobre a Terra, dentre eles os do meio-ambiente.

O livro literário para crianças e jovens pode contribuir para um novo modo de viver, para o estabelecimento de uma nova ética.

A produção heterogênea e a temática diversificada apontam para o re-encantamento, marca da literatura latino-americana.

No Ano Internacional da Literatura Ibero-americana, a recuperação, a revisitação e a releitura de mitos, lendas e narrativas que forjaram o imaginário do novo continente, hoje em processo de deteriorização ambiental, via livros para crianças e jovens, merece reflexão.

 

 

As tiras de quadrinhos de Mafalda
uma proposta de ensino da língua materna

Lidia Maria Rodrigues de Oliveira
Mônica Lopes Smiderle de Oliveira

 

Este painel visa a explicitar o uso das histórias em quadrinhos nas aulas de Língua Portuguesa do ensino fundamental e médio com objetivo de dinamizar as aulas, facilitando assim, o processo de ensino-aprendizagem dos dois aspectos: ensino da gramática e produção de textos, pois acreditamos que sejam os mais complexos nesse processo de ensino da língua materna.

 

 

As três Marias: o espanhol, a pragmática e a cortesia.

Maristella Gabardo (UFPR)

 

O jogo lingüístico que perpassa a nossa linguagem diária vai bem mais além das palavras, pois também se encontra no que chamamos de conhecimento de mundo. A forma como se usam as palavras e como se constroem frases a partir das intenções é um modo de compartilhar com os outros o nosso mundo que formamos internamente. Muito do que esses mundos têm, não são exatamente as particularidades de cada um, mas fazem parte de um universo maior e que em sua maioria são dados e negociados sócio-culturalmente.A pragmática, então, se ocupa em conhecer o jogo, consiste em conhecer o tabuleiro, as regras, as peças e os movimentos ou lances. O embate é severo e cabe ao jogador usar a tática certa no momento oportuno para que a comunicação se mantenha e seja eficaz, principalmente quando se ordena algo... Vejamos: quando se diz “Maria, fecha a portaem português, o enunciado soa rude e até mal educado, podendo causar problemas de convivência e distanciando os falantes. em espanhol, ”María ,!vete de aqui!.” soa educado e – por quê não? – comum, por vezes inclusive diminuindo as distancias e aproximando os interlocutores. O quê leva essas duas culturas a interpretá-las de forma tão diferente?O quê é ser cortês nestas línguas? Quê estratégias são utilizadas?

Esses serão alguns dos pontos a serem discutidos nesse trabalho seguindo o enfoque teórico de BROWN & LEWINSON (1986) e de BLUM-KULKA (1994)

AS VOZES DO EDITORIAL: REFLEXÕES SEMIOLINGÜÍSTICAS

Lygia Maria Gonçalves Trouche (UFF)

 

Esta comunicação tem como objetivo apresentar uma análise semiolingüística do texto jornalístico do gênero “editorial”, de grande circulação social e poder de influência sobre o público-alvo.

Procuraremos identificar, no jogo de palavras e na situação discursiva, a ideologia implícita nas vozes (sujeitos) presentes na interlocução.Todo ato de comunicação pressupõe a interação entre seus participantes, constituindo o que se chama em análise semiolingüística, segundo Charaudeau,“contrato de comunicação” que se efetiva pela relação dos sujeitos em dado modo de organização discursiva. Assim, destacaremos, em nossa leitura crítica dos editoriais selecionados, o modo argumentativo e os atos alocutivo e elocutivo para a compreensão e a interpretação das relações semânticas presentes na interlocução – jornal / leitores.

Dessa maneira, pretendemos passar do “sentido de língua para o de discurso” em busca dos processos de mobilização dos sentidos das palavras e das marcas lingüísticas que constroem os sentidos e permitem a crítica das posições ideológicas que estão em jogo no texto veiculado pela mídia.

 

 

ASPECTOS DO PROCESSO DE PRODUÇÃO DE TEXTOS ESCRITOS
ALFABETIZANDO E LETRANDO?

Cecilia Goulart (UFF)

 

O estudo apresenta parte do resultado de uma investigação sobre a produção de textos escritos por crianças, em classe de alfabetização e na 1ª. série, de duas escolas diferentes, orientadas por propostas pedagógicas diferentes. As diretrizes pedagógicas utilizadas pelas duas professoras são expostas, como também as propostas de escrita que deram origem aos textos estudados. Discutem-se os conhecimentos envolvidos no processo de aprendizagem da linguagem escrita para a elaboração de textos e analisam-se aspectos de produções infantis de alunos das duas turmas. Tais aspectos estão relacionados, principalmente, ao planejamento textual, à organização espacial dos textos no papel e à sua organização sintático-discursiva. Destacam-se soluções que as crianças dão às demandas cognitivas que a realização dos textos implica. Ao final, apresentam-se indicações para a prática pedagógica com base no trabalho desenvolvido.

 

 

ASPECTOS ESTILÍSTICOS DA LÍNGUA PORTUGUESA

Gustavo Adolfo Pinheiro da Silva (UERJ e UGF)

 

Estilo, estilística e gramática. Gramática e desvio. Posicionamentos clássicos da Estilística. Correntes modernas da Estilística. A estrutura do texto poético. Análise estilística do estrato fônico, mórfico, sintático e léxico de textos de autores brasileiros.

 

 

ASPECTOS TEXTUAIS E DISCURSIVOS DO ENCAPSULAMENTO ANAFÓRICO

Therezinha Barros Nogueira (UFRJ)

 

Esta pesquisa trata da rotulação ou encapsulamento anafórico como recurso de coesão referencial na perspectiva textual-discursiva. A abordagem baseia-se em princípios da lingüística textual, com enfoque nos aspectos referência, coesão, coerência e construção do sentido, associados aos estudos dos gêneros do discurso. Foram analisados textos acadêmicos quanto à possibilidade de manifestação de julgamento do enunciador nas marcas lingüísticas dos encapsuladores.

O trabalho ancora-se em duas perspectivas: por um lado, os grupos nominais anafóricos não constituem recurso de coesão referencial semântica e discursivamente neutro. De outro, a presença de avaliação do sujeito, em face de sua intencionalidade, dá valor argumentativo ao texto, em face de o enunciador produzir referentes discursivos como expressão de subjetividade. Além disso, buscamos comprovar a relação entre o uso dos grupos nominais ou encapsuladores anafóricos e os movimentos de retomada e progressão textuais.

Os resultados da pesquisa apontaram a presença de avaliação subjetiva nos grupos nominais ou encapsuladores anafóricos, usados em virtude da intencionalidade do enunciador. Os encapsuladores anafóricos revelaram constituir recurso de coesão referencial que contribui para os movimentos de retroação e progressão, que participam do estabelecimento da coerência do texto.

 

 

Atalhos lingüísticos que o brasileiro usa
para ocultar juízos e pensamentos

Arilda Riani (UERJ)

 

A proposta deste trabalho é fazer uma inserção no emprego sutil que o brasileiro faz dos diminutivos; pretende demonstrar a criatividade do brasileiro, a flexibilidade e a imprecisão no uso da língua, e a forma como ele se utiliza dos diminutivos no meandro da entrelinha, do difuso e do não-convencional para armar e municiar o seu discurso.

 

 

Bakhtin e a aula de redação acadêmica
em língua inglesa: Um diálogo possível.

Doris de Almeida Soares (UFRJ e SBCI/Escola Naval)

 

Partindo de uma visão sócio-interacionista da aprendizagem da escrita, esta comunicação propõe mostrar como os conceitos teóricos apregoados pelo filósofo Mikhail Bakhtin (1895-1975) podem ser explorados de forma a servir de norte para o trabalho desenvolvido no ensino de redação em língua estrangeira.

Para tanto, primeiramente abordarei algumas contribuições de Bakhtin sobre o exame do texto como um objeto dialógico. A seguir, tratarei do papel do professor como um leitor ativo e responsivo, que ao lidar com as redações produzidas pelos alunos, visa conduzi-los a uma melhoria das suas habilidades como escritores.

Nesta comunicação, utilizarei os dados que colhi de meus alunos de redação no terceiro período do curso de graduação em Letras (Português/Inglês), na Universidade Federal do Rio de Janeiro, no segundo semestre de 2004.


Biondetta, entre a liberdade do desejo
e o recatamento da
moral

Maria Cristina Batalha (UERJ)

 

De personagem “real” dos séculos precedentes, o “príncipe das trevas” ressurge no século XVIII como instrumento literário de propósitos variados, correspondendo às modificações operadas na sensibilidade, nos costumes e nos diferentes esquemas de pensamento que são gestados neste período. Biondetta, personagem do romance O diabo enamorado, de Jacques Cazotte, escrito em 1772, é o “diabo”, ou seja, aquele que nos remete à origem do termo diaballein que quer dizer “dividir”. Desde a Bíblia, cabe à primeira mulher – Eva – conduzir seu parceiro a provar do fruto proibido. Sua desobediência é ao mesmo tempo negação, rebeldia e afirmação da capacidade humana de dizer não. A complexidade do erotismo que a figura de Biondetta suscita, com sua capacidade de metamorfose, permite ao jovem Alvare especular sobre seu desejo e compreender a relação entre o proibido e o permitido, presentes no erotismo.

Biondetta representa a possibilidade de realização do desejo amoroso completamente isento das limitações impostas pela censura, porém, como subjaz ao texto a origem diabólica da sedutora Biondetta, há, nO diabo enamorado, o jogo ambíguo entre a moral repressora imposta aos jovens amantes e a crença no poder ilimitado de seres infernais que escapam à fragilidade da condição humana, herança medieval que o século das Luzes não conseguiu eleiminar e que é, por sua vez, relativizada pela estética do fantástico no romance de Cazotte.

 

 

Blimunda: a mulher-demônio, enquanto elemento do profano,
atuando no
campo do sagrado

Elisabete Macedo da Conceição dos Santos (UERJ)

 

Personagem de Memorial do Convento, romance de José Saramago, Blimunda é aquela que, mesmo pertencente ao campo do profano (já que é vista como uma herege pela mentalidade da época) envolve-se com o campo do sagrado, dessacralizando-o. Ativa, questionadora ou mesmo feiticeira, Blimunda não se rende diante dos desmandos de uma sociedade baseada na opressão e no despotismo insustentável do poder dominante, vindo a contribuir, dessa maneira, para uma desconstrução consciente de dogmas e mitos sustentados por uma ideologia tirana e preconceituosa.

 

 

Boa tarde às coisas aqui em baixo: trânsito, chegadas

Cátia Cristina Assunção Henriques dos Santos (UERJ)

 

O objetivo dessa comunicação é a análise de procedimentos estéticos presentes no romance Boa tarde às coisas aqui em baixo (2003), do escritor português António Lobo Antunes, situando-os à luz das idéias do sociólogo português Boaventura Sousa Santos, no que concernem a idéia da fronteira enquanto espaço de trânsito narrativo e discursivo na configuração do imaginário pertencente às relações entre África e Portugal.

Tais procedimentos, já presentes nos romances precursores Os cus de Judas (1979) e O esplendor de Portugal (1997), são magnificados no romance mencionado através de uma escrita iconográfica, em que o desenho irredutível da África (via Angola) é oferecido pelo horizonte da lusofonia, ela própria operadora das relações entre continentalidade e representação mimética, pelo âmbito lingüístico.

Examinar-se-á, em paralelo, o processo de tração e subtração da dicção memorialista, bem como a elaboração de uma estética suspensiva, em que a flutuação da temporalidade articula-se à uma vertiginosa vigília no imediato.


Brasil. É bonito, é bonito, é bonito
A
repetição na construção de sentido
do
discurso publicitário escrito

Ilana da Silva Rebello (UFF)

 

Este trabalho, baseado em textos publicitários extraídos da mídia impressa, pretende analisar, dentre os mecanismos lingüístico-discursivos utilizados na construção de sentido, o mecanismo da repetição, com apoio nos pressupostos teóricos da Semiolingüística de Patrick Charaudeau (2001, 1999, 1996, 1995, 1992), e em estudos sobre repetição, segundo Johnston (1987) apud Koch (1993) e Marcuschi (1992). A pesquisa revela que, tradicionalmente, a repetição é avaliada de forma negativa na escrita, sendo admitida apenas como um recurso estilístico consciente. Porém, na publicidade, assume a função de estabelecer coesão e produzir efeitos semânticos. O estudo aponta, dentre os três tipos de coesão – seqüencial, referencial e recorrencial (Koch, ibidem), a predominância da coesão recorrencial por meio do paralelismo e da recorrência de termos. A coesão referencial não é muito utilizada, pois, no texto publicitário, a repetição deve acrescentar novas idéias a fim de levar o leitor a adquirir um determinado produto. Portanto, sob ótica da Semiolingüística, esta pesquisa não busca apenas entender e classificar certos fatos da estrutura da língua, mas também e, sobretudo, procura destacar a função discursivo-pragmática do emprego da repetição no texto da publicidade para, a partir daí, procurar entender como os falantes interagem quando estão produzindo um discurso, quando o usam para fazer saber, fazer-crer e fazer-prazer e fazer fazer.

 

 

CAMÕES E O ESPÍRITO DO MANEIRISMO
A
LUCIDEZ DO OLHAR E A SABEDORIA DA FALA
DO
VELHO DO RESTELO N’OS LUSÍADAS

Roberto N. Bittencourt (PUC-Rio)

 

Voltemos o nosso pensamento à época das grandes navegações, da grande odisséia humana pelos mares e tenhamos em mente a epopéia camoniana. Havia a euforia por todo o avanço tecnológico que permitia ao homem enfrentar o pélago desconhecido, rumar por mares “nunca de antes navegados”, enfrentando o mar tenebroso. Uma busca por desvendar os mistérios que envolvem o próprio homem. Frente a isso, não é de se estranhar que haja uma força contrária, uma voz disfórica diante da empreitada marítima. Nesse contexto, “um velho d’aspeito venerando” faz-se ouvir, elevando sua voz acima das demais.

 

 

CANTANDO POR ENTRE AS ÁGUAS DO DILÚVIO
UM ESTUDO DE COMPETÊNCIA METAFÓRICA

Décio Tadeu Orlandi (UFG)

 

O conceito chomskiano de competência vem sendo amplamente aplicado aos estudos de aquisição de línguas estrangeiras sob a designação de “competência metafórica”, i.e., a habilidade específica do leitor de decodificar a linguagem em seu aspecto simbólico e referencial. Tal habilidade revela-se condição sine qua non para a leitura da poesia, definida universalmente a partir da própria presença da metáfora (“Falar numa intenção do poema é marcar claramente os limites da leitura. Por um lado, está a decodificação dos elementos componentes do texto – metáforas, alusões, símbolos, mitos incorporados e traduzidos – e, por outro lado, a técnica de articulação desses elementos”, João Alexandre Barbosa, A metáfora crítica, p. 11). Estudos na área da recepção literária são raros em nosso país; no campo da competência metafórica, são praticamente inexistentes. O INAF (Indicador Nacional de Alfabetismo Funcional) impõe-se como parâmetro mais próximo, porém seu campo de análise é a leitura em geral – e não a literatura em si. Nosso objetivo é quantificar – na medida do possível – essa habilidade de “ler poesia” a partir da decodificação das metáforas que lhe são peculiares. Para tanto, aplicamos questionários especificamente elaborados segundo os princípios teóricos de Searle (Expression and Meaning) a leitores que, em teoria, mantêm um contato estreito e continuado com o texto poético: os alunos regulares do Ensino Médio.

 

 

Carmina burana: a cantata cênica em latim medieval

Eliana da Cunha Lopes (FGS e USS)

 

São poemas profanos escritos pelos goliardos, no século XII, em latim e alemão. Encontrados em manuscritos, em 1937, no Mosteiro Beuron, na Baviera.

Musicalizada por CARL ORFF, a cantata cênica, por nós pesquisada, fascina pelo esplendor dos timbres e pela impressionante regularidade das pulsações rítmicas.

 

 

CENÁRIOS URBANOS EM CLARICE LISPECTOR

Fátima Cristina Dias Rocha (UERJ)

 

Recife, Rio de Janeiro, Nápoles, Berna: muitas são as cidades que compõem a cartografia afetiva delineada pela ficção de Clarice Lispector. Em alguns de seus textos, o diálogo entre a paisagem íntima e a geografia exterior dá destaque a locais, ruas e bairros do Rio de Janeiro __ cenários que, adquirindo tonalidades simbólicas e alegóricas, convertem-se em metáforas, construídas esteticamente para figurar condições ético-existenciais, situações sócio-culturais e sensações e estados emocionais diversos, em diferentes momentos da trajetória das personagens. Este trabalho se propõe a investigar tais metáforas, identificando-as em contos e romances da autora, abordando o modo como essas metáforas organizam o jogo “espaço de dentro/espaço de fora” com o qual Clarice Lispector elaborou a sua leitura/escrita da cidade do Rio de Janeiro.

 

 

CHAPEUZINHO VERMELHO EM TRILHAS DO TRÁGICO (O PORVIR DAS ESCOLHAS)

Calina Miwa Fujimura (UERJ)

 

Este trabalho demonstra como a noção do trágico ultrapassa os limites poetológicos da tragédia e pode se manifestar em textos da chamada ‘literatura para crianças’. A tensão de valores morais presente em Chapeuzinho Vermelho é suficientemente ilustrativa deste processo de irrupção do trágico, seja na versão dos camponeses, seja nas versões literárias de Charles Perrault e dos irmãos Grimm para o conto citado. Os conceitos gregos de hamartía (erro, culpa) e nómos (lei), próprios do discurso trágico, construirão, juntos, a idéia de conflito moral, do momento agônico e de catástrofe pelos quais responderá Chapeuzinho Vermelho devido às suas escolhas.


CHARGES E QUADRINHOS: CONSTRUINDO IDENTIDADES

Eliana Maria Borges (UENF)
Sérgio Arruda de Moura
(UENF)

 

A pesquisa consiste em investigar a construção discursiva das identidades sociais no discurso político/humorístico de charges e quadrinhos veiculados pela mídia impressa capixaba. O conceito de identidade, neste contexto, refere-se aos nossos posicionamentos na vida social, a partir de nossas práticas discursivas. Parte da análise dos mecanismos lingüísticos e não-lingüísticos específicos da produção do humor, ancorada numa visão socioconstrucionista do discurso e das identidades sociais e sob a perspectiva da Análise de Discurso Textualmente Orientada (ADTO), fundamentada na representação tridimensional do discurso – texto/prática discursiva/prática social – na qual o discurso é entendido como um modo de ação no mundo e de representação, bem como, uma prática política e ideológica (Fairclough, 2001). Busca-se mostrar que as circunstâncias socioculturais de produção, circulação e consumo de uma charge ou tira de quadrinho são decisivas para se compreender o processo de caracterização de seus personagens, cujos comportamentos verbais e não-verbais, fontes potenciais de comunicação, podem veicular significados que vão além do efeito comunicativo imediato, gerando mecanismo de identificação entre os leitores. Acredita-se que o estudo desse corpus constitui um processo ativo de cognição, pois o leitor desses discursos não é mero receptáculo de informações, já que precisa refazer o percurso de produção para perceber o que está “dito” sob o “não-dito”.

 

 

Circularidade Infinita: a arte do Sermão da Nossa Senhora do Ó

Kellen Dias de Barros Violento (UERJ)

 

No século XVII, os países e colônias ibéricas estavam sob a égide de um sistema sócio-político-econômico totalmente diverso do atual. Submetida a uma lógica motivada pela concepção de um Deus onipresente e gestor de todas as coisas, a prática letrada da época se voltava para a disseminação da fé. Modulados por uma enorme série de regras retóricas, os sermões, apesar de guardar sua arte na forma e inventividade, não correspondem às noções de originalidade tão valorizadas após o Iluminismo, fato que, muitas vezes, promove um distanciamento desses textos dos leitores de hoje. Revendo o “Sermão da Nossa Senhora do Ó” podemos perceber, além das diretrizes religiosas, a arte que o engendra – arte esta que comove e encanta sem perder de vista o júbilo da fé.

 

 

COM A DESCOBERTA, JUANITA NÃO TEVE DÚVIDA:
PEDIU O
DIVÓRCIO ONDE RECLAMA A GUARDA DOS TRÊS FILHOS DO CASAL
UMA
ABORDAGEM VARIACIONISTA DO EMPREGO DAS CONSTRUÇÕES ONDE

Maria Luiza Braga (UFRJ)
Keya Manfilli
(UFRJ)

 

Nas últimas décadas, os empregos da palavra onde em remissão anafórica a entidades não-locativas têm sido investigados a partir de perspectivas teóricas cognitivistas e funcionalistas (Manfilli 2003 e Portella 2003, respectivamente). Questiona-se se tal ampliação de contextos de usos constitui um indício de gramaticalização ou se se trata de uma variação estável.

Nosso trabalho volta-se para o exame deste item nas modalidades falada e escrita do português do Brasil, usando como corpus as ocorrências extraídas das amostras Censo da Variação Lingüística e Amostra de Textos Escritos que integram o acervo do PEUL, sediado na UFRJ.

Valendo-nos dos pressupostos da teoria da variação, recortamos nosso fenômeno como uma variável dependente binária – onde e SPREPs que podem alternar no mesmo contexto -, que é analisada segundo a natureza das categorias cognitivas a que cada variante faz remitência e a posição sintática que ocupa na oração.

Os resultados estatísticos preliminares de que dispomos revelam que há diferenças recorrentes entre fala e escrita, no que tange à utilização da palavra onde, e que a ampliação de contextos de uso, a que nos referimos, parece constituir uma decorrência das alterações que se observam no sistema das preposições no português do Brasil.

 

 

Como as crianças recortam os eventos
As
categorias agentividade
e intencionalidade na
fala da criança

Rosa Attié Figueira (UNICAMP)

 

O modo como as línguas recortam os eventos interessa não só aos lingüistas, mas aos psicólogos e filósofos. Destaque se dá ao evento causativo, no qual duas entidades são unidas numa relação causal. Observando uma criança aprendendo o português (2;8 a 5), examinaremos como sua fala recorta o fluxo dos acontecimentos – nos quais está, ou efetivamente implicada como agente, ou apenas indiretamente implicada, como participante de uma atividade cujo resultado é uma alteração num estado de coisas do mundo. Nosso objeto será considerado no plano da língua (as formas pelas quais o evento é expresso), e no plano do discurso (seu funcionamento discursivo). Nas interações diárias nem sempre a fala da criança aponta um agente – intencional ou consciente – da ação referida. Em vários episódios adulto-criança, observa-se a pura menção ao estado de coisas, em enunciados cuja estrutura pode ser interpretada como isenção de responsabilidade ou culpa. Em outros, trata-se de transferir a responsabilidade do ocorrido para um agente remoto, não-imediato, detendo na cadeia uma participação indireta – domínio privilegiado da construção com fazer+V. Em outros ainda, a criança recorta um acontecimento de maneira singular, até insólita; não-compatível com a perspectiva do adulto. Cabe então indagar a respeito dos caminhos que a criança percorre ao aprender a relacionar causa e efeito. A abordagem teórico-descritiva procura realçar o fato de que categorias lingüísticas como agentividade, intencionalidade se constroem dentro de uma prática discursiva efetiva, em que a criança (junto ao interlocutor) exercita diferentes olhares sobre os eventos, suas causas e conseqüências.

 

 

Compreensão leitora em E/LE de alunos universitários brasileiros

Nívea Guimarães Doria (UERJ)
Cristina Junger
(UERJ)

 

Este trabalho discute o processo leitor em espanhol língua estrangeira (E/LE) de alunos de graduação em Letras Português-Espanhol de uma instituição de ensino superior pública. Seus objetivos são verificar como lêem esses alunos, além de discutir as dificuldades encontradas ante as particularidades dos textos acadêmico-científicos e a contribuição do roteiro de leitura, oferecido pela professora, no processo de compreensão leitora. Para isso, foi aplicado um questionário de sondagem à turma escolhida para compor o grupo de informantes, foram observadas algumas aulas para a construção de um diário de classe e proposta uma atividade de leitura autônoma, baseada também em um roteiro de leitura. O estudo dos corpora coletados utiliza uma análise qualitativa, com base em pressupostos de uma visão enunciativa de leitura. Como resultados foi possível traçar um panorama geral sobre o processo leitor da turma observada e, ainda, realizar a comparação entre as atividades leitoras de um grupo específico de alunos, escolhido como informantes a partir do critério de sua participação/ não-participação em projetos de iniciação científica.


COMPREENSÃO X INTERPRETAÇÃO

Flavia Coutinho Ferreira Sampaio (UFF)
Lygia Maria Gonçalves Trouche
(UFF)

 

A compreensão diz respeito à língua, ou seja, o leitor compreenderá um texto se conhecer a língua em que o mesmo foi escrito, e se souber entender as relações entre os termos que estruturam a mensagem. Para isso, é importante que o discurso seja coeso, ou seja, apresente elementos coesivos que facilitem o leitor.

Porém, o fato de compreender um texto não fará com que o leitor saiba interpretá-lo, pois a interpretação depende de outros fatores, não só do simples conhecimento do código. Saber interpretar um texto é descobrir a intenção do autor ao escrevê-lo, além do contexto em que foi escrito.

Ao interpretar, o leitor/ouvinte deve ser capaz de fazer inferências por meio de seus conhecimentos de mundo. É preciso saber que um discurso está sempre relacionado a outros, e leva em conta as experiências vividas por quem o produz e, principalmente, a experiência partilhada entre locutor/escritor e interlocutor/leitor. Por isso, pode-se dizer que nenhum texto é completamente autêntico, já que ele sempre será a releitura de outros textos.

Logo, podemos dizer que uma pessoa compreende um texto se consegue, a partir de seu conhecimento lingüístico, ler o que está na superfície, entender a seqüência de frases e parágrafos. Porém, ela só conseguirá interpretá-lo se for capaz de ultrapassar a superfície, entender as entrelinhas, descobrindo a intenção do autor. Essa interpretação poderá ser feita a partir da aceitabilidade do leitor às informações contidas no texto, e da coerência dessas informações.

 

 

Comunicação, linguagem e...

Anely Ribeiro (UFPR)

 

Este trabalho apresenta reflexões conceituais a partir da análise terminológica sobre a comunicação como atividade específica humana, com ênfase na comunicação organizacional. Relaciona o campo teórico das relações públicas no processo da comunicação organizacional e as implicações dessa área, com o fenômeno da polidez lingüística (Brown &Levinson; 1986), no âmbito intercultural.

 

 

Confrontando a formosíssima Maria e a linda Inês

Maria Paula Lamas

 

Os episódios da formosíssima Maria e da linda Inês, patentes n’Os Lusíadas, apresentam várias semelhanças, a nível de conteúdo e de expressão literária.

Em ambos os casos, a parte central é constituída por um apelo dirigido ao mesmo destinatário, D. Afonso IV. Por um lado, D. Maria solicita a seu pai que se solidarize com Afonso XI de Castela, lutando em sua defesa, na Batalha do Salado; por seu turno, D. Inês suplica ao rei que se compadeça da sua sorte, poupando-lhe a vida. Apesar das identidades, estes episódios acabam por se distanciar, na medida em que têm desfechos contrários, pois D. Afonso IV vai ser adjuvante de D. Maria e oponente a D. Inês.

No decurso da acção, Luís de Camões recorre à oratória, conferindo maior emotividade às súplicas proferidas pelas protagonistas. Entre diversas figuras de estilo, destacam-se as comparações com personagens da Antiguidade Clássica, evidenciando a erudição do poeta.


CONHECIMENTOS LINGÜÍSTICO, TEXTUAL E DE MUNDO
ASPECTOS FUNDAMENTAIS PARA A COMPREENSÃO DO HUMOR NA PUBLICIDADE

Danielle Zumpichiatti dos Santos (UFRJ)

 

Ao longo dos tempos e a todo instante, os seres humanos interagem, apropriando-se de diversas formas de comunicação, para transmitir e perpetuar idéias, opiniões, conhecimentos. Diferentes linguagens podem ser utilizadas em conjunto ou isoladamente para que os atores do jogo comunicacional (cf. Charaudeau, 1983) consigam efetivar suas intenções. Um anúncio publicitário constitui uma mensagem a ser partilhada, construída de modo a cumprir objetivos – implícitos e / ou explícitos –, propostos por seus elaboradores, que devem ser percebidos, interpretados e compreendidos por seus receptores.

Esta pesquisa apresenta como objeto de estudo o humor no discurso publicitário de anúncios de revistas, enfatizando os aspectos necessários para a compreensão desse tipo de mensagem. Verificam-se, para tal intuito, as estratégias utilizadas para a construção do cômico em propagandas, visando estimular a percepção do mesmo por parte dos interlocutores. Salienta-se, por conseguinte, a necessidade da utilização do conhecimento prévio – os conhecimentos de mundo, lingüísticos e textuaispara o entendimento do humor.

A partir de um trabalho de interpretação e compreensão de alguns anúncios realizado em turmas de Ensino Médio, observam-se quais conhecimentos vinculados à percepção da comicidade foram utilizados ou não pelos alunos. Tendo em vista o processo ensino-aprendizagem, ao levantar as principais dificuldades e deficiências na percepção, interpretação e compreensão do humor, possibilita-se trabalhá-las e, assim, instigar os alunos – muitas vezes alvo das propagandas – a descobrir seus artifícios.

 

 

conjunções coordenativas: a classe gramatical pela análise global

Luciana Varella da Silva (UNESA)
Fátima
Helena Azevedo de Oliveira (UNESA)

 

O presente trabalho acadêmico investiga as conjunções sob os aspectos semânticos, sintáticos e morfológicos, focados para a coordenação de orações. Compara os pontos de vista dos gramáticos Bechara, Lima e Cunha e Cintra, no que diz respeito às subdivisões das orações coordenadas sindéticas. Faz-se também, um contraponto com a abordagem de Henriques, uma vez que esta foi ponto de partida para a pesquisa. No processo de análise, verifica-se uma divergência entre as abordagens dos autores supracitados bem como no consagrado pela Nomenclatura. Conclui-se que há uma necessidade da dissociação do valor semântico entre as orações coordenadas da classificação gramatical dos elementos que as unem.

 

 

CORRELAÇÃO ENTRE A ALTERNÂNCIA ENTRE OS TIPOS DE TEXTOS
E AS
NOÇÕES DE PREFERÊNCIA E DESPREFERÊNCIA,
EM DIÁLOGOS SIMÉTRICOS (PROJETO NURC/SP)

Paulo de Tarso Galembeck (UEL)

 

Este trabalho visa a estudar a correlação entre as noções de preferência/despreferência (a capacidade de manifestar opiniões e dar ou não seqüência ao tópico em andamento) e a alternância entre os tipos de textos pares pergunta/resposta constantes em conversações simétricas. Parte-se da noção de tópico discurso (“aquilo de que se está falando”) e das propriedades definidoras do mesmo (centração ou focalização; organicidade; segmentabilidade) e do fato de ele (o tópico) ser construído interativamente pelos interlocutores. O trabalho também se baseia na existência de quatro tipos básicos de textos (narração, descrição, dissertação, injunção), definidos a partir de propriedades formais e do uso em situações específicas de interação. Para a execução do trabalho, isolaram-se cinqüenta ocorrências de pares pergunta/resposta, e verificou-se a seqüência era estabelecida em termos mais estritos ou mais abrangentes e se a resposta era acompanhada da manifestação de opiniões. Os resultados obtidos indicam que, nos referidos pares, há duas recorrências: seqüência inicialmente estrita, seguida de desvio tópico; seqüência em termos mais amplos, seguida da manifestação de opiniões. Verificou-se, ademais, que em ambas as formas de despreferência (na manifestação de opiniões e na seqüência menos estrita) vêm acompanhadas de alternância quanto ao tipo de texto.

O córpus do trabalho é constituído por inquéritos do tipo D2 (diálogos entre dois informantes), pertencentes aos arquivos do Projeto NURC/SP.

 

 

CONSIDERAÇÕES ACERCA DA DEFINIÇÃO LEXICOGRÁFICA
DOS
VOCÁBULOS ESTÉTICOS

Leandro Zanetti Lara (UFRGS)

 

Como aponta Sager (2000), a definição é a questão-chave para todas as ciências, constituindo-se em ferramenta fundamental para a lógica, a filosofia das idéias e a semântica. Assim, este trabalho objetiva estudar diferentes concepções de definição lexicográfica, cotejando, entre outras, as noções de definição lingüística (Mel’cuk et al., 1995) e de definição enciclopédica (Polguère, 2002) – presentes na Teoria Explicativo-Combinatória –, nas suas respectivas aplicações ao léxico da estética. Partindo dos estudos de Ogden & Richards (1972) e Wierzbicka (1972), investigaremos o status de primitivos semânticos dos vocábulos estéticos, buscando determinar qual tipologia definitória permite uma descrição mais precisa do léxico em questão. Palavras-chave: lexicografia, definição e estética.

 

 

CONSTRUÇÕES DE INCERTEZA EM NARRATIVAS DO SUL DE MINAS

Luiz Fernando Matos Rocha (UNINCOR)

 

Este trabalho investiga as construções lingüísticas que sustentam os momentos de incerteza presentes em narrativas fantásticas orais produzidas por falantes da região sul-mineira. Com base em autores como Todorov (1979, 1970), Lakoff e Johnson (1980, 1999), Fauconnier e Turner (2002) e Goldberg (1995), postula-se que muitos dos elementos fantásticos que compõem os contos tradicionais do gênero têm fundamentos na oralidade, que também apresenta pistas gramaticais para o estabelecimento da hesitação do narrador. Tendo em vista a categorização de Todorov sobre o gênero fantástico, busca-se analisar ainda os sinais lingüísticos que fazem tal narrativa pender para o estranho ou para o maravilhoso. Preconiza-se também que os passes de mágica, comuns ao gênero maravilhoso, estão ancorados na metonímia produto-por-processo.

 

 

CONTOS DE FADAS – UMA ANÁLISE SEMIÓTICA

Patrícia de Fátima Abreu Costa (UninCor)

 

O gênero contos de fadas perpetuou-se ao longo dos tempos tendo como característica lidar com conteúdos essenciais e universais da condição humana. Falar em contos de fadas, hoje, é quase o mesmo que falar em literatura para criança. Através deles, a criança entra em contato com o mundo literário, primeiramente através do acesso às narrativas orais e, posteriormente, em ambiente escolar, se constituindo assim como leitor, ou seja, aquele que dá sentido ao texto, significando-o. Sendo a semiótica a ciência que estuda o fenômeno da significação, ou ainda, a ciência que investiga os mecanismos que conduzem ao entendimento, este trabalho tem por objetivo realizar uma análise semiótica de alguns contos de fadas reescritos por crianças, apontando a trama das significações que se interpolam entre o subjetivo e o objetivo, permeadas pela linguagem e pelas nuances das relações sociais, assim como, enfatizar a possibilidade de utilização desse gênero literário como instrumental para a formação de uma consciência crítica.

 

 

Contraste Semântico-Pragmático e Marcadores Constrativos

Pablo Soares Ribeiro (UFRJ)
Helena Gryner (UFRJ)

 

O presente estudo enfoca a variação entre os conectivos mas e agora como marcadores contrastivos. Partimos de uma amostra de enunciado argumentativo (amostra Gryner/PEUL-UFRJ), constituída de 20 entrevistas com informantes distribuídos regularmente quanto à escolaridade, gênero-sexo e faixa etária. O exame dos dados segue os princípios teórico-metodológicos da Sociolingüística Variacionista (Labov, 1972) e os dos modelos teóricos do Funcionalismo (Givón, 1995) e da Análise do Discurso (Schiffrin, 1987). A pesquisa das variantes lingüística em questão sugere a relevância dos contextos semânticopragmáticos: tempo-modo verbal e polaridade.

O presente estudo enfoca a variação entre os conectivos mas e agora como marcadores contrastivos. Partimos de uma amostra de enunciado argumentativo (amostra Gryner/PEUL-UFRJ), constituída de 20 entrevistas com informantes distribuídos regularmente quanto à escolaridade, gênero-sexo e faixa etária. O exame dos dados segue os princípios teórico-metodológicos da Sociolingüística Variacionista (Labov, 1972) e os dos modelos teóricos do Funcionalismo (Givón, 1995) e da Análise do Discurso (Schiffrin, 1987). A pesquisa das variantes lingüística em questão sugere a relevância dos contextos semânticopragmáticos: tempo-modo verbal e polaridade.

 

 

CONTRASTE SEMÂNTICOPRAGMÁTICO
E
MARCADORES CONTRASTIVOS MAS E QUE

Vanessa Martins da Rocha e Moura
Helena Gryner

 

Nesta comunicação tratamos do uso variável de mas e que , marcadores de constrate no discurso. O trabalho se baseia em entrevistas da amostra Tendências (PEUL-UFRJ), constituída por 32 informantes de quatro faixas etárias, três níveis de escolaridade e de ambos os gêneros. A pesquisa segue os princípios teórico-metodológicos da Sociolingüística Variacionista (W. Labov, 1972). A identificação dos contextos relevantes para a variação, fundamenta-se nos modelos teóricos do Funcionalismo (Givón, 1995) e da Análise do Discurso (Schiffrin, 1987). Os resultados iniciais parecem indicar a relevância dos contextos semânticos e pragmático-discursivos: tempo-modo verbal e polaridade.

 

 

CONTRASTES E CONVERGÊNCIAS ENTRE CANTIGAS MEDIEVAIS
E
CANÇÕES DE CHICO BUARQUE DE HOLANDA

Augusto Cesar Vassilopoulos Natal (USJT-SP)

 

As estruturas formais e as marcas de conteúdo das cantigas medievais portuguesas e de certas canções de Francisco Buarque de Holanda apresentam evidente familiaridade entre si. No entanto, há por conta da diferenciação de período histórico de surgimento dessas obras, o registro de inevitáveis transgressões nas concepções daquelas pertencentes à modernidade. Se as semelhanças apontam para a aguda percepção intelectual de Chico Buarque, os contrastes apuram algo ainda mais importante: aspectos de sua criativa genialidade.

 

 

CORRELAÇÃO ENTRE TIPOS DE TEXTOS E DESCONTINUIDADE DE TÓPICOS
NA
LINGUAGEM JORNALÍSTICA FALADA

Paulo de Tarso Galembeck (UEL)

 

Este trabalho propõe a análise da correlação entre os processos de mudança de tópico conversacional e a alternância entre s tipos de texto. Parte-se da noção de tópico discursivo (“aquilo de que se está falando”), das propriedades definidoras do mesmo (centração ou focalização; organicidade; segmentabilidade), do fato, de este (o tópico) ser construído cooperativamente pelos interlocutores. O trabalho também se fundamenta na existência de quatro tipos básicos de textos (narração, descrição, dissertação, injunção) , definidos a partir de suas propriedades formais e do uso em situações específicas de interação. Para a execução do trabalho, foi efetuada inicialmente a segmentação tópica dos inquéritos que constituem o córpus e, do mesmo modo, os segmentos tópicos foram classificados quanto à modalidade de texto que neles

 

 

DA NEGOCIAÇÃO À CONSTRUÇÃO DE SENTIDO EM INTERAÇÃO EXOLÍNGÜE
RENTABILIZANDO O
CHAT COMO TAREFA EM AULA DE PLE

Ida Maria da Mota Rebelo (PUC-Rio)

 

Tomando como orientação conceitos teóricos e resultados de trabalhos nas áreas de Didática de Língua Estrangeira (Careless, 2003; Lima, 2002; Pellettieri, 2000; Lyster, 1998; Araujo e Sa, 1996; Mercer, 1994; Kramsch, 1986), Análise da Conversação e Lingüística sócio-interacional (Gumperz; Duranti & Goodwin, 1992; Kerbrat-Orecchionni, 1996; Roberts, 1996), buscamos:

(1) definir os conceitos operativos tomados das diferentes áreas teóricas para descrever o que se passa no chat com fins didáticos e apontar algumas potencialidades intuídas mas não comprovadas no corpus em análise;

(2) mostrar, através da análise de algumas seqüências de chat com fins didáticos, como os comportamentos lingüísticos revelam uma consciência, da parte dos estudantes, do caráter didático dos eventos, levando em conta que as estratégias de envolvimento na interação descritas em estudos da Análise da Conversação se conjugam e se encontram refletidas nos procedimentos dos chatantes. Esses procedimentos são tanto de construção dos enunciados como de negociação de forma e sentido em PLE. Após a análise dos dados, concluímos, preliminarmente que o comportamento lingüístico, descrito e analisado, revela, uma tendência da parte dos estudantes a recorrer à negociação da forma e do sentido como estratégias de comunicação e aprendizagem. A atualização dessas estratégias parece revelar um exercício mais autônomo e reflexivo das habilidades lingüístico-comunicativas dos estudantes em PLE.


Da organização do espólio à edição crítica
da obra de Eulálio de Miranda Mota

Patrício Nunes Barreiros (UEFS)

 

Durante cinco anos foram empreendidos consideráveis esforços para reunir e catalogar manuscritos, datiloscritos, cadernos de anotações, diários, cartas, documentos pessoais, fotografias, publicações em jornais e revista de e sobre Eulálio Mota. Hoje, dispõe-se de uma grande quantidade de material denominado “Espólio do escritor Eulálio de Miranda Mota”. Atualmente, está em preparação uma edição crítica do livro de poesia “Canções do meu Caminho”. Todas estas ações representam uma tentativa de apresentar a produção literária do autor para que se possa ter uma visão ampla e completa da literatura baiana. Pretende-se, com esta apresentação, apontar os caminhos percorridos pelo editor crítico para apresentar um texto fidedigno e que corresponda aos critérios da moderna Crítica Textual.

 

 

DA RELEVÂNCIA DE SE PERCEBEREM
OS
FATOS LINGÜÍSTICOS EM TEXTOS VERBAIS

Maria Teresa Gonçalves Pereira (UERJ)

 

Ler um texto não significa apenas compreender o seu conteúdo. É fundamental que se percebam os efeitos lingüísticos que o constituem, que lhe conferem existência, atribuindo-lhe identidade própria. Buscamos revelar em textos literários e não literários os recursos lingüísticos expressivos responsáveis por tais resultados, mostrando exemplos de como isso acontece em diferentes corpus. A percepção das ocorrências possibilita uma leitura plena, conjugando conteúdo e forma de maneira a que o leitor se aproprie do texto em todas as suas instâncias. Essa abordagem, sem dúvida, cria condições para um ensino de Língua Portuguesa eficiente e prazeroso.

 

 

DE PROMETEU AO CLONE

Maria Helena de Carvalho Dockhorn (UGB)

 

O ser humano, muitas vezes, na sua história, tenta transpor os limites do humano e ser mais que humano. Essas tentativas aparecem retratadas na literatura. Na literatura grega, temos o mito de Prometeu; na literatura latina, observamos as reprovações do poeta Horácio às aventuras humanas. Em Camões, o Velho do Restelo censura as expedições portuguesas. Na literatura inglesa, aparecem as tentativas do Dr. Frankenstein. Na vida contemporânea, os cientistas querem criar clones do ser humano.

 

 

‘DE REPENTE’- ADVÉRBIO CONECTIVO?

Alex Moraes da Rocha (UFRJ)

 

A posição em que o elemento “de repente” é utilizado tem se mostrado relevante na sua significação. Desse modo, anteposto ao verbo, existe uma alternância entre as noções de tempo e dúvida e, posposto ao verbo, o elemento varia em tempo e modo. Em alguns casos, entretanto, o “de repente” mostra-se esvaziado dessas noções e assume funções típicas de um elemento conectivo. Nesse trabalho, pretende-se estudar os casos em que o “de repente” assemelha-se a um conectivo, para tanto serão analisados textos orais e escritos do português brasileiro e europeu, da década de 70 em diante que compõem os corpora do projeto VA RPORT, que estuda as diferenças e semelhanças das variedades do português. O objetivo principal é determinar os fatores que favoreceriam a utilização do “de repente” ligando orações, bem como os tipos de orações adverbiais que ele encabeçaria. Para tanto, parte-se de duas hipóteses: 1ª) a ordem do elemento na oração influenciaria sua utilização como conectivo; 2ª) o uso do “de repente” estaria associado a um tipo determinado de texto e não a outros.

 

 

DESCRIÇÃO DOS USOS DAS CONSTRUÇÕES GERUNDIAIS

Núbia Graciella Mendes Mothé (UFRJ)

 

Este trabalho visa a fazer uma descrição dos tipos de orações que as gramáticas tradicionais denominam subordinadas adverbiais reduzidas de gerúndio. Compararemos o tratamento dado por cinco autores de gramáticas da Língua Portuguesa (Bechara, Cunha & Cintra, Rocha Lima, Kury e Luft), procurando averiguar se há diferença (e quais seriam) entre suas categorizações e o que encontrarmos em uso efetivo na escrita e na fala. Investigaremos se as orações reduzidas de gerúndio restringem-se aos tipos mencionados por eles e, em caso negativo, quais seriam os outros possíveis.

Além disso, procuraremos discutir uma possível subcategorização de um tipo específico dessas orações: as modais. Tal discussão justifica-se pela própria “natureza” dessas orações. Como um dos sentidos primordiais da forma nominal gerúndio é a marcação gramatical aspecto contínuo (todo gerúndio, em última instância, é um modo do verbo), tem-se, às vezes, a impressão de que as ações verbais realizadas sob essa forma gramatical seriam sempre modais. Isso dificulta a classificação de alguns dados reais, levando o pesquisador a recorrer a fatores semântico-funcionais e mesmo discursivos para conseguir analisar o dado encontrado.

Para tentar responder a essas questões, contaremos como corpus com um material já organizado na internet, o material do Projeto VARPORT, que reúne as modalidades escrita e falada (culta e popular) do Português do Brasil e do Português Europeu. Além disso, os textos escritos constituem-se de três diferentes gêneros textuais: anúncios, editoriais e notícias de jornais brasileiros e portugueses dos séculos XIX e XX.

 

 

Desterritorialização urbana:
a
representação da cidade na ficção brasileira contemporânea

Regina Célia Pentagna Petrillo

 

Com a crise das verdades absolutas e a queda dos valores metafísicos, diagnosticadas por Jean François Lyotard no processo a que chamou de "descentramento" da razão ocidental, toda uma série de conceitos foi questionada: certeza, autoridade, unidade, totalização, universalização, centro, fechamento, hierarquia, origem.

Tem-se, pois, na pós-modernidade a falta de qualquer ponto de vista supremo, a descrença em relatos legitimadores universais, o esvaziamento de valores e referências totalizantes, o fim do sujeito unitário e racional. A pós-modernidade é marcada pela a fragmentação, pelo volume de fatos, pelas transformações e trânsito contínuo, pela instabilidade de categorias antropológicas (macho/fêmea, razão/mito) ou de polaridades elementares (afirmação/negação, sujeito/objecto), pelo jogo da diferença e pelo simulacro.

Esta comunicação propõe-se a refletir sobre questões como identidade, totalidade, utopia, tradição e ruptura a partir da representação ou configuração da cidade na literatura brasileira contemporânea, tomando como paradigma o conto – A arte de andar nas ruas do Rio de Janeiro, do autor brasileiro Rubem Fonseca.


Diadorim: o pacto como emblema trágico do corpo

Leonardo Vieira de Almeida (UERJ)

 

O pacto em Grande Sertão: Veredas assume diversas possibilidades: seja o contrato social, maligno ou fáustico. Para Diadorim, donzela e guerreiro, o pacto se inscreve, antes de tudo, como emblema. Assinatura invisível, esconde por trás da máscara guerreira o verdadeiro preço exigido pela desmedida. Moço Reinaldo, neblina e vingança, o chão em que se move não é, ao contrário de seu amor, Riobaldo, o do indeterminismo. A hýbris de Deodorina é o cego objetivo de derrotar o assassino de seu pai, Joca Ramiro. A morte de Diadorim, ao enfrentar Hermógenes na batalha do Paredão, revela-se, deste modo, a um só tempo como exigência fáustica do pacto, mas também como desvendamento do corpo. É pela morte que o corpo de Diadorim se institui como emblema trágico, ou decifração da potência ambígua e mercurial – diurna e noturna, ctônico-urânia – da linguagem.

 

 

DICIONÁRIOS BILÍNGÜES ESCOLARES
ESPANHOL-PORTUGUÊS / PORTUGUÊS-ESPANHOL
REVISITANDO AS
MARCAS DE USO

Sabrina Araújo Pacheco (UFRGS)

 

A presente comunicação tem como objetivo analisar as marcas de uso estilísticas em duas importantes obras lexicográficas monolíngües: Novo Dicionário Eletrônico Aurélio da Língua Portuguesa (2004) e Diccionario Electrónico de la Lengua Española (2003). Com base nesta análise, pretende-se sugerir, para um dicionário bilíngüe escolar espanhol-português / português-espanhol, uma nova proposta, dentro dos verbetes dicionarísticos, para tratar do uso, ou seja, do exercício que os falantes nativos fazem de sua língua. Tal proposta consiste em uma reformulação das marcas de uso existentes nas obras lexicográficas bilíngües espanhol-português / português-espanhol utilizadas em contextos pedagógicos.

 

 

Dido e Enéias e o mito de Fundação de Roma

Márcia Regina de Faria da Silva (UERJ)

 

O IV canto da Eneida de Vergílio narra os amores entre Dido e Enéias. O herói piedoso, responsável pela fundação de Roma, encontra-se envolvido em um romance mítico que pode retardar seu fatum. Os dois mitos se encontram e se fundem para resgatar e justificar fatos da História de Roma.

 

 

DIFERENTES USOS PARA O RÓTULO FOLHETIM
E A
CONSTRUÇÃO DO PÚBLICO LEITOR NO SÉCULO XIX

Rosane Manhães Rocha Faria (UFRJ)
Alexandre Xavier
Lima (UFRJ)

 

Este trabalho focaliza a evolução do folhetim, quer como espaço físico do jornal, quer como obra literária publicada em série, ao longo da evolução técnica da própria imprensa brasileira no século XIX.

Conforme mostram DINIZ, FARIA, FERREIRA & LIMA (2003) e DINIZ, FARIA, LIMA & MOTHÉ (2004), apoiados em estudos já consagrados, dentre eles os de Marlize Meyer (1992),o folhetim, a princípio, consistiu numa simples estratégia de publicar um romance aos pedaços para prender a atenção do leitor e fazer com que ele comprasse a edição seguinte, aumentando assim a vendagem de um jornal francês. Posteriormente, o folhetim popularizou estruturas e estratégias temáticas que existem até hoje na forma de telenovelas.

Muitas vezes, o folhetim, ainda, funcionou como um novo modo de publicação do romance, que não necessariamente apresentava a estrutura de um romance-folhetim (produzido aos pedaços). Era comum, à época, autores publicarem seus romances primeiro em folhetim, garantir o sucesso e só depois publicarem em livro, como por exemplo, Machado de Assis e José de Alencar.

Neste presente trabalho, apresentaremos diferentes formulações e usos para o rótulo folhetim no século XIX, além de observar como o romance-folhetim tornou-se peça fundamental para a construção de um sólido público leitor e maior canal difusor de textos literários na sociedade oitocentista brasileira. Concentramos nossa análise em um importante periódico carioca oitocentista: “Diario do Rio de Janeiro”. Paralelamente, reflete, ainda, sobre a repercussão do folhetim dentro da sociedade oitocentista sob um aspecto social, ideológico e cultural, além da formação do público leitor feminino.

 

 

Discurso bíblico e práticas sociais de exclusão

Hélio Ferreira Orrico (UENF)
Sérgio
Arruda de Moura (UENF)

 

Ao abordar a inclusão da pessoa portadora de deficiência, identificamos um paradoxo essencial que persiste desde os primórdios da humanidade. Nosso interesse é abordar o discurso bíblico cujos enunciados se referem à questão da deficiência física e sensorial. O objetivo é demonstrar que o mesmo paradoxo e a mesma ambigüidade no trato com o sujeito com deficiência persiste até os nossos dias. As mudanças nos vocábulos, os deslizamentos semânticos, as paráfrases, não se constituem numa mudança tão efetiva como se deveria esperar, mesmo tendo transcorridos dois mil anos de Cristianismo. Termos como castigo, punição, expiação relacionados aos portadores de deficiência, mesmo superados pelo discurso laico ou científico, permanecem como constituidores de práticas discursivas, cuja produção, distribuição e consumo têm como paradigma este que é dado como o texto mais lido e comentado da humanidade, mas que não prosperou em nenhuma transformação paradigmática. Trabalharemos com a metodologia da análise de discurso de linha francesa tendo como teóricos Foucault, Pêcheux e Orlandi. Buscaremos dar conta de um dispositivo teórico que nos possibilite a percepção da convergência entre o que chamamos paradoxo, ambigüidade e resistência evidenciada nos discursos inclusivistas dos nossos dias, nos quais as premissas da inclusão, da diversidade e igualdade convivem com os estigmas, estereótipos da Antigüidade. Para fins de delimitação trabalharemos com pelo menos um dos versículos de cada livro dos Evangelhos da Bíblia, constituidor do que podemos denominar de uma pedagogia sócio-religiosa. Não temos qualquer propósito religioso ao procurar estabelecer uma reflexão a respeito do quanto as práticas sociais, educacionais estão presas a perspectivas arcaicaizantes no tratamento das questões relacionadas às deficiências.

 

 

Discurso e interação

Renata da Silva de Barcellos (UNIGRANRIO)

 

O objetivo da comunicação é apresentar os elementos constituintes da interação e as ações interativas através da análise de tirinhas e charges.


Discurso literário, função poética e literatura infanto-juvenil
um olhar sobre a construção do Conhecimento
em Bartolomeu Campos de Queirós

Mônica de Queiroz Valente da Silva (UFRJ)

 

A produção literária destinada a crianças e jovens tem sido alvo de discussão no tocante ao conceito, objeto e fim dessa literatura. Longe de encerrá-la, entretanto, pretendemos neste trabalho ratificar que a mensagem literária, entendida como tal, estabelece-se, sobretudo, a partir da função poética, como exposto por VANOYE (1998). Esta característica reveste o discurso literário, que por tal configuração de linguagem tornar-se-á diferente de qualquer outro discurso. O discurso literário, portanto, é polissemântico ao redimensionar, por exemplo, temas universais, humanos e antagônicos, como vida e morte. BOSI (1995) também destaca a especificidade da arte literária ao re-significar a linguagem comum. Ao oferecer esta possibilidade a arte, de maneira geral, estabelece-se enquanto conhecimento. Manifestar-se artisticamente, através de determinados códigos, é inerente à natureza humana. O texto de Bartolomeu Campos de Queirós, segundo o exposto acima, nos permite empreender uma leitura da construção do conhecimento do Ser, a partir da função poética que articula as categorias de tempo e espaço nas narrativas.

 

 

Discurso Organizacional e Seus Sujeitos: Liderança

Eliana Meneses de Melo (UNINOVE)

 

Expressa-se neste trabalho estudo realizado em torno do capital humano no cenário organizacional. Tendo como ponto de partida os aspectos motivadores que permeiam a definição do estatuto discursivo do Discurso Organizacional, direcionado para Recursos Humanos. Trata-se da análise do sujeito semiótico em suas diferentes produções discursivas. Situando o Discurso Organizacional entre os discursos sociais não literários, este estudo visa compreender o cotidiano organizacional frente às transformações ocorridas na Sociedade do Conhecimento, na qual processos mais sofisticados transformam a metáfora ‘máquina – homem-engrenagem’, na metáfora da ‘cultura organizacional’, estruturada no capital humano. Em seu percurso inicial, a pesquisa foi centralizada na Revista Exame, com a finalidade de constituir uma rede léxico-semântica através da qual os termos associados à ação humana no espaço organizacional fossem identificados. Foram analisadas as publicações ocorridas entre outubro de 2004 e fevereiro de 2005. Desta etapa primeira, constituiu-se a rede léxico-semântica. Estudou-se o papel de cada sujeito,tendo como referência os aspectos das ações realizações na produção do Discurso Organizacional. Em instâncias diferenciadas, o que sobressai é o papel da liderança em um universo discursivo acentuadamente hierarquizado, definido, portanto, por relações de poder. Neste sentido, o sucesso e o fracasso são definidos pela linguagem em suas relações de poder, quer seja na imagem construída e projetada ,quer seja no nível da manipulação para os resultados imediatos. Os resultados bem como o percurso de construção deste estudo, é o que se pretende apresentar.

 

 

Do desejo e do sonho
representações do 25 de abril na literatura portuguesa

André Luiz Alves Caldas Amóra (PUC-Rio)

 

Um dos temas mais explorados na produção literária portuguesa contemporânea refere-se à Revolução dos Cravos, ocorrida em Portugal em abril de 1974. Escritores como José Saramago, José Cardoso Pires, Maria Velho da Costa, entre outros poetas, contistas e romancistas, expressaram literariamente a situação vivida na época ditatorial e a “libertação” de Portugal do regime salazarista.

Nosso estudo pretende delinear o pensamento desse sonho e desejo portugueses, refletindo sobre a questão do discurso literário em uma sociedade marcada pela opressão exercida pelas forças de extrema direita portuguesas. Buscaremos também a observação das metáforas e outros recursos estilísticos utilizados pelos escritores citados, em sua produção literária, retratando, assim, a representação do antes e do depois do 25 de abril na literatura portuguesa.

 

 

DO ORAL AO ESCRITO: A CONTRIBUIÇÃO DA LINGÜÍSTICA TEXTUAL

Cláudia J.G. Lemos (VIZIVALI)

 

A língua é um fato social cuja existência funda-se nas necessidades de comunicação. Bakhtin atribui um lugar privilegiado à enunciação enquanto realidade da linguagem: A matéria lingüística é apenas uma parte do enunciado; existe também uma outra parte, não-verbal, que corresponde ao contexto da enunciação.Essa visão da linguagem como interação social, em que o outro desempenha papel fundamental na constituição do significado, integra todo ato de enunciação individual num contexto mais amplo, revelando as relações intrínsecas entre o lingüístico e o social. Sendo assim, a linguagem não pode ser encarada como uma entidade abstrata, mas como o lugar em que a ideologia se manifesta concretamente. O conceito de texto depende das concepções que se tenha de língua e de sujeito. Na concepção adotada, interacional (dialógica) da língua, os sujeitos são vistos como atores/construtores sociais e o texto passa a ser considerado o próprio lugar da interação e os interlocutores, como sujeitos ativos que nele se constroem e são construídos. Trata-se o uso da língua como ‘competência comunicativa’ ( que envolve várias competências ao mesmo tempo) e propõe que se parta de noções básicas da organização da interação como contexto primário do uso lingüístico cotidiano posteriormente estendido para as demais formas de comunicação. Ao considerar, então, a língua como uma atividade cognitiva e social, pode-se dizer que ela varia, é heterogênea e está sempre situada em contextos de uso. Diante disso, cabe à escola tomar algumas decisões que tornem suas atividades menos burocráticas, menos dominadoras, mais coerentes e produtivas.

 

 

Dois manifestos poéticos medievais

Délia Cambeiro (UERJ)

 

Entre os séculos XI e XII, com Guillaume de Poitier, surge um importante movimento poético renovador, não apenas da lírica amorosa, mas da literatura ocidental, conhecido como lírica provençal. Nascida na Provença francesa e irradiando-se pela Europa, instaura uma tradição literária continuada por vários poetas. De inspiração amorosa, procurava o refinamento interior, traduzindo delicada busca de caráter espiritual. Na Itália, Guido Guinizzelli e Guido Cavalcanti, herdeiros da “nova tradição” lírica, deixaram duas fundamentais poesias, cuja crítica é unânime em considerá-las verdadeiros manifestos.

 

 

“E pensar que todos nós viemos do
as
maravilhas proporcionadas pela linguagem

Luciane Manera Magalhães (UFJF)

 

Por muito tempo a argumentação foi tomada como parte de uma tipologia textual sistemática, ou seja, acreditava-se, ingenuamente, na pureza dos textos do ponto de vista de sua estrutura, a qual obedeceria a regras fechadas. Em outras palavras, por exemplo, acreditava-se que um texto narrativo era narração pura, jamais poderia ser considerado um texto argumentativo. Foi a partir dos estudos da lingüística que se pôde identificar o caráter eminentemente argumentativo da linguagem.

Sabe-se que a linguagem não é neutra, ao contrário, é dotada de intencionalidade, a qual pode manifestar-se, segundo Perelman (apud Koch, 1984), como ato de convencer ou ato de persuadir. Neste trabalho, mantenho a distinção proposta por Perelman, por acreditar que, ao escrever, o autor faz escolhas argumentativas de acordo com os objetivos a serem alcançados. No caso do texto publicitário, o que se identifica em sua quase totalidade é o ato de persuadir, ou seja, investe-se no sentimento do receptor que, em geral, é um público previamente "conhecido".

Apoiada em contribuições da retórica (cf., p. e., Dubois, 1973; Reboul, 1998; Citelli, 2000) e da semântica (cf., p. e., Guimarães, 1987; Koch, 1984; Vogt, 1977, 1980), proponho-me a analisar os diferentes recursos argumentativos presentes em um texto publicitário, publicado em uma revista brasileira, destinada ao público feminino. Essa análise visa a tomar o texto publicitário enquanto objeto de estudo e de ensino, ao salientar as “maravilhas” que se podem fazer através da linguagem, instrumento de poder e persuasão.

 

 

Ecos discursivos em Adélia Prado

Vilson de Oliveira (UNISA-SP)

 

O presente resumo é um recorte de uma pesquisa maior que desenvolvemos na Universidade de Santo Amaro (SP) cujo objetivo é analisar poemas da escritora Adélia Prado à luz da Análise do Discurso de linha francesa. Para o trabalho que ora apresentamos, selecionamos especialmente a poesia Antes do Nome. A pesquisa faz-se relevante porque pretende revisar a obra de uma grande poetisa de nossa literatura contemporânea, apontando para os momentos em que seu texto dialoga com o religioso, especialmente o bíblico, e com os do seu conterrâneo Carlos Drummond de Andrade. Este trabalho está dividido em três partes: na primeira, apresentamos sucintamente, os postulados da Análise do Discurso, ancorados em autores como Jacqueline Authier-Revuz, Michel Foucault e Dominique Maingueneau; em seguida, brevemente delineamos um retrato da autora mineira; por último verificamos que os intertextos, oriundos da Bíblia, são empregados por Adélia ora na íntegra ora por meio de paráfrases e, reescritos, incorporados em seu discurso poético, revelando assim a descentralização do sujeito e a heterogeneidade discursiva, ou como diria Bakhtin (1929), sua polifonia. Além disso, apresentamos o diálogo do texto em questão com o de Drummond em Procura da poesia, reiterando assim a presença de outros no texto – momento em que o sujeito (no caso Adélia Prado) deixa de ser um para tornar-se vários. l

 

 

EDIÇÃO CRÍTICA E DIPLOMÁTICO-INTERPRETATIVA
DO
CONTO "PRETENSÃO", DE EDEGARD GOMES, ESCRITOR CARIOCA

Ricardo Tupiniquim Ramos (UNEB / IESCO)

 

O presente estudo refere-se ao conto Pretensão do escritor carioca Edegard Gomes, cujas versões constam de originais datiloscritos autênticos, incluídos pelo próprio autor em dois diferentes volumes de contos – As Lembranças do Escritor (datado de 1977) e Fidélia e Outros Contos (datável de 1981 ou 1982) – que pretendia publicar em vida, mas não o fez. As alterações significativas observadas entre as variantes do texto lhe justificam a necessidade de uma edição crítica e a necessidade de divulgação para público não especialista, uma edição diplomático-interpretativa.


EDITAR PARA NÃO MORRER:
UMA
FORMA DE PRESERVAR A VIDA NA ESCRITA

Fabrício dos Santos Brandão (UEFS)

 

A presente proposta de trabalho pretende, por meio do registro escrito, apresentar o entrecruzar da Lingüística, da Filologia e da História com o intuito de salvaguardar a memória e a escrita no âmbito da cidade de Feira de Santana – Ba e região circunvizinha, entre os séculos XIX e XX. Com isso, busca-se por meio da edição semidiplomática, evidenciar as possíveis mudanças e variações do português brasileiro, assim como, resgatar os aspectos cultural, social e político deste povo. Contudo, para tais análises será necessário fazer um estudo voltado para o léxico, observando-se as ocorrências intrínsecas a este campo.

 

 

Educação de Jovens e Adultos
um exemplo de avaliação socializada

Luciana Alves de Jesus (PIBIC/UERJ)
Cristina Vergnano Junger
(UERJ)

 

Vivemos em um mundo globalizado, no qual os contrastes sociais são cada vez mais fortes e o acesso à educação se transforma em um dos principais caminhos para a solução deste problema.

Em um país como o Brasil, em que os índices de analfabetismo ainda são altíssimos, a Educação de Jovens e Adultos (EJA), ganha maior relevância, pois representa a reparação de uma divida social, sendo fundamentalmente a conquista da cidadania plena.

Este tipo de ensino, porém, possui muitas peculiaridades, uma vez que estes alunos apresentam dificuldades e problemas de ordem cognitiva, social, psicológica e afetiva. Neste sentido, este nível de ensino necessita de um modelo pedagógico específico e flexível, por meio do qual a avaliação adquire um sentido coletivo.

Este trabalho, fruto de uma experiência docente com alunos da EJA, pretende, portanto, demonstrar como a avaliação pode ser construída, a partir da interação entre alunos e professor.

 

 

EDUCANDO SURDOS E DEFICIENTES VISUAIS

Marcia Noronha de Mello

 

Mostrar as principais dificuldades e especificidades da educação de surdos e deficientes visuais no que diz respeito ao domínio do seu próprio idioma e de uma segunda língua.

No caso dos deficientes auditivos o português representa um segundo idioma, visto que a apreensão da realidade obtida pelo surdo dificulta a sua aquisição de significados para a língua falada e escrita.

Destacar como a questão é sentida pelos deficientes e suas famílias, principalmente na realidade inclusiva que agora vivemos. Quais as principais barreiras e inseguranças com as quais as famílias se deparam.

Apresentar algumas sugestões com base na teoria de INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS e sua aplicação na sala de aula.


EM BUSCA DA CONSTRUÇÃO DO ENSINO DO TEXTO: LEITURA E RELEITURA

Patrícia Avelar Gomes Machado (UCB)
Deneise
Rocha Silva (UCB)
Vicente
Júnior Avelar Gomes (IPA)

 

A leitura crítica dos materiais para o ensino, nas escolas, tem demonstrado que esses não alcançam os objetivos de levar o aluno a pensar e a se posicionar criticamente. Muitas vezes, o livro didático é o único apoio para o aluno em sala de aula e a atividade de ensino do professor fica centrada a esse material. Esse comportamento causa dificuldade para o aluno na sua capacidade de produção de textos, da análise dos fatos e das situações e, até mesmo, de comunicação e do seu reconhecimento como cidadão. Para tanto, alicerçados em autores como Ângela Kleiman, João Wanderlei Geraldi, Mary Kato, Eni Orlandi, Antenor Gonçalves, Lílian Silva e Bamberger essa pesquisa teórico-prática persegue os seguintes objetivos: (1) verificar, através de um questionário aplicado a cinco professores pertencentes a cinco diferentes escolas de Santa Maria e Porto Alegre, se a leitura proposta nos livros didáticos contribui para o crescimento do aluno e (2) repensar a construção do texto no ensino e propor formas de leitura e releitura que facilitem a interação do aluno com o texto.

 

 

EMPRÉSTIMO LINGÜÍSTICO: UMA ATUALIZAÇÃO LEXICOGRÁFICA

Lilian Manes de Oliveira (UNESA)
Adriano André
Vilas Boas Siqueira (UNESA)
Carla Arreguy Corrado
(UNESA)
Fernando José Barbosa (UNESA)
Isolina Caramalho Lyra da Silva
(UNESA)

 

Este trabalho representa os resultados parciais da pesquisa desenvolvida por graduandos do Curso de Letras da Universidade Estácio de Sá, sob a orientação da professora de Língua Portuguesa, pesquisa que pretendeu fazer um levantamento estatístico, no Dicionário Houaiss (2001), dos vocábulos da língua portuguesa em relação à sua língua de origem. Tendo como ponto de partida o Dicionário Etimológico, de Antenor Nascentes (1955), visa a comprovar como a contribuição das línguas estrangeiras se torna fator de enriquecimento contínuo do léxico do português brasileiro. Aborda, também, problemas lexicográficos, decorrentes do percurso compreendido entre a entrada de um termo no idioma e a sua adaptação ou não à língua receptora.

 

 

ENSINO DE GRAMÁTICA: ABORDAGENS, PROBLEMAS E PROPOSTAS

Claudia de Souza Teixeira (UNIG e CBNB)
Leonor Werneck dos
Santos (UFRJ)

 

Esse minicurso visa a refletir sobre o ensino de gramática nos níveis Fundamental e Médio. Considerando os diferentes tipos de ensino de língua e concepções de gramática, mostrará que o trabalho com os conteúdos gramaticais não deve objetivar apenas a metalinguagem ou as regras das norma culta, mas também a reflexão sobre os recursos lingüísticos e o desenvolvimento da capacidade discursiva dos alunos. Além disso, à luz dos PCN-LP, proporá atividades que contribuam para aulas de língua materna mais produtivas e interessantes.


Ensino de LE e formação docente entre crenças, demandas
e
novas tendências lingüístico-educativas

Cristina de Souza Vergnano Junger (UERJ)

 

Desde 1996 o Brasil conta com uma nova lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, à qual se seguiram os Parâmetros Curriculares, documentos que oferecem linhas norteadoras para o trabalho nas diferentes áreas e níveis de ensino no país. No entanto, ao menos no que se refere à Língua Estrangeira, podemos observar, em reuniões, cursos de extensão e pós-graduação, eventos acadêmicos e no cotidiano da sala de aula, uma tensão entre o que se preconiza, as contribuições dos estudos de lingüística e o que se pratica. Em última análise, também entra nesse quadro aquilo em que acreditam professores e alunos a respeito do ensino de LE.

A partir da discussão de uma realidade particular – os caminhos traçados por uma Instituição de Ensino Superior do Rio de Janeiro para sua proposta curricular e as relações entre seus professores, alunos e programas de espanhol como língua estrangeira – propomos uma reflexão sobre essa realidade maior, no que se refere, especificamente, à língua espanhola.

 

 

ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA
LEITURA, REDAÇÃO E GRAMÁTICA EM DEBATE

Leonor Werneck dos Santos (UFRJ)

 

Já há algum tempo, professores de diversos níveis vêm se questionando a respeito dos objetivos e da metodologia de ensino de língua portuguesa. No final da década de 90, com a divulgação dos PCN, contendo teorias desenvolvidas em cursos de Letras e Pedagogia, pensou-se estar diante de um material de consulta e sugestões que resolveriam os problemas dos professores. Isso, porém, não aconteceu devido a diversos fatores, como dificuldade dos professores para compreender as idéias – e mesmo o texto – dos PCN, falta de atualização desses profissionais, desatualizados quanto a aspectos teórico-práticos, pouca divulgação dos PCN junto às escolas.

Entretanto, é possível pôr em prática as idéias dos PCN, e diversos professores, pelo Brasil afora, vêm propondo atividades e metodologias com a finalidade de fazer com que o aluno se sinta participante do processo ensino-aprendizagem, leia e produza textos de qualidade, consiga analisar sua língua de maneira produtiva, sem preocupações apenas formais.

É o que pretende esta sessão de comunicação: mostrar como aplicar o que preconizam os PCN, quanto à leitura e produção textual e análise lingüística.

 

 

ENSINO E PRÁTICAS DE ENSINO
EM LÍNGUAS ESTRANGEIRAS – O CASO DO ITALIANO

Carmem Praxedes (UERJ)

 

Este trabalho faz parte de uma pesquisa cujos pressupostos foram estabelecidos a partir da nossa experiência em sala de aula, especificamente, com a disciplina Prática de Ensino. Com ela intencionamos organizar um modelo de ensino de línguas estrangeiras – neolatinas – para falantes de Português do Brasil . Partiremos do estudo de caso do ensino da língua italiana, para mais tarde, em conjunto com outros pesquisadores, envolvidos com o ensino de LE, sistematizarmos um modelo. Notamos que questões aparentemente óbvias são aquelas que alimentam discussões seculares, tais quais: Como se deve ensinar uma língua estrangeira? Critérios de avaliação – qualitativos ou quantitativos? Didática e métodos – limites apertados? Enfoque comunicativo ou estrutural?

Novas tecnologias ou velhas técnicas?

Nesta nossa breve apresentação, procuraremos destacar que aquilo que preocupa todo o aluno de LE é também o que ocupa a maior parte do tempo de seus professores. Envolvidos com perguntas seminais, existem professores e pesquisadores comprometidos com o trabalho em sala de aula, brasileiros ou não, eles estiveram e estão à frente da lei de Diretrizes e Bases da Educação – LDB; dos Parâmetros Curriculares – PCN’s; do Quadro Europeu para o Ensino de Línguas. E o que eles têm em comum? Entendem que em uma sociedade globalizada e que se afirma do conhecimento e da informação, saber línguas é o primeiro passo para começar a entender que as diferenças devem ser respeitadas, a partir do princípio do inter e /ou multiculturalismo: conheça a si mesmo, para reconhecer (-se) (n) o outro. Enfim, a tolerância é o princípio de ruptura da (praga?) da Babel.

 

 

ENSINO MÉDIO X VESTIBULAR: QUAL O PAPEL DA AVALIAÇÃO?

Luise Campos da Silva (CPII)

 

Entre programas, Projetos Políticos Pedagógicos, diretrizes dadas pelos Parâmetros Curriculares Nacionais e afins há um abismo onde aluno e professor buscam enquadrar a realidade das salas de aula no Ensino Médio com as necessidades de preparação para exame vestibular para ingresso nas universidades. Sendo assim, este trabalho tem como objetivo pensar o papel da avaliação – uma vez que este é o momento que figura em nosso processo de ensino-aprendizagem como culminante –no âmbito do ensino de Espanhol como Língua Estrangeira.

 

 

Entre o erro e a certeza: uma leitura d’O Mosteiro

Tatiana Alves Soares Caldas (UNESA e UniverCidade)

 

O Mosteiro, romance de Agustina Bessa-Luís, escritora portuguesa galardoada no ano passado com o Prêmio Camões, realiza uma releitura de um dos mais célebres mitos do imaginário português: a figura de Dom Sebastião, monarca desaparecido em Alcácer-Quibir em 1578. O romance contemporâneo conta a história de Belchior, personagem obcecado pela escrita de um livro sobre o rei, numa estratégia narrativa que insere uma obra em outra. À medida que avança em suas pesquisas, Belchior questiona as informações e sua narrativa contesta a veracidade da História Oficial. Do mesmo modo, são questionados os procedimentos narrativos, até que o personagem-escritor opta por uma inovação no que toca à decifração do processo histórico e da escrita, transpondo, para o plano da diegese, os mecanismos textuais que marcam a estética da contemporaneidade.

A partir da análise da ficção contemporânea como revisão dos valores canonizados, nossa leitura aponta a destituição de paradigmas que caracteriza a narrativa pós-moderna, tanto no que tange ao plano discursivo quanto ao ideológico. Acreditando que a releitura realizada pelo romance reflete a proposta de redimensionamento dos cânones, nosso estudo pensa tal proposta à luz de dicotomias que perpassam a obra, numa reflexão acerca do binômio História / Ficção no discurso contemporâneo.


ERROS DE PORTUGUÊS SÃO SIMPLESMENTE
DIFERENÇAS ENTRE VARIEDADES DA LÍNGUA

Renata Helena dos Santos (UERJ)
Victória Wilson da Costa Coelho (UERJ)

 

No presente trabalho, são apresentadas algumas variações lingüísticas extraídas de situações do cotidiano escolar.

Devemos ficar atentos a alguns “erros” que, na verdade, são a utilização de uma regra não padrão em que o professor tende normalmente a repreender, fornecendo ao aluno a variante padrão como a única norma legítima e prestigiada pela sociedade.

Assim, o trabalho tem como objetivo demonstrar como as relações existentes entre o uso da língua, o falante e as variantes padrão e não padrão.

 

 

Ervas daninhas no Orto do Esposo

Maria do Amparo Tavares Maleval (UERJ)

 

Retomo, nesta comunicação, estudos feitos há algum tempo sobre a misoginia do Orto do Esposo. Trata-se de uma obra de doutrinação religiosa, escrita em português na transição do século XIV para o XV no Mosteiro de Alcobaça. Seus ensinamentos possuem tendências vincadamente ascetas, apresentando numerosos exemplos relacionados às mulheres. Estas, podem ser divididas em dois grupos: o das raras santas e o das numerosíssimas pecadoras. Essa visão predominante da perniciosidade da mulher se respalda em autoridades da Igreja e do universo cultural judaico-greco-romano, o que torna a obra ainda mais importante para o exame do preconceito relativo à mulher no processo civilizatório do Ocidente cristão.

 

 

ESAÚ E JACÓ: JOGOS PARA ALÉM DA HISTÓRIA

Henriqueta Valladares (UERJ)

 

As primeiras recepções de Esaú e Jacó, romance de Machado de Assis, publicado em 1904. Discussões sobre mimesis, verossimilhança, verdade e ficção em Esaú e Jacó. O fictício e o imaginário: propostas de Wolfgang Iser para novas leituras. O jogo da narração: a narração da história, a história da narração. Performances de personagens no jogo do texto: leitores, autores, narradores no tabuleiro de xadrez. A Grande Noite de Flora: encenações, fantasmagorias e o “teatro mental” sob a luz da lamparina no quarto. Leituras e leitores ruminantes: teorias e práticas em Esaú e Jacó.

 

 

ESCRITA EM LÍNGUA ESTRANGEIRA
O
COMPUTADOR E AVALIAÇÃO LEXICAL

Tania M G Shepherd (UERJ)
Vander Viana
(UERJ)

 

Esta pesquisa em progresso, parte do Projeto Br-ICLE (PUC-SP e UERJ), investiga o perfil lexical da produção escrita de alunos brasileiros de inglês como língua estrangeira.. O arcabouço teórico adotado é aquele concebido por Biber e colaboradores (2004), que se utiliza do conceito de multi-palavras ou unidades polilexicais, ou seja seqüências de palavras recorrentes em corpora homogêneos. Biber sugere que o perfil lexical de textos de natureza escrita e oral (ou o seu ‘DNA’ lexical), está intimamente ligado à freqüência, distribuição, além do tipo organizacional e funcional de unidades polilexicais recorrentes nesses textos. Para a presente pesquisa, foram coletadas redações argumentativas de nível avançado no âmbito de cursos livres no Estado do Rio de Janeiro. Em seguida as redações foram digitalizadas para serem lidas por computador. Delas foram extraídas as unidades polilexicais mais freqüentes e analisadas segundo as categorias de Biber. Os resultados da análise das unidades multipalavras presentes no corpus brasileiro e sua comparação com os perfis de textos produzidos por nativos da língua inglesa sugerem dois processos principais. Primeiro, o perfil dos textos brasileiros investigados é composto de unidades que pouco ou nada aparecem no corpus de escrita argumentativa de nativos. Segundo, o perfil dos textos brasileiros se aproxima do que Biber denominou de ´registro de sala de aula´.

 

 

ESQUEMA IMAGÉTICO, METÁFORA E DINÂMICA DE FORÇAS
O
CASO DA PREPOSIÇÃOCONTRA

Angelina Aparecida de Pina (UFRJ)

 

A proposta deste trabalho é explicar os sentidos da preposição “contra” à luz das premissas cognitivistas: a mente é inerentemente corporificada e os processos do pensamento humano são amplamente metafóricos. Em outras palavras, o sistema conceptual humano baseia-se em experiências concretas, as quais são armazenadas sob a forma de bases de conhecimento estáveis. Entre elas estão os esquemas imagéticos (estruturas abstratas e genéricas advindas de experiências sensório-motoras). Através do processo cognitivo da metáfora, conceitos mais abstratos (ex. tempo) são conceptualizados em termos de conceitos mais concretos e básicos (ex. espaço). A metáfora caracteriza-se pela projeção entre dois domínios cognitivos (domínios da experiência) diferentes. Nesse sentido, a tese central desta investigação é a de que as preposições do português, em seus sentidos mais básicos, provêm do esquema imagético de percurso (origem > distância percorrida > alvo). A partir desse esquema, os sentidos mais abstratos são criados via extensões metafóricas. No caso da preposição “contra”, o esquema de percurso se combina à dinâmica de forças, uma categoria semântica que diz respeito ao modo como as entidades interagem com relação à força. Seus conceitos fundadores são do domínio das interações de forças físicas. No domínio lingüístico, a dinâmica de forças envolve as distinções básicas: entidades de força (Agonista vs. Antagonista); tendência intrínseca de força (para o movimento vs. para o repouso); resultante da interação de forças (movimento vs. repouso) e equilíbrio de forças (entidade mais forte vs. entidade mais fraca).

 

 

Estabilidade da linguagem imagética
no
português do século XVI

Rebeca da Silva Nascimento (UFF)
Sebastião Josué Votre
(UFF)

 

Este trabalho propõe-se a levantar e analisar a ocorrência de construções imagéticas (metáforas, metonímias e comparações em textos do século XVI, a saber, "1 Rigimento que levou Tome de Souza Governador do Brazil" e o Sermão "Jezus", do Padre José de Anchieta. O estudo levará em conta a hipótese da extensão imagética, e fornecerá evidência de que todas as possibilidades de uso de determinada imagem, inclusive as que utilizamos hoje, estavam disponíveis na mente dos usuários da língua desde o momento de sua primeira utilização. Este trabalho também refletirá sobre os objetivos de uso e contextos em que tais imagens são utilizadas, ficando clara uma maior freqüência em situações ligadas às esferas sócio-cultural e religiosa.


ESTILHAÇOS DA CIDADE NO DISCURSO DE RUBEM FONSECA

Célia Regina Correa

 

Enquanto espaço, a cidade concentra todos os sentimentos humanos: medo e ódio, paixão e luxúria. Neste sentido, a linguagem adotada representa criaturas e coisas sem rodeios ou estereótipos, deixando o leitor entrever um imaginário conflitante, lugar de dissolução de um sujeito exilado e alheio de seu próprio cotidiano.O feroz cotidiano da prosa urbana evita mascarar a realidade, prefere trocar as metáforas gastas pelo uso de uma linguagem crua e naturalista . Nela, o palavrão, é a forma encontrada pelas personagens para exorcizar a violência e expressar as secretas relações entre mente e corpo. A metrópole estrutura metáforas da opacidade, sinalizando uma comunicação difícil e distorcida. Rubem Fonseca apresenta uma linguagem transgressora, mordaz, irônica, marginal, explorando sem limites a realidade social e a individualidade psicológica.

 

 

ESTRATÉGIAS DE MANUTENÇÃO DA REFERÊNCIA
NA
LÍNGUA ESCRITA DE JORNAIS

Vera Lúcia Paredes Silva (UFRJ)

 

Um aspecto em que a língua falada e a escrita vêm revelando comportamento bastante diferenciado é a referência à terceira pessoa. A manutenção de um referente no discurso, através de uma cadeia referencial, ao mesmo tempo em que contribui para o estabelecimento do tópico discursivo (o tema do texto), dá margem à variedade de expressão, nas retomadas por SNs (idênticos ou diferentes), pronomes ou anáfora zero.

Neste trabalho apresento resultados estatísticos que comparam a incidência de nomes, pronomes e anáfora zero, em textos de fala carioca semi-espontânea (entrevistas sociolingüísticas da amostra PEUL/UFRJ) e de diferentes gêneros de escrita (crônicas, notícias, artigos de opinião) extraídos de jornais do Rio de Janeiro.

A análise dos gêneros jornalísticos tem revelado uma preferência significativa por retomadas nominais e fortes restrições ao uso da anáfora zero, especialmente em gêneros como o artigo e a notícia. Características do texto escrito, como a extensão das orações e a densidade de informações, acabam por promover a retomada nominal, para que se evite a ambigüidade e assegure a continuidade tópica.

 

 

ESTUDO CONTRASTIVO ENTRE ANÁLISE SINTÁTICA PORTUGUESA
E ANALISI LOGICA DO ITALIANO NO
PERÍODO SIMPLES

Carmem Praxedes (UERJ)
Bruna Trindade (UERJ)
Márcia Leal (UERJ)
Velaine Poço (UERJ)

 

No âmbito da análise sintática portuguesa, que em italiano se chama “analisi logica”, este trabalho se propõe a fazer um estudo contrastivo entre as categorias sintáticas nos limites do período simples.

O estudo, resultado de uma atividade feita pelas alunas no 5° período da graduação de Letras/ Português-Italiano, consiste em demonstrar certos pontos que provocam dúvidas e polêmicas no contraste dos idiomas italiano e português.

Baseado na “Moderna Gramática Portuguesa” (2001) do consagrado professor Evanildo Bechara e na gramática “La Lingua Italiana” com noções de lingüística (1999) de Maurizio Dardano e Pietro Trifone, o trabalho também revela os empecilhos do comparar/contrastar duas línguas com terminologias, tantas vezes, bastante diversas. Ainda assim, apresenta que o aspecto semântico tem marcada a sua presença na análise sintática, principalmente nos complementos do italiano. Nesse sentido, compartilhamos com o professor Evanildo Bechara na adequação da terminologia dos complementos apresentados na gramática supracitada.

 

 

ESTUDO DE GRAMÁTICA TOPONÍMICA: OS HIDRÔNIMOS DO RIO TIETÊ

Alessandra Martins Antunes (USP)

 

Os cursos d’água, referencial dos aglomerados humanos formados ao longo de suas margens, são uns dos primeiros acidentes humanos a ser nomeado e, por este motivo, registram potencialmente um saber lingüístico e cultural mais antigo. Dauzat (1937: 195-6), ao estudar nomes de lugar da França, constatou que, proporcionalmente, os hidrônimos eram os mais antigos. No Estado de São Paulo não poderia ser diferente, se nativos desta terra utilizavam arquétipos toponímicos para determinar o acidente geográfico ao qual se referiam, coube ao colonizador torná-los topônimos propriamente ditos (Dick: 1996, 45). A consulta a cartas municipais de São Paulo permitiu constatar que a permanência de nomes indígenas em cursos d’água de maior extensão (em geral, “rio”), que se escasseiam à proporção que diminui não só extensão mas largura destes (“ribeirão”, “córrego”, “água”). Deduze-se, portanto, que os nomes de "rios" mais extensos são preservados em sua língua original, por servirem usualmente como referencializador, enquanto os “córregos”, “ribeirões” e “águas”, na medida em que são de uso restrito às famílias estabelecidas nas proximidades, têm seus nomes mais facilmente esquecidos e/ou substituídos. Pela pesquisa em cartas de diferentes épocas e relatos de viajantes, verificamos, contudo, variações nos nomes mais antigos ao longo dos séculos. Partindo do princípio de que os topônimos estão sujeitos a mudanças como qualquer outra palavra da língua, pela gramática toponímica será possível verificar "factos que, ou pela sua raridade, ou por estarem circunscritos em certas zonas geográficas, ou por se terem especializado, ou por circunstâncias, merecem consideração à parte" (Vasconcelos: 1930, 148). Na presente comunicação, dando continuidade à pesquisa por nós desenvolvida no Grupo de Trabalho Caminho das águas, povos dos rios (Dick & Seabra, 2001), apresentaremos a análise dos hidrônimos do rio Tietê e afluentes sob tal perspectiva.

 

 

ESTUDO ETIMOLÓGICO NA OBRA "EMÍLIA NO PAÍS DA GRAMÁTICA"

Valéria Marta Ribeiro Soares (UEFS)

 

Monteiro Lobato, escritor de crianças e adultos, em sua obra "Emília no país da gramática", revelou-se um gramático, um filólogo, em suma, um lingüista a seu modo e a seu tempo. Neste trabalho, deseja-se mostrar a consciência de língua que ele possui, ao revelar a origem de vários vocábulos da língua portuguesa, em síntese, a etimologia das palavras, exploradas pelos personagens criados pelo autor.

Na mesa-redonda: “Algumas perspectivas de estudo do léxico

 

 

Filologia e cotidiano

Maria Antônia da Costa Lobo (UFRJ, UCB e UniverCidade)

 

Não é raro se perceber que a composição básica de produtos alimentícios, apresentada em embalagens acaba por render ao consumidor dúvidas quanto à informação presente nessas embalagens. Nesse sentido, advoga-se que a aplicação do método das “palavras e coisas” constitui um profícuo instrumento para o cotejo entre o que é informado nas embalagens e o realmente contido na referida composição básica.

Considera-se assim que o citado método postula que o verdadeiro entendimento de uma palavra só pode ser alcançado a partir de uma profunda análise da realidade designada pela palavra em estrita relação com a “coisa” por ela denominada.

Com a presente pesquisa “conjectura-se” que, se um consumidor aplicar o método supracitado à leitura das embalagens de produtos alimentícios, terá um entendimento muito claro das palavras empregadas nelas, ingerindo um alimento de forma muito mais consciente.

Comprova-se assim que a pesquisa de base filológica tem uma incomensurável aplicabilidade nas situações cotidianas mais triviais.

 

 

Filólogo Celso Pedro Luft
De Manuel Said
Ali à Moderna Gramática Brasileira-

Elvo Clemente (PUC-RS)

 

A palestra trata do grande trabalho de M. Said Ali em seus longos anos de professor de língua Portuguesa no Ginásio e outros cursos da época: em Lexeologia do Português Histórico, na Gramática Histórica e na Gramática Secundária da Língua Portuguesa. M. Said Ali foi professor de várias disciplinas, firmando-se em Língua Portuguesa de que é o espelho da Língua Portuguesa culta escrita e falada na primeiras décadas do século XX. Viveu de 21 de outubro de 1861 a 27 de maio de 1953, anos trabalhosos, coroadas no final com muitos sofrimentos, sempre estudando e ensinando a Língua Portuguesa.

Celso Pedro Luft (1921 a 1995) estudioso de Língua Portuguesa, buscando na Filologia e adaptando a Gramática às conquistas da Lingüística. Soube cultivar o vernáculo com rara maestria e organizar a gramática dentro dos critérios atuais da Lingüística e da moderna didática.

 

 

FONTES TEXTUAIS PARA ESTUDO: UMA PROPOSTA DE TRABALHO

Rosa Borges Santos Carvalho –(UNEB e UFBA)

 

A Filologia, enquanto ciência do texto, dialoga com diversos saberes veiculados pela História Cultural, pela Lingüística e pela Literatura. Assim, pois, apresenta-se uma proposta de trabalho que já vem sendo realizada, através da qual pretende-se explorar essas relações da Filologia com as mencionadas disciplinas científicas, desenvolvendo diferentes perspectivas de estudo,a partir da prática de edição de textos baianos, literários e não literários, fudamentada nos pressupostos da Crítica Textual.

 

 

Formas nominais de tratamento
no cinema Hispano-americano contemporâneo

Jannaina Vaz Costa (UFRJ)

 

As formas de tratamento são instrumentos comunicativos presentes nas comunidades lingüísticas para referir-se a terceiros e dirigir-se ao receptor. O sistema de tratamento se manifesta no emprego de formas pronominais, verbais ou nominais, as quais variam e adquirem diferentes valores nas diversas normas do espanhol. Neste trabalho, analisam-se estratégias de tratamento nominais empregadas em cinco roteiros cinematográficos: Amores Perros (México, 2000), Tinta Roja (Peru, 2000), Taxi para tres (Chile, 2001), Fresa y Chocolate (Cuba, 1993) e Maria llena eres de gracia (Colômbia, 2004). A escolha do corpus deve-se ao fato dessas produções representarem um repertorio de situações comunicativas comparáveis. O objetivo do trabalho é analisar as estratégias nominais de tratamento nas cinco comunidades de língua espanhola controladas, a partir do enfoque teórico da pragmática sócio-cultural, voltada para o estudo dos fatores pragmáticos e discursivos envolvidos na interação, com especial atenção aos trabalhos da pragmática sócio-cultural de Bravo e Briz (2004). Os resultados preliminares desta investigação mostram que, em geral, o falante dispõe de seis recursos nominais: prenomes, sobrenomes, expressões de parentesco, expressões nominais (termos de diversa relação, termos metafóricos e interjeições), títulos genéricos e títulos profissionais. O uso ou não destas formas está relacionado a diversos fatores, como a hierarquia, o grau de distância (solidariedade), a natureza da relação e relação de afeto entre os participantes.

 

 

FOUR-LETTER OR MORE WORDS DA TIETA SAXÔNICA
a tradução da intimidade dialógica

Adilson da Silva Correia (UNEB)

 

O trabalho é um estudo prévio do baixo calão (four-letter word) da obra Tieta do Agreste, de Jorge Amado, segundo a tradução inglesa de Merello. Aponta as resistências sofridas pela tradução ao optar pela inclusão dos four-letter words nos textos, dado o contexto paradoxal da época, momento de ao mesmo tempo liberação sexual, revolucionada pelo movimento hippie, e de uma forte pressão governamental (ditatorial) de controle e expurgo do que insinue sexo. Inclui, também, uma organização do léxico inglês/português das expressões vulgares mais utilizadas na obra.

 

 

FRASEOLOGIA, CULTURA, VALORES

Maria Luisa Ortíz Alvarez (UnB)

 

O reflexo da cultura na língua se produz, principalmente, através do léxico que não só está composto de palavras de acesso fácil, mas também está cheio de frases (comumente denominadas de unidades fraseológicas ou fraseologismos) que formam parte da sabedoria popular e expressam emoções, sentimentos e sutilezas do pensamento do falante nativo da língua–alvo. Essa sabedoria, muitas vezes secular, os povos do mundo inteiro descobriram, armazenaram e transmitiram-nas por força da tradição. Assim, as unidades fraseológicas constituem uma condensação cultural de todas as experiências que as comunidades souberam edificar e revelar. O seu tratamento se relaciona com a semântica lexical (grau ou nível de opacidade, significação metafórica), com a sintaxe (nível de irregularidade gramatical, defectividade sintática) e com a pragmática (funções pragmático – discursivas de muitas unidades fraseológicas, Nattinger & DeCarrico, 1992). Por outro lado, não podemos esquecer de um aspecto essencial, prototípico que as caracteriza: a idiomaticidade, que responde ao que poderíamos chamar de particularidade ou idiossincrasia lingüística, depende das situações de contato lingüístico e tem um valor de coesão grupal para uma determinada comunidade de fala. Portanto, mais do que ser interessante e de grande motivação é imprescindível o estudo e análise dos valores culturais, a interpretação e recepção dos significados dos mesmos. Nosso trabalho tem como objetivo estabelecer a relação existente entre cultura, valores e fraseologia, partindo do principio de que a cultura representa um conjunto de valores compartilhados por uma dada comunidade que a identificam e distinguem de outros grupos.


FUTURO DO PRETÉRITO OU PRETÉRITO IMPERFEITO?
A ABORDAGEM DAS GRAMÁTICAS E MANUAIS DE PBE

Adriana Leite Rebello (UFF)

 

Em geral, as gramáticas e manuais de ensino do português como segunda língua não tratam do emprego do pretérito imperfeito do indicativo pelo futuro do pretérito satisfatoriamente, pois não abordam de maneira clara como, quando e em que circunstâncias pode-se empregar um tempo verbal pelo outro. Da mesma forma, a tradição gramatical não explora de forma exaustiva o tema, não considerando os casos inadmissíveis de emprego do pretérito imperfeito do indicativo pelo futuro do pretérito, tampouco orientando o aprendiz a utilizar de forma segura e consciente um tempo verbal pelo outro.

Para os falantes nativos da língua portuguesa, não seria problema fazer tal escolha, pois a realizariam de forma intuitiva. No entanto, de que meios o aprendiz estrangeiro dispõe para fazer o emprego correto destes tempos verbais, já que os manuais didáticos de português para estrangeiros não tratam adequadamente do referido problema?

 

 

GÊNEROS TEXTUAIS, PONTUAÇÃO E ENSINO

Tania Maria Nunes de Lima Camara (UNISUAM)

 

Com o advento da escrita, há aproximadamente cinco mil anos, diferentes funções sociais passaram a ser mediadas por meio de textos escritos, configurados de diversas formas, atendendo, cada um deles, às finalidades específicas do meio social onde circulam. A multiplicidade dos trabalhos realizados pelos textos na sociedade levou ao estabelecimento do conceito de gênero, que passou a abrigar o texto referente a cada um desses trabalhos. Ainda que não possam ser caracterizados por aspectos exclusivamente formais, observa-se uma certa freqüência de procedimentos em cada um dos gêneros. Tais procedimentos envolvem a escolha de elementos textuais, entre outras marcas, não deixando de considerar o papel do indivíduo no uso e na construção de sentidos. Nesse conjunto, a pontuação não pode deixar de ser considerada, na medida em que é possível perceber a relação que se estabelece entre o uso dos sinais gráficos e o gênero textual em questão. O papel formativo da escola na construção do cidadão obriga-a a colocar o aluno em contato com os diferentes textos que circulam socialmente e que são usados nas variadas situações de interação verbal. Assim sendo, é tarefa do professor dar ao aluno condições de, como leitor ou produtor, interagir socialmente de maneira adequada por meio da linguagem escrita, levando em conta todos os recursos lingüísticos disponíveis, incluindo, por sua condição de signo, a pontuação.

 

 

Godofredo rangel: modéstia versus notoriedade

Carina Adriele Duarte de Melo (UNINCOR)
Geysa Silva
(UNINCOR)

 

Por que nossa própria existência não basta? Qual o motivo de querer a todo o momento completar a vida incompleta através de outras figuras e formas?” Manifestar-se artisticamente sempre foi expressão intrínseca da condição humana, mas até que ponto o social condiciona tais manifestações? Fugir das tendências seria talvez um “pecado”? Nesse ínterim, nem sempre as expressões artísticas concebidas ao longo dos tempos obtiveram o devido (e muitas vezes esperado em vão) reconhecimento. Em grande parte dos âmbitos e sociedades, encontramos a figura do criador que, malgrado a sua nobre contribuição artística, nunca recebera admiração. Exemplo ideal de um modesto tricordiano não tão reconhecido como deveria: Godofredo Rangel. Um literato que viveu mergulhado no marasmo das cidades interioranas do sul de Minas, melancólico e retraído, fez do tédio a sua sombra e aprendeu a caminhar com ele e esse mesmo tédio esteve presente também em seus romances, e o resultado desta oscilação entre o real e o imaginário foi uma vida repleta de figuras e formas intensamente sentidas. A sua celebridade deve-se mais ao fato de ter sido o destinatário das cartas de Monteiro Lobato em quatro décadas de amizade que a edificação de uma talentosa obra literária. É na finalidade de reparar este equívoco que, passados 54 anos do aniversário de sua morte, suas obras sejam divulgadas e apreciadas com o devido mérito.

 

 

Godofredo Rangel: Um "teatrólOgo" vivo ou um escritor esquecido

Danubia Figueira dos Santos (UNINCOR)
Geysa Silva
(UNINCOR)

 

Este trabalho se propõe a discutir aspectos da vida e da obra do escritor Godofredo Rangel, nascido na cidade de Três Corações – MG em 1884. Amigo de Monteiro Lobato, Rangel foi um escritor "regionalista", apresentando descrições de Minas Gerais sobretudo aspectos de sua cultura e história. Na infância, Rangel atuava em espetáculos teatrais amadores, nos quais representava papéis femininos, pois não concordava que moças trabalhassem em teatros. Com essas representações ficou famoso na região chegando a receber convites para representar em outras cidades. Também organizava teatros de bonecos e construía seu próprio palco, feito de caixa de papelão, lápis de cor e bonecos de celulóide movidos por barbante. Era ele que fazia o cenário, os movimentos dos bonecos e escrevia as peças. Suas obras quase não tiveram reedição, exceto "Vida Ociosa". Seus textos foram poucos comentados e criticados. Como dizia Carlos Drummond de Andrade, Rangel era um escritor que pedia desculpas por ter esse dom numa época em que muitos simulavam essa condição. Segundo Drummond, "Ninguém menos do que ele ostentava o dom natural". Talvez sejam esses os motivos da não-popularização do grande escritor José Godofredo de Mourais Rangel, aspecto esse que será investigado ao longo da pesquisa.

 

 

HAROLDO DE CAMPOS: A HÝBRIS DE UM VIAJANTE

Cristina Monteiro de Castro Pereira (UERJ)

 

No Canto XXVI do Inferno de Dante nos deparamos com um Odisseu condenado a arder em chamas na oitava vala do Malebolge, que corresponde ao local do castigo dos maus conselheiros. O mentor do cavalo que destruiu Tróia narra, sob pedidos, a Dante e Virgílio, a aventura que causou sua morte: o herói da Ilíada e da Odisséia teria ousado atravessar as colunas de Hércules e navegar para além dos limites do humano.

Haroldo de Campos, séculos depois, retoma o tema da última viagem do herói em seu poema “Finismundo: a última viagem”. Inserindo a atitude de Odisseu no registro da hýbris trágica, Haroldo o contrapõe a um Ulisses urbano, destituído de qualquer traço de audácia, preso às amarras do cotidiano.

A viagem de Odisseu – de Dante a Haroldo – é o percurso por onde pretendemos iluminar os pontos mais produtivos para uma reflexão sobre o conceito do trágico. Mas o poema de Haroldo de Campos nos atiça com novas colunas de Hércules: ousemos atravessá-las, no barco do poeta. Construindo “Finismundo” a partir de montagens de palavras, da potencialização de suas etimologias, e de uma singular configuração gráfica, Haroldo permite que os significantes se apoderem de uma voz própria e transcorram pelo texto, imbuídos pelo desejo de transpassar a narrativa. O poeta nos apresenta sua hýbris – cabe a nós investigar se consegue escapar do trágico.


Héloïse de Anne Hébert, entre o fictício e o fantástico

Maria Elizabeth Chaves de Mello (UERJ?)

 

Nosso trabalho pretende mostrar que, em "Héloïse", de Anne Hébert, o que é fantástico não é propriamente a história da mulher-vampira, mas o próprio mundo compreendido às avessas. Na verdade, para o autor da modernidade, o único objeto realmente fantástico é próprio ser humano. O objetivo dessa literatura é atingir o leitor, dando a impressão de que as manifestações insólitas são condutas normais. Por essa literatura fantástica, o leitor compartilha a surpresa do personagem, seguindo-o a cada descoberta, enquanto, ao mesmo tempo, assiste ao fantástico como se fosse um espetáculo, como se a razão estivesse em estado de vigíllia.

 

 

Heterogeneidade no Discurso Querigmático
do Movimento Pentecostal Católico

Lenice Amélia de Sá Martins (UNEB)

 

O ensinamento doutrinário constitui um dos atos centrais nos grupos de Oração, no Movimento Carismático.

Este trabalho é a análise do excerto de um desses ensinamentos que tem como tema “a Eucaristia”, ministrado por um sacerdote participante ativo da Renovação Carismática:

Eu tenho algumas vezes participado deste encontro aqui, nesta Igreja, com vocês; deste grupo de Oração Eucarístico. A palavra “Eucaristia” significa “ação de graças”. O cristão é aquele que aprende a agradecer a Deus (...). Jesus presente numa simples fração de pão ou na Hóstia Consagrada (...). Jesus presente na Eucaristia, ele forma conosco um corpo vivo, santo e agradável a Deus (...).

Focalizando o processo interlocutário, consideremos a ação de seus protagonistas, nesta cena enunciativa:

Ao apossar-se da palavra, o sacerdote assume o papel discursivo de locutor (L), fonte de seu dizer, instaurando seu parceiro, a assembléia, na função de alocutário (AL).

No tocante à trama polifônica “stricto sensu”, o pregador, apresenta-se também como pessoa – do – mundo (locutor LP), membro do grupo de oração e adorador de Jesus Eucarístico. Colocando-se, porém, em parceria com a assembléia, o clérigo fala por ela, configurando-se, portanto, como locutor coletivo (LC). Por outro lado, proferindo palavras de caráter dogmático, o sujeito falante enuncia sob o prisma da Igreja Católica, o que o caracteriza como enunciador eclesial (EE).

Na instância receptora, o ouvinte acumula a função de alocutário pessoa – do – mundo (ALP), pois ela também vivencia a fé que anima o locutor.

No nível da referência, temos um terceiro componente, o delocutário, que aparece desdobrado em: delocutário coletivo – DC (os cristãos) e delocutário divino – DV (Deus Pai e Deus Filho).

Essa dispersão do sujeito, no excerto analisado, comprova que a heterogeneidade é uma forte característica do universo discursivo.

 

 

HIEROTOPONÍMIA PORTUGUESA: OS NOMES DE NOSSA SENHORA

Patricia de Jesus Carvalhinhos (Unifecap, USP)

 

A par dos tradicionais estudos toponímicos realizados no Brasil para a confecção de Atlas toponímicos, (estudos que compreendem determinada área geográfica da qual o toponimista depreende possíveis camadas lingüísticas e as motivações denominativas [Dick, 1980]), também existe a possibilidade de realizar o estudo de uma única taxe, verificando, a fundo, determinados fatores ambientais (taxionomias de natureza física) ou culturais (taxionomias de natureza humana) presentes em um lugar.

A hierotoponímia, taxe que arrola os nomes sagrados aplicados aos lugares, explora e investiga não só a religiosidade de um povo, mas também, de acordo com a área geográfica em questão, vários sistemas de crenças superpostos numa perspectiva diacrônica, como é o caso de Portugal, nosso objeto de estudo.

Nossa problemática, ao levantar hierotopônimos em Portugal que se referissem a Nossa Senhora, era investigar por que uma única entidade sagrada recebe tantas denominações (referimo-nos ao nome específico, que a Igreja denomina título), além de tentar criar, na medida do possível, tipologias que congregassem os vários núcleos semânticos contidos nos títulos de Nossa Senhora.

Nossas conclusões permitiram confirmar dados historicamente determinados (como a presença maciça cristã ao norte em detrimento do sul muçulmano), além de verificar, no plano do conteúdo, a sobreposição toponímica de nomes (e também objetos) sagrados, que, se não mudava a essência religiosa de objetos e lugares, oferecia-lhes uma fisionomia cristã, cobrindo, com os nomes de Nossa Senhora, entidades e crenças pagãs.

 

 

HIPÔNAX REDIVIVUS
COMENTÁRIOS ACERCA DO JAMBO I DE CALÍMACO
E DOS
GÊNEROS POÉTICOS NO PERÍODO HELENÍSTICO

Fernando Rodrigues Junior (USP)

 

O trabalho a ser apresentado pretende abordar as discussões referentes aos gêneros poéticos durante o período helenístico, no momento em que as regras genéricas, já estando devidamente decodificadas e catalogadas, passam a ser transgredidas, gerando poemas de difícil inserção nas categorias já existentes. O jambo I de Calímaco ilustra muito bem tal fato, uma vez que testa os limites da poesia jâmbica e, por mais que dê voz a um dos mais significativos poetas do gênero, Hipônax de Efeso, tem como matéria uma história de fundo moral, bem distante da esfera da invectiva.

 

 

HISTÓRIA DA ESCRITA E DA RELIGIÃO
UM ESTUDO ETIMOLÓGICO
E OS
DIFERENTES SIGNIFICADOS DA PALAVRABABEL

Gláucia de Oliveira Vilela

 

Etimolizar "Babel" compreende tanto o estudo contextual do trecho em que o termo foi provavelmente citado pela primeira vez, como um levantamento histórico e filológico da escrita semítica e do povo sumeriano. "Babel" sempre foi associada à confusão de línguas ocorrida na narrativa bíblica em torno da torre de Sinear. Dicionários da Língua Portuguesa definem alguns termos herdados como balbúrdia, balbuciar, babelizar, babelismo, babelesco ou babélico. Tornar babélica uma situação significa tumultuar. Alguns conceitos figuram a mistura de vozes ou algo de excessiva complexidade, outros transportam às crenças de povos da civilização primitiva. As referências bíblicas servem para enriquecer o estudo da diversidade semântica, a origem e as variações de significação vocabular, e são pautadas em achados arqueológicos.


Histórias de amor: as imagens míticas do amor na cultura grega

Dulcileide Virginio do Nascimento (UERJ)

 

Na Teogonia de Hesíodo, já encontramos a figura de Eros descrita como o ser que manipula os desejos humanos e, através dos relatos míticos, conhecemos o episódio em que ele foi vítima de seu próprio phármakon ao se apaixonar por Psique. Múltiplas são as versões de sua origem e múltiplas as suas facetas, mas o que significou essa divindade/ sentimento para os gregos?

Visualizar, através dos relatos míticos, a atuação de Eros na Antigüidade clássica é, portanto, o objetivo desta comunicação.

 

 

Homem e Mulher: estratégias lingüísticas diferentes?

Luzia Schalkoski Dias (UFPR)

 

A idéia de que homens e mulheres apresentam características conversacionais diferentes já está bastante difundida no senso comum, não sendo raro livros de psicologia e antropologia que apresentam capítulos inteiros sobre como entender o sexo oposto. Porém, como estudiosos da linguagem, pretendemos ir além dessas supostas “receitas”, buscando respostas para questionamentos tais como: Qual a natureza das diferenças lingüísticas existentes entre homens e mulheres? Como podemos analisar as estratégias lingüísticas usadas nessa interação? Assim, neste trabalho nos propomos a analisar essas questões a partir da perspectiva oferecida pela Teoria da Polidez de Brown & Levinson (1986), uma vez que a Pragmática é a área da lingüística que nos oferece suporte teórico para podermos avançar na descrição das regras e princípios – na maior parte das vezes, não conscientes – que estão em vigor quando nos comunicamos, e que permitem uma melhor compreensão dos mecanismos presentes no uso que os falantes fazem da língua. Para dar conta das propriedades da comunicação que dependem do caráter inerentemente social das interações verbais, boa parte da investigação recente gira em torno de noções como as de “polidez conversacional”.

 

 

HOMEM E MULHER: VERBETES DE DICIONÁRIO

Nelly Carvalho (UFPE)

 

O ligação do individuo com a língua passa por sua ligação com a sociedade. Assim, entre os muitos parâmetros da variação, existe a diferenciação sexual, semente da discriminação. A discriminação sexual é assimilada junto com a discriminação social pela convivência conjunta de homens .O estudo do gênero (gramatical ou natural) e seus valores simbólicos são índices da prevalência do espírito conservador no funcionamento da língua, com a absorção do masculino pelo feminino, nas dissimetrias morfológicas, na linguagem pejorativa .Enfim , nos dicionários, o tratamento dos verbetes incorpora a ideologia que subjaz à sua concepção.

Se a língua é sexista, os dicionários, repositórios da cultura por ela veiculada, também o são.

É que o dicionário não é só o celeiro do idioma, mas é o depositário da cultura. Nele estão contidas as interpretações da comunidade sobre fatos, objetos, pessoas. O dicionário é considerado um oráculo e um tira-teima, respeitado como obra imparcial que reproduz a língua real/social. Na micro-estrutura dos verbetes estão as acepções do termo-entrada bem como abonações que apresentam o funcionamento do termo no discurso nos verbetes .Neles, o sujeito da enunciação é apagado, transmitindo a impressão de neutralidade. Porém a marca do pensar da comunidade, da forma como é interpretada pelo autor está presente nas definições, sobretudo aquelas que abordam questões onde os preconceitos sociais são mais arraigados. Se nos termos que contem o sema sexo, o dicionário já distila ideologia, nos verbetes básicos – homem/mulher – a ideologia pode ser observada com maior facilidade.


IMAGEM DA LEITURA NO BRASIL: UMA CONSTRUÇÃO SOCIAL

Fábia dos Santos Marucci (UFF)

 

A partir de matérias publicadas pela mídia impressa formadora de opinião, iniciamos nossa reflexão em torno do lugar que a leitura ocupa hoje na vida do brasileiro. Questionamentos  — como:  em quais circunstâncias foi produzida a leitura no país? Qual foi a trajetória deste objeto que propiciou o lugar de desvalor que ocupa hoje em nossa cultura? —  nos moveram a, por meio do instrumental teórico- metodológico oriundo da Análise de Discurso de vertente francesa, legado por Michel Pechêux e Eni Orlandi, examinar projetos governamentais sobre leitura no país. O exame das condições de produção de tais projetos e a recepção destes vem nos fornecendo o desenho da relação subjetiva da sociedade brasileira com a leitura.

 

 

Imperfeito versus perfeito: em discurso reportado

Andréia Cristina de Souza (UNINCOR)
Luiz Fernando
Matos Rocha (UNINCOR)

 

Por meio do estudo de relatos de cunho religioso, conhecidos como testemunhos, este trabalho se insere no projeto “Aspectos cognitivos e lingüísticos das narrativas fantásticas do Sul de Minas” por considerar tais testemunhos como narrativas que, de alguma forma, expressam um momento fantástico. Entende-se fantástico em narrativas como o elemento extraordinário que instaura a hesitação do narrador ou da personagem diante de algum acontecimento insólito, conforme afirma Todorov (2004) . Após a coleta audiogravada de testemunhos de distintas religiões evangélicas, está sendo feito um levantamento das evidências lingüísticas que marcam o momento de hesitação, como a presença de verbos no pretérito imperfeito, que suscita dúvida e enfoca a possibilidade de continuidade de ações, começando no passado e podendo continuar no futuro. O uso também faz ver sucessivamente os diversos movimentos da ação, que, à semelhança de um panorama em movimento, desenrola-se diante de nossos olhos: é o presente no passado, segundo C. M. Robert (2001), indicando a IRREALIDADE (MATTOSO CAMARA JR., 1998). O perfeito suscita o não-habitual. Tem-se percebido que o uso de imperfeito é comum em expressões dicendi (de dizer) como prefácio da fala de Deus ou do Diabo. Já o perfeito marca a fala dos personagens reais da narrativa em construções de discurso reportado.

 

 

IMPRESSÕES POÉTICAS ATRAVÉS DA TRADUÇÃO

Magali Moura (UERJ)
Raquel Abi-Sâmara
(UERJ)

 

O minicurso “Impressões poéticas através da tradução” concentra-se na análise tradutória de poemas brasileiros vertidos para o alemão e poemas alemães transpostos para o português. O foco de interesse é o entendimento da ‘leitura implícita’ do tradutor de poesia, considerando que todo tradutor não deixa de ser um leitor e intérprete do texto que transpõe. Sua ‘leitura explícita’ tem como resultado a própria tradução, e fundamenta-se em suas noções e percepções básicas do texto poético. As pontes e os abismos idiomáticos e culturais envolvidos no processo tradutório, as descontinuidades temporais, entre outros aspectos atinentes à ‘tarefa’ (Aufgabe) do tradutor, para tomarmos um termo de Walter Benjamin, serão tratadas nas reflexões sobre a poética do leitor-tradutor-intérprete.

O curso se destina a leitores com conhecimentos básicos do idioma alemão.


Inês de Castro na epopéia camoniana

Maria Paula Lamas

 

O episódio em análise narra a paixão de D. Pedro pela aia de sua mulher, a linda Inês, que, por ser oriunda de poderosa família galega, oferecia perigo para a independência lusitana. O povo não vai consentir neste relacionamento, e, exigindo uma solução radical, pressiona o rei, através dos conselheiros. Movido por razões de Estado, D. Afonso IV, apesar de hesitar, acaba por permitir a execução da donzela.

Para manifestar variados sentimentos, desde o amor à saudade, Luís de Camões utiliza uma linguagem recheada de recursos estilísticos, como a personificação da natureza que se encontra condoída face ao trágico desenlace. Ao insistir nos sons nasais, que dão uma sensação de tristeza e de murmúrio prolongado, o poeta transmite o efeito de eco, contribuindo este sussurrar contínuo para a perpetuação do comovente romance entre Pedro e Inês.

 

 

INFLUÊNCIA DO PORTUGUÊS DE PORTUGAL AINDA HOJE NO BRASIL
A TEMPORALIDADE NO
DISCURSO

Carmen Lúcia de C. Sampaio (UERJ)

 

Esta pesquisa desenvolve o tema sobre a temporalidade no discurso, buscando, nos textos constituídos por 100 portugueses e seus descendentes, portugueses ou brasileiros, nas diversas estruturas por eles utilizadas, as possibilidades da língua viva para a obtenção de sentido do usuário. Visa, ainda, à representatividade da língua falada para prover uma descrição efetiva da temporalidade na construção do discurso. A avaliação das unidades da língua em relação ao texto é considerada como elemento de organização dentro de um enunciado. Os mecanismos de coesão que denotam tempo são observados como peças da organização semântico-textual e interacional. Também procura demonstrar o envolvimento entre espaço/ tempo/ aspecto que marcam a subjetividade/ objetividade desses falantes, estabelecendo parâmetros que denotam a identidade luso-brasileira, calcada na Língua Portuguesa.

 

 

Interface Lingüística e Religião
a
linguagem dos serviços religiosos

Cleide Emília Faye Pedrosa (UFS)

 

Ementa: Discurso esotérico e exotérico. A natureza esotérica do discurso religioso. Funções das instituições. As funções da linguagem segundo Jakobson e sua aplicabilidade aos serviços religiosos. Atos de Fala. O silencio e o silenciamento no discurso religioso.

Justificativa: A interface Lingüística e Religião tem se mostrado um campo produtivo para o estudo do discurso, seja na linha francesa, ou mesmo, na corrente crítica desenvolvida por Fairclough, Wodak e outros. Assim, julgamos que podemos tanto atender a um público especifico que se interessa pelo discurso religioso, quanto a um público geral que se identifica com o estudo do discurso institucional, independente de sua especificidade.

Objetivo: Reconhecer de que maneira os conceitos advindos do campo lingüístico (e suas subáreas) podem fundamentar o estudo da linguagem sacralizada.

 

Programa (conteúdos):

Especificidades do discurso esotérico e exotérico características do discurso religioso; Funções das instituições: pedagógica, simbólica, mobilizadora e reparadora; Funções da linguagem e os serviços religiosos: fática, referencial, metalingüística, emotiva, apelativa e poética; Releitura de textos bíblicos e atitudes religiosas com base na teoria dos ‘Atos de fala’; O silencio significativo; O silenciamento opressivo;

Aportes teóricos: Esse minicurso será pautado em elementos específicos de algumas teorias. Das Teorias do Discurso e Análise do Discurso, selecionamos as funções e características dos discursos institucionais, e os conceitos de silêncio e silenciamento com base em leituras de trabalhos de Enni P. Orlandi.. Da Teoria da Comunicação, focalizamos a aplicação das funções da linguagem, segundo Jakobson, à linguagem nos serviços religiosos. Da Pragmática, destacaremos a relevância dos Atos de fala no estudo de textos religiosos. As várias abordagens identificadas, em sua aparente diversidade, terão como ponto de confluência o estudo do discurso religioso.

 

 

Interpretação de texto com base nos fatores de coerência

Vanessa Chaves de Almeida (UFRJ)

 

Ao pensar em interpretação na escola, verifica-se que é consenso entre os professores que a interpretação é importante. No entanto, nem todos sabem o que deve ser ensinado sobre ela e como. Se um professor tem que ministrar uma aula de interpretação, ele, geralmente, leva um texto e se limita a fazer perguntas sobre o texto. Perini (2000: 66) comenta que às vezes o aluno lê um texto e não entende, então o professor aconselha que o aluno o releia com atenção. Só que ler e reler não vai adiantar, se o aluno não tem as informações necessárias para entender o texto.

Na tentativa de encontrar elementos que subsidiassem a interpretação, facilitassem o trabalho do professor em sala de aula e aprendizado do aluno, relacionaram-se, segundo Koch e Travaglia (2001 e 2003), os fatores de coerência, como conhecimento de mundo, elementos lingüísticos, inferência, intencionalidade, contextualização e intertextualidade com a interpretação. Comprovou-se esta teoria com a presença desses fatores nas perguntas de interpretação dos vestibulares das universidades públicas do Rio de Janeiro.

 

 

ISTO É UMA PIADA?

Sebastião Lourenço dos Santos (UFPR)

 

Após a cirurgia o paciente acorda e dá de cara com um homem ao lado da cama:

_ E então doutor, a cirurgia ocorreu bem?

_ Eu não sou o doutor. Eu sou São Pedro.

Ouvir uma piada, achar engraçado, rir. Existem estudos que tratam das reações humanas, tais como o susto, a alegria, o medo, que se manifestam pela emoção e sobre as quais o ser humano não exerce controle. Pouco a pouco, também, ganha espaço a gelotologia, ciência que pesquisa o riso. As teorias lingüísticas do humor (Raskin, 1995; Curcó, 1995, 1998, Yus, 1997, 1999), centradas na semântica cognitiva, tentam dar conta dos processos cognitivos de interpretação desta manifestação emotivo-afetiva que nasce da percepção de uma incongruência, de um paradoxo lingüístico sobre o final de uma história, o qual é substituído por um desfecho inesperado. Aí reside a interpretação, ou não, de uma piada. Porém, o que é uma piada? Por que algumas piadas são entendidas mais rapidamente que outras? Por que um interlocutor interpreta uma piada de uma maneira e outro interlocutor a interpreta de outra? Seria o caso de se dizer que a interpretação de uma piada é cultural? Nosso objetivo é interpretar o humor tomando o viés pragmático da Teoria da Relevância (Sperber & Wilson, 1986). Para tanto, partimos da pressuposição de que a manifestação mental do humor passa necessariamente pela violação do Princípio de Cooperação (Grice; 1967).


ITALO CALVINO NA SALA DE AULA

Carmem Praxedes (UERJ)

 

Italo Calvino é um dos escritores italianos mais reconhecidos, naquilo que se refere a sua obra como um todo. Ele é um autor cuja genialidade filosófica lhe permitiu produzir obras como as Lezioni Americane (Seis Propostas para o Próximo Milênio) que está para além de uma teorização do literário, essa obra é uma das chaves para buscar compreender o mundo que estava por vir, o Século XXI. Citado em trabalhos literários, lingüísticos e filosóficos, Calvino criou espaços em seus livros para a interação em sala de aula. Neste sentido, o presente trabalho é o relato de experiências de dramatizações que vêm sendo desenvolvidas em sala de aula desde 1996, no Curso de Graduação em Português-Italiano. Os alunos, em geral do 1º ao 4’ períodos, estudam a fábula E Sette! (Calvino:1998) sob uma perspectiva lingüístico-semiótica, ou seja, buscam alcançar a compreensão textual, através da leitura dos signos, símbolos e códigos que apareçam no texto escrito. A partir daí, o processo de significação é contínuo e direcionado em busca da apreensão dos dados da realidade medieval. Da parte do aluno toda atenção é necessária com vistas a viver a língua, procurando refazer o processo de conceptualização – como um homem ao lançar o primeiro olhar sobre um objeto do mundo, tentando aproximar-se da atmosfera medieval. Os resultados, até então, foram muito satisfatórios. Os discentes desenvolvem a oralidade, a gestualidade, enfim, comunicam-se de todas as formas – da organização do cenário à improvisação textual dotada de significação. Para a avaliação, o importante é o movimento que pressupõe todo o fazer teatralizador, efetivamente, até mesmo os alunos iniciantes conseguem realizar os traços distintivos dos fonemas da língua italiana, devidamente contextualizados em uma situação discursiva, em que forma e expressão estão de mãos dadas.

 

 

LABORATÓRIO DE TRADUÇÃO, VERSÃO E REVISÃO
DE
TEXTOS EM LÍNGUA PORTUGUESA

Annie Rose dos Santos (UEM)

 

Com este pôster se visa apresentar o Laboratório de Tradução, Versão e Revisão de Textos em Língua Portuguesa, um Projeto de Extensão e de Prestação de Serviços iniciado em 1989 na Universidade Estadual de Maringá, instituído no Departamento de Letras. Como apoio teórico, o projeto baseia-se nas idéias de Araújo (1986), Catford (1980) e Zanini (1991), os quais apresentam idéias e conceitos sobre a importância da crítica textual, da recensão e da correção, respectivamente. O Projeto atende docentes e discentes da instituição e a comunidade externa. As atividades desenvolvidas são: editoração, ortografia, reduções, notas, bibliografia, traduções, o que leva, necessariamente, a um trabalho de edição crítica, uma vez que, quando se traduz ou se revisa um texto, realiza-se um trabalho que percorre esses caminhos – estabelecimento do texto: recensão, correção e padrões editoriais. O trabalho desenvolvido pelos participantes do Projeto – docentes das áreas de língua portuguesa, língua inglesa e língua espanhola, bem como discentes, alunos bolsistas dessas áreas de ensino – passa pelo trabalho desenvolvido pelo tradutor, pelo revisor e até mesmo pelo editor de textos; é um trabalho ‘artesanal’, que pressupõe conhecimentos filológicos e lingüísticos, e o tradutor e o revisor necessitam ser críticos, pois, além de dominarem a norma padrão culta da língua em que está escrito o texto, não podem perder de vista a atividade lingüística em que o texto se produz, o que envolve os estudos sincrônicos e diacrônicos da língua.

 

 

LATIM – A Inteligência que se Desenvolve

Jamille Antas Padilha (UERJ)

 

A filosofia norteadora deste Projeto é da Educação Progressista onde o educador e o aluno se comprometem como seres inacabados e dispostos na tarefa do aprender a aprender. Nesse paradigma, o ensino do latim traz ao aluno a possibilidade de desenvolver sobre os pilares da língua, o raciocínio lógico e, principalmente, a inteligência cognitiva, estimulado a aprender questionar.

O ensino ocorrerá de modo a fazê-la compreender que existe uma estrutura que antecede a atual estrutura da língua portuguesa.

Nesse paradigma abordar-se-á a língua latina em comparação com língua portuguesa, buscando-se a percepção do processo de evolução da escrita.

Buscar-se-á mostrar à criança a construção histórica em que está envolvida, além do processo de aculturação romana através do latim, que é o fundamento do italiano, do espanhol, do francês e do português, motivo das semelhanças entre elas.

Tratar-se-á da formação das palavras latinas e suas semelhanças com o português, mostrando à criança a sua significação e demonstrando-lhe que existe uma lógica na formação das palavras.

É necessário que se desenvolvam na criança todas as suas habilidades cognitivas, estimulando-a principalmente a pensar por si só, o que ocorrerá de maneira implícita, visto que o latim é instrumental de desenvolvimento no raciocínio, no hábito da análise, no espírito de observação, na educação do raciocínio, além de evidentemente aprimorar o estudo da língua portuguesa compreendendo mecanismos pelos quais os termos se relacionam.

 

 

LATINISMOS: A PERMANÊNCIA DO LATIM NA LINGUAGEM JURÍDICA

Paola Junqueira (UFRGS)

 

Este trabalho busca analisar o comportamento de expressões latinas em uma dada área de especialidade, a linguagem jurídica. Encontradas em fontes da Internet e em Doutrinas do Direito Civil, procura-se observar o comportamento destas expressões de acordo com a relação termo-conceito proposto por Faulstich (1998-1999), considerando que o termo pode estar em movimento, pois, tal como o léxico em língua comum, o léxico de especialidade também é dinâmico. Sendo assim, esta pesquisa estudou o caráter competitivo dos itens lexicais latinos no âmbito do Direito, procurando analisar as expressões latinas não apenas como termos, mas também as considerando como sendo latinismos, aqui vistos como variantes competitivas.

 

 

Leitura de palavra, leitura de imagem, leitura de mundo
a
formação do formador de leitores

Cristina Vergnano Junger (UERJ)
Solange de Souza Vergnano
(CEFETEQ e FIOCRUZ)

 

Quando falamos em leitura, o que primeiro costuma vir à mente é a compreensão das palavras e o processo de alfabetização. No entanto, já nos alertava Paulo Freire que leitura é bem mais que decodificar palavras: é ler o mundo. E, neste mundo moderno, repleto de mensagens pictóricas, a leitura também envolve ler imagens.

Embora seja uma atividade complexa que permeia grande parte da vida numa sociedade urbana, industrializada e “tecnologizada”, a leitura como processo, que requer uma metodologia e teoria próprias, não ocupa lugar de destaque nos currículos de formação de professores, muito além das fronteiras da alfabetização. No caso das línguas estrangeiras, cuja orientação teórico-metodológica dos parâmetros curriculares nacionais sugere seu amplo trabalho na educação básica, sua presença é, talvez, mais rarefeita. Abordagens que contemplem, além disso, a inclusão de discussões sobre a leitura de imagens e dos aspectos do mundo de maneira geral são ainda mais escassos, se não inexistentes.

Este trabalho propõe refletir sobre o problema e as implicações dessa carência na formação de professores de espanhol como língua estrangeira, a partir da realidade de sua formação continuada em nível de especialização. Apresentaremos para tal, considerações sobre dados coletados através de questionários numa turma caso da Especialização de uma IES pública, no ano de 2005, numa disciplina específica sobre leitura, e sobre a análise de seus trabalhos finais.

 

 

LEITURA DE TEXTOS TEÓRICOS
UM SUPORTE METODOLÓGICO PARA O PROJETO
LÍNGUAS PARA A COMUNIDADE

Angela Marina Chaves Ferreira (UERJ, UGF e UFRJ)

 

Propomos apresentar uma discussão sobre o trabalho desenvolvido com os bolsistas de Iniciação à Docência do projeto de línguas para a comunidade de uma instituição de ensino superior pública do Rio de Janeiro, quanto à utilização de um suporte teórico sobre metodologia do ensino de espanhol como língua estrangeira. Os bolsistas leram vários textos sobre o assunto no decorrer do período e, a partir das leituras efetuadas, foram realizadas discussões sobre os variados métodos que se utilizam no ensino-aprendizagem da língua espanhola. Como resultados, obtivemos uma conscientização clara sobre os pressupostos da metodologia empregada no projeto, assim como de problemas e acertos provenientes desta. Em decorrência, os alunos/professores vêm alcançando uma adequação maior no seu desempenho docente no Curso promovido pela Universidade, por meio do desenvolvimento e da aplicação da prática leitora.

 

 

Leitura e produção textual

Renata da Silva de Barcellos (UNIGRANRIO)

 

O minicurso tem por objetivo apresentar uma proposta de trabalho com tirinhas jornalísticas e com charges para alunos de Ensino Fundamental e Médio de língua materna ou de língua estrangeira. A partir da seleção do corpus (de questões sociais atuais) e da análise desses textos serão desenvolvidas as competências de leitura e de escrita.

 

 

LeITURA em voz alta: “problemapara pesquisa e para ensino

Maria Alice P. Gallego de Freitas (UFF)
Aline
Pontes de Oliveira (UFF)

 

Essa comunicação visa apresentar o trabalho de IC que desenvolvemos e alguns dos resultados de que dispomos. O Projeto “Modos de ler” tem um duplo objetivo. Por um lado, a partir da analise de um corpus gravado de leitura em voz alta, buscamos descrever os “problemas” que se estabelecem entre sistemas fonológico e (orto)gráfico de alunos de Letras em fase inicial de aprendizagem, em atividades de leitura de textos em língua espanhola em voz alta. Além da montagem do corpus, um questionário foi aplicado ao final da sessão de gravação para colher as primeiras impressões dos alunos sobre os lugares que apresenta(ra)m maior dificuldade. Na análise, estamos confrontando as descrições dos problemas de interferência já descritos na literatura especializada com o que efetivamente podemos observar na amostra de oralização coletada. Por outro lado, a partir da devolução de CDs gravados com a leitura realizada pelos próprios alunos, foi proposto um trabalho de “escuta” e de “problematização” desse material: cada aluno tem como tarefa se escutar, detectar seus próprios problemas e escrever um relatório explicitando os problemas encontrados e, se possível, trazendo alguma explicação para o ocorrido. A idéia era provocar uma mudança de posição (e, se possível, de atitude com respeito à relação que se estabelece com a língua) que possibilite uma escuta diferente aos problemas encontrados. Há, ainda, um terceiro momento do projeto, de confronto entre os resultados encontrados por cada aluno e os resultados gerais encontrados a partir da análise do corpus; um confronto, divulgação e discussão final dos resultados com a participação de todos os agentes envolvidos na pesquisa: alunos-licenciandos, grupo de IC e professora da disciplina que também é a professora orientadora.

 

 

LETRAMENTO E DISCURSO

Maria Lucia Mexias-Simon (UVA e USS)

 

O termo alfabetização, sempre entendido de uma forma restrita como aprendizagem do sistema da escrita, foi ampliado. Já não basta aprender a ler e escrever, é necessário mais que isso para ir além de ser um alfabetizado funcional (denominação dada às pessoas que foram alfabetizadas, mas não sabem fazer uso da leitura e da escrita). O sentido ampliado da alfabetização, o letramento, designa práticas de leitura e escrita. A entrada da pessoa no mundo da escrita se dá pela aprendizagem de toda a complexa tecnologia envolvida no aprendizado do ato de ler e escrever. Além disso, é preciso saber fazer uso e envolver- se nas atividades de leitura e escrita. Ou seja, para entrar nesse universo do letramento, é precisa apropriar-se do hábito de buscar um jornal para ler, de freqüentar revistarias, livrarias, e com esse convívio efetivo com a leitura, apropriar-se do sistema de escrita. Afinal, para a adaptação adequada ao ato de ler e escrever, é preciso compreender, avaliar, apreciar a escrita inserir-se, nas atividades de leitura e escrita.

 

 

Léxico, cultura e discurso pedagógico

Aurora de Jesus Rodrigues (PUC-SP)

 

A visão lingüística do mundo é gerada e refletida pelo universo léxico, graças à capacidade humana de codificar e de integrar os fatos culturais em sistemas de significação. Nesse sentido, o discurso pedagógico deve adequar-se às necessidades do alunado, assegurando-lhe uma participação produtiva no processo ensino-aprendizado.

 

 

LÉXICO, LINGUAGEM BÍBLICA E LITERATURA EM MEMORIAL DO CRISTO

Regina Maria de Souza (UERJ)

 

Tendo como fonte de pesquisa a obra de Dinah Silveira de Queiroz, Memorial do Cristo,pretendemos focalizar o léxico relativo à linguagem bíblica que caracteriza o texto em questão, associando aspectos semânticos, discursivos, gramaticais e estilísticos da língua portuguesa, tendo em vista as várias leituras da cada termo, incluindo a possibilidade de suas significações se afastarem da linguagem fundadora.

É num contexto de aproximadamente dois mil anos atrás, a que se reporta a obra com a qual pretendemos trabalhar, compondo-se de dois volumes: Eu venho e Eu, Jesus. A narrativa recria a imagem daquela época, descrevendo os lugares, os costumes, a cultura, a organização social, dialogando freqüentemente com os textos originais, fato que nos autoriza a afirmar que a Bíblia é a linguagem fundadora de Memorial do Cristo.

Acrescente-se ainda, à guisa de esclarecimento, a necessidade de se estudar esse tipo de léxico como mais uma institucionalização da linguagem, tornando-a, como propõe a autora, mais simples e íntima com a própria História de Jesus.

 

 

Língua estrangeira na vivência familiar

Élida dos Reis Gabriel Chapman
(FIMI-Mogi Guaçu/SP)
Maria Suzett Biembengut Santade

(UERJ, FMPFM e FIMI-Mogi Guaçu/SP)

 

É pertinente assinalar que línguas são fenômenos fundamentalmente mais orais. Esse conceito revela um fato que ninguém contesta. A língua estrangeira é um instrumento de comunicação para a inter-relação da humanidade. O caso de um indivíduo querer adquirir uma língua estrangeira dependerá de suas necessidades pessoais e profissionais na vivência diária em diferentes circunstâncias. Isso significa que o indivíduo pode buscar ascensão na sua realização pessoal e também na social quando toma consciência em ver no próximo o crescimento da humanidade. Assim, este trabalho propõe apresentar um relato metodológico do cotidiano lingüístico na aprendizagem de línguas. O fator principal na descoberta da metodologia das relações cotidianas foi o próprio casamento com estrangeiro. Descobre-se na vivência familiar que a relação lingüística apresenta infinita aprendizagem intercultural em discurso espontâneo.

 

 

LÍNGUA, CULTURA E PODER
O
CASO DA LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS
E
SEUS ESPAÇOS SOCIAIS DE RESISTÊNCIA
NUMA
SOCIEDADE MARCADA PELO “OUVINTICENTRISMO”

Edicléa Mascarenhas Fernandes (UERJ)
Glaucia Silva de Carvalho (UERJ)

 

A língua como instrumento de poder, dominação e discriminação social de grupos minoritários tem sido bastante estudada no ramo da sociolingüística fundado por Labov. Nosso trabalho pretende discutir o processo de estigma e preconceito que a Língua Brasileira de Sinais e a cultura surda sofreu durante anos de supremacia do ouvinticentrismo nos espaços dos sistemas oficiais educacionais e inclusive no campo acadêmico. Os trabalhos do lingüista William Stokoe começaram a ser difundidos no Brasil no final dos anos 80, porém ocorreram incipientes mudanças nas práticas educacionais oficiais para alunos surdos, que passam a ser compreendidos a partir do enfoque bilíngüe. A garantia da manutenção da língua das comunidades surdas e sua cultura vêm sendo garantidas em nosso país muito mais por movimentos sociais organizados do que por organismos oficiais e centros acadêmicos. Apresentamos em nosso estudo, através de fontes documentais, o caso das igrejas evangélicas e do Ministério do Silêncio, que constituíram no cenário nacional o que denominamos de uma pedagogia bilíngüe de resistência através da qual a Língua Brasileira de Sinais e a cultura surda vêm se mantendo. Atualmente a Lei 10436/2002, que instituiu oficialmente a Língua Brasileira de Sinais, e a Lei de Libras que circula no Congresso possibilitarão novos campos de configuração e desafios à universidade brasileira no que concerne à adequação de cursos e ao preparo de profissionais (professores ouvintes e surdos e intérpretes de Libras) para garantirem o direito social e lingüístico do bilingüismo das comunidades surdas.


Linguagens de Especialidade
um inventário de verbetes para dicionários técnico-científicos

Carlos Almeida Santos (UESB
Manoel Sarmento
Soares Filho (UESB)

 

O presente resumo é resultado parcial do projeto Dicionários Para Cada Coisa, que ora desenvolvo na Bahia sobre linguagens de especialidade desde 2001. A idéia maior é reunir termos para obras terminográficas, atentando para sua micro e macro estrutura. Definimos como objetivos da lingüística aplicada valorizar termos do jornalismo, publicidade e propaganda, rádio e televisão, fotografia e informática, subáreas da comunicação social. Por se tratar de uma investigação descritiva e sistemática usamos técnicas de fichamento de tais verbetes para organizar em categorias gramaticais. Assim, pode-se estabelecer princípios metodológicos aplicáveis à compilação de termos; dar uma contribuição ao desenvolvimento da pesquisa terminológica. A fundamentação é sustentada por textos do Instituto de Lingüística Aplicada, da Universidad Pompeu Fabra, em Barcelona. Temos arquivado cerca de cinco mil verbetes, catalogados em ordem alfabética e em famílias de cada subárea com seus respectivos significados. Este projeto pretende constatar por meios da Lingüística, Semiótica, Semiologia, que, é possível identificar termos “desconhecidos” e confeccionar num primeiro momento dicionários monolíngue para todas as “coisas”. Dicionário é texto, discurso didático e pedagógico, no sentido de ser livro, é ferramenta indispensável de construção e difusão do léxico. Espera-se com isto definir a norma lingüística, responder questões obscuras de verbetes ou jargões aceitáveis ou “coisas” denotadas. Constatamos que inventário de palavras é um campo fértil para obras técnico-científicas, se forem usados como objeto de descrição e explicação, classificado-as com acepções para atender consulentes que desejam saber significados e representação de vocabulários estruturados e normalizadas no terreno da ciência das linguagens.

 

 

LINGÜÍSTICA COMPARADA
ALGUMAS
CONTRIBUIÇÕES DO LATIM
PARA O ENRIQUECIMENTO DO LÉXICO DA LÍNGUA DE SHAKESPEARE

Claudiana Brandão Silva (UNEB)
Jônatas Oliveira dos Santos (UNEB)
Sumara Sanches Alves (UNEB)

 

A presente pesquisa objetiva, impreterivelmente, identificar a origem de alguns vocábulos da língua inglesa (representante do grupo germânico da família lingüística indo-européia) no latim (representante do grupo itálico da mesma família lingüística). Para tanto, efetuar-se-á, a priori, uma pesquisa histórica sobre o processo de expansão do Império Romano na região da Bretanha (hoje Grã-Bretanha); em seguida, tomar-se-á a obra “Titus Andronicus” de William Shakespeare como o corpus onde serão retirados esses vocábulos e, por fim, procurar-se-á expor sumariamente alguns deles na sua matriz itálica e, concomitantemente, a sua atual representação gráfica na referida língua moderna. Tal pesquisa torna-se bastante relevante na contemporaneidade, em função da pouca percepção de alguns estudiosos e, especialmente, do público em geral, no que concerne à grande contribuição do latim para o enriquecimento do léxico da língua desse brilhante dramaturgo.

 

 

LINGÜÍSTICA, HISTÓRIA E FILOLOGIA : A INQUISIÇÃO COMO SUPORTE DE ESTUDO

Sandro Marcío Drumond Alves (UFRJ)

 

Este trabalho tem por objetivo discutir as relações entre a Lingüística, a História e a Filologia. Buscando uma melhor compreensão das áreas de atuação das ciências especificadas e quais seriam suas possibilidades de articulação em torno a um objeto de estudo comum, decidiu-se centrar o foco deste trabalho nos documentos inquisitoriais europeus. A partir dos estudos base de Eberenz (2003), tentaremos explicitar a importância dos manuscritos inquisitoriais para os estudos de línguas românicas e como esse farto material, pouco explorado em uma abordagem lingüística ,pode (re)construir aspectos importantes da história das línguas românicas e da historiografia lingüística destes países.

 

 

LITERATURA IMAGÍSTICA: UM MUNDO DE IMAGENS PARA LER

Vaneide Damasceno Cunha Arantes (UNINCOR)

 

O olho humano é, em grande parte, responsável pelo conhecimento do mundo – verdadeiro órgão semiótico, devido à sua capacidade de apreensão de signos. Segundo Berger(1999) “ver precede as palavras”, então, a imagem é como texto, tece significantes a serem descobertos no ato de ler, ver, imaginar, criar e de amar a Literatura. A Literatura Imagística ajuda o jovem a abandonar sua condição de dependência e a crescer com mais confiança interior. Ela desperta a curiosidade e prende o leitor, mais que isso, estimula a imaginação e trabalha as emoções para poder enriquecer a vida. Ao fim de uma leitura cheia de imagens nas obras: História de Amor e Zoom, o leitor percebe a importância de perceber os detalhes; cria-se uma ponte de ligação entre a objetividade e a subjetividade. Todo o texto tecido a partir da imagem ali contida despertará no leitor uma vontade maior de investigar, descobrir, pensar, levantar hipóteses, questionar, debater e de argumentar. Leva o nosso leitor a ser explorador de leituras e assim viajar num mundo registrado na Literatura.

 

 

Manuel Bandeira: o homem e o poeta

Luci Mary Melo Leon (UERJ)

 

Dia dezenove de abril de 1886 nasce Manuel Bandeira em Recife. O menino muda-se para o Rio de Janeiro com a família, em 1890. Com as aulas no externato do Ginásio Nacional, hoje Colégio Pedro II, foi aluno de José Veríssimo e de João Ribeiro. Além dos mestres, era amigo de dois estudiosos da Língua Portuguesa: Antenor Nascentes e Sousa da Silveira. Bandeira, influenciado pelo pai, queria ser arquiteto. Mais tarde, vai para São Paulo e se matricula na Escola Politécnica no curso de Engenheiro- Arquiteto. Contudo não ficou por muito tempo. O homem adoeceu aos dezoito anos. Com isso, teve que abandonar os estudos.A doença fez do homem o poeta. Surge a dor, a solidão e versos que retratam toda melancolia. Com sua simplicidade lírica, Bandeira abordava os fatos corriqueiros, transformando-os em profunda matéria poética. Ele descobria e revelava o que há de indizível no real palpável. Em Bandeira a "recriação e a reinvenção eram constantes. Para falar do "Homem " Manuel Bandeira Gustavo Capanema com poucas palavras conseguiu dizer tudo ou quase tudo: " Bandeira é na verdade um homem, um homem naquele sentido com que Napoleão falou de Goethe. Ele é simples, forte, bom, sincero. Tem a maneira humilde, mas o tom grave e elevado. Considera os homens com benevolência e chega mesmo a compreendê-los. É bem um homem." ( Homenagem p. 95 )

 

 

Marcadores de contraste na Sintaxe e no Discurso
mas, agora e só que

Helena Gryner (UFRJ)

 

O estudo da variação entre marcadores de contraste no discurso falado constitui um espaço privilegiado para a análise da interface discurso-sintaxe. Trabalhos precedentes confirmam o contraste como uma estratégia sistemática associada à organização do texto argumentativo e à constituição semântico-pragmática da sentença “adversativa”. Neste trabalho discutimos os traços contrastivos associados aos marcadores discursivos mas, agora e só que na fala atual. Através dos pressupostos da teoria da variação laboviana (Labov, 2003) foram identificados os contextos sintáticos, textuais e interpessoais associados ao emprego de cada uma das formas. Corroborando os princípios do funcionalismo lingüístico (Givón, 1995), as diferentes relações constrastivas  refletem o efeito de pressões funcionais.

mas e agora

Partimos de uma amostra de enunciado argumentativo (amostra Gryner/PEUL-UFRJ), constituída de 20 entrevistas com informantes distribuídos regularmente quanto à escolaridade, gênero-sexo e faixa etária. O exame dos dados segue os principios teórico-metodológicos da Sociolingüística Variacionista (W. Labov, 1972) e os dos modelos teóricos do Funcionalismo (Givón, 1995) e da Análise do Discurso (Schiffrin, 1987). A pesquisa das variantes lingüística em questão sugere a relevância dos contextos semântico–pragmáticos: tempo-modo verbal e polaridade.

 

 

Marcadores textuais e lingÜÍsticos
na desterritorialização
urbana
a
representação da cidade na ficção contemporânea

Regina Célia P. Petrillo (USS)

 

Com a crise das verdades absolutas e a queda dos valores metafísicos, diagnosticadas por Jean François Lyotard no processo a que chamou de "descentramento" da razão ocidental, toda uma série de conceitos foi questionada: certeza, autoridade, unidade, totalização, universalização, centro, fechamento, hierarquia, origem.

Tem-se, pois, na pós-modernidade a falta de qualquer ponto de vista supremo, a descrença em relatos legitimadores universais, o esvaziamento de valores e referências totalizantes, o fim do sujeito unitário e racional. A pós-modernidade é marcada pela a fragmentação, pelo volume de fatos, pelas transformações e trânsito contínuo, pela instabilidade de categorias antropológicas e de polaridades elementares (afirmação/negação, sujeito/objecto), pelo jogo da diferença e pelo simulacro.

Diante deste universo pós-moderno, a representação da cidade na literatura perde os seus contornos definidos e suas referências ao espaço real diluem-se num espaço desterritorializado em que não se sabe mais com certeza o que é falso ou verdadeiro. Esta comunicação, propondo-se a enfocar a desterritorialização da cidade na literatura pós-moderna, pretende analisar de que modo a estrutura lingüística e textual são organizadas para a construção deste perfil.

 

 

marcas da oralidade na escrita: semelhanças ou diferenças?

Alessandra Freitas Silva

 

Nossa pesquisa aborda algumas diferenças e semelhanças entre a fala e a escrita de modo a evidenciar que ambas as modalidades são regidas por estratégias comunicativas distintas. Pudemos perceber que é possível identificar um texto oral e/ou escrito a partir dos recursos disponibilizados pelo processo comunicativo, os quais se revelam como marcas peculiares de cada modalidade. Este trabalho traz evidências de que, embora haja semelhanças entre o oral e o escrito, as diferenças entre as duas modalidades as tornam faces da mesma moeda, no caso, da mesma língua.


MARCAS LINGÜÍSTICO-DISCURSIVAS DO ETHOS
DA
FALA DE PAULO HONÓRIO, EM SÃO BERNARDO

Iraneide Andrade Fontes Cidreira- UERJ

 

O trabalho versa sobre a construção do ethos de fala franca em São Bernardo, de Graciliano Ramos. De acordo com a tradição retórica, o ethos (ou ethé) era uma das dimensões do discurso oral caracterizada como o conjunto de estratégias mobilizadas pelo orador (tais como aspecto físico, gestos, entonação, etc.) para conseguir a adesão de seu auditório. Dessa forma, ethé seriam as propriedades que os oradores se conferiam implicitamente, através de sua maneira de dizer: não o que eles diziam deles mesmos, mas o que revelavam pelo próprio modo de se expressarem. Partindo-se do pressuposto de que Graciliano Ramos tem um projeto de literatura cujas bases se assentam na sinceridade, no que concerne à visão do artista face ao mundo, defende-se a idéia de que o autor de São Bernardo, através de alguns procedimentos lingüístico-discursivos, concentra, na escrita do romance, ingredientes necessários à caracterização do ethos de fala franca do enunciador Paulo Honório, na medida em que este, de posse da palavra, dá legitimidade ao dito por sua maneira de dizer.

 

 

MARKETING: UM OLHAR CRÍTICO...

Maria Antônia da Costa Lobo (UCB)
Tereza Cristina Pinto dos Santos (UCB)
Célia Maria Paula de Barros (UCB)
Fernanda Marcone (UCB)
Maria Helena Carvalho da Silva (UCB)
Maria Vergínia Chambella (UCB)

 

A pesquisa visa mostrar as características que distinguem a linguagem da publicidade, enquanto código, das demais. É comum hoje em dia textos publicitários com imagens em jornais, revistas e outdoors. Pode-se dizer que, muitas vezes, o texto escrito é apenas parte de um todo, isto é, o conjunto da textualidade e o respectivo contexto. O objeto que distingue o texto publicitário dos outros tipos de textos é o que constitui o presente trabalho.

Como temas que podem interessar também ao estudo da publicidade e marketing há, entre outros, os de aspectos jurídicos, éticos e sociológicos, dos quais se destacam a ideologia e os valores que ganham ênfase na publicidade.

Assim o foco da pesquisa em questão é a análise dos aspectos textuais voltados para a linguagem publicitária. Esta linguagem tem como maior desafio prender a atenção do receptor/destinatário. Por isso, a criatividade incansável do publicitário e do marqueteiro na busca incessante de recursos lingüísticos ,fazem com que esse receptor/destinatário preste atenção ao texto que envolve essa publicidade, chocando-o até, se for necessário. Já!

 

 

MECANISMOS DE EXPLICAÇÃO
NOS DICIONÁRIOS ESCOLARES BRASILEIROS

Antônio Luciano Pontes (UECE e UNIFOR)

 

A função cooperativa do discurso explicativo pode revelar-se em indicadores que evidenciam diversas estratégias usadas pelo enunciador-explicador com a finalidade de tornar claras informações importantes presentes nos textos didáticos, mais precisamente, aquelas veiculadas nos textos dicionarísticos. Esta comunicação procura descrever as diversas estratégias que o produtor do dicionário escolar põe em funcionamento com o fim de alcançar a compreensão leitora. Também, é objetivo desta pesquisa mostrar os usos particulares dessas estratégias, além de apresentar uma caracterização de traços distintivos de tal gênero. O corpus utilizado para análise é extraído de dois dicionários escolares brasileiros, Ferreira (2001) e Mattos (1996), propostos pelo INEP para serem adotados pelos professores da escola pública. Os dados foram analisados à luz dos pressupostos teóricos da Lexicografia Didática e da Metalexicografía. A pesquisa em andamento revela alguns procedimentos discursivos, sendo os mais freqüentes a paráfrase, a definição, o exemplo e a analogia, os quais assumem no texto as mais variadas funções discursivas representadas por estruturas igualmente variadas.

 

 

Medéia, de Pasolini: uma tradução desconstrutora

Ulysses Maciel de Oliveira Neto (UERJ)

 

O objetivo deste trabalho é apontar as estratégias discursivas que levam à desconstrução da funcionalidade dos textos. A objetividade fundou a teoria que definia mímesis como imitação do mundo sensível, ao mesmo tempo em que criou instrumentos de análise da obra poética que buscavam apreendê-la por uma ótica funcional. Nesta apresentação serão analisados os recursos estéticos presentes em determinadas obras, que desconstroem as formas discursivas fundadas na objetividade. Esses recursos estéticos funcionam como os elementos que, opondo-se à funcionalidade, conduzem a uma mímesis imaginativa. A resistência ao discurso que leva em conta a explicitude e a racionalidade, tem de ser acionada de forma convincente pela arte. Não segundo normas, pois não se pode buscar normas onde predomina o inexplícito e o primado da razão se esboroa, mas segundo uma estética. A estética é o lugar onde as representações da desconstrução se tornam possíveis. Para demonstrar essa experiência desconstrutora, será analisado, em seus signos, um texto fílmico – o monólogo do Centauro diante de Jasão, no filme Medéia, de Pier Paolo Pasolini – que põe em xeque os discursos historicamente estabelecidos como lógicos, os discursos que pretendem fixar e explicar. Mais do que explicar o mito originário da tragédia Medéia, de Eurípides, no discurso do Centauro são apresentados signos que apontam o caminho que leva a um novo conhecimento do que estava oculto pela funcionalidade, antecipando o momento em que a personagem Medeia pasoliniana, ao se sentir traída por Jasão, tem com o Sol, seu avô, um diálogo através do qual é reinserido no filme o caráter mágico de sua estirpe. A fala do Centauro versa justamente sobre como o pensamento do homem deixou de referir-se à natureza e tornou-se racional.

 

 

MEMÓRIAS E FRAGMENTOS
IDENTIFICANDO OS
ESCRITOS AUTOBIOGRÁFICOS DE LIMA BARRETO

Natália Cruz Frickmann (UERJ)

 

A partir da forma fragmentada e da identificação com gêneros autobiográficos diversos, associados às diferentes formas do processo de rememoração, o presente estudo pretende, num estudo comparado com o Diário Íntimo, apontar a relevância e a especificidade dos Retalhos, de Lima Barreto.

 

 

MONTEIRO LOBATO: SUA RELAÇÃO COM A ESCOLA E COM OS LIVROS

Shirley Cabarite da Silva (FATEA)

 

O objetivo desse trabalho é resgatar a história de Monteiro Lobato no que se refere à sua relação com a escola e com os livros. Para isso, busca-se recuperar momentos da vida do escritor que são fundamentais para o entendimento de seu tipo de mentalidade que vem influenciar sua metalinguagem. Suas leituras, seus sucessos e fracassos escolares, sua vida acadêmica constituem elementos que podem justificar certos comportamentos e até mesmo a criação de personagem como Jeca Tatu e história, como, por exemplo, a de Emília no país da gramática. A filosofia positivista que permeia a ciência da primeira metade do século XX – no Brasil – representa o fio condutor que vem marcar o discurso sobre a língua nacional, não só de Monteiro Lobato, mas da maioria dos intelectuais da época. A escola brasileira, nesse contexto cultural, reproduz um saber resultante da ciência desenvolvida na Europa e nos Estados Unidos. Saber este marcado pela necessidade que os intelectuais brasileiros sentem de rompimento com qualquer tipo de interferência vinda de Portugal.

 

 

MORFOLOGIA CONSTRUCIONAL
UMA
ANÁLISE DOS SUFIXOS -ADA, -ARIA E –AGEM
EM SITUAÇÃO DE ALOMORFIA

Daniela Favero Netto (UFRGS)

 

Esta comunicação tem por objetivo a verificação da possível alomorfia dos sufixos formadores de substantivos coletivos, que carregam traço [+humano], -ada, -aria, -agem, ou seja, pretende-se verificar em que medida estes sufixos são de fato alomorfes, pois é constatável que algumas bases aceitam um sufixo, mas não outro, enquanto outras aceitam os três sufixos. Por exemplo, em um dicionário podemos encontrar registradas as palavras ‘molecada’ e ‘molecagem’, mas não ‘*molecaria’. No entanto, para o caso de derivação sufixal com base ‘gaúcho’ encontramos as três ocorrências: ‘gauchada’, ‘gauchagem’, ‘gaucharia’. Constatada a alomorfia a partir da análise de dicionários e gramáticas da língua portuguesa, é verificada a necessidade da busca de características que esclareçam as restrições para a adjunção destes sufixos a determinadas bases. Após a ampliação do corpus, atualmente constituído por 165 verbetes que carregam os sufixos em questão, encontrados no Novo Dicionário Aurélio – versão 5.0 – edição revista e atualizada, de Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, pretendo analisar os dados sob a perspectiva da morfologia derivacional à luz da teoria da morfologia construcional, buscando, através das palavras atestadas nos dicionários, bem como das palavras possíveis, pensar no fazer lexicográfico de modo a contribuir para a descrição das construções de verbetes com estes sufixos e colaborar com a descrição lexicográfica destes sufixos, acrescentando particularidades às definições dicionarizadas dos verbetes construídos, dentre elas, as possíveis interpretações das regras de construção destas palavras.

 

 

Morfologia e Gramática das Construções

Mauro José Rocha do Nascimento (UFRJ)

 

Um dos pressupostos básicos da Lingüística Sócio-Cognitiva é de que a unidade básica da estrutura lingüística são as construções gramaticais. Segundo a teoria, não existe uma fronteira perfeitamente delimitada entre o léxico e a sintaxe de uma língua; em ambos os casos haveria construções, só que envolvendo elementos internos de tipos diferentes. No entanto, apesar de este fato ser reconhecido nos estudos envolvendo abordagens construcionais, na maioria das vezes o enfoque é dado somente às construções sintáticas. A obra de Goldberg (1995) básica nos estudos da gramática das construções, aborda somente construções de base sintática (construções envolvendo a estrutura argumental de verbos).

Este trabalho tem como objetivo apresentar, a partir de conceitos relativos à Gramática das Construções, uma comparação entre como esses conceitos, formulados e exemplificados originalmente utilizando apenas construções sintáticas, se aplicam também a construções de caráter morfológico. Centraremos o foco em uma construção específica, a que segue o padrão X-a / X-o, em que X é o radical, e –a / –o são vogais temáticas. Esse padrão pode ser exemplificado pelos pares de vocábulos barco/barca ou mato/mata.


MORFOSSINTAXE DO COMO

Ivo da Costa (UFRJ)

 

Há certo tempo vem sendo discutida com bastante freqüência a escassez de pesquisas relacionadas às orações subordinadas adverbiais nos mais diversos gêneros textuais em uso na sociedade brasileira. A complexidade que caracteriza esse tipo de articulação sintática leva numerosos estudiosos a assumir freqüentemente uma postura conservadora, purista e, até mesmo, autoritária ao rejeitar novos usos e preconizar apenas o que é mais clássico e, conseqüentemente, o que é menos discutível do ponto de vista de uma análise sincrônica séria.

Com base nesta visão, surge a idéia de observarmos a morfossintaxe do como em estruturas sintáticas e discursivas, em contextos reais. A hipótese que fundamenta este trabalho é a de que o como abarca uma alta freqüência e polissemia de usos, especialmente no que tange à subordinação adverbial.

Partindo do princípio de que objetivamos realizar uma descrição de caráter prático e funcional, o corpus analisado é considerado material autêntico, ou seja, os textos analisados encontram circulação efetiva na sociedade brasileira; mais especificamente são editoriais, notícias e anúncios de diversos jornais em circulação no Rio de Janeiro, no período de 1975 a 2000, que integram o corpus compartilhado VARPORT.          

As estruturas adverbiais e as realizações do como serão quantificadas, interpretadas e classificadas segundo a perspectiva funcional-discursiva. Assim, as conclusões apresentadas serão direcionadas mais efetivamente para as ocorrências deste articulador sintático no âmbito da oração subordinada adverbial, como tradicionalmente é classificada.

 

 

Não é seu time que faz grandes jogadas
silogismos e inferências como recursos persuasivos
na
condução do raciocínio do leitor

Lucineide Lima de Paulo (UFF)

 

Este trabalho pretende analisar, em textos publicitários, o silogismo, empregado como recurso persuasivo na tentativa de seduzir o leitor. O silogismo é um tipo de raciocínio dedutivo no qual são afirmadas duas proposições (as premissas) e das quais se extrai uma conclusão. Contudo, freqüentemente esse esquema não é respeitado: é omitida uma premissa, ou as duas, ou a conclusão. Esse tipo de silogismo incompleto, chamado entimema, é um mecanismo usualmente empregado pela publicidade. Nesta pesquisa, que é apoiada nos pressupostos teóricos da Análise do Discurso de Patrick Charaudeau, procura-se mostrar que os recursos argumentativos de base retórica atuam no convencimento do leitor porque exigem dele inferências. Essas inferências, por sua vez, contribuem para levar o leitor à ação esperada pelo publicitário: o consumo do produto anunciado. Observa-se, na análise de corpus, grande ocorrência de entimemas, principalmente nos slogans e títulos dos anúncios publicitários. Nota-se, também, que há um “contrato de comunicação respeitado pelo sujeito que produz o texto (que sempre leva em consideração seus próprios objetivos de argumentação e persuasão) e pelo sujeito que recebe o texto, uma vez que ele procura cooperar na interpretação do sentido daquele raciocínio incompleto. Empregando, portanto, tais estratégias, o publicitário procura despertar no interlocutor a necessidade de algum bem, que se tornará, para o consumidor, objeto de busca.


Mudança lingüística à luz da Gramática das Construções
o
padrão de lexicalização Existência à Movimento

Diogo Oliveira Ramires Pinheiro (UFRJ)

 

Na esteira do estudo pioneiro de Goldberg (1995) sobre estrutura argumental dos verbos à luz da Gramática das Construções, a Dissertação de Hotz (2000) abriu a possibilidade de pensar a mudança lingüística tomando a construção gramatical como nível de análise e avaliando o problema da integração entre verbos e construções. Esse insight é aproveitado em nosso trabalho para o estudo de duas construções gramaticais do português brasileiro contemporâneo: a Construção Existencial Inacusativa (por exemplo, “Chegou a polícia”) e a Construção Existencial Inergativa (por exemplo, “A polícia chegou”). Na nossa pesquisa, identificamos a base conceptual subjacente a ambas as construções e pudemos então detectar a diferença de representação semântica entre elas. A partir disso, propomos uma hipótese que pretende capturar os fundamentos semânticos e conceptuais da relação entre as preposições EM e DE. Em linhas gerais, hipotetizamos que verbos que integrem a Construção Existencial Inergartiva podem se lexicalizar, tornando-se polissêmicos ao desenvolverem um valor de movimento, segundo mecanismos que pretendemos explanar. Ao descrever em detalhes esse processo de lexicalização, que conduz à mudança lingüística, buscaremos demonstrar que ele é facultado pelas características imagéticas e conceptuais específicas dessa construção gramatical. Desse modo, evidenciamos que o arsenal teórico da Lingüística Cognitiva permite um salto qualitativo na descrição e explicação de fenômenos gramaticais como a mudança lingüística motivada por implicaturas, na medida em que coloca à disposição do pesquisador uma descrição acurada das bases de conhecimento e operações cognitivas (metáfora, metonímia, mescla, focalização/enquadramento, etc.) que compõem o aparato cognitivo humano.

 

 

Mulheres urbanas na Literatura de Machado de Assis

Maria Inês Mexias Rodrigues (USS)

 

Quando se fala do cenário carioca no século XIX, a Literatura nos leva imediatamente a Machado de Assis que apresenta em seus textos não somente a cidade do Rio de Janeiro e seus bairros, como também seus habitantes. Este autor mostra em sua obra o processo de nacionalização do nosso idioma, servindo-se de vários artifícios tais como: anacolutos, várias figuras de linguagem e de pensamento, freqüentes palavras inúteis, simplicidade de estilo, ironia, mostrando assim, ao leitor, a vida configurada como um espetáculo em que todos representam. Artista a desenhar suas mulheres na cidade do Rio, Machado faz deste centro urbano um espelho a refletir os problemas sociais de seu tempo. Convivem, nos seus salões de bailes, o luxo, a miséria, o adultério, o amor, articulando o comportamento do homem e da mulher. Este trabalho mostra exatamente como Machado de Assis, através de suas representações textuais, analisa tanto as atitudes como o que vai dentro da alma e do coração principalmente da mulher carioca.

 

 

MÚSICA POPULAR BRASILEIRA: MPBREGA NÃO É MPB?

Tereza Cristina Kalile de Campos Alves (UNINCOR)

 

Esta comunicação é parte da minha dissertação de mestrado, cujo objetivo central é analisar as mudanças de sentido ocorridas em três canções populares produzidas em momentos históricos diferentes, mas que mantêm entre si semelhanças lingüístico-discursivas, formais e temáticas. Para tanto, será necessário também, investigar a memória discursivo-musical brasileira durante esses períodos. Dentro dessa perspectiva, pretende-se nesta comunicação, comparar os limites entre os gêneros musicais populares consagrados e os populares consideradas bregas. Deste modo, discutiremos os termos popular, brega e MPB, sob a ótica de duas classes sociais: a dominante e a dominada. E para verificar as relações entre esses textos e contextos, além dos aspectos sociolingüísticos, fundamentamos nosso estudo nas análises bakhtinianas e do historiador Paulo César de Araújo.

 

 

NA TRILHA DAS FORMIGAS VICENTINAS
A FORMATAÇÃO DE MÃO-DE-OBRA EXPANSIONISTA
NO AUTO DA ALMA, DE GIL VICENTE

Eloísa Porto Corrêa (UFRJ)

 

No Auto da Alma, pode observar-se a importância dos trabalhadores humildes e dos burgueses: formigas, como a força motriz fundamental e inesgotável possibilitadora do sucesso da Expansão Portuguesa, mas, muitas vezes, enganada e explorada. Além disso, percebe-se também o vasto, criativo e diversificado trabalho doutrinário desenvolvido dentro da Arte, mais especificamente das obras teatrais vicentinas, buscando moldar o povo emmão-de-obra perfeitapara atender ao “Rei e aos seus planos expansionistas”.

O ufanismo, o idealismo, a e o nacionalismo exacerbados, entre outros, aparecem a todo o momento dentre as armas ideológicas usadas para obter a adesão incondicional e ilimitada das massas, encantadas com a possibilidade de fundar e integrar uma potência mundial e de poder trabalhar a serviço de Deus e de seus “representantes na Terra”: o Rei e a Igreja. Em contraponto à “ingenuidade popular”, tem-se a nobreza e o clero, verdadeiras raposas, aquela traçando metas e antevendo os lucros da empreitada, este executando trabalhos doutrinários junto às massas e ambos abocanhando a parcela majoritária da bem sucedida empresa.

Assim, a obra de Gil Vicente, um dos expoentes máximos do Quatrocentismo e do Quinhentismo Português, mostra-se terreno propício para a pesquisa e a investigação da execução do projeto expansionista; do incansável, vasto e criativo trabalho literário e doutrinário exercido pela sua arte; bem como dos métodos e dos processos de arregimentação de mão-de-obra para a Expansão, por causa da freqüência e do relevo com que o dramaturgo enfocou as figuras populares do Portugal de mil e quinhentos.

 

 

Neologia e Discurso

André Valente (UERJ)

 

Os estudos sobre neologismos têm estabelecido , ultimamente, profunda ligação com conceitos da Análise do discurso. A valorização das práticas discursivas passou a fazer parte das pesquisas de vários pesquisadores da área neológica. Nessa vertente, insere-se o meu trabalho sobre neologismos midiáticos. Para abordá-los, combinarei,na fundamentação teórica, obras de Patrick Charaudeau e Louis Guilbert relativas, respectivamente, ao discurso e as criações neológicas. Para tratar destas, utilizarei trabalhos consagrados no Brasil, das autoras Ieda M. Alves, Maria A Barbosa e Nelly de Carvalho.

O corpus utilizado foi retirado de manchetes,charges ou textos(matérias e artigos) midiáticos dos principais jornais e revistas do país. Na análise, pretendo ressaltar a importância dos neologismos no processo de renovação lexical, com destaque para os aspectos semântico-discursivos neles encontrados.


Nominalização e memória discursiva

Hilda de Oliveira Olímpio (UFES)

 

A partir da noção de referenciação como produção de objetos-de-discurso, procura-se mostrar como a memória discursiva interfere nessa produção, particularmente nas estratégias de nominalização, evidenciando um processo dialógico entre interdiscurso (memória) e discurso (evento enunciativo).

 

 

NOS BASTIDORES DA VILA ISABEL
O
PROCESSO CRIATIVO DE JOÃOZINHO TRINTA NO CARNAVAL 2005

Juliana dos Santos Barbosa (UEL)

 

O presente artigo se propõe a analisar os bastidores do processo criativo de Joãozinho Trinta no Carnaval 2005 – ano em que foi responsável pelo carnaval da Escola de Samba Unidos de Vila Isabel. Da mesma forma, objetiva também a fazer uma análise estilística do samba-enredo desenvolvido pela Escola neste ano.

Com base nas postulações da Crítica Genética e da Estilística, se propõe a averiguar a transmutação de formas do processo criador do artista no desenvolvimento do enredo sobre a navegação, bem como analisar os aspectos lingüísticos do samba-enredo: “Singrando em mares bravios... construindo o futuro”,

O método de investigação da Crítica Genética irá permitir analisar o Desfile a partir de sua construção, sob o ponto de vista das linguagens que compõem o seu percurso dos “barracões à Apoteose”. Já os conceitos da Estilística nos servirão para identificar de que forma o samba-enredo da Escola comunicou os conteúdos do tema definido pelo enredo.

O levantamento de dados envolve uma pesquisa bibliográfica sobre Carnaval, Crítica Genética e Estilística, bem como a observação empírica dos bastidores do carnaval (barracão, ateliê, quadra, ensaio) e do Desfile das Escolas de Samba do Rio de Janeiro, ocorrido em fevereiro de 2005.

 

 

NOVA EDIÇÃO PARA AS INVESTIGAÇÕES FILOLÓGICAS DE M. SAID ALI

Jorge Moutinho (UERJ)

 

Esta comunicação tem por objetivo relatar o percurso da preparação de uma nova edição da obra Investigações filológicas, de M. Said Ali, em cuja realização venho colaborando com o professor e gramático Evanildo Bechara. No cotejamento das versões originais dos textos – que vieram a público nos primeiros anos do século XX em diversas publicações especializadas – com as da última edição da obra, lançada em 1976, foram detectadas diversas alterações, incluindo falta de determinados trechos e erros de transcrição, o que deu margem a interpretações errôneas quanto a certos conceitos em questão. Exemplos desses “deslizes” verificados no trabalho de preparo da nova edição serão relatados nesta comunicação.

Além de estabelecer o teor original das lições do professor M. Said Ali, a nova edição de Investigações filológicas, sob a orientação de seu dileto discípulo Evanildo Bechara, traz como acréscimo uma relação das palavras estudadas, de modo a facilitar a pesquisa de filólogos e interessados no estudo da Língua Portuguesa quanto aos importantes assuntos abordados na obra. As lições do velho mestre estão divididas em temas como gramática, etimologia, fonética, estilo, meios de expressão e alterações semânticas, ensino do idioma e interpretação de textos literários.


O acesso ao sagrado através do discurso trágico
na
poesia de Murilo Mendes

Alexandra Vieira de Almeida (UERJ)

 

Tenho como objetivo nesta comunicação associar a poesia, o trágico e o sagrado, percebendo que pela via do trágico se chega ao sagrado através do discurso poético. Observamos na poesia de Murilo Mendes uma série de tensões e elementos conflitantes que caracterizam o trágico. A partir da experiência do contato com o numinoso, o "tremendum" e "fascinans", temos o desejo humano pela imortalidade, num desejo sobrenatural de transformar-se no divino, de se "deificar". Mas, por outro lado, há um abismo entre Deus e o mundo, que separa o infinito do finito, o "sanctum" do pecador. Minha comunicação pretende analisar como conciliar realidades inconciliáveis a partir do trágico na literatura.

 

 

O ALFABETO OGAM

Rilza de Moura Barbosa (UERJ)

 

O ogam era um alfabeto céltico usado pelos druidas nas advinhações, mágicas, comunicações secretas e inscrições. Originou-se na Bretanha, talvez por volta de 2.200 a.C., onde se encontram quase todos os exemplos sobreviventes. A maioria são inscrições em pedras memoriais e a maior parte das informações que temos hoje vem de um manuscrito do século quinze chamado O Livro de Ballymote, que provavelmente foi transcrito de textos mais antigos. Nele estão descritas as origens do OGAM, como segue:

De onde, em que época, por quem e por que motivo surgiu o ogam?

O lugar é a ilha de Hybernia, que nós, escoseses, habitamos; a época é a de Breass, filho de Elathan, rei de toda a Irlanda.

A pessoa era Ogma MacElathan, filho de Dealbadh, irmão de Breass; pois Breass, Ogma e Dealbadh eram os três filhos de Elathan, que era filho de Dealbadh. Ogma, sendo um especialista em dialetos e poesia, inventou o OGAM, que era composto de sinais de uma fala secreta conhecida apenas pelos eruditos e mantida longe do alcance do povo comum e pobre da nação... era escrita em casca de vidoeiro e dada a Lugh, filho de Etlem...

Diferentemente da maioria dos outros alfabetos, o OGAM não tem caracteres separados, únicos, mas em grupos de cinco letras representadas por uma, duas, três, quatro ou cinco linhas acima, abaixo ou cortando ao meio uma linha de base chamada druim. Nas pedras verticais, o canto da pedra formava o druim e era conhecido como arris.

As letras do OGAM eram chamadas de fedha ou fews e eram escritas da esquerda para a direita ou de cima para baixo, e as inscrições geralmente começavam com um símbolo chamado de “pena” (>). Havia, originalmente, quatro grupos de cinco fews, embora outro grupo de sinais tivesse sido acrescentado mais tarde para representar ditongos Eram 20 os fews.

Para os celtas, a palavra escrita era considerada tão poderosa que era uma raridade e não uma norma. Toda língua cética, naquela época, era cheia de conexões e significados tão profundos e complexos que talvez nunca saibamos seu verdadeiro significado. Os celtas acreditavam que as palavras começando com a mesma letra representava uma árvore, um açor, um pássaro, uma profissão. Algumas árvores são plantas. Obviamente, a definição de árvore para eles, era diferente da nossa.

Enfim, o alfabeto OGAM, assim como todo o universo e línguas célticas estão envoltos pela mitologia, magia, referências a universos insondáveis da mente humana.


O Álvaro de Campos da primeira fase: leitura do poema Opiário

Lucia Maria Moutinho Ribeiro (UNIRIO)

 

Pretende-se interpretar Opiário, o primeiro poema da produção heteronímica de Álvaro de Campos, à luz da sucessão no tempo, isto é, entre presente, passado e futuro. Antes disso, defina-se o conceito de heterônimo e saiba-se quem foi Álvaro de Campos.

 

 

O APOSTO, UM MECANISMO LINGÜÍSTICO-DISCURSIVO
EM TEXTOS PUBLICITÁRIOS

Marizeth Faria dos Santos Araújo (UFRJ)

 

Este estudo propõe-se a revelar o valor lingüístico-discursivo do aposto a partir da análise de sua ocorrência e produtividade no universo publicitário, ao qual esse recurso oferece significativa contribuição argumentativa. Ao representar uma voz dos imaginários sociais e do ethos dos sujeitos da interação, torna-se uma estratégia enunciativo-discursiva para a conquista da credibilidade e, conseqüentemente, para o alcance da adesão do interlocutor por meio do processo de sedução e persuasão.

A base teórica da pesquisa corresponde à confluência de teorias lingüísticas voltadas para o discurso, priorizando as contribuições oferecidas por Bakhtin, Ducrot, Anscombre & Ducrot, Maingueneau e Charaudeau, além de estudos acerca do texto publicitário e de diversas abordagens gramaticais a respeito do aposto, desde a tradição até os estudos mais contemporâneos.

A pesquisa focaliza uma análise qualitativa dos dados, embora utilize um tratamento quantitativo em relação a certos aspectos para subsidiar determinadas comparações e conclusões. A partir dos resultados obtidos, pode-se perceber que uma proposta textual e discursiva acerca do valor do aposto ultrapassa as inúmeras classificações sintáticas e/ou semânticas atribuídas a esse termo e desconstrói o tratamentotermo acessório’ oferecido a ele numa perspectiva que desconsidera a enunciação e todos os fatores envolvidos na situação comunicativa.

 

 

O BANDIDO E O HERÓI: O TRÁGICO NA VIDA-ARTE DE PAULO LEMINSKI

Luciana de Ipanema Moreira Pinto da Luz (UERJ)

 

O poeta Paulo Leminski viveu extraindo poesia do cotidiano em atitude desmedida que abraçou todos os aspectos de sua história. Querendo converter vida em poesia, e vice-versa, trilhou um caminho contraditório. Enveredou por um processo autodestrutivo enquanto se empenhava em construir uma obra significativa, burilada no inconciliável jogo entre o rigor sofisticado e o descompromisso pop. O heroísmo suicída de quem não se poupou à dor física e à inquietação intelectual, e o abalo causado por sucessivas perdas traçaram seu caminho para a cirrose hepática ou “prometéica” na definição de Haroldo de Campos, que causou sua morte. A abordagem do espírito trágico que permeia a vida e a obra do poeta será baseada na leitura da biografia Paulo Leminski: o bandido que sabia latim (2001) e em poemas escolhidos.


O bestiário na Apologia de Jerônimo contra Rufino

Luís Carlos Lima Carpinetti (UFJF)

 

Obra de caráter polêmico, tendo, por este fato, herdado dos modelos clássicos suas principais estratégias discursivas e linhas de pensamento, a obra Apologia de Jerônimo contra Rufino nos oferece abundantes ocorrências da utilização das imagens de animais para representar os aspectos grotescos, cômicos, caricaturais e escabrosos das situações que o polemista deseja atacar. Salientaremos figuras como as do cão, asno, corvo, escorpião, raposa, porco, tartaruga, cobra, dentre outros e suas respectivas implicações simbólicas na construção desta polêmica obra de São Jerônimo.

 

 

O CONSONANTISMO GALEGO NO CONTEXTO DA ROMÂNIA IBÉRICA

Valéria Gil Condé ( USP )

 

O galego herdou o sistema consonântico do latim, por isso possui pontos de convergência com as línguas românicas em geral e uma grande unidade com as línguas românicas da Ibéria. Do ponto de vista comparativo, as oclusivas, por exemplo, igualam-se às línguas românicas, particularmente às da Ibéria. A oclusiva sonora bilabial [b] somente em princípio de palavra mantém-se; já entre vogais, representa-se por uma fricativa [ß], fenômeno recorrente nas línguas ibéricas. Nota-se ainda, uma vacilação na pronúncia entre [b] e [v], as quais neutralizaram-se em favor de [ß]. Outros fonemas consonantais serão apresentados nesse estudo para que se depreenda se o galego apresenta soluções inovadoras ou conservadoras, assegurando a sua inserção no continuum lingüístico do Noroeste Peninsular.

 

 

O DISCURSO POÉTICO, METÁFORA E INTERTEXTUALIDADE

Ivone da Silva Rebello (PCRJ)

 

O presente trabalho é uma reflexão sobre o processo metafórico e intertextual no discurso poético. A abordagem teórica está calcada em autores diversos (Aristóteles, Boléo, Curtius, Vianu, Hutcheon, Kristeva, Bakhtin e outros) que estudaram a metáfora e a intertextualidade. Tais preceitos teóricos são regidos pelo mesmo princípio: dois textos num único contexto, entremeados por uma polifonia a ser interpretada por leitores atentos à linguagem poética. Os textos e vozes que cruzam as formações discursivas são engendrados por uma linguagem marcada pelo sistema metafórico que estrutura o nosso pensamento. O discurso lírico é intrínseco à natureza humana, pois a poesia é feita de palavras, as quais representam para o poeta signo e coisas e a ação possível dessas coisas. O questionamento sobre o processo metafórico e intertextual dar-se-á nos poemas de autores latinos, brasileiros e portugueses.

 

 

O ensino da argumentação nas aulas de língua portuguesa:
três propostas

Sigrid Gavazzi (UFF e CIAD-RIO)

 

Breve histórico sobre a argumentação: da Retórica Clássica à sua atual revalorização. Estudo das estratégias argumentativas como suportes para o ensino mais profícuo da produção textual/dissertação no ensino médio. Divisão da matéria em três degraus analíticos: (1) estrutura maior/ completa (premissa maior, premissas menores e conclusão); (2) estrutura intermediária/central (valores/lugares argumentativos) e (2) estrutura pontual/menor (tipos de argumento). Aplicação pedagógica da teoria em textos mediáticos (de entrevistas a quadrinhos).

 

 

O ensino de Português Língua Estrangeira
com enfoque cultural: novas diretrizes

Adriana Figueiredo (UFF)

 

Este trabalho enfoca a abordagem da cultura brasileira no ensino de Português Língua estrangeira (PLE). A partir de uma pesquisa, na qual investigamos oito livros-texto de PLE editados no Brasil nos últimos 15 anos e identificamos aqueles que apresentam tópicos culturais incluindo o componente histórico, propusemos um modelo para desenvolvimento de tópicos culturais, objetivando apontar possibilidades de materialização de uma abordagem de natureza histórico-crítica em materiais didáticos de PLE.

 

 

O ensino de Português no Brasil do Império à República

Leonor Lopes Fávero (PUC/SP e USP)

 

Criado em 1837, o Imperial Collegio Pedro II, somente em l837 verá aprovados os primeiros programas de ensino, o que representou um progresso, pois,com eles se estabelecia não só a orientação dos estudos, mas também os livros didáticos e a disciplina gramática geral e nacional passava a denominar-se português, embora continuasse a ser ministrada somente no primeiro ano. Essa situação perdura até 1881 quando passa a ser ministrada até o 5o. ano, continuada no 6o. pela retórica, poética e literatura nacional, terminando no 7o.com a história da língua. Nesse ano também é adotada a Gramática de Júlio Ribeiro, saindo-se da influência da gramática geral e filosófica; essa nova orientação nos estudos se acentua em 1887 com a reestruturação do programa feita por Fausto Barreto.

Criado para servir de modelo às demais escolas do país, inúmeras reformas acabaram por anular esse objetico que só vai realizar-se na primeira República quando passa a denominar-se Ginásio Nacional, porém, apesar das intenções de seu reformador, Benjamin Constant, continuou a padecer dos mesmos males que o atingiram durante o Im pério.

 

 

O ENSINO E AS GRAMÁTICAS NA PRIMEIRA REPÚBLICA BRASILEIRA

Márcia A G Molina (UNISA)

 

Neste trabalho que é um recorte de nossa tese de doutorado defendida recentemente na Universidade de São Paulo, à luz da História das Idéias Lingüísticas, objetivamos traçar um breve perfil do ensino na Escola brasileira na virada do século XIX para o XX, mostrando que os contrastes encontrados na sociedade refletiam-se na educação. Observaremos que, naquele momento de transição, nas Instituições de ensino dialogavam tanto os “atrasos” do regime monárquico, quanto a “modernidade” almejada pela República. Grandes e iluminadas construções coexistiam com muitas pequenas e escuras; cursos seriados concorriam com aulas avulsas, ministradas muitas vezes ou por bacharéis desempregados ou por preceptoras importadas. Veremos que, o Colégio de Pedro II, designado como modelo, ditava o programa de ensino para as demais escolas públicas, mas em virtude da extensão do país e da falta de comunicação, quase somente as das grandes capitais conseguiam, de certa forma, atendê-lo. Quanto aos métodos, apontaremos que os trazidos da Europa dividiam os estudiosos, pois algumas escolas não se desvencilhavam do Lancaster (Lancaster e Bell)que determinava a seleção de um, o mais instruído, em cada grupo de alunos, para orientar os colegas, auxiliando o único professor da escola. Para o ensino de Língua Portuguesa, revelaremos que se adotavam tanto as gramáticas de modelo filosófico, como as de Sotero dos Reis e de Augusto Freire da Silva, quanto as científicas de Júlio Ribeiro e Maximino Maciel.

 

 

O Ensino Instrumental de Línguas Estrangeiras

Rosangela Ávila Dantas (UERJ)

 

O ensino de Línguas Estrangeiras através da Abordagem Instrumental surgiu durante a II Guerra Mundial como uma possibilidade de satisfazer às necessidades específicas daqueles que precisavam se comunicar em diferentes contextos.

O Abordagem para Fins Específicos ou o Enfoque Instrumental, como é conhecido no Brasil, se caracteriza principalmente por se pautar no levantamento de necessidades (e desejos) do(s) aluno(s). Logo, a composição do programa, a identificação da metodologia adequada, assim como a confecção de todo o material didático a ser utilizado, dependem e devem ser desenvolvidos a partir desse levantamento.

No Brasil, esse enfoque foi introduzido pelo “Projeto Nacional de Ensino de Inglês Instrumental em Universidades e Escolas Técnicas Federais Brasileiras”, com sede na PUC-SP, no início da década de 80. A leitura foi identificada pelo Projeto como a habilidade mais necessária para os alunos desses dois segmentos. Por essa razão, o enfoque Instrumental tem sido confundido com o ensino tão somente da leitura. Vale ressaltar que através dessa perspectiva tanto as quatro habilidades podem ser desenvolvidas simultaneamente como isoladamente, dependendo da necessidade do(s) aluno(s).

Segundo Hutchinson e Waters (1987), diga-me para que você precisa aprender a língua e eu lhe direi o que da língua você precisa aprender (“Tell me what you need English for and I will tell you the English that you need” ( p. 8).

 

 

O espaço melancólico português
nas 3
Cartas da Memória das Índias de Al Berto

Tatiana Pequeno da Silva (UFRJ)

 

Este trabalho pretende investigar de que maneira a melancolia é enunciada através da linguagem poética do escritor contemporâneo Al Berto na obra 3 Cartas da Memória das Índias. Para tanto, pretendemos utilizar a linha teórica proposta por Benjamin na Origem do Drama Barroco Alemão e vincular tal proposição a um imaginário cultural português que justifique a imersão do sujeito lírico no espaço fragmentado de uma dimensão contingencial. Além disso, interessa-nos averiguar a passagem, o trânsito de uma reflexão diacronicamente coletiva para uma reflexão potencialmente subjetiva, na medida em que a Lírica ocidental, através de Adorno, tende a promover o embate entre sujeito e História.

 

 

O ESPAÇO REVISITADO

Edina Regina P. Panichi (UEL)

 

Um grande montante de textos descritivos do memorialista Pedro Nava era baseado em desenhos elaborados pelo autor. O desenho recupera a imagem e a escritura registra a soma de imagem e grafia, numa condensação de várias linguagens na construção do esboço textual.É um recurso espacial com vistas à descrição pormenorizada dos lugares da memória, da recomposição de um passado que se desenha no presente. Trata-se de uma atitude de recuperação: trazer de volta um conjunto de imagens significa produzir uma conjugação entre linguagem e pensamento. Uma vez que o pensamento só ocorre por meio de signos, o conceito de tradução intersemiótica exerce, aqui, um papel fundamental ao lado da idéia de tradução como (re)criação. O texto final resultante teve início na planta de um estabelecimento belo-horizontino esboçada pelo autor como recurso de memória, ou seja, como recurso auxiliar na reprodução de um ambiente. Nesse sentido, o Café e Confeitaria Estrela, detalhado na planta analisada, desvincula-se de um registro frio para transformar-se num relato minucioso, motivado pelo sentimento que a reconstituição desperta. As mãos do narrador vão, assim, resgatando minúcias e completando as antigas impressões depositadas na memória.

 

 

O ESTUDO DA LITERATURA MEDIEVAL NA FACULDADE DE LETRAS DA UFRJ
CAMINHOS INTERDISCIPLINARES

Álvaro Alfredo Bragança Júnior (UFRJ)

 

O presente trabalho coloca à disposição dos estudiosos os primeiros resultados do Projekt MittelalterProjeto Idade Média – , desenvolvido na Faculdade de Letras da Universidade Federal do Rio de Janeiro. O âmbito do Projeto prende-se à Medievística, enquanto ciência aglutinadora dos estudos sobre a Idade Média através de um viés interdisciplinar, que privilegia a Literatura e a História . Serão apresentados os trabalhos dos discentes envolvidos no Projekt, que partem de monografias de Iniciação Científica até Monografias de Mestrado. O objeto literário – fonte – é articulado com outras instâncias epistemológicas dentro de uma visão mais ampla, onde testemunho estético e documento historiográfico se fundem Os alunos pertencentes ao GRUDEM – Grupo Discente de Estudos Medievais – ligados ao Projekt preparam-se para o ingresso no Mestrado em História Comparada do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais, com vistas ao estabelecimento de dissertações que abarquem as especificidades dos discursos literário e historiográfico. Característica decisiva na feição do Projekt Mittelalter é a análise de textos oriundos do espaço geográfico de língua alemã e inglesa entre os séculos VIII e XIV, com o estudo daqueles dentro de seus respectivos estratos lingüísticos, para onde confluem as perspectivas das ciências humanas e sociais, a fim de explorar ao máximo as possibilidades interpretativas dos textos, configurando-se assim em um projeto inovador dentro dos estudos de Germanística no Brasil.

 

 

O ESTUDO DO LÉXICO EM ESCRITORES BRASILEIROS

Luci Mary Melo Leon (UERJ)

 

Este trabalho tem por objetivo apresentar duas obras que privilegiaram o léxico. Tanto o livro A Lexicologia de Os Sertões de Manif Zacharias e O Léxico de Guimarães Rosa de Nilce Sant’Anna Martins procedem do levantamento de vocábulos empregados com valor estilístico. A obra de Nilce Sant’Anna selecionou, preferencialmente, palavras evocativas. Logo, não foram incluídos vocábulos que todos conhecem e usam. Já o escritor Manif fez vários estudos do vocabulário euclidiano, para que estudantes dos cursos de literatura brasileira pudessem penetrar no estilo e no pensamento de Euclides da Cunha. A importância desses trabalhos está na possibilidade de vir a incentivar os estudiosos do vocabulário da língua portuguesa, a não ficar somente diante desses dois trabalhos. O objetivo é que essa corrente do léxico tenha um papel na criação artística, desenvolvendo outros trabalhos do vocabulário de grandes escritores brasileiros.Com certeza, o leitor não receberá esse estudo de forma passiva. A intenção é contribuir e estimular para que surjam outros estudos lingüísticos.


O estudo do vocabulário
em atividades do livro didático de alfabetização

Bárbara Olimpia Ramos de Melo (UFC)

 

O tratamento dado ao ensino do léxico na escola ainda deixa muito a desejar. A análise dos livros didáticos, notadamente daqueles destinados á alfabetização, permite constatar a escassez e inadequação desse tipo de atividade. A presente pesquisa objetiva analisar como o livro didático Viver , aprender, destinado à alfabetização de adultos trata desta questão. Conforme Biderman (1998), tradicionalmente, duas disciplinas estudam e descrevem o léxico: a lexicologia e a lexicografia.

O estudo ora apresentado inscreve-se no campo da Lexicologia, uma vez que propõe analisar as atividades referentes ao léxico presentes no livro didático Viver, aprender, utilizando a classificação das atividades sistematizadas por Moreira (1996) que, reiteradas vezes, enfatiza a importância de um trabalho pedagógico para ampliar o vocabulário do aluno. Considerando que as atividades de alfabetização devem sempre pautar-se na leitura e produção de textos e sabendo que a compreensão de um texto se dá através da relação entre conhecimentos lingüísticos, sociocognitivos e interacionais e que o reconhecimento instantâneo do vocabulário tem um papel importante nesse processo, pudemos observar que o livro analisado não apresenta de forma satisfatória atividades que desenvolvam de forma significativa o estudo do léxico.

 

 

O Fictício e o Imaginário de Wolfgang Iser
na Obra Chinela Turca de Machado de Assis

Geisa Jordão (UFF)

 

Ao pesquisar o fictício e o imaginário de Wolfgang Iser na obra Chinela Turca de Machado de Assis, partiu-se de um princípio direcionado por Iser de que estes elementos que existem na vida real, também existem na literatura, porém na literatura esta articulação é organizada. Selecionamos passagens da obra machadiana onde o fictício além de abrir espaço para o imaginário do leitor o faz também em relação ao próprio personagem. O objetivo da pesquisa é justamente apresentar este novo imaginário, observado a partir da teoria de Iser de que a literatura funciona como modificadora das ações e reações do homem. O trabalho foi realizado levando em conta o capítulo Atos de Fingir de Wolfgang Iser, e o texto de Machado é excelente laboratório para o fictício e o imaginário. Apresenta-se neste trabalho um dado novo, original, que é a análise do imaginário do personagem paralela ao imaginário do leitor. Segundo Iser o fictício e o imaginário existem como experiência de evidência, seja porque superamos o que somos através de mentiras e dissimulações, seja porque vivemos nossas fantasias durante nossos sonhos diurnos, nos sonhos, nas alucinações. “O ato de fingir é, portanto, uma transgressão de limites. Nisso se expressa sua aliança com o imaginário.”

 

 

O FUTURO DO PRETÉRITO E SUAS VARIANTES
UM ESTUDO DE MUDANÇA EM TEMPO REAL DE LONGA DURAÇÃO

Ana Lúcia dos Prazeres Costa (UCB)

 

Apresentação de parte da tese de doutorado em Lingüística (Sociolingüística), defendida na Faculdade de Letras da UFRJ em 2003, sobre o estudo diacrônico das formas que variam com o futuro do pretérito. Será apresentada a pesquisa de mudança em tempo real de longa duração, em que foram analisadas trinta e três peças de teatro datadas de 1733 a 1997, a maioria das quais ambientadas no Rio de Janeiro. Entre outras observações, notou-se que se comporta como variante inovadora a perífrase com o verbo auxiliar “ir” (ia+infinitivo), forma gramaticalizada do verbo ir de movimento (Se tivesse dinheiro, eu ia comprar uma casa).


O GRAU DO ADJETIVO: UMA ABORDAGEM ALÉM DA FORMA

Rosana Aparecida da Silva (UFRJ)

 

O grau do adjetivo, neste estudo, apresenta-se na perspectiva morfossintático-semântica, entrelaçado na abordagem textual-discursiva. Visando à reflexão para contemplar todos esses aspectos, buscaram-se subsídios teóricos na gramática tradicional, nos lingüistas, na prática docente e nos manuais didáticos.

Sendo assim, partiu-se inicialmente da controvérsia existente sobre o assunto, na qual o grau do adjetivo é tratado ora como um processo de flexão, ora como derivação. Sob esse prisma, concluiu-se, através da pesquisa, que enfoque poderá ser mais adequado ao ensino de língua portuguesa.

Como o assunto não se esgota na dimensão morfológica do processo flexional ou derivacional, prosseguiu-se a investigação do grau do adjetivo nas possibilidades semânticas. Nesse sentido, verificaram-se nuanças da gradação nem sempre explicitadas na descrição gramatical centrada no estudo morfossintático.

Levantaram-se, ainda, dados observáveis na prática docente, através de questionários aplicados aos professores do ensino fundamental, e análise dos livros didáticos. Após a comparação entre o ensino existente – e seus resultados – e o pretendido, foram sugeridas atividades voltadas à prática pedagógica, tomando como referenciais os textos de jornal e revistas. Estas atividades seguiram como parâmetro a abordagem textual-discursiva, na qual, a partir da interação comunicativa, se torna possível a explicitação do processo de análise lingüística. Dessa forma, verificou-se que os mecanismos morfológicos, sintáticos e semânticos, juntos, em situação contextualizada, podem contribuir para um ensino mais eficiente.

 

 

O JUDEU-ESPANHOL NA COMUNIDADE SEFARADÍ DE SÃO PAULO

Antón Castro Míguez (Faculdade Cásper Líbero)

 

O presente trabalho é resultado de pesquisa desenvolvida em nossa dissertação de mestrado, de título homônimo, defendida em março de 2004, na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, e tem por objetivo apresentar um panorama do judeu-espanhol na comunidade sefaradi de São Paulo, especificamente no que tange a sua situação atual. Em nosso trabalho, partimos dos pressupostos teóricos oferecidos pela sociologia da linguagem, principalmente dos estudos realizados por Joshua Fishman, bem como da historiografia tradicional e da história oral. Pudemos comprovar que, embora as gerações mais novas não empreguem mais o judeu-espanhol, este sobrevive no cancioneiro tradicional e, principalmente, nos provérbios e dichos, configurando-se em importante signo de identidade da referida comunidade.

 

 

O léxico e os valores da cultura

Maria Margarida de Andrade

 

O objetivo deste trabalho é evidenciar que o léxico espelha, de forma nítida, os valores culturais de determinada sociedade. Para alcançar o objetivo proposto, além de conceituar léxico e valores da cultura, analisar,ainda que sucintamente, as relações entre léxico e as disciplinas que estudam o significado: Semântica geral e Semiótica.Os aspectos levantados e analisados levarão a concluir-se que da análise do léxico pode-se inferir os valores da cultura.


O LÉXICO POPULAR EM LETRAS DO SAMBA CARIOCA

Flavio Aguiar Barbosa (UERJ)

 

Desenvolve-se, neste trabalho, um estudo do léxico de textos populares, especificamente de letras compostas por sambistas cariocas. Tal proposta torna-se particularmente relevante ao se considerar a carência de investigações sobre esse nível do léxico português, que subsidiem tarefas como a elaboração de verbetes lexicográficos. Serão ilustradas características lexicais marcantes do tipo de texto em questão a partir de canções de sambistas cariocas antigos e contemporâneos.

 

 

O LATIM DE TOMÁS DE AQUINO

Nestor Dockhorn (UGB)

 

A época de Tomás de Aquino. A Universidade de Paris. O latim empregado na época medieval. As obras de Tomás de Aquino. aspectos fonéticos e morfológicos do latim empregado por Tomás, especialmente na Summa Theologica. A sintaxe e as fórmulas feitas. O léxico da linguagem teológica e suas origens hebraicas e gregas.

 

 

O léxico românico: herança latina nas línguas ocidentais

Bruno Fregni Bassetto (USP e ABF)

 

O caráter social da linguagem humana foi destacado sobretudo por F. de Saussure, em oposição aos conceitos idealistas de Humbolt, Wundt, Vico, Benedetto Croce e Karl Vossler. Os melhores resultados nos estudos da linguagem foram obtidos através do enfoque de que a língua é expressão de uma cultura, a visão filológica. Tais resultados são altamente expressivos no estudo do léxico românico e ocidental, cuja base latina é indiscutível para as línguas românicas e, para as de outras origens, grande fonte de empréstimo para expressão dos mais diversos conceitos.Tal abordagem do léxico deve, de início distinguir entre as ditas herdadas, as semi-eruditas e as propriamente eruditas. Segundo especialistas, cerca de duas mil raízes ou radicais foram a herança lexical básica das línguas românicas, variando um pouco de uma língua para outra. Nessa abordagem urge não esquecer os fatores que fizeram surgir de uma língua bastante uniforme, como o latim vulgar, a > > diversidade lingüística léxica românica, tanto formal como semântica. Nesse aspecto, os conceitos de substrato, de Graziadio I. Ascoli, de superstrato, de W. von Wartburg como também o de adstrato são esclarecedores. Embora as línguas românicas sejam formas evoluídas e modificadas do latim chamado vulgar, o latim eclesiástico e medieval, baseado no latim literário, continuou a ser usado de modo contínuo e prático, tornando-se uma fonte contínua de empréstimos, não apenas para as línguas românicas, mas também para as de outros grupos, como as germânicas. Destaque-se ainda que em latim são dados os nomes no campo da botânica, da zoologia,do trabalho filológico da reconstituição dos textos e mesmo na informática abundam os termos de origem latina. Veja-se, como exemplo, o termo "bit", constituído a partir da expressão latina "bi(narius) t(erminus)", termo binário, pois o computador trabalha com a combinação binária de 0 e 1. Caso se queira realmente um conhecimento mais aprofundado do léxico, essa visão diacrônica é indispensável.


O modelo épico camoniano no século XX brasileiro

Aderaldo Luciano dos Santos (UFRJ e FGS)

 

Os Lusíadas de Camões foi o modelo de nossos poemas épicos coloniais. Prosopopéia (1601), de Bento Teixeira, O Uraguai (1769), de Basílio da Gama, Caramuru (1781), de Santa Rita Durão e Vila Rica, de Cláudio Manuel da Costa foram nossos frutos camonianos mais difundidos. A mesma crítica que finou a épica, tentou finar também nossa tradição epopéica. Queremos, com este trabalho, repensar esse equívoco, esse seqüestro. Pretendemos mostrar que o modelo épico camoniano, longe de ter perdido força, esteve vivo em todo o séc. XX brasileiro, esquecido do Cânon, mas ativo e produtivo. Assim aparecem Brasileis (1923), de Augusto Meira, em pleno Modernismo, A segunda visão de Tiradentes e Ajuricaba, o guerreiro manau (ambos de 1948), de Hugo Bellard, Brasilidéia (1962), de Innade de Carvalho Tupper, Os Brasileidas (1962), de Carlos Alberto Nunes, Canudos (1967), de Paschoal Villaboim Filho e Latinoamérica (2000) de Marcus Accioly. Constatamos, por esse rol, que o modelo camoniano atravessou os séculos, plantou-se em nosso solo literário e está frutificando. A nossa tradição épica, mesmo a crítica tendo fechado os olhos, é adjuvante de suma importância na formação da literatura brasileira contemporânea. Em outras palavras a poesia épica não morreu.

 

 

O PARTICÍPIO E O GERÚNDIO: UMA VISÃO DIACRONICA

Jaciara Ornélia Nogueira de Oliveira (UCSAL e UNEB)

 

A partir de estudo comparado das formas de particípio e gerúndio constantes do texto original latino Sancti Bernardi sermones ad laudem gloriosae Virginis Matris, escrito por Bernard de Clairvaux, no século XII (aproximadamente1124) e das respectivas traduções contemporâneas para a língua portuguesa, espanhola e francesa, procede-se à análise da conservação e da mudança dos particípios presentes e dos gerúndios na correspondência observada do texto latino para as línguas românicas escolhidas. Os dados foram interpretados à luz do funcionalismo, considerando os processos de gramaticalização e a teoria dos protótipos. Após a análise e interpretação dos dados, conclui-se que, embora já esteja, em alguns poucos casos, substituído pelo gerúndio, o particípio presente encontra-se em plena vitalidade no latim eclesiástico da Idade Média. Quanto às línguas românicas, observa-se uma discreta conservação do particípio no português e no espanhol e, mais acentuada, na língua francesa. A respeito das mudanças, desde o latim, os particípios tendem a ser nominalizados, fato que se expande nas línguas românicas. Outras mudanças também ocorrem, entre as quais, destaca-se a mudança particípio/gerúndio, fenômeno singular, explicável a partir da teoria dos protótipos. A pesquisa aponta, ainda para a necessidade de uma revisão da gramática tradicional no sentido de citar e abonar o particípio presente como elemento de nossa herança lingüística ainda vigorante.

 

 

O PÓS-ESTRUTURALISMO EM DUAS VERTENTES DE INTERPRETAÇÃO

Maria Antonieta Jordão de Oliveira Borba (UERJ)

 

Trata-se de apresentar duas propostas de interpretação de discurso que emergem no pensamento ocidental, em função do corte epistemológico efetuado no final da década de setenta. À época, duas grandes vertentes teóricas puseram em xeque a principalidade das concepções básicas do estruturalismo que, através de um método e respectivos conceitos, compunha a base possibilitadora de análises que remetiam para o conceito de sentido a ser atribuído ao texto literário. A partir das reflexões de Nietzsche e da Teoria do efeito, surgem novas concepções sobre texto, autor, literatura, signo semiológico, que repercutem significativamente no campo das Ciências Humanas e Sociais e, conseqüentemente, entre teóricos da literatura, no sentido de criarem as condições de possibilidade para que a concepção de interpretação passasse a ocupar outros paradigmas, nos quais se questiona, em comum, a existência de uma semântica prévia do texto. Duas vertentes destacam-se com suas propostas de pensar a construção da literatura pela interferência do leitor, formando, assim, novas concepções de interpretação.

 

 

O POVO CONTRA O POVO NO IMAGINÁRIO ESPORTIVO MINEIRO

Marcelino Rodrigues da Silva (UNINCOR)

 

A partir dos livros Raça e amor; a saga do Clube Atlético Mineiro vista da arquibancada, de Ricardo Galuppo, e Páginas heróicas; onde a imagem do Cruzeiro resplandece, de Jorge Santana, o trabalho discute os sentidos socialmente atribuídos à rivalidade entre os dois maiores clubes de futebol do estado de Minas Gerais. Reconhecendo as duas agremiações como portadoras de tradições eminentemente populares, os livros, no entanto, atribuem a elas sentidos sutilmente diferentes. O objetivo do trabalho, então, é identificar e interpretar essas diferenças e relacioná-las à história social e cultural da cidade de Belo Horizonte.

 

 

O PRIMEIRO LIVRO DOS FASTOS DE OVÍDIO

Edison Lourenço Molinari (UFRJ)

 

O primeiro livro dos Fastos abrange as festas religiosas romanas de janeiro. Este mês era consagrado a Jano, o deus tutelar de todos os começos.

Dentre as matérias aí desenvolvidas, encontramos, além das características gerais dos dias e da indicação dos astros do mês, o destaque especial para duas divindades: Jano, o deus bifronte, e Carmenta, a deusa profética. Os versos finais constituem uma prece pela paz no mundo romano.

 

 

O problema de critérios semânticos
na
descrição das funções sintáticas

Christiana Lourenço Leal (UERJ)
Danielle de Menezes e Souza
(UERJ)
Mônica Aparecida
Lima Lopes (UERJ)
Christine Mello Ministher (UERJ)

 

A proposta desse trabalho é aclarar alguns pontos da gramática normativa que, por utilizar critérios semânticos em suas definições, acabam falhando na aplicação prática das funções sintáticas.

Tendo em vista que a proposta desse trabalho é uma mesa redonda, o tema será dividido em quatro partes, a saber:

1.       A questão do sujeito indeterminado;

2.       A questão da oração sem sujeito;

3.       A transitividade e as vozes verbais;

4.       A distinção entre complemento nominal e adjunto adnominal.

Cada uma dessas partes será abordada sob aspectos semântico-gramaticais, mostrando os problemas e tentando sugerir soluções para o ensino das funções sintáticas.

Como objeto de pesquisa, serão utilizadas gramáticas clássicas da Língua Portuguesa, como as dos saudosos professores Rocha Lima e Celso Cunha, e do atuante Evanildo Bechara, bem como gramáticas escolares, como a de Ernani e Nicola, dentre outras.

Além dessa base teórica já citada, é imprescindível citar a Gramática Descritiva de Mário Perini, por sua abordagem prática da língua, num tratamento sincrônico.

Alguns trabalhos já foram realizados sobre o problema do ensino da língua, mas soluções reais ficam apenas na utopia de uma mudança na estrutura escolar. Neste trabalho, a questão toma outro rumo, haja vista o poder dos próprios alunos em identificar onde estão os problemas da descrição gramatical.

Sendo assim, com este trabalho não se quer extinguir nomenclaturas, mas sim adaptar definições gramaticais às reais funções dos termos sintáticos nas orações.

 

 

O PROCESSO DE REFERENCIAÇÃO NA LEITURA
EM ESPANHOL COMO LÍNGUA ESTRANGEIRA

Sandréa Pontes (UniverCidade e SEE/RJ)
Cristina Junger
(UERJ)

 

Nos últimos anos no Brasil verificou-se um aumento do interesse no ensino/aprendizagem da habilidade leitora tanto em LM quanto em LE. A formação na área abrange a elaboração de programas e metodologias, produção e análise de materiais, análise das atividades leitoras e do processo em si, do “como” na construção de significados.

A ênfase no desenvolvimento desta habilidade se deve à necessidade em desenvolver habilidades cognitivas dos alunos e à necessidade acadêmica e profissional dos mesmos nas últimas décadas, que precisam buscar conhecimento muitas vezes só disponível em língua estrangeira. Por outro lado os PCNs do ensino médio estipulam o desenvolvimento das competências sociolingüística, discursiva e estratégica em LE e, desta forma, as escolas e o sistema educacional de maneira geral necessitam enquadrar-se na proposta.

É dentro deste quadro em que se atua como professor de língua estrangeira que foram detectadas dificuldades dos alunos na resolução de questões de toda ordem propostas para textos informativos, principalmente com relação a referenciação. Questiona-se aqui, se esta dificuldade se deve à deficiência de conhecimento sistêmico e léxico da língua estrangeira, que se vê refletida na dificuldade em pôr em prática a atividade leitora.

O presente trabalho tem como linha metodológica a pesquisa-ação, norteada pela pesquisa qualitativa de base descritiva, e objetiva discutir a operação de reconhecimento de referentes em atividades de leitura aplicadas em aulas de espanhol instrumental, para um grupo de 3º. ano do Ensino Médio de escola pública estadual.

 

 

O professor de Português do Brasil para Estrangeiros
como elaborador e avaliador de tarefas de produção textual

Norimar Júdice (UFF)

 

Enfoque das competências do professor de PBE como elaborador e avaliador de atividades de produção textual. Explicitação de critérios para elaboração e avaliação de tarefas de produção escrita desenvolvidas a partir de textos verbais e não-verbais. Apresentação de exemplos de atividades elaboradas e avaliadas pela equipe do Programa Português para Estrangeiros da Universidade Federal Fluminense.


O PROJETO DO LÉXICO DOS AUTOS DE QUERELLA

Expedito Eloísio Ximenes (UECE)
Emilia Maria Peixoto Farias
(UFC)
Ednusia
Pinto Carvalho (UFC)

 

O Léxico dos Autos de Querella constitui-se em um subprojeto do Projeto de Pesquisa TRADICE, Tradições Discursivas do Ceará, criado em 2004, na Universidade Federal do Ceará, no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Lingüística. O objetivo principal deste subprojeto é elaborar um glossário dos termos arrolados nos Autos, com vistas à melhor compreensão e ao registro ordenado dos termos pertencentes a esse gênero textual. Os Autos de Querella são documentos cartoriais, nos quais, estão registradas as queixas referentes a diferentes tipos de crimes. Para efeito deste projeto, serão consultados quatro livros do século XIX, compreendendo o período que vai de 1802 a 1832, da Capitania do Siará. Nosso trabalho tem como base a obra de Ximenes (2004), que apresenta a transcrição dos 65 documentos que compõem os quatro livros. Os textos foram transcritos conforme o modelo de edição semidiplomática, seguindo as normas estabelecidas pelo PHPB, Para a História do Português do Brasil. O glossário O Léxico dos Autos de Querella constará de quatro subdomínios: (01) das partes constitutivas, (02) dos sujeitos participantes (03) dos crimes praticados e (04) dos instrumentos utilizados nos crimes. Para tanto, servir-nos-emos das etapas processuais utilizadas na Terminologia em pesquisas de caráter temático. Os verbetes serão organizados em ordem alfabética dentro de seus respectivos subdomínios e apresentarão a seguinte microestrutura: termo + enunciado lexicográfico (informações gramaticais + paradigma definicional + paradigma pragmático + remissiva + ou – nota enciclopédica). Entendemos que o projeto, ora proposto, poderá contribuir com informações a respeito da realidade das pequenas vilas e fazendas do Ceará do século XIX, revelando suas múltiplas e complexas faces.

 

 

O PRONOME SE: UMA PALAVRA OBLÍQUA E DISSIMULADA

Castelar de Carvalho (UFRJ e ABF)

 

A gramática de base greco-latina distinguia três vozes verbais: ativa, passiva e medial, definindo esta como uma combinação das outras duas. Desaparecida a medial sintética do latim clássico, a medial analítica, ampliada pelo latim vulgar, irá fixar-se em português com os valores reflexivo e dinâmico, dando origem às atuais funções e atribuições sintáticas do nosso pronome se. No registro culto da língua, em construções mediais dinâmicas com sujeito tido como inanimado pela lógica gramatical, desempenha o se a atribuição de pronome apassivador, este uma criação românica. Ao alegado valor passivo das referidas construções pronominais, contrapõem-se, no entendimento dos falantes, duas interpretações distintas: ativa e impessoal, por um lado, e medial dinâmica, por outro. Essa oscilação interpretativa constitui um das fronteiras ambíguas mais intrigantes e polêmicas da sintaxe portuguesa.

 

 

"O PT acabou": aspectos polifônicos em entrevista de Fernando Gabeira

João Benvindo de Moura (UFPI)

 

O presente artigo pretende analisar aspectos polifônicos na entrevista intitulada "O PT acabou" do deputado federal Fernando Gabeira à revista Veja, em 15.06.05. Para constatação de que existem muitas vozes que interagem no discurso do deputado discorreremos sobre alguns postulados teóricos que nos serão imprescindíveis para esse estudo: o conceito de polifonia em Bakhtin (1992), em estudiosos de sua teoria como Brait (1996) Brandão (1995) e Maingueneau (1997). Também serão utilizados aspectos da Teoria Polifônica da Enunciação de Ducrot (1987).


O QUE ARISTÓTELES NÃO DISSE SOBRE O TRÁGICO

Carlinda Fragale Pate Nuñez (UERJ)

 

De acordo com Peter, Szondi (1961), “Desde Aristóteles há uma poética da tragédia; apenas desde Schelling, uma filosofia do trágico”. A presente comunicação discutira as discrepâncias entre a prerrogativa poetológica da tragédia e a dimensão filosófica e reflexiva do trágico. Se este se conectado àquela, a irrupção de suas propriedades não depende exclusivamente das regras do gênero, nem dos efeitos previstos de terror e compaixão professados pela tradição aristotélica. Na esteira dos filósofos idealistas alemães, confirmar-se-á a noção de que o trágico se organiza (e só se reatualiza) graças à vertente histórica que o atravessa.

 

 

O que é sentido no sincretismo da literatura infantil

Beatriz dos Santos Feres (UNIPLI eUFF)

 

A partir da noção de competência de linguagem, postulada por Patrick Charaudeau, e com o auxílio da semiótica peirceana, investiga-se a construção do(s) sentido(s) do texto sincrético de literatura infantil, aqui representado pelo livro Três reis magros (Figueyra e Nascimento, 1998).

 

 

O que os documentos históricos revelam

Rita de Cássia Ribeiro de Queiroz (UEFS)

 

Os documentos históricos, manuscritos, são objeto de muitas ciências, dentre elas a própria História, a Filologia, a Antropologia, a Sociologia, a Teologia, o Direito, etc. A documentação histórica manuscrita, produzida ao longo da história da humanidade, acumula-se em bibliotecas, arquivos, museus, acervos particulares e se constitui em um patrimônio lingüístico e cultural dos mais importantes. A partir do corpus composto por documentos manuscritos baianos dos séculos XVIII ao XX, mostrar-se-á a sua importância para a Filologia, para a história da língua portuguesa desenvolvida no Brasil e para a história da Bahia.

 

 

O que se Fossiliza?
problemas na oralização de diferentes tipos de textos

Viviane M. Martins de Sena (UFF)
Silvia Pegoraro Generoso (UFF)
Ucy Soto
(UFF)

 

Essa comunicação visa apresentar alguns dados preliminares de nossa pesquisa de IC na área de lingüística aplicada ao ensino-aprendizagem de espanhol como língua estrangeira. Nosso projeto “Fossilizações” faz parte de um projeto maior de nossa professora-orientadora e dialoga diretamente com o projeto “Modos de Ler” desenvolvido por outras duas companheiras integrantes do grupo de IC. “Fossilizações” visa analisar a relação que se estabelece entre sistemas fonológico e (orto)gráfico em atividades de leitura em fase avançada de aprendizagem de língua espanhola buscando detectar os principais “problemas” que permanecem presentes na interlíngua oralizada de alunos dos últimos períodos do curso de Letras. Realizamos, com esse fim, gravações de leitura em voz alta de dois tipos diferentes de textos. O primeiro, um conto tradicional Pedro y el Lobo – se organiza como esperado na forma de um discurso narrativo que, em princípio, e até por sua origem na tradição oral, estaria destinado à oralização. Conseqüentemente (e essa é nossa 1ª hipótese), imporia um grau de dificuldade menor a leitura em voz alta. O segundo texto seria um texto que imporia um grau de dificuldade maior a oralização (nossa 2ª hipótese) por se tratar de um texto didático que, por seu modo de organização, não necessariamente teria sido escrito para ser lido com olhos-boca-ouvidos(audiência)-compreensão, mas sim para ser lido primordialmente com olhos(sem audiência)-compreensão. Esse texto foi extraído de um manual de ELE (espanhol para estrangeiros) de nível avançado e apresenta uma organização discursiva que simula uma interação entre o enunciador-autor do manual e o enunciatário-aluno. Após a análise, nossos resultados serão cotejados aos resultados encontrados em “Modos de Ler” para que possamos tentar esboçar uma resposta à pergunta que lançamos no título dessa comunicação.

 

 

O SABER COMPARTILHADO,
O
MUNDO SEMIOTICAMENTE CONSTRUÍDO E O DISCURSO PUBLICITÁRIO

Cidmar Teodoro Pais (USP/UBC)

 

Dadas articulações postuláveis entre semântica cognitiva, semântica de língua e de discurso, sociossemiótica, semiótica das culturas, examinam-se relações entre processos de cognição e de semiose, enquanto fenômenos conceptuais e metalingüísticos, procedimentos determinantes de intertextualidade, interdiscusividade, transcodificação, e, ainda, a cumplicidade entre sujeitos, no discurso publicitário. Consideram-se, no percurso gerativo da enunciação, transformações/conversões entre unidades dos distintos patamares de produção discursiva: percepção, apreensão de uma vivência, segundo pregnâncias socioculturais; conceptualização e constructos: conceptus lato sensu, ‘modelo mental’; seus componentes, conceptus stricto sensu – traços semântico-conceptuais ‘universais’ -, metaconceptus – atributos culturais -, metametaconceptus – traços modalizadores, manipulatórios -, arquiconceptus – intersecção multilingüística e transcultural -, tensão dialética entre conceptus e recorte cultural, designatum; denominação, articulação entre conceptus, do metassistema conceptual, e unidades lexicais, de sistema e normas discursivas; designação, que instaura relação entre unidade lexical e designatum; referência, que engendra relações entre função semiótica e objetos no mundo. Examinando-se estruturas léxico-semântico-conceptuais, referenciais, pragmáticas e relações entre processos discursivos – enunciações de codificação/decodificação – e entre textos-enunciados, chega-se à proposição de dois ‘modelos mentais’ transfrásticos, o arquidiscurso e o arquitexto, e à concepção de ‘isotopias’ conceptuais, modelos-parâmetros que asseguram a produtividade discursiva e a intelecção/interpretação de textos. Explicam-se, assim, processos de significação, rediscurso, reelaboração do mundo semioticamente construído, do imaginário coletivo, do saber compartilhado sobre o ‘mundo. Estudam-se, enfim, aspectos do contrato fiduciário e da cumplicidade entre os sujeitos enunciador e enunciatário do discurso publicitário, quanto à ‘visão do mundo’ e aos objetos de valor, cognitivos e pragmáticos, determinantes de sua eficácia.

 

 

O social e o literário
a estilização de
valores morais da sociedade ibérica do século XVII
em uma sátira de Gregório de Matos

Eduardo de Freitas (UERJ)

 

O presente trabalho desenvolve uma leitura, baseada, principalmente, nos textos de João Adolfo Hansen, de um poema de atribuído a Gregório de Matos, ressaltando a estilização, feita pelo poeta, dos valores sociais do século XVII. Divide-se em três partes: a primeira comenta a estilização de valores políticos, a segunda, a de valores teológicos e a terceira, a de hábitos sociais (mores).


O TEXTO DE OPINIÃO NO ENSINO FUNDAMENTAL

Vânia L. R. Dutra

 

É fato que o texto de opinião não é trabalhado com freqüência no ensino fundamental. A produção desse gênero exige que os alunos assumam um posicionamento e argumentem. Talvez por isso haja uma tendência de se considerar que, nas séries mais baixas, por serem mais jovens, os alunos não sejam capazes de produzir esse tipo de texto.

Contudo, o trabalho com o texto de opinião (argumentativo) desde o início da escolarização é importante e necessário, em razão de sua freqüência nas interações sociais diárias, na escola e fora dela.

Assim como no caso dos outros gêneros textuais, escrever um texto de opinião, argumentando, de forma clara, lógica e ordenada, é uma habilidade que se aprende. Cabe, então, à escola orientar seu aluno em relação aos aspectos específicos da situação argumentativa e dos elementos que constituem esse tipo de discurso.

Priorizando-se as condições de produção do texto de opinião e seus aspectos enunciativos, objetiva-se apontar um caminho para a transposição didática, demonstrando que o gênero não é somente uma ferramenta para a comunicação, mas deve constituir, também, um objeto de aprendizagem para o aluno, se lhe forem dadas as condições adequadas.

 

 

O texto-palimpsesto de Machado de Assis
a
história e a política social brasileira
através do riso e da paródia

Márcia Monteiro (UFRJ)

 

Este estudo trata da questão do riso em algumas crônicas de Machado de Assis, em que a história e a política social brasileira estão presentes e são trabalhadas através do riso e da paródia. Como se sabe, a obra deste importante autor é impregnada de humor negro, cruel e lúcido. Escavando o palimpsesto machadiano, destacaremos que o riso permanece na estrutura e na linguagem das crônicas para mostrar a precariedade humana, a humanidade com seus vícios intemporais e a prevalência de valores desgastados e falsos de uma sociedade hipócrita.

 

 

O uso de neologismos: necessidade ou frivolidade?

Ana Cecília dos Santos Santoro (UERJ)
Gabriela Barreto de Oliveira (UERJ)
José Epitácio Pereira Filho (UERJ)

 

O objeto de estudo deste trabalho é o crescente uso de neologismos na língua portuguesa do Brasil. Tem-se como objetivo verificar em que contextos os neologismos têm sido usados e se esse fenômeno poderia comprometer a identidade da língua portuguesa e, conseqüentemente, a identidade cultural do povo brasileiro. Com a divergência na opinião pública sobre seu uso no português brasileiro, verificou-se a necessidade de se estudar um pouco mais este tema. Utilizou-se como material de análise neologismos e estrangeirismos encontrados em vários jornais e revistas brasileiros de grande circulação. Para cada palavra selecionada para o corpus, foi preenchida uma ficha de referência para que fosse possível melhor analisar o fenômeno lingüístico em estudo. Entendendo que para conceituar uma palavra como neologismo ou estrangeirismo é preciso que esta não esteja dicionarizada, ou seja, não se inclua nas fontes lexicais, consultamos os dois dicionários brasileiros de maior conceituação acadêmica: o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa e o Novo Dicionário da Língua Portuguesa Aurélio. Foram considerados nas análises os neologismos semânticos; neologismos morfológicos; estrangeirismos; palavras criadas pela imprensa para expressar situações da atualidade; além de outras empregadas por falantes pertencentes a determinados grupos sociais. Para orientar as análises, fez-se também uma revisão bibliográfica sobre o assunto. Concluiu-se, por este trabalho, que os neologismos realmente proliferam no português do Brasil, mas ainda não em nível alarmante, pois a sua interferência se dá apenas no léxico – aberto por definição –, sem afetar a estrutura da língua.

 

 

O vocabulário político do século XIX

Ana Jaci Mendes Souza Carneiro (UEFS)

 

O estudo do vocabulário de uma determinada época, neste caso o século XIX, traz grandes contribuições para os estudos filológicos, especialmente de língua portuguesa. Partindo da edição semidiplomática de correspondências pessoais trocadas por políticos baianos, analisar-se-á o vocabulário utilizado por esta categoria profissional.

 

 

O vocabulário toponímico em documentos dos séculos xviii ao XX

Ana Emília Santana Cordeiro (UEFS)

 

O corpus estudado refere-se a documentos relativos a compra, venda e doação de terras, compreendido no período entre os séculos XVIII e XX. A partir das edições semidiplomáticas destes documentos, fez-se um estudo do vocabulário toponímico. Pretende-se, com este trabalho, apresentar a importância deste vocabulário para o conhecimento tanto da geografia quanto da história da região na qual estão localizados os topônimos.

 

 

OLHA , OLHA NA DÊIXIS CONVERSACIONAL

Sandra Bernardo (UERJ e PUC-Rio)

 

Apresento, nesta comunicação, reflexões acerca dos sinalizadores olha e olha em amostras do Banco de Dados Interacionais (Roncarati, 1996). Este trabalho integra o estudo de algumas formas que desempenham funções dêiticas em conversas informais à luz da abordagem sócio-cognitiva. Nessa abordagem, a dêixis é concebida como uma projeção metafórica do ato de apontar para algo num espaço físico em um espaço conceptual. As conversas são definidas metaforicamente como a construção conjunta, em etapas, de um objeto formado de partes, sinalizadas por formas lingüísticas ao longo da conceptualização discursiva. Em análises anteriores, sobre o papel de ôh, óh e olha na sinalização de referentes no discurso conversacional, considerei o óh, cujo papel é introduzir novos tópicos na interação, um sinalizador de abertura de domínio complexo, devido ao fato de ter possivelmente surgido de uma abreviação do verbo olhar, usado metaforicamente com sentido de prestar atenção. Estabelecida a relação entre óh e olha, concentrar-me-ei, aqui, nos casos em que olha aparece ligado a delimitadores como e (aqui, e similares), especulando sobre a hipótese desses hedges reforçarem o caráter metafórico da função dêitica de olha.


ORALIDADE: RASTROS DE JUVENTUDE NO DISCURSO RELIGIOSO

Maria Celeste de Castro Machado

 

O estudo pretende enfocar situações comunicativas, escritas e orais, em que haja a intenção do emissor de aproximar sua mensagem, previamente escrita no gênero homilético (pastoral e religioso), da compreensão do receptor, quando em situação de discurso oral.Observa, preferentemente,os episódios da fala em que ocorram distinções entre o texto escrito e o discurso oral, apresentando-se, nas mudanças, traços de repetição do conteúdo para que se garanta a interação entre receptor e mensagem, conseguintemente, também o emissor. O estudo é elaborado segundo a percepção de que o texto religioso escrito se distancia da experiência comunicativa oral nos aspectos lingüísticos, o que acarreta ao emissor a necessidade de fazer escolhas discursivas que favoreçam a partilha de conhecimentos entre os participantes da situação comunicativa a que deu origem. Efetiva-se, finalmente, a percepção de que o resultado do processo de compartilhamento é o rejuvenescer de um gênero eminentemente conservador e culto.

 

 

Oralidade x Escrita
A Utilização da Linguagem nos Discursos Publicitários

Lina Fregonassi Ribeiro (UENF)

 

Esta pesquisa busca analisar o uso da linguagem oral e escrita, apontando suas particularidades como mecanismos de ação e de interação social, bem como bases para a construção de discursos, tomando como base o discurso publicitário. Em tais discursos, sejam eles veiculados por meios “orais” (rádio e televisão) ou escritos (revistas, jornais, outdoors, etc.), é possível afirmar que muitas vezes a intencionalidade está implícita, característica marcante em textos que visam convencer o interlocutor, seja a comprar um produto ou a “comprar” uma idéia. O estudo das formas de linguagem utilizadas no discurso possibilita o desvendar do que há por trás da mera seqüência de signos, ou seja, ir além da decodificação para chegar à interpretação e à compreensão da idéia da mensagem, não se restringindo, portanto, apenas à mensagem propriamente dita. É possível perceber uma característica do discurso publicitário, que consiste na aproximação com o consumidor de maneira a torná-lo “íntimo” da marca que se deseja vender como se percebe, por exemplo, nos jingles, na adaptação (paródia) de ditados populares e nas “piadas” ou “brincadeiras” que geram sentido de humor, dando ao produto uma imagem de informalidade e de espontaneidade, além da idéia de que ele não está fora do alcance deste leitor/consumidor. Este estudo propõe, portanto, um estudo da maneira pela qual o discurso publicitário utiliza a oralidade e/ou a escrita para alcançar o objetivo desejado, tendo como suporte a análise de propagandas de mídia impressa.

 

 

Ordem e papel dos conectores nas condicionais

Danielle Gomes Nunes da Motta
Vanessa
Pernas Ferreira
Violeta Virginia Rodrigues

 

As orações subordinadas adverbiais condicionais bem como seus conectores já foram fonte de estudo de muitos pesquisadores e, segundo Rodrigues (1999), são uma das adverbiais mais freqüentes em língua portuguesa.

O presente trabalho pretende mostrar que a mobilidade das orações condicionais está ligada não só a uma motivação sintática, mas também a uma motivação semântico/ pragmática. Pretende ainda demonstrar que o uso das orações condicionais na posição anteposta vincula-se à intenção do emissor de persuadir o interlocutor.

Para tal investigação serão utilizados textos do português escrito e oral, que fazem parte do corpus do Projeto VARPORT. Foram coletados para este trabalho, dados de 209 inquéritos, sendo 99 do português europeu e 110 do português brasileiro nas modalidades oral e escrito. Nessa amostra, encontraram-se ao todo 154 orações subordinadas adverbiais condicionais. Dentre essas 154 orações, foram encontradas 47 (30,52%) orações condicionais na modalidade oral européia e 74 (48,05%) orações na modalidade oral brasileira. Na escrita, foram encontradas 12 (7,79%) orações no português europeu e 21 (13,64%) orações no português brasileiro.

Serão usados como suporte teórico para este estudo, os trabalhos de Rodrigues (1999), Moura Neves (2000) e Santos (2003).

 

 

ORIGEM E FORMAÇÃO DA LÍNGUA PORTUGUESA

Camillo Cavalcanti (UFRJ)

 

1 – O Homem e a Índole Comunicativa e Social. A Linguagem Verbal. (Linguagem e função comunicativa, primeira língua no ocidente: Indo-europeu)

2 – Do Indo-europeu, passando pelo Itálico, até o Latim (Latim e a região do Lácio, soneto Língua Portuguesa, de Olavo Bilac)

3 – O Latim e o Império Romano (a extensão do império como fato gerador de variantes lingüísticas)

4 – O uso “clandestino” do Latim: o Latim Vulgar (séc. VII-IX)

5 – “Primeiras Letras” do Latim Vulgar (séc. IX-XII)

6 – O Latim já está tão vulgar que já não é mais Latim: é o Galego-português (séc. XII-XVI). (o poema Ca moiro por vós [“Canção da Ribeirinha”], de Paio Soares)

7 – O Galego-português vai desde o séc. XIII até XVI, quando se dá a fixação do Português já diferenciado do Galego. (o momento trovadoresco e D. Dinis)

8 – A Língua Portuguesa no séc. XV (últimas transições para o Português, Fernão Lopes: primeira feição do Português)

9 – A Língua Portuguesa no séc. XVI (segunda feição do Português e Gil Vicente)

10 – A Língua Portuguesa no séc. XVII até a atualidade (a feição moderna do Português e Camões)

11 – As palavras em Português vieram do Latim? (lexicografia, filologia, etimologia)

 

 

ORIGEM/IMPORTÂNCIA DE ALGUNS ACESSÓRIOS DO VESTUÁRIO

Lêda Maria Mercês Gonçalves (UEFS)

 

A linguagem expressa objetos do cotidiano, como os acessórios do traje, que são utilizados pela humanidade. O estudo da significação dos objetos vem crescendo ultimamente. Assim, a influência que esses acessórios exercem na sociedade é de interesse dos historiadores, pois indica diferenças nos estratos sociais. Essa pesquisa analisa questões léxico-semânticas, assim como aspectos sócio-históricos e culturais, para sistematizar a origem e a importância desses acessórios. Os corpora se constituem de dicionários etimológicos da língua latina, da língua portuguesa e de outras línguas românicas. Esse trabalho pretende contribuir para o estudo das questões que envolvem os acessórios do vestuário na Antiguidade.

 

 

Os clíticos da Língua Portuguesa do Brasil

Nataniel dos Santos Gomes (UFRJ, UNESA e UNISUAM)

 

Os clíticos são elementos que compartilham certas propriedades de palavras independentes e propriedades de afixos.

Os clíticos pronominais se comportam sintaticamente como os próprios argumentos verbais. Fonologicamente, não são capazes de sustentar acento sozinhosAssim, eles precisam se agregar a um hospedeiro.

Em Português, o clítico me apresenta essas características. Ele é sintaticamente ativo, que é o objeto do verbo. Fonologicamente, porém, ele é deficiente e precisa se agregar ao verbo, tornando o complexo V + clítico uma unidade em termos fonológicos.

(i) Eu corto-me quando faço a barba.

Pronomes, verbos auxiliares, conjunções e artigos podem ocorrer na forma de clíticos nas línguas naturais.

Existem dois tipos de clíticos: os especiais e os locais. Os primeiros podem se agregar a qualquer palavra desde que esta esteja na posição adequada. Os segundos se agregam às palavras que os regem.

(ii) Ele me fez emagrecer.

(me ocorre agregado ao verbo principal, apesar de ser o sujeito do verbo dependente)

A posição que os clíticos ocupam na oração pode estar condicionada a vários fatores.

 

 

Os discursos sociais e a conceituação de cultura
a
partir dos conceitos de função pragmática e função hedônica

Aldo Luiz Bizzocchi (UNISA)

 

Propõe-se una teoria semiótica que distingue a cultura em seu sentido antropológico, ou cultura lato sensu (conjunto das práticas humanas não estritamente biológicas, compreendendo tudo o que o homem cria ou transforma) da cultura stricto sensu (conjunto das práticas simbólicas ligadas à interpretação do mundo). A cultura stricto sensu constitui ainda uma noção intuitiva, confundindo-se com a arte, a erudição e o conhecimento gratuito, mas não restringindo-se a eles, uma vez que inclui as artes e espetáculos em geral, os espetáculos esportivos, a difusão desinteressada do saber racional e do conhecimento revelado. Com base na filosofia de Epicuro e na teoria das modalidades de Greimas, demonstra-se que, enquanto as demais atividades humanas servem basicamente para “afastar a dor”, a cultura stricto sensu funda-se na busca do prazer. Para tanto, propõem-se os conceitos de função pragmática (evitar/eliminar o sofrimento) e função hedônica (proporcionar prazer) para explicar a natureza de todas as práticas humanas. Define-se assim a cultura stricto sensu como o conjunto dos discursos sociais cuja função principal ou única é a função hedônica. A partir dessa teoria, reformulam-se as estruturas modais dos discursos sociais enunciadas pela sociossemiótica e dividem-se todas as atividades humanas em cinco categorias básicas — ciência, arte, religião, esporte e técnica —, com base nas quais sistematiza-se todo o universo do humano. Como conclusão, a ciência, a religião, a arte e o esporte “puros” constituem a cultura stricto sensu; já a ciência, a religião, a arte e o esporte aplicados são os geradores/alimentadores das técnicas. As quatro formas de cultura podem ser articuladas aos quatro processos cognitivos humanos: sensação, intuição, razão e emoção. Resulta daí que também a ciência e a religião puras são formas de “entretenimento”, isto é, de proporcionar prazer.

os ecos da oralidade na música popular brasileira

Telma Ardoim (UNIVERSO)

 

Ao abordarmos a oralidade, não nos podemos esquecer de que lidamos com uma das modalidades do sistema lingüístico que, junto com a escrita, formam o processo de construção do pensamento humano. Sabemos que a língua oral e a escrita são duas instâncias diferentes da linguagem que, por sua vez, apresentam características próprias; aquela, anterior a esta, consiste na produção de sons, enquanto que a última apresenta marcas semelhantes feitas no papel, dispostas em espaço.

A tipologia textual tem, por vezes, a capacidade de definir o discurso marcado ou não pela oralidade. A narração, o texto literário, a carta, por exemplo, estão mais próximos da oralidade, ao contrário da dissertação ou prosa acadêmica que caracterizam a língua escrita. A fala possui marcas que mostram certas intimidades, além de usar de expressões mais coloquiais.

A mistura entre o oral e o escrito na produção musical se baseia em evidências socioculturais. Falamos das letras que surgem de um agradável “bate-papo” ou de algumas situações corriqueiras da vida, sem nos esquecermos de que a música popular tem uma letra escrita, que existe para as pessoas desde que gravada com a voz de alguém. Reside aí o ‘segredo’ da sobreposição entre o oral e o escrito na música popular.

A nossa intenção é “ler” em Aldir Blanc os recursos estilísticos de que se apropria, as marcas da oralidade de que lança mão para compor a sua obra, mostrando o quanto é pródigo em atestar que a canção popular se coloca fronteiriça à linguagem escrita e à oral, apresentando características das duas modalidades em diferentes graus.

 

 

OS FILÓSOFOS MATERIALISTAS

Amós Coelho da Silva (UERJ e UGF )

 

A filosofia surge, no século VI, na Ásia Menor questionando a expressão do verdadeiro no mito, tendo em vista as suas principais fontes: Homero e Hesíodo. Os poemas deles não só consagraram relatos e variantes míticas como também lhes deram o sentido de ficção. Xenófanes (547-480 a.C.) se recusou a aceitar injustiças, vinganças, adultérios e ciúmes como atributos divinos e, muito menos, que os deuses fossem imagem e semelhança dos homens. De Demócrito (520-440 a.C.) a Lucrécio (8 –55 a.C.), os argumentos se exacerbaram contra o princípio de os deuses se preocuparem com os mortais. Desde de Píndaro (521-441 a.C.) a Eurípides, houve cortes subjetivos de concepção mítica, insinuada sobre o divino por preleção ética em uns e por observações contraditórias em outros. A alegoria estóica como reinterpretação do mito

 

 

Os lenços brancos que não acenam a paz

Maria Fernanda Garbero de Aragão (UERJ)

 

Este trabalho se propõe ao estudo da inserção das Mães da Praça de Maio – um movimento formado por mães que tiveram os filhos desaparecidos durante o último período ditatorial argentino (1976/1983) – na esfera pública nacional, redesenhando e reescrevendo uma história de memória que se reitera cotidianamente no não esquecimento das perdas e lutas vivenciadas por elas. Traçando um paralelo com a tragédia sofocliana, Antígona, tentar-se-á pensar numa hipótese de aproximação temática entre a personagem trágica e o percurso das mães argentinas, uma vez que a morte e a dor trazida por sua impossibilidade ritualística de enterrar o corpo se traduzem numa trajetória de ressemantização da perda em luta e enfrentamento ao sistema que estabelece o medo e a mentira como verdades oficiais.

OS MANUAIS DE ESTILO E A PRÁTICA MIDIÁTICA DA EDIÇÃO

Cleide Emília Faye Pedrosa (UFS)

 

Nesta comunicação serão enfocados os processos constitutivos do gênero textual frase, a retextualização e a (re)contextualização, tendo-se por base, inicialmente, as idéias de Brémond e Brémond (2002) sobre a uniformização das ofertas, ou seja, como as grandes agências noticiosas controlam o que o público recebe. A pesquisa foi desenvolvida com base em exemplos selecionados de cinco revistas nacionais: Contigo, Istoé, Época, Tudo e Veja. A metodologia também procurou comparar os textos divulgados nessas cinco revistas com orientações dos manuais de redação da Folha de São Paulo e de O Globo quanto a citar a fala alheia. Como resultado, verificamos que os textos, às vezes, são recortados para “caberem nas seções”. O verbo “caber”, aqui, com um duplo sentido, um, concreto, referente ao espaço físico, outro, abstrato, relativo ao “espaço” ideológico (BERGER, 2002). Em suma, o editor retira palavras ou as substitui por sinônimos, “limpa” e “enxuga” o texto, a fim de fazer com que ele tenha o “tamanho” adequado para a coluna ou seção. Nesse contexto, muitas vezes, o locutor do gênero textual frase, no caso específico, tem sua fala descaracterizada, pois, via de regra, o editor passa a ter domínio sobre o discurso reportado (FAIRCLOUGH, 2002; MOUILLAUD, 2002).

 

 

OS MITOS E SUAS RE-SIGNIFICAÇÕES NO CINEMA

Nara Gea (UENF)
Sérgio Arruda de Moura
(UENF)

 

Partindo do princípio de que o mito de Sherazade relaciona a necessidade de narrar à própria sobrevivência do gênero humano, nosso trabalho, apresentado em pôster, objetiva verificar qual o papel dos mitos na pós-modernidade quando abordado no cinema como medium em crescente demanda. Se a principal função do mito consiste em revelar os modelos exemplares de todos os ritos e atividades humanas significativas (Cassirer, 1972), percebemos que o homem manteve o hábito de narrar, criar, re-significar e divulgar “esse reservatório de atos já realizados e pensamentos já formulados” (Eliade, 1963). Antes, o processo simbólico de mitificação pelo qual passamos, se dava pela via oral e depois pela leitura, e hoje deve ser acrescida a este processo a indústria cinematográfica (Bella Jozef, 1986). Assim sendo, foi escolhido o cinema como recorte cultural para esta análise do relacionamento do homem pós-moderno com o ideário simbólico, já que a sétima arte é uma das formas de representação mais significativas na cultura contemporânea. Para sua realização, enfoca-se o cinema como produto de comunicação em sua dimensão estética, considerando-o um bem simbólico capaz de nos levar a um redimensionamento da cultura. Com o intuito de visualizar o caráter diversificado da sociedade, analisa-se o simbolismo que integra e estrutura o imaginário coletivo, através de mitos clássicos, modernos e pós-modernos.

 

 

Os Modalizadores nos Editoriais Jornalísticos
uma
questão de escolha lexical

Mariana T. Avvad (UERJ)

 

A proposta deste trabalho é realizar uma abordagem teórica, passeando por diversos autores, sobre a questão das modalidades. Em seguida, passaremos à parte prática, ou seja, a da análise do discurso, em que examinaremos as apreciações dos redatores dos editoriais e suas intenções e interesses quanto ao que foi escrito. O corpus utilizado para a pesquisa é composto pelos editoriais dos principais jornais cariocas e paulistas, a saber: O Globo, Jornal do Brasil, O Estado de São Paulo, Folha de São Paulo.

Pretendemos afirmar que não é somente através das escolhas lexicais tipo “Eu acho...”, “Eu penso...”, “Em minha opinião...” que se pode expressar juízo de valor nem tampouco persuadir o leitor a ver determinado assunto sob o viés daquele que escreve. Muitas vezes, as reais intenções do autor estão um pouco mais implícitas, manifestando-se necessária uma mais atenta análise do corpus estudado para se notar tais objetivos. São todos esses termos, mais ou menos evidentes, que expressam a motivação e intenção do autor ao escrever o objeto de nosso estudo.

Reconhecer a verdadeira intenção de um autor é importante para que escolhamos se iremos segui-lo ou refutá-lo, abraçar sua causa ou negligenciá-la. E para identificar sua intenção é imprescindível atentarmos para a possibilidade de haver inúmeras maneiras de se relatar um fato.

 

 

OS SUFIXOS -ÇÃO E –MENTO
NA
CONSTRUÇÃO DE NOMES DE AÇÃO/PROCESSO EM PORTUGUÊS
UM ESTUDO METALEXICOGRÁFICO

Carla Maria Bastos dos Santos (UFRGS)

 

O estudo metalexicográfico dos dois sufixos de maior produtividade na construção de nomes de ação/processo em Português Brasileiro, -ção e -mento, é proposto mediante a observação e análise dos verbetes de dois dicionários eletrônicos da Língua Portuguesa. A abordagem teórica fundamenta-se na Morfologia Construcional, que privilegia a associação entre a estrutura formal e a construção do sentido das palavras construídas, sejam elas existentes ou possíveis de existirem no léxico, identificadas, nesse último caso, como lacunas lexicais. Considerando por um lado a existência de palavras distintas construídas sobre uma única base e parafraseáveis como “ação de V”, e por outro lado a inexistência, no léxico atual, de alguns nomes de ação construídos pela associação de uma base já atestada a um outro sufixo reconhecido na língua, o presente estudo visa identificar informações pertinentes e relevantes aos referidos sufixos, constituindo-se, assim, como uma contribuição ao fazer lexicográfico em Português.

 

 

OS TEMPOS DO IMPERFEITO E PERFEITO
NA
LÍNGUA ITALIANA PARA ESTRANGEIROS

Eva Jones Bouquard (UFRJ)

 

Esta comunicação discutirá os tempos de infectum e perfectum na língua italiana como língua estrangeira. Representa um corte de uma pesquisa maior de Mestrado, em desenvolvimento, no Programa de Pós-Graduação em Letras Neolatinas – UFRJ – sobre o estudo contrastivo dos tempos do imperfeito e perfeito na língua italiana para estrangeiros: resultados e propostas. A discussão tem por suporte as teorias lingüísticas de Dardano e Trifone (1999), Marcello Sensini (1997), Francesco Sabatini ( 1990 ), Tulio de Mauro (1993), ( Evanildo Bechara ( 1999 ) e Rocha Lima (1972).

 

 

PALAVRAS DO CAMPO
UM ESTUDO DO LÉXICO DOS TRABALHADORES RURAIS SEM-TERRA
DO
ACAMPAMENTO CARLOS MARIGHELA, SITUADO NO SUL DA BAHIA

Aryana Rios Rezende (UNEB)
Liz Maria Teles de Sá Almeida
(UNEB)
Marcelo Alves
Batista dos Santos (UNEB)

 

Este estudo objetiva fazer um levantamento sobre as lexias mais utilizadas pelos trabalhadores rurais sem-terra do acampamento Carlos Marighela, situado na região sul da Bahia, através de uma pesquisa sociolingüística. O presente trabalho consiste em coletar, através de entrevista oral e de gravações de assembléias, alguns itens lexicais empregados por essa população que possam vir a se caracterizar como integrantes do contexto político e social do assentamento. Para isso, será feita uma análise, observando-se as lexias próprias dos trabalhadores rurais sem-terra, as relações conceituais demonstradas pelo uso dessas lexias, o campo semântico a que pertencem, o comportamento sintático-semântico dessas construções e a freqüência com que são empregadas.

 

 

PANORAMA ATUAL DAS LÍNGUAS CÉLTICAS NAS ILHAS BRITÂNICAS

João Bittencourt de Oliveira (UERJ)

 

O propósito desta Comunicação é dar continuidade a trabalhos anteriores sobre as línguas célticas.

Como já salientamos, os celtas eram um povo de língua indo-européia cujas grandes migrações se perdem nos tempos pré-históricos. Originários, provavelmente, no sudeste da Alemanha, espalharam-se, de início, por toda a Europa Central, chegando até a Ásia Menor (reino dos Gálatas), impelidos em seguida para a Gália, a Espanha e as Ilhas Britânicas, foram, finalmente, submetidos pelos Romanos (século II a. C. – século I d. C.). É na Bretanha, no país de Gales e na Irlanda que o tipo e as línguas dos celtas melhor se têm conservado.

No presente trabalho, procuraremos apresentar o panorama atual dessas línguas ainda faladas no domínio geográfico das Ilhas Britânicas; são elas: o gaélico, o galês, o córnico e o manx.

 

 

Papeis temáticos na (dis)concordância do verbopingar

Bruno de Assis Freire de Lima (PUC-Minas)

 

Este trabalho visa entrelaçar os postulados de Said Ali sobre a questão do pronome “se” em construções passivas em língua portuguesa, cujas propostas envolvem questões semânticas (ainda que pelo critério do contexto comunicativo) para justificar as construções sintáticas. Aliado a tais propostas, o trabalho igualmente retoma a Teoria Temática proposta por Noam Chomsky, que versa sobre a escolha de argumentos dentro das construções sintáticas. Tal Teoria Temática desemboca na máxima de que cada constituinte sintático seleciona um argumento com o qual se relaciona semântica e sintaticamente. Desta forma, Chomsky aponta que estes ramos da ciência lingüística se retroalimentam, não podendo, portanto, serem separados quando da necessidade de estudos lingüísticos dessa natureza.

Tanto Said Ali quanto Noam Chomsky foram retomados para que se fizesse uma breve análise crítica do que propõem as gramáticas tradicionais da língua portuguesa para o estudo das vozes verbais. Com este propósito, foram observados empregos distintos do verbo “pingar”, tanto na “voz ativa” quanto na “voz passiva”, para que, após a aplicação das propostas dos dois autores supracitados, novamente se comprovasse a real necessidade de se firmarem os estudos sintáticos juntamente dos estudos semânticos.

 

PARA NÃO DIZER QUE NÃO SE FALOU DE LÉXICO

Maria Emília Barcellos da Silva (UERJ e UFRJ)

 

Este texto é o resultado de uma pesquisa direta, oral e escrita, realizada com adultos de ambos os sexos, com escolaridade mínima de 2º grau, residentes na cidade do Rio de Janeiro, no período compreendido entre novembro de 1998 e dezembro de 1999. Essa recolha foi cotejada com dados selecionados em letras de músicas populares, criadas na década de 40 a 80 p.p., intituladas com nomes femininos. A seleção lexical efetuada objetivou confirmar – ou não – os rótulos das visadas comportamentais que discriminam os papéis reservados às mulheres na dinâmica social moderna. O recuo de quase meio século a que se teve acesso pelas datações estipuladas permitiu averiguar que as mudanças foram mínimas – se é que existiram – no que se refere à maneira de a mulher ser vista nos diferentes grupos e, até mesmo, na voz delas próprias. As lexias foram selecionadas pela maior freqüência de uso com que se presentificaram nos diferentes discursos e, depois, analisadas de acordo com postulados morfológicos que as distribuíram pela classes gramaticais operadas no estudo.

 

 

Parônimos ou Sinônimos?

Ana Paula Araujo Silva (UERJ e EN)

 

Parônimos são vocábulos parecidos na grafia e/ou pronúncia, mas de significados distintos. Sinônimos são palavras que têm significação semelhante. E quando parônimos viram sinônimos não só no uso popular, mas também nos dicionários? Como devemos abordar essa matéria na sala de aula? O objetivo de nossa comunicação é apresentar a análise de uma lista de parônimos e verificar seu registro em dicionários a fim de discutir um novo caminho para esses estudos nas aulas de Língua Portuguesa.

 

 

PERFIS DE GREGÓRIO DE MATTOS E GUERRA

Ruy Magalhães de Araujo (UERJ)

 

Este trabalho registra os vários perfis de Gregório de Mattos e Guerra, nosso grande poeta barroco, porém ainda encoberto, através do depoimento de um dos seus fiéis admiradores, o licenciado Manuel Pereira Rabelo.

Também traça os ângulos das poesias que se lhe atribuem: satíricas, profanas, laudatórias, líricas e religiosas e fornece ao leitor algumas transcrições das mesmas.

 

 

Pesquisa Onomasiológica

Andréa M. de O. Estrella Anacleto (UFRJ)
Deborah de Godoy Almeida (UFRJ)
Jorge Francisco Pereira Paulo (UFRJ)
Maria Antônia da Costa Lobo (UFRJ, UCB e UniverCidade)

 

A partir do método Onomasiológico, este trabalho se propôs a realizar uma breve análise das palavras cadeira, nada e cavalo, presentes na obra "20 Histórias Escolhidas", de Luis Fernando Veríssimo, e também, das palavras: paz, harmonia, união, casa, pai e fim, escolhidas aleatoriamente e fora da obra em questão. Investigamos estes vocábulos nas línguas neolatinas, com ênfase em Português e Francês. Para tanto, utilizamos também a Semasiologia, apontando as diversas significações das formas dos vocábulos escolhidos e suas possíveis diferenças, exclusivamente na Língua Portuguesa, além da etimologia e grafia de algumas destas palavras nas demais línguas.

O método escolhido para tal tarefa se propôs a investigar os vários nomes atribuídos a um conceito, individualmente ou em grupos, dentro de um ou vários domínios lingüísticos. A Onomasiologia passa primeiro pelo método de Palavras e Coisas (a origem da palavra em seu sentido no dicionário) para depois investigar os vários nomes dados a este ser ou objeto. Através deste estudo é possível investigar a cultura de um país, podendo-se priorizar os aspectos diacrônicos e/ou sincrônicos.

Sabe-se que o latim passou por diversas evoluções até chegar às formas que hoje conhecemos nas diferentes línguas românicas. No processo de análise do corpus apresentado, consideramos sua origem e as formas atuais nas línguas portuguesa, francesa espanhola e italiana. Com esta pesquisa, desejamos nos certificar de que todas as palavras pesquisadas são de origem latina e possuem significados em comum, salvo pequenas alterações, o que observamos somente nas línguas enfatizadas – Português e Francês.

 

 

PIRANDELLO: MACHO E FÊMEA NO TEATRO PIRANDELIANO

Lívio Panizza (UERJ)

 

A leitura dos textos pirandelianos nos revela sempre boas e gratas surpresas.Os temas recorrentes e sempre presentes à critica das obras de Pirandello são: a relatividade da verdade, a incomunicabilidade do homem moderno, e conseqüentemente sua contínua solidão, a impossibilidade de conhecer a realidade externa e de perscrutar a realidade interna das pessoas, a máscara que continuamente envolve o agir humano, a alternância do personagem-pessoa, o eterno fluir da realidade, o humorismo etc...nesse trabalho nos permitimos penetrar as relações familiares e amorosas dos personagens pirandelianos, uma temática atual que diz respeito direta ou indiretamente a todos como: as relações: entre o macho e o marido, entre a fêmea e a esposa, entre o macho e a fêmea, entre a esposo e a amante, entre a esposa e a prostituta, entre a mulher e a mãe, entre o marido e a amante, entre o pai e a mãe. Algumas dessas dicotomias, que mais parecem tautologias, no teatro pirandeliano têm seu lugar e seu significado preciso. O teatro de Pirandello não é um teatro de amor, segundo o triângulo amoroso do teatro tradicional, onde as duas mulheres disputam o mesmo homem; aqui as mulheres disputam o direito de ter um filho. A luta da legítima esposa que não teve filhos contra a amante que teve tal bênção. As duas são rivais, mas unidas pela mesma ideologia da maternidade; a verdadeira desgraça da mulher não está em não ser amada, ou ser traída, em não ter prazer algum, mas em não ser mãe. O mito da paternidade se esgota na herança, o mito da maternidade no filho: os dois mitos são unidos por uma materialidade cósmica, considerados como leis naturais. Porém, mesmo que a mãe e a prostituta sejam irmanadas pelo sentimento materno, as duas não podem conviver, coexistir; a mulher enquanto prostituta detentora de seu corpo, sedutora pelos seus encantos femininos, não pode conviver com a mãe, a única e verdadeira mulher, a santa. O erotismo não pode conviver com a maternidade, o sexo profanador com o instinto materno. Esta superioridade matriarcal não só exclui a prostituta, mas também o macho, ela não precisa de um macho, mas de um “São José”. O teatro de Pirandello está repleto de mulheres delineadas em três modelos: mulher-mãe, mulher-amante; mulher-prostituta, nos três esquemas a mulher sempre aparece como uma criatura generosa, despojada, disponível, pronta a servir o macho, não exige nada, nem mesmo o prazer do orgasmo. Este quadro tem algo da disponibilidade erótica da escrava, da exclusividade da prostituta privada e pessoal, da generosidade e da capacidade de sofrer da mãe.

 

 

PISTAS PROSÓDICAS E SEGMENTAÇÃO SINTÁTICA
UM ESTUDO COM A SÍNTESE DA FALA

Maria do Carmo Lourenço-Gomes (UFRJ)
João Moraes (UFRJ)

 

Dados de produção e percepção da fala tradicionalmente indicam que diferentes pistas acústicas, tais como alongamento de final de palavra e/ou pausas e movimentos da freqüência fundamental (F0), são importantes indicadores de fronteiras prosódicas. Neste trabalho, examinamos a importância relativa desses indicadores a partir de estudos de percepção em português brasileiro (PB) nos quais os estímulos apresentados aos ouvintes correspondiam a manipulações dos parâmetros acústicos, individualmente e em combinação, feitas em um programa de síntese de fala. Entre outras aplicações, o estudo pretende contribuir para o aprofundamento teórico da fonologia do PB e do mecanismo de processamento de sentenças humano e ainda buscar elementos para o aprimoramento da síntese de fala.


Pontuação, paragrafação e coerência
no
processo de construção de sentido nos textos infantis

Fernanda Farias de Freitas (UERJ)

 

Durante muito tempo, a produção textual não ocupou posição de destaque no universo escolar. Os textos produzidos eram apenas pretexto para avaliar a aplicação gramatical em detrimento da expressividade e da produção de sentidos. A presença do texto na sala de aula vem sendo mais valorizada para uma abordagem da Língua Portuguesa que torne o aluno um usuário eficiente de sua língua. Por isso, algumas questões pouco abordadas pelos teóricos tornam-se necessárias para uma produção de texto mais satisfatória. Assim, o presente trabalho tem por fim analisar a pontuação, a paragrafação e a coerência nos textos infantis à medida que a utilização de tais itens redundará numa melhor estruturação do pensamento e na construção de sentidos.

 

 

PORTUGUÊS BRASILEIRO OU LÍNGUA BRASILEIRA: EIS A QUESTÃO

André Valente (UERJ)

 

A polêmica sobre a existência de uma nova língua no Brasil já ultrapassa um século. José de Alencar e Mário de Andrade, no final do século XIX e no início do século XX, já lhe faziam referências.

Predominou, no entanto, a idéia de que, não obstante haver diferenças lingüísticas – principalmente no vocabulário e na pronúncia entre Brasil e Portugal, havia a certeza de que a estrutura da língua não mudara. Passou-se a falar, então, que aqui existia o Português do Brasil/Português Brasileiro/Português Americano.

No início do século XXI, ressurge o pensamento sobre a língua brasileira, com o argumento de mudanças lingüísticas estruturais, como no quadro dos pronomes.

Qual é afinal a atuação da Língua Portuguesa na realidade brasileira? Este estudo pretende discutir o assunto confrontando visões distintas da questão.

 

 

Pragmática: a cultura no ensino de línguas

Elena Godoi (UFPR)

 

Muito se lê sobre os chamados “choques culturais” (cf. Lewis; 1996, Byram & Fleming; 1998, Wierzbicka; 2001, Storti; 1993, Sellin & E.Winters; 2000), que surgem a partir das divergências de representação e interpretação dos fenômenos do mundo real nas diversas culturas. Coisas simples como telefonar, pegar um táxi, fazer compras, e tão delicadas como as negociações comerciais e políticas: todas elas, sem o conhecimento dos comportamentos culturais adequados, podem provocar conflitos. O que se encontra na base desses choques é a constante comparação entre o seu e o estranho, e a não-aceitação ativa da especificidade do estranho, provocada, antes de qualquer outra coisa, pelas sensações desconfortáveis físicas, psicológicas e emocionais. Essa não aceitação pode chegar, no caso-limite, a uma intolerância cultural (religiosa, racial, sexual, etc.).

Essas divergências e diferenças de julgamento obviamente podem ocasionar insucessos comunicativos e conflitos interculturais. As comunidades lingüístico-culturais têm suas próprias categorizações, que diferenciam a visão do mundo através dos chamados quadros lingüísticos do mundo.

O conjunto de conhecimentos e representações que um ser humano tem como indivíduo, como membro de um grupo social e como membro de uma comunidade lingüístico-cultural é muito importante para a comunicação e se atualiza justamente através desta. A zona de intersecção dos conhecimentos compartilhados pelos interlocutores permite inferir do discurso mais informação do que aquela dita em palavras. Quanto maior for essa zona, mais sucesso terá a comunicação. Este trabalho traz as reflexões sobre as possibilidades de se aproximar do quadro lingüístico do mundo da comunidade da língua em estudo.

 

 

Predicadores Verbais:
português arcaico X português contemporâneo

Elisângela Santana dos Santos (UNEB e FIB)

 

O trabalho que ora se apresenta tem por objetivo analisar o comportamento sintático-semântico de alguns predicadores verbais em três sincronias distintas: séculos XIII, XIV e XV. Trata-se de um estudo diacrônico, em que se comparam as relações sintáticas e semânticas estabelecidas por verbos detectados no Foro Real de Afonso X – documento do século XIII -, nos Diálogos de São Gregório, na Crônica de dom Pedro e na Carta de Pero Vaz de Caminha – textos relativos às outras duas sincronias, séculos XIV e XV- , a fim de estabelecer um confronto com o português contemporâneo e de identificar os casos de conservação, de variação e/ou de mudança lingüística na predicação verbal.

 

 

PROBLEMAS NA TRADUÇÃO DE TEXTOS BÍBLICOS E LITÚRGICOS

Nestor Dockhorn (UGB e UNIG)

 

Os tradutores dos textos bíblicos e litúrgicos não conseguem, muitas vezes, romper os laços que os vinculam às línguas de origem. Não adaptam os termos a um léxico moderno da língua portuguesa; ficam amarrados às estruturas sintéticas das línguas clássicas; não conseguem traduzir o vigor estilístico que possuem os textos de origem. É necessário, por isso, tentar uma renovação.

 

 

PROCESSO DE PRODUÇÃO DE TEXTOS ESCRITOS NO ENSINO FUNDAMENTAL

Ana Amélia Rodrigues Damasceno (UFRJ)

 

O objetivo deste trabalho é mostrar que as dificuldades encontradas no ensino da redação devem-se à falta de vivência da realidade comunicativa nas aulas, em que o aluno não se conscientiza de seu interlocutor. Iniciamos com a visão da Lingüística moderna sobre os fatores que fazem um texto ser considerado como texto, isto é, além dos critérios gramaticais produtores da coesão textual, aqueles que levam à coerência, a intencionalidade, a intertextualidade, a informatividade, as circunstâncias da situação comunicativa. A seguir, passamos à análise crítica de livros didáticos, na qual são examinadas três coleções de sétima e de oitava séries.

Os livros analisados demonstram ser um instrumento, às vezes, inadequado ao ensino da produção escrita, por apresentarem contradições em sua proposta de leitura e redação, embora se observe a intenção de cumprir o conteúdo programático da série a que se destina e de enfatizar termos e conceitos consagrados pelos PCN.

O presente trabalho inclui também exame dos PCN com referência ao ensino da produção escrita. Através de questionário, professores e alunos expõem suas idéias a respeito do ato der escrever, a fim de se verificar a confirmação ou não da hipótese de que os alunos, na escola fundamental, não escrevem bem porque não se vêem como participantes de uma situação interlocutiva. Os professores detectam falhas na coerência dos textos, enquanto os alunos declaram gostar de escrever, mas não se imaginam em interação com o leitor, o que confirma o pressuposto colocado a princípio. São sugeridos critérios para avaliar as redações, bem como meios de levar o aluno a considerar o leitor ausente, a trocar seu texto com os colegas e chegar a ser leitor crítico de seu próprio texto.

 

 

Processos Concessivos: um estudo funcional-discursivo

Clara Araújo Vaz (UFRJ)

 

O estudo dos processos concessivos pela Gramática Tradicional leva em conta somente o nível sentencial e as construções subordinadas, desprezando, por exemplo, o valor “concessivo” da tradicional conjunção coordenada adversativa mas, “operador argumentativo por natureza”. Desse modo, a tradição deixa de abordar a função discursiva dos processos concessivos e sua significativa relação com os gêneros textuais de tipologia argumentativa, limitando-se à classificação da função gramatical fora de contexto interacional. Outrossim, parece haver uma grande discrepância entre o que a GT prescreve como conjunção concessiva e o que é realmente usado nos textos de domínio jornalístico, que representariam o “padrão real” da língua.

Diante deste quadro, o presente trabalho pretende estudar os processos concessivos e sua relação com os operadores concessivos, a partir dos avanços de estudos nas áreas de Gramática Funcional e Análise do Discurso. Assim, o trabalho procurará integrar as concepções semântica e sintática, ao agrupar este tipo de operador em uma só “classe” e ao observar seu comportamento sintático quanto à mobilidade das orações que modificam e à pontuação. Acreditando serem essas construções mais freqüentes nos gêneros de tipologia argumentativa, o trabalho analisará textos na variante brasileira do português do corpus ‘editorial’ de 1950 a 2000 do projeto VARPORT. Desse modo, será possível investigar se há relevante ocorrência de processos concessivos neste tipo de texto e se eles se prestam mais a essa função discursiva como indicadores de polifonia. Ao analisar os dados, o trabalho também tem como objetivo contribuir para pesquisa já em andamento de classificação dos operadores argumentativos.

 

 

Produção escrita: domínios e fronteiras

Viviane Francisca Ribeiro Silva

 

A dificuldade que os alunos enfrentam ao produzirem textos escritos preocupa a muitos professores, educadores e pesquisadores da área. Em geral, os alunos não apresentam dificuldades em se expressar através da fala, mas sim quando precisam da escrita para se comunicarem. Este projeto analisou, de forma interdisciplinar, o trabalho de produção e análise de textos numa escola de primeira a quarta série do ensino fundamental, da rede particular de ensino na cidade de Caxambu-MG, levantando fatores que influenciam positiva ou negativamente o mesmo. Algumas questões principais nortearam esta pesquisa: O que é um bom texto? O professor se preocupa com a constituição do discurso, com a finalidade para qual o texto foi produzido, com a coerência e coesão ou limita-se à correção ortográfica e outros aspectos superficiais do texto? Verificou se na escola a escrita é palco de confronto entre o que o aluno tem a dizer sobre o que lhe é proposto e aquilo que ele considera dever dizer para corresponder às expectativas do professor/avaliador ou é produto de reflexão, construída de acordo com os gêneros discursivos em circulação na escola e na sociedade. Observou como são feitas as avaliações dos textos dos alunos, se os professores limitam-se à correção ortográfica ou consideram o todo significativo e as características de cada gênero. Foram fundamentais as contribuições da Lingüística Aplicada como embasamento teórico para o desenvolvimento da pesquisa.


PROGRESSÃO TEMÁTICA: UMA ESTRATÉGIA DE COESÃO E COERÊNCIA TEXTUAL

Renata Dorneles (UFF)
Vanessa Pugliese
(UFF)

 

O principal objetivo deste trabalho é auxiliar docentes da área de Língua Portuguesa em relação à produção de textos em sala de aula. Uma das dificuldades encontradas pelos professores é a de explicar conceitos como coerência e coesão para que os alunos passem a produzir textos com mais clareza e precisão de idéias. Muitos profissionais não sabem ou relutam em aplicar, na sala de aula, o conhecimento adquirido a partir da leitura da bibliografia da Lingüística Textual.

Considerando que a inclusão da heterogeneidade de textos na sala de aula se faz cada vez mais necessária, acreditamos que os textos publicitários sirvam como exemplo de textos coerentes e ricos em recursos coesivos. Todo texto apresenta um equilíbrio entre informações pressupostas e informações retomadas de frase em frase sobre as quais os novos enunciados se apoiam (princípio de coesão –repetição assegurados pelos temas), de um lado, e a contribuição de novas informações( princípio de progressão assegurados pelos remas), do outro.

Entende-se como tema aquilo que se toma como base da comunicação, aquilo do que se fala e rema como o cerne da contribuição, aquilo que é dito sobre o tema.

Neste trabalho, utilizaremos as idéias transmitidas por Charaudeau & Maingueneau, em Dicionário de análise do discurso (2004). Para eles podemos distinguir três grandes tipos de progressão temática.

 

 

PRONOMES ADVERBIAIS U E ONDE
NAS
CANTIGAS DE AMIGO GALEGO-PORTUGUESAS
TRAJETÓRIA DE UMA GRAMATICALIZAÇÃO

Maria Regina Pante (UEM)

 

Este artigo pretende examinar as ocorrências dos pronomes adverbiais u e onde, provenientes das formas latinas ubi e unde, respectivamente, nas Cantigas de Amigo galego-portuguesas, compostas entre os séculos XII e XIV. Pretende apontar, ainda, a distribuição complementar dos dois pronomes, bem como o início da gramaticalização do pronome onde em um período da língua em que o pronome u ainda não havia desaparecido por completo.

 

 

Prosa e poesia
uma
abordagem intertextual na obra sallesiana

Ludmila Antunes de Jesus (UFBA)
Célia Marque Telles
(UFBA)

 

A relação entre prosa e poesia na obra do poeta baiano Arthur de Salles, foi analisada, segundo Célia Tavares (1986) a partir de três aspectos. O primeiro diz respeito a uma relação de implicação lógica o segundo aspecto relaciona-se ao fato de a prosa ser considerada o esboço da poesia e o terceiro aspecto, mostra que a prosa apresenta a poesia. Os manuscritos relativos à tradução de Macbeth feita pelo poeta mostraram-nos outros rumos na pesquisa. A afirmação de que alguns textos em prosa apresentam a poesia, ocorrem em Passé e O Ramo da Fogueira. Entretanto, outros são apenas discursos introdutórios, ou seja, um veículo de apresentação da obra, e não uma relação em que a prosa seria uma implicação lógica ou um esboço da poesia. Buscar-se-á nesse trabalho abordar esses aspectos intertextuais entre a prosa e a poesia na obra sallesiana.


QUANDO A PALAVRA REDUZ O HOMEM A COISA
A
COESÃO LEXICAL EM SARGENTO GETÚLIO

Denise Salim Santos (UNIG)

 

A lexicologia tem como uma de suas funções informar acerca das unidades lexicais necessárias à produção do discurso, levando em conta natureza e intenções mesmas desse discurso. Nesta pesquisa pretendemos levantar as ocorrências lexicais empregadas por João Ubaldo Ribeiro na construção do discurso da personagem Getúlio dos Santos Bezerra, o sargento Getúlio, que empresta seu nome ao romance publicado em 1971. A seleção lexical por parte do escritor na busca das formas nominais que atendam às necessidades expressivas e discursivas é elemento relevante no tecer coesivo do texto e estimula um estudo do léxico como elemento de coesão em relação às formas de Getúlio referir-se a outra personagem do romance – o preso político- de quem o sargento omite o nome durante toda a narrativa: ...se quisesse lembrava o nome dele, mas não quero e esqueci (SG:103). Busca-se, então, criar áreas de interseção entre léxico, discurso e textualidade, deixando espaço para verificar a presença de novas unidades lexicais que possam ocorrer – os neologismos – suas motivações e implicações semânticas, bem como a construção desses termos. A repetição e a sinonímia são apreciadas como recursos eficientes na concatenação das partes do discurso narrativo, assim como as relações de hiponímia e hiperonímia entre palavras ou grupos de palavras empregadas durante todo o percurso narrativo.

 

 

Quanto mais em Semântica Cognitiva
o
uso dos operadores escalares de epistemicidade no PB

Patricia Teles (UFRJ)

 

O presente trabalho visa a contemplar o processo de escalarização epistêmica (cf. Sweetser, 2000) como recurso de subjetificação (cf. Salomão, 1999) ativado pelo uso de operadores escalares (tratamento dado em Fillmore & Kay, 1977 para o caso da expressão idiomática “let alone”, em inglês).

Os operadores escalares promovem o re-enquadre de uma proposição 2 (P2) em termos do grau de possibilidade da realização da proposição 1 (P1), instaurando uma premissa de condicionalidade epistêmica.

Um grupo híbrido de palavra tais como “que dirá”, “quanto mais” e “imagine” (descritos como expressão idiomática) realizam-se como operadores escalares na construção < P1, OE P2 >, em que na P1 se estabelece a condição maior ou menor para a realização da P2, operada pelo operador escalar (OE).

Com isso, a verdade de P2 está sendo reperspectivizada em função da possibilidade de realização de P1. O processo de reenquadre epistêmico da realização de P2 se deflagra com uso do operador.

Dessa forma, o estudo, por ora, apresentado, objetiva descrever os processos cognitivos da escalarização epistêmica ativados lingüisticamente pelos OEs.

 

 

Questões apologéticas

Elisângela Silva Coelho (UERJ)
José
Pereira da Silva (UERJ)

 

Por meio da pesquisa feita sobre a imposição dos portugueses aos índios da língua portuguesa, pude notar que os padres, em regra, procuraram ajudar os nativos na colônia a aprender os dogmas católicos em sua língua de origem, desafiando o poder político de Portugal.

Os índios eram vistos como seres animalescos, canibais ou predispostos ao politeísmo. A Igreja Católica não tolerava seus rituais pagãos nem o seu hábito de andarem nus.

A língua portuguesa foi imposta aos índios, através de medidas administrativas do Marquês de Pombal, para que aprendessem a agir como os colonos.

Isso foi um desafio, assim como impor roupas e modos portugueses aos povos nativos.

Além da língua dos índios, a Igreja utilizava o latim em suas liturgias, como na Missa, por exemplo, e não estava preocupada em impor-lhes a língua portuguesa porque seus compromissos eram com a cristianização dos índios e não com a sua submissão à coroa portuguesa.

Teria a coroa portuguesa agido certo com os índios?

O Padre Manoel da Penha do Rosário era contra tal imposição e ensinou os conceitos católicos aos índios em seu idioma, desafiando o poder da metrópole.

 

 

QUESTÕES DE ALFABETIZAÇÃO
A
PRODUÇÃO TEXTUAL NOS PRIMEIROS ANOS DE ESCOLARIDADE

Edith Frigotto (UFF)

 

O objetivo deste trabalho é discutir a produção textual de alunos nos primeiros anos de escolaridade a partir das mediações pedagógicas que estruturam suas práticas discursivas. Entendendo o texto como um processo sócio-comunicativo, baseado no conceito de dialogia de Bakhtin, buscamos entender os procedimentos discursivos acionados na produção escolar. Para este trabalho, analisamos os fatores pragmáticos e lingüísticos presentes nos textos de crianças do terceiro ano de escolaridade, a fim de detectar alguma predominância de padrões de textualização construídos no interior da sala de aula.

 

 

RECEITAS DE COZINHA DO SÉCULO XV: COMO LER?

Sandro Marcío Drumond Alves (UFRJ)
Manuela Leal Pinto
(CUBM)

 

Este trabalho tem como objeto de estudo a edição elaborada por Antônio Gomes Filho de Um Tratado da Cozinha Portuguêsa do Século XV. A presente edição está divida em quatro partes: fac-símile do manuscrito, leitura diplomática, leitura moderna e índice de vocábulos. Como o presente trabalho tem por objetivo enfocar a questão da leitura, estabeleceu-se como recorte do corpus as partes relativas à leitura diplomática e à leitura moderna. Com base nos suportes teóricos de Kleiman, Koch e Salomão, buscar-se-á as diferentes estratégias de leitura na edição diplomática de três receitas do Tratado (Fartes, Marmelada de D. Joana e Geléia de marmelo) e as possíveis justificativas para as abreviaturas encontradas nos manuscritos.

 

 

RECURSOS DE INDETERMINAÇÃO DO SUJEITO
NA
FALA RURAL DO SEMI-ÁRIDO BAIANO

Neila Maria Oliveira Santana (UFBA)

 

A Gramática Tradicional (GT) reproduz apenas duas maneiras de se indeterminar o sujeito em português: 1) com o verbo na 3ª pessoa do plural sem sujeito expresso na oração e 2) com o verbo na 3ª pessoa do singular seguido do pronome se. Comparando as prescrições das GT e o uso do sujeito indeterminado em diferentes modalidades da língua portuguesa pode-se constatar que há uma grande diferença entre o que estas gramáticas prescrevem e o que realmente ocorre no português brasileiro. Diante do exposto, objetiva-se analisar as diferentes estratégias de indeterminação do sujeito encontradas nas comunidades rurais de Piabas, localizada no município de Caém – BA, e Bananal/ Barra dos Negros, localizadas em Rio de Contas – BA, e mostrar que a GT, no que diz respeito ao fenômeno da indeterminação, não considera formas já implantadas na fala que estão sendo utilizadas também na escrita. Na análise, adotar-se-ão os pressupostos teórico-metodológicos da Sociolingüística Quantitativa, levando-se em consideração variáveis lingüísticas e extralingüísticas.

 

 

REDAÇÃO/TEXTO DISSERTATIVO: UMA NOVA PROPOSTA DE ANÁLISE
(
SELEÇÃO/ORGANIZAÇÃO INFORMACIONAL)

Márcia Leite Pereira dos Santos

 

O objetivo desta comunicação é apresentar uma nova proposta de análise das produções textuais dos alunos do Ensino Médio. Neste trabalho, que se inscreve em Lingüística Aplicada ao Ensino da Língua Materna, demonstraremos uma maior importância de alguns elementos apontados como aspectos de valorização do texto do aluno: o lugar da paráfrase e clichê, a seleção e progressão de informações entre outros.

Deste modo, pretendemos, talvez, contribuir para um melhor entendimento de colegas de profissão da performance textual dos educandos, o que, possivelmente, leve a um melhor desempenho de/para a classe docente. Como exemplificação, apresentaremos três redações analisadas de acordo com nossa proposta.

 

 

REFLEXÕES SOBRE LOCUÇÕES PREPOSITIVAS
PROCESSOS DE FORMAÇÃO E CAMPOS SEMÂNTICOS

Anna Maria Nolasco de Macêdo (UFBA)

 

Estas reflexões têm por escopo demonstrar quais os processos morfossintáticos de formação de locuções prepositivas que são encontrados no português, desde o período arcaico da língua, especialmente em documentação notarial, tipo de texto que se caracteriza pelo uso de expressões formulares conservadoras. Ademais, apresenta-se fórmula composicional e taxionomia anteriormente propostas por NOLASCO DE MACEDO: 2003 e algumas conclusões de pesquisa comparativa efetuada entre vários corpora, que busca agrupar por campos semânticos determinadas locuções prepositivas.

 

 

Relações conceptus/designationes terminológicas
no percurso gerativo de
enunciação de codificação.

Maria Aparecida Barbosa (USP)

 

Examinamos, aqui, os aspectos cognitivos, semânticos e pragmáticos do engendramento de novas grandezas sígnicas em linguagens de especialidade. Analisamos, de um lado, os processos preferenciais de construção e reconstrução de unidades terminológicas nos universos de discursos técnicos e científicos. Objetivamos com esse estudo chegar a classes de processos enunciativos que, no conjunto de outros elementos, constituem ‘marcas’ de caracterização de tais universos. Dicionários Terminológicos do TERMCAT, Fundação Barcelona, das áreas de Sociologia, Teoria do conhecimento, Antropologia, Biologia Celular e Desenho Técnico, constituem o corpus de análise da pesquisa. Três questões constituem a estrutura básica desta pesquisa. A primeira refere-se aos tipos de processos enunciativos, incluindo-se aqui a tipologia de motivações, ou, de outro ângulo, os graus de arbitrariedade, quando da geração de uma unidade terminológica nas diferentes línguas especializadas. A segunda, aos tipos de estruturas morfo-semântico-sintáticas preferenciais adotadas em diferentes áreas e subáreas, na constituição de sua terminologia. A terceira concerne aos tipos de relações de significação existentes entre expressão e conteúdo das grandezas sígnicas dessas áreas.

 

 

RELAÇÕES DE SENTIDO ENTRE ITENS LEXICAIS
ANÁLISE LEXICOGRÁFICA DE TERMOS DA SAÚDE

Sabrina Pereira de Abreu (UFRGS)

 

Como se sabe, estudos lexicográficos e terminográficos têm apontado sistematicamente para o fato de que glossários, vocabulários e dicionários definem lexemas e termos de forma aleatória, isto é, sem apresentar a organização semântica dos itens lexicais. Nesse sentido, informações importantes sobre a rede remissiva que pode ser estabelecida para a proposição das definições terminológicas são, muitas vezes, negligenciadas. Além disso, a própria escolha do lexema ou do termo que podem constituir entrada lexical, muitas vezes, não é claramente determinada. Assim, a presente comunicação, procurando contribuir com as reflexões acerca do fazer lexicográfico e terminográfico, apresenta algumas considerações sobre relações associativas entre termos; em especial, no que atine às relações de sinonímia, de hiponímia e de meronímia. Para fins de exemplificação, estarão em evidência termos do campo semântico da saúde; em especial, os termos ‘aidético’, ‘soroposotivo’, ‘portador de HIV’ e ‘doente de AIDS’. Em síntese, esta comunicação tem como objetivos os seguintes: a) revisitar as relações associativas – sinonímia, hiponímia e meronímia; b) apresentar alguns dados do campo semântico da saúde no que atine às relações associativas aqui examinadas.

 

 

Renovação da metodologia de ensino das línguas clássicas

Nestor Dockhorn (UGB e UNIG)

 

As línguas são aprendidas por seus falantes de maneira natural e prática. As línguas clássicas também podem ser aprendidas de maneira natural, alegre e eficiente. O comunicador elaborou um método de aprendizagem de línguas, que ele aplicou com sucesso para o latim e o grego. Pelo método, o discente aprende a falar desde a primeira aula, com muita ação e dramatização.

 

 

Representações de Minerva na Roma Imperial

Leni Ribeiro Leite (UFRJ)

 

Partindo da obra do poeta latino Marcial e passando por obras de outros autores latinos, analisaremos neste trabalho as representações de Minerva na Roma Imperial. Deusa da Tríade Capitolina, Minerva teve lugar privilegiado durante o governo de Domiciano, que se considerava por ela especialmente agraciado. Sendo esta a deusa da sabedoria, torna-se a figura onde o mito e o logos se encontram. Divindade de origem etrusca, Minerva foi muito cedo para os romanos Minerva Capta, honrada pelos artesãos; era também protetora do saber dos professores, cujo salário foi denominado minerval; era por fim, a senhora das táticas da guerra, protetora da cidade. Parte da tríade, em tríplice aspecto, Minerva ganha dos poetas e artistas da época imperial tanto louvores como algum escárnio. Procuraremos assim, através da análise da figura de Minerva nas obras artísticas do Império Romano estabelecer as tensões que sua figura encerra no imaginário romano da época.


RESULTADOS E TENDÊNCIAS NO USO DE ADVÉRBIOS LOCATIVOS

Mariangela Rios de Oliveira (UFF)

 

Pesquisamos ordenação, polissemia e gramaticalização dos pronomes adverbiais , ali, aqui e no português escrito. Partimos de pressupostos teóricos funcionalistas da vertente norte-americana (Furtado da Cunha et alii, 2003; Batoréo, 2000; Bybee e Hopper, 2001). Entendemos que os fenômenos lingüísticos devem ser analisados em seus contextos de uso, de efetiva ocorrência. Aqui, o termo uso refere-se especificamente às condições intra e extralingüísticas motivadoras do gênero textual sermão religioso, tomada como “a explanação realizada durante a missa ou outra celebração litúrgica, sempre tendo por base o texto da Sagrada Escritura” (Vieira, 2004: p. 24). Assim, assumimos que a expressão, a organização gramatical e a discursiva de tais textos são parcialmente conseqüentes do ambiente pragmático-comunicativo e de pressões cognitivas atuantes nesse tipo de construto. Em termos de relações espaciais, identificamos: a) articulações dêiticas, relativas ao espaço (igreja) e ao tempo (homilia) em que se profere o sermão, como: (1) Porque cada um de nós (e os adultos aqui presentes vão entender) cometeu, experimentou coisas que até agora estão machucando a vida da gente... (PT, p. 12, l. 7); (2) alguém aqui nesta manhã que não carregue dentro de si mesmo a tristeza de uma amizade destruída – porquecoisas aconteceram” e nãomais para consertar? (PT, p. 12, l. 15); b) articulações fóricas, relacionadas ao contexto lingüístico, como: (3) Esse lugar de trevas e tristezas chamava-se “mundo”, uma estrela em extinção. Aqui Jesus despertou do sonho verdadeiro da glória e da felicidade. (PJ, p. 29, l. 9)

 

 

Resultados e tendências no uso dos advérbios conectivos

Violeta Virginia Rodrigues (UFRJ)

 

A projeto de pesquisa sobre O papel de conectivo dos vocábulos emmente com valor temporal e aspectual ainda está em andamento e se apresentam aqui os resultados preliminares do estudo do comportamento dos advérbios conectivos no português.

O principal objetivo desta pesquisa é verificar a posição mais freqüente dos vocábulos em –mente com valor temporal e aspectual, observando se esses vocábulos apresentam uma ordem fixa, o que seria mais uma característica típica de um conectivo, ou se apresentam a mobilidade característica dos advérbios em geral.

Para tal estudo, conta-se com o corpus compartilhado do projeto VARPORT. Os dados do corpus são analisados tanto quantitativamente quanto qualitativamente, segundo os pressupostos teóricos-metodológicos da Sociolingüística e do Funcionalismo.

Até o momento, a pesquisa realizada permite confirmar que os vocábulos em mente com valor de conectivo aparecem freqüentemente em posição inicial, o que parece indicar uma preferência por uma ordem mais fixa na sentença, diferentemente dos advérbios em geral, tanto no português europeu oral, quanto no português europeu escrito. Assim como os conectivos, em geral, iniciam as sentenças e ajudam na progressão textual, assim também parece acontecer com os advérbios conectivos.

Rodrigues e Acosta (2004) observaram que os advérbios conectivos tendem a aparecer na posição inicial, reforçando, assim, a hipótese de Rodrigues e Freitas (2004) de que os vocábulos em –mente podem funcionar não só como advérbio, mas também como conectivo textual.

 

 

RESUMO ACADÊMICO: UMA TENTATIVA DE DEFINIÇÃO

Andréa Lourdes Ribeiro (UFMG e FAMINAS-BH)

 

Resumir é uma das práticas lingüísticas mais freqüentes na vida cotidiana. Saber resumir textos lidos é uma capacidade necessária, nas sociedades letradas, para o desempenho de várias funções e atividades profissionais. Resumir é também um saber-fazer necessário ao universo escolar, principalmente no ensino superior, onde é freqüentemente solicitado pelos professores. Dada a expressiva circulação do resumo nessa esfera de uso, o objetivo deste trabalho é auxiliar na configuração desse gênero como atividade didática no contexto acadêmico. Para tal apoio-me na noção backhtiniana de gênero, na proposta de Bronckart (1999) para a produção de textos sob a perspectiva sócio-interacionista e nas considerações de Marcuschi (2001) sobre o processo de retextualização.

 

 

RETALHOS DE MEMÓRIA
REGISTROS DE UM TEMPO SOB O OLHAR DE UM INTELECTUAL

Daniele de Araujo dos Santos

 

O trabalho pretende analisar o Diário Íntimo, de Lima Barreto, sua singularidade como registro memorialístico, de forma fragmentária e híbrida, com temporalidade diversa, numa perspectiva comparada com os Retalhos, cadernos de anotações e recortes de jornais,que se encontram na Seção de Manuscritos da BN.O resultado da análise discute as relações entre memória, literatura e cultura.

 

 

“RETERRITORIALIZAÇÕES” DE ERNEST HAECKEL
NA
POESIA DE AUGUSTO DOS ANJOS

Mario César Newman de Queiroz (UFRJ)

 

Ao percorrermos as indicações de leitura presentes nos poemas de Augusto dos Anjos, ao levarmos a sério as referências feitas naqueles poemas aos nomes de cientistas e filósofos e, conseqüentemente, empreendermos uma leitura comparada entre estes textos de campos discursivos distintos, podemos perceber claramente os procedimentos de citação e de produção de novos topoi presentes na poética do nosso poeta da morte. Torna-se clara a importância, tantas vezes apontada e nunca demonstrada pelos contemporâneos do poeta, da leitura do darwinista alemão Ernest Haeckel para Augusto dos Anjos, o destaque que seu resultado adquire pode-se perceber no fato de muitos dos prováveis neologismos de Augusto (conforme apontados por Antônio Houaiss) serem na verdade vocábulos de extração haeckeliana. Essa forte presença se faz, no entanto, tanto no vocabulário científico e filosófico como na imagética de muitos poemas do Eu. Assume papel relevante mesmo em referências literárias presentes no trabalho do poeta em contextos temáticos aproximados àqueles em que aparecem na obra daquele cientista. O fenômeno pode ter seu início datado, a partir da publicação das traduções para o português das obras de divulgação daquele cientista, em 1908. E percebê-lo nos possibilita uma compreensão muito mais rica dos procedimentos poéticos de Augusto dos Anjos, seu incessante trabalho de “desterritorializações” e “reterritorializações” de vocabulário, temas e idéias na construção de sua “máquina” poética e de imagem de sujeito.

 

 

SABOR-SABER
A
PRESENÇA POLÍTICO-IDEOLÓGICA NA ESCOLHA DOS TERMOS
DA
CULINÁRIA MOÇAMBICANA

Fátima Helena Azevedo de Oliveira (UNESA)

 

Os termos “sabor” e “saber” remetem a uma origem aproximada: impressionar o paladar. A primeira, do latim “sapore”, diz respeito à impressão que as substâncias sápidas produzem na língua. Já a segunda, do latim “sapere”, ter gosto, diz respeito ao conhecimento, à ciência, à informação ou notícia. O processo fonético-fonológico da comutação, ao permutar o fonema /o/ pelo /e/, implica a mudança de significado. Fato semelhante ocorre nos textos de procedimento escritos em português veiculados em Moçambique. É o sabor veiculando o saber tradicional. Ao se permutar um termo do português europeu (doravante PE) por um das línguas africanas de Moçambique (doravante LM), nas receitas culinárias veiculadas no país pós 1975 (data da independência), deixam-se transparecer objetivos político-ideológicos de valorização das línguas locais e fixação da sua terminologia, ainda que muitas delas não tenham uma ortografia padronizada. O termo africano é a pimenta (piripiri), sem ele, o PE veiculado em Moçambique fica sem “saber” nada, isto é, sem sabor, sem o gosto local.

A presente investigação científica pretende informar sobre o processo de seleção e organização dos termos presentes no gênero textual receita culinária, disponíveis em Moçambique para o uso dos residentes e divulgação internacional. São textos divulgados em livros de receitas publicados no país no período pós-independência. Termos como “folhas de matapha”, substituindo “folhas de aboboreira” ou nhangana” (folhas de feijão verde) ou “feijão nhemba” (feijão verde) seriam impugnados em uma receita escrita antes de 1975. A veiculação dos mesmos nos textos culinários deixa reportar decisões de uma política lingüística, cujo objetivo é normatizar e fixar um conjunto de termos africanos, valorizando o conhecimento popular. O processo de lexicalização envolve palavras que têm a entrada lexical diferente para o africano e para o europeu e as mesmas propriedades específicas. Para alguns falantes, mesmo sendo moçambicano, as formas “matapha” e “nhangana” não existem, uma vez que dentro do país existem numerosas línguas africanas, ainda que sejam do tronco Bantu (ou Banto). Pode-se concluir que há variantes africanas de prestígio, mesmo entre as LM. Foram definidas as opções e caracterizaram-se assim as particularidades lingüísticas. Embora os termos selecionados tenham características específicas de Moçambique, o texto foi escrito em PE e há uma enorme porção compartilhada entre o europeu que resolveu continuar no país e o africano.

É preciso deixar claro que esta é uma pesquisa da área da Terminologia e não de Fonologia ou História da língua.

 

 

SANGUE NAS VESTES
A
PERFORMANCE TRÁGICA DA ARTE SOB OS VÉUS DE SALOMÉ

Marcelo dos Santos (UERJ)

 

Este trabalho abordará o mito literário da princesa Salomé em diversas obras, literárias e pictóricas. No percurso da exposição será desenvolvida a relação entre as representações de Salomé e a constituição de uma possibilidade literária que toma prazer e dor, encanto e violência como condições de sua performance artística, entendida como dança. Esta relação faria, portanto, emergir a arte como dança fatal, de lastro trágico, cercada de sangue, que lançaria sempre a obra em problemáticas vitais: da existência da vida como arte, e da existência ou possibilidade da arte como vida. Algumas mostras para exposição da hipótese aqui levantada serão extraídas das obras de Oscar Wilde, J.-K. Huysmans, Guillaume Apollinaire, Gustave Moreau, Ticiano entre outros.

 

 

Seleção para o magistério público: o que se espera do professor

Fábio Sampaio de Almeida (UERJ)
Maria Cristina Giorgi
(UERJ)
Maria Del Carmen F. G. Daher
(UERJ)

 

Pesquisas na área de educação apontam cada vez mais para um professor preocupado com a sua formação e a de seus alunos, cujas propostas de trabalho em sala de aula visem não só a uma mera transmissão de conceitos, mas principalmente à formação de um cidadão crítico. Como estudiosos da área da linguagem, buscamos, por meio da análise de escritos que constituem concursos de seleção para a o magistério público do Rio de Janeiro, marcas que permitam identificar se é esse o perfil de professor que se constrói discursivamente nestes exames, uma vez que entendemos que os mesmos estão atravessados por vozes que reproduzem e prescrevem concepções de língua e ensino que perfilam discursivamente uma imagem de “professor ideal”. Com relação à linguagem, seguimos as propostas da Análise de discurso de base enunciativa (Maingueneau, 2001) e as noções de gênero de discurso e polifonia (Bakhtin, 1979). No que se refere a uma melhor compreensão do trabalho do professor, nos valemos de conceitos advindos das Ciências do Trabalho (Clot, 2004; Faïta, 2002; Amigues, 2002, 2004; Schwartz, 2002).

 

 

SEMEN EST VERBUM DEI
O
DISCURSO ENGENHOSO DE PADRE ANTÓNIO VIEIRA
NO
SERMÃO DA SEXAGÉSIMA

Roberto Nunes Bittencourt (PUC-Rio)

 

Padre jesuíta, pregador, missionário, diplomata e político, Antônio Vieira deixou um enorme legado literário: cerca de duzentos sermões, numerosas cartas, opúsculos religiosos, documentos de natureza política ou diplomática, além de diversos outros textos. Inspirado em moldes conceptistas e encerrando toda uma teoria da arte de pregar, em março de 1655, na Capela Real de Lisboa, Antônio Vieira prega o Sermão da Sexagésima, cujo tema está na passagem bíblica Semen est Verbum Dei (LUCAS, VIII, 2). Nosso presente trabalho enfocará, a partir do texto bíblico, o sermão de António Vieira, um discurso engenhoso e sedutor.

 

 

Sujeito da enunciação e construções concessivas
em textos midiáticos

Lúcia Helena Martins Gouvêa (UFRJ)

 

Este trabalho tem como proposta a apresentação dos estudos que estão sendo realizados sobre o modo pelo qual o sujeito da enunciação se representa em construções concessivas ocorrentes em textos dos gêneros editorial, opinião e crônica do jornal O Globo.

Trata-se de uma pesquisa individual que está sendo desenvolvida dentro Projeto Integrado de Pesquisa do Centro Interdisciplinar de Análise do Discurso (CIAD) e do Projeto em Análise do Discurso e Ensino (PROADE).

É um trabalho que se insere em duas linhas teóricas: a Semântica da Enunciação, de Oswald Ducrot, e a Semiolingüística do Discurso, de Patrick Charaudeau.

A partir das duas teorias, estudam-se as construções concessivas, materializadas em enunciados com operadores do tipo mas ou embora, tendo como fundamento: (a) a teoria polifônica de Ducrot e (b) a noção de contrato de comunicação e os modos de organização do discurso de Charaudeau.

Quanto ao objetivo principal, pretende-se oferecer subsídios teórico-metodológicos para a compreensão do processo da concessão como estratégia argumentativa. Com essa finalidade, levantam-se dados que servirão, por exemplo, para: comprovar a produtividade do processo e a relação dessa produtividade com os gêneros textuais e identificar o modo como o sujeito da enunciação se representa em cada gênero específico.

Este trabalho funcionará como um documento informativo da existência e do andamento da pesquisa, mostrando as contribuições que ela pode trazer não só para o leitor dos gêneros textuais em análise, mas também para os estudos da semântica argumentativa e da semiolingüística do discurso.


Sujeitos pronominaistu” e “você
variação na
comunidade urbana de Santo Antônio de Jesus

Ludinalva Santos do Amor Divino (UFBA, UNICENTRO e UEFS)

 

Muitos estudos têm demonstrado as diferenças entre o português brasileiro e o português europeu, particularmente no que se refere ao quadro pronominal, considerando-se que os critérios que condicionam os usos de diferentes formas de tratamento evidenciam crenças e valores de uma determinada cultura. Sendo assim, a variação lingüística que encontramos no português brasileiro, a cada dia, remete à pesquisa de itens lingüísticos passíveis de investigação e análise. Como exemplo, podemos citar as formas “tu” e você” que se alternam nas interlocuções. Apesar de os estudos mostrarem tendências ao uso de “você” ao invés de “tu”, observa-se que no interior do Nordeste, o “você não substitui o “tu”, pelo menos, nas situações informais. A alternância tu/você e a variação presença/ausência do pronome são analisadas pelo fato de termos observado que a população interiorana, na sua grande maioria, faz uso do pronome “tu” com referência às pessoas mais próximas e em momentos informais, já o pronome “você” é usado fazendo referência às pessoas mais distantes. Diante do exposto, pretendemos analisar a variação tu/você na comunidade de fala urbana de Santo Antônio de Jesus-Ba.

 

 

Sujeitos referenciais e não referenciais na fala e na escrita

Maria Eugênia Lamoglia Duarte (UFRJ)

 

O trabalho apresenta um confronto entre os resultados obtidos para a representação do sujeito pronominal na fala (Entrevistas sociolingüísticas que compõem a amostra do PEUL – Programa de Estudos sobre o Uso da Língua) e na escrita padrão (Amostra constituída de textos publicados em jornais cariocas). As inovações encontradas na fala – preferência pelas formas pronominais plenas para os sujeitos referenciais (definidos e indeterminados) e movimento de constituintes ou “pessoalização” de verbos “impessoais” para evitar uma posição vazia de sujeitos não referenciais – já se mostram na escrita, mas em índices muito baixos, particularmente os referenciais, ilustrados em (1) e (2):

(1) Ele explicou que à tarde ele vai se dedicar a fazer uma avaliação de todas as alternativas de perguntas. (JB – Reportagem)

(2) Você chama e elas não se aproximam, você grita por socorro e elas continuam longe, você espreme o cérebro e não pinga nada. (O Globo, Crônica)

Em relação aos não referenciais, possivelmente por não serem percebidos como “redundantes” e, portanto, menos sujeitos à correção escolar, há uma maior implementação de formas alternativas à posição vazia do sujeito:

(3) Com os anos as idéias parecem que __ vão ficando cada vez mais longe, enquanto o seu poder de convocá-las diminui. (O Globo – Crônica)

(4) No período da ditadura, (nós) tivemos uma debandada geral dos intelectuais para o exterior. (JB, Opinião)

Os resultados, além de nos oferecerem uma medida do caráter conservador da escrita, permitem acompanhar o lento processo de implementação nessa modalidade de variantes freqüentes na fala, verificando a atuação de fatores estruturais e discursivos que retardam ou aceleram esse processo.


SURDEZ, LÍNGUA E SUBJETIVIDADE
UMA
EXPERIÊNCIA MULTIDISCIPLINAR EM UMA UNIDADE DE SAÚDE

Edicléa Mascarenhas Fernandes (UERJ)

 

A lingüística como disciplina de caráter universal possui campos de atuação bastante diversos. Neste trabalho apresento relato de experiência desenvolvido no Centro de Atenção a Pessoa Portadora de Deficiência do Sistema Único de Saúde do município de Duque de Caxias de 1997-2000. O diagnóstico de surdez severa e profunda de um bebê traz para seus familiares o encontro com medos e fantasias inerentes ao estigma que a deficiência comporta. Durante anos de supremacia do modelo oralista na reabilitação de surdos, era negado o acesso a sua língua materna (Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS).O surdo severo e profundo adquire a Língua Portuguesa somente em situação clínica ou pedagógica. A ausência de aquisição da língua materna em situação de contato natural pode acarretar prejuízos comportamentais, lingüísticos e cognitivos. Os espaços de reabilitação de pessoas com deficiências devem se nortear por um paradigma da pessoa em sua totalidade, neste sentido, implantou-se uma equipe de atendimento a crianças surdas e seus familiares composta por fonoaudióloga com formação LIBRAS, intérprete, um surdo adulto fluente em LIBRAS, que atuava como contato lingüístico, psicóloga, pedagoga e assistente social. O acesso a LIBRAS trouxe a possibilidade do estabelecimento do canal de comunicação pais – filho, da troca de sentimentos, redução dos comportamentos agitados e introjeção das normas sociais. A aquisição da língua portuguesa aconteceu através das sessões fonoaudiológicas e acompanhamento educacional. Concluímos que a reabilitação e educação de pessoas surdas deve garantir sua identidade bilingüe, tendo como disciplinas mediadoras a lingüística, sociolingüística, pedagogia, psicologia, fonoaudiologia e antropologia.

 

 

Tempo e percepção
compreendendo os
ponteiros da pontualidade brasileira

Danúsia Torres dos Santos (UFRJ e PUC-Rio)

 

Considera-se, para a realização deste trabalho, o tempo como dimensão cultural, como meio que pode proporcionar uma melhor compreensão de uma dada cultura, sendo seu objeto de pesquisa o microtempo (HAll, 1996), mais especificamente, aspectos do microtempo da cultura brasileira relacionados à pontualidade. O levantamento dos dados considerados neste projeto de pesquisa se deu por meio da aplicação de questionários, com perguntas abertas e fechadas, e sua análise concentrou-se nas informações opinativas (Luna, 2002: 49), buscando compreender o “significado que as pessoas dão às coisas e à sua vida... numa tentativa de capturar a perspectiva dos participantes” (Lüdke& Andre, 1986:12). Pretende-se, desse modo, esboçar os contornos da auto-percepção e da percepção coletiva dos informantes em relação ao sistema de pontualidade no qual se encontram imersos. Posto que a questão da pontualidade pode e deve ser compreendida dentro das regras interacionais brasileiras, uma melhor caracterização desse fenômeno possibilitará minimizar problemas em contextos de cruzamento de culturas, pois os diferentes conceitos de pontualidade utilizados nas diversas culturas podem se tornar um fator dificultador, ou mesmo fonte de conflitos, em situações de comunicação intercultural. Para tanto, é fundamental a atuação do professor de LE que, a partir de pesquisa e atualização constantes, vai se aprimorando no papel de mediador simbólico entre as culturas representadas em sala de aula, ou seja, no papel de interculturalista.

 

 

teorias psicolingüísticas e pedagógicas
para o desenvolvimento de conceitos um estudo preliminar

Mirian Rosa de Freitas Montin

 

Tendo como base os pressupostos vygotskyanos de que a construção do conhecimento acontece pela imersão do homem na sociedade, via linguagem, procura-se discutir e estabelecer como se dá o processo de conceitualização. Paralelamente, busca-se nas pesquisas de Clark e Barrett apoio psicolingüístico, uma vez que esses procuram esclarecer a construção semântico-conceitual, quando da formação dos conceitos. Acredita-se que tais pesquisas apresentam-se em muitos momentos de forma convergente às teorias de Vygotsky. Partindo de tais abordagens procura-se discutir, ainda que em caráter preliminar, alguns recursos já detectados necessários para o desenvolvimento de ferramentas educacionais, sendo essas formuladas com a finalidade de ser auxiliar à criança no processo de aquisição de novos conceitos.

 

 

TERMINOLOGIA E LÉXICO ESPECIALIZADO
A
LINGUAGEM TOPONÍMICA NOS DISCURSOS DOS ATLAS

Maria Vicentina de Paula do Amaral Dick (USP)

 

À medida que se procurou conferir à Onomástica, em seus dois segmentos distributivos, Toponímia e Antroponímia, um estatuto científico, no âmbito da ciência da linguagem, alguns aspectos se destacaram, merecendo uma reflexão: um, relativo ao próprio conceito de seu objeto de estudo – o nome propriamente dito -, à função prática que desempenha no meio social de onde emana (espacialização/toponimização), na sincronia de um tempo de ocorrência (temporalização/crononímia), pela atividade dos sujeitos envolvidos (actorialização/antroponimização); outro, mais complexo porque menos sensível, respeita ao entendimento do que chamamos de discurso ou enunciação onomástica, mais geral e abrangente. Consideramos, aí, a unidade léxico-deminativa como portadora de um traço de significância, referencializado coletivamente, e capaz, portanto, de uma figurativização discursiva, não se esgotando em si própria. A ancoragem historiográfica, com base nas marcas políticas da denominação, enseja o entendimento de uma diretriz terminológica, que vai se configurando, aos poucos, no conjunto dos nomes regionais. É o que apresentaremos nesta Mesa.

 

 

TEXTOS DE IMPRENSA
PROBLEMAS DE EDIÇÃO DOS FOLHETINS DE JOÃO GUMES

Maria da Conceição Reis Teixeira (UNEB)

 

A edição de textos impressos, que só dispõem de testemunhos em folhetim, é uma tarefa muito árdua. O editor crítico, a todo o momento, se defronta com uma nova situação que requer a tomada de uma importante decisão. O presente trabalho pretende apresentar algumas questões que envolvem o labor filológico quando da edição da obra folhetinesca do escritor baiano João Gumes, cujos textos circularam em periódicos do sudoeste da Bahia no final do século XIX.

 

 

TIETA DO AGRESTE: LINGUAGEM E RELAÇÃO DE PODER

Benedito José de Araújo Veiga (UEFS e UCSal)

 

Jorge Amado, na narrativa Tieta do Agreste Pastora de Cabras, publicada em 1977, apresenta, com sua linguagem insinuante e, por vezes, incisiva, uma personagem central, que desmancha e investe contra o poder do status quo constituído, implantado em uma pequena cidadezinha do interior baiano. O universo ficcional mostrado vale-se dos meios lingüísticos para atestar a hipocrisia dominante e firmar a instabilidade de mando existente frente ao retorno da heroína amadiana, que busca firmar-se, com audácia e novidades, valendo-se, inclusive, do aspecto econômico. A volta triunfal da desconcertante viúva, conforme indica o texto, coincide com as propostas de transformar a localidade em um centro turístico, projeto falsamente impulsionado pelo acolhimento de uma fábrica nas proximidades que, se aceita, modificaria totalmente a flora e a fauna existentes. Tieta interfere para resolver carências de sua comunidade de berço, como a falta de eletricidade, tornando-se por fim e, malgrado seus modos de agir profissionalmente e afinal revelados, nome da Rua da Luz de Tieta, um lembrete anônimo não apenas de linguagem, mas de toda uma proposta popular de vida.

 

 

TIETA DO AGRESTE, DE JORGE AMADO
UM ESTUDO LÉXICO-SEMANTICO DOS PROVÉRBIOS

Tadeu Luciano Siqueira Andrade (UNEB)

 

Os provérbios constituem um importante acervo no léxico de um povo. Seu estudo consiste em um inventário da semântica de uma língua. Através deles, as gerações anteriores perpetuaram sua sabedoria e transmitiram-na às presentes, usando-os como filosofia de vida, conselhos e até mesmo como argumentos de autoridades nas diversas situações da vida.

Jorge Amado, em Tieta do Agreste, retrata muito bem o uso dos provérbios no falar dos personagens, moradores da interiorana Santa do Agreste que, em meio às conversas diárias, usavam os provérbios, traduzindo o adágio: a voz do povo é a voz de Deus.

Fundamentando – se em Andrade (2001, 2002, 2003, 2004), Pereira (1999) Souza (1999) e outros, este trabalho pretende analisar o romance Tieta do Agreste a partir do estudo do léxico e da semântica, tendo como de partida, os provérbios e os usos da língua.

TÓPICOS EM PORTUGUÊS COMO LÍNGUA ESTRANGEIRA

Lygia Maria Gonçalves Trouche (UFF)
Norimar Júdice (UFF)

 

A NATUREZA DA COMUNICAÇÃO
E OS COMPONENTES DA COMPETÊNCIA COMUNICATIVA

Introdução ao estudo do ensino de Português do Brasil como língua não-materna. Competência e abordagem comunicativas

PROGRAMA

1 A língua portuguesa no panorama internacional

2 Processo de ensino-aprendizagem: do planejamento à avaliação

3 A natureza da comunicação

4 Competência comunicativa

5 Abordagem comunicativa no ensino do Português do Brasil para Estrangeiros (PBE)

6 Exemplos de tarefas comunicativas

 

O TEXTO EM MATERIAIS DIDÁTICOS PARA O ENSINO
DE PORTUGUÊS DO BRASIL PARA ESTRANGEIROS

Estudo do processo de seleção e abordagem do texto em materiais didáticos (MDs) destinados ao ensino de Português do Brasil para estrangeiros (PBE). Prospecção das representações do contexto brasileiro e das amostras da língua-alvo veiculadas pelo conjunto de textos de MDs de PBE recentemente publicados no Brasil. Análise dos tópicos, gêneros textuais e variedades lingüísticas contempladas nesse conjunto. Observação da abordagem dos textos nas propostas de atividades de compreensão e produção contidas no material enfocado.

PROGRAMA

1. A língua e da cultura do Brasil: pluralismo e identidade

2.Material didático: representante da língua e da cultura-alvo

3. Seleção de textos e criação de contextos

4. Textos e representações da identidade nacional

5 Abordagens dos textos em atividades de compreensão e produção de textos em MDs de PBE contemporâneos.

 

 

TOPONÍMIA DE VIAGEM NOS RELATOS DE LÉRY E THEVET

Alessandra Martins Antunes (USP)

 

São muitas as dificuldades de resgatar a toponímia do período colonial brasileiro. Aliada a pouca documentação disponível que indique nomes, lugares e povos indígenas, tem-se a dificuldade de recuperar formas apontadas por europeus que aqui estiveram. Muitas são as adaptações fonológicas e rara a indicação da língua da qual o topônimo provém. Cabe lembrar que durante décadas prevaleceu a idéia de que no Brasil habitavam apenas dois povos, tupi e tapuia, inimigos entre si, e cada qual com uma língua incompreensível ao outro. Os nomes de origem indígena que ainda hoje existem na costa brasileira possibilitam variadas interpretações ou mantêm seus significados totalmente desconhecidos. Coexistem, também, topônimos de origem européia atribuídos pelos viajantes que se estabeleceram em solo brasileiro ou que em rápidas passagens nomearam aquilo que viram. Dar nomes era, antes de tudo, uma forma de criar vínculos comerciais e religiosos e traçar no mapa a primazia da descoberta para o homem europeu e de se localizar em terras pouco conhecidas. O estudo dos designativos possibilita, desta forma, a detecção de valores sociais, avanços tecnológicos e questões históricas de cada povo. Dentre os viajantes que aportaram na costa brasileira, especificamente na Baía de Guanabara (litoral do Rio de Janeiro), destacamos Jean de Léry e André Thevet, que trouxeram para a América as respectivas visões de mundo consubstanciadas nas nomeações. Nesta Comunicação, pretendemos discutir as formas de nomear o espaço e os nomes identificados em seus relatos.

 

 

Trabalhando com Projetos em Inteligências Múltiplas
(Língua Materna e Línguas Estrangeiras)

Antônio Elias Lima Freitas (UFRJ, FSC e UFF)

 

O ensaio demonstra a eficácia de uma experiência realizada na área de Lingüística Aplicada ao Ensino de Línguas Estrangeiras (Inglês), tendo por base teórica as Inteligências Múltiplas de Gardner. O tom interdisciplinar e pluralista de Gardner em seus estudos sobre cérebro e inteligências justificam a quebra de paradigmas e o êxito de suas pesquisas nos diversos campos de atuação da Educação. Mesmo tendo Gardner realizado, a princípio, suas pesquisas no MIT (Instituto Tecnológico de Massachusetts), a Teoria das Inteligências Múltiplas foi absorvida plenamente por uma população universitária da Baixada Fluminense, Brasil e, apontou resultados surpreendentes considerando-se as variantes sócio-econômicas e culturais em extrema adversidade em relação àquelas populações pesquisadas por ele no estado de Massachusetts, berço cultural dos Estados Unidos.


Traduzindo a língua e o estilo do De Vulgari Eloquentia

Cosimo Bartolini S. Viva (USP)

 

No De Vulgari Eloquentia (c.1303-4), escrito em latim medieval, Dante discute entre outras coisas os fundamentos estéticos na elaboração do idioma “vulgar”. No curso de uma tradução dessa obra, nos defrontamos, de um lado, com a questão da adequação dos termos originais no contexto de uma explanação teórica aos termos correlatos no português e, de outro, com a articulação entre os preceitos teóricos propugnados e os resultados lingüísticos efetivos alcançados na produção do poeta. Nosso propósito é discutir alguns aspectos estilísticos e semânticos da tradução, levando em conta que se trata de um tratado sobre a arte de dizer.

 

 

transferência didatizante
um conceito aplicável ao trabalho com leitura em língua espanhola

Mônica de Castro Guimarães (Exército Brasileiro e UERJ)
Cristina Junger (UERJ)

 

O termo transposición didáctica – traduzido para transferência didatizante – formulado por Chevallard, professor de formadores e pesquisadores na área de matemática, tem nos últimos anos vivenciado um repercussão que transcende o campo desta disciplina, alcançando importância nas reflexões sobre o ato pedagógico em geral.

Segundo o autor, as reflexões sobre a relação docente, aluno e saber são relevantes no ensino escolar. Assim, o saber que é ensinado deve também ser questionado, e não somente a relação professor-aluno. Os conteúdos que se transmitem na escola são determinados através de uma seleção que não implica em um simples recorte, mas em uma transformação do saber original. Deste modo, o objeto que a princípio era um objeto de saber, passa a um objeto a ensinar e, logo, a um objeto do ensino.

No entanto, esta atenção dada ao objeto de saber não deve ignorar a importância da subjetividade do aluno na construção deste saber, pois, dessa maneira, a relação não seria entre docente, aluno e saber, mas sim entre docente e saber (aquele como detentor deste) estando o aluno à margem do processo, apenas como espectador.

Este estudo discute transferência didatizante, aplicado à leitura em língua espanhola: como contribui para as reflexões acerca das reformulações que a informação de um texto “autêntico” sofre quando é introduzido no livro didático – passando a texto didático (adaptado), os aspectos positivos ou não desta reformulação e as atitudes que o professor pode assumir para levar o aluno a participar deste trabalho de reformulação do saber.

 

 

UM CASO DE PRÓCLISE ESPECIAL EM TEXTO DO SÉCULO XIX
A
INTERPOLAÇÃO OU APOSSÍNCLISE

Expedito Eloísio Ximenes (UECE)

 

Na história da língua portuguesa o estudo da sintaxe dos pronomes clíticos teve pouca importância, até pelo menos, à segunda metade do século XIX, quando os gramáticos passaram a abordar o tema. Atualmente, no Brasil e em Portugal, muitas pesquisas estão sendo realizadas sobre o assunto tendo como base os corpora produzidos em diferentes épocas nestes países, reconstituindo-se, assim, a história da sintaxe dos pronomes clíticos em nossa língua. Nosso trabalho é uma parte de uma pesquisa mais ampla sobre a colocação dos pronomes complementos com base em um corpus do início do século XIX, constituído por 65 documentos denominados Autos de Querella, escritos na então Capitania do Siará Grande. Trata-se de um conjunto de documentos da administração judicial da Capitania, que passou pela etapa de compilação, edição, apresentação e análise lingüística do fenômeno aqui abordado. Uma ocorrência chamativa ainda em uso no século XIX, no Brasil, é o caso da apossínclise denominada por alguns autores, ou interpolação por outro. O termo refere-se a um caso de próclise especial que ocorre somente diante de uma negação. Tal fenômeno, atualmente, está em completo desuso no Português do Brasil.

 

 

UM CONFRONTO ENTRE DUAS VARIEDADES DO LATIM FALADO
SERMO PLEBEIUS
VERSUS SERMO URBANUS

Maria Cristina da S. Martins (UFRGS)

 

O sermo plebeius é conhecido como “latim vulgar”, a língua falada pela imensa massa populacional do Império Romano, composta em sua maioria por estrangeiros, que não dominavam a variedade culta. O sermo urbanus é a língua culta, gramaticalmente correta, usada na conversação das pessoas que eram também as principais detentoras da norma literária, ou seja, o latim clássico (sermo classicus ou litterarius).

Nesta comunicação, mostrar-se-á que o sermo plebeius quando comparado ao sermo urbanus e ao sermo classicus é: 1) mais simples em todas as áreas da gramática; 2) mais analítico; 3) mais concreto; 4) mais expressivo; 5) mais permeável a elementos estrangeiros. Quanto ao sermo urbanus, apontar-se-á que, a esta variedade de língua falada, pertencem todas as características do latim clássico. Todavia, o sermo urbanus, enquanto língua viva, apresenta aspectos de língua falada, tais como o fato de ser mais expressivo e de não apresentar a estilização sintática, principalmente as disjunções, do latim clássico. Na verdade, através do sermo urbanus é possível ver com clareza que o latim clássico não foi uma língua artificial, apesar de ser estilisticamente elaborado, pois tomou como modelo o sermo urbanus.

O trabalho de comparação baseia-se em seis cartas: três mais próximas do sermo plebeius, do início do século II d.C., exemplificado por duas cartas de Rustius Barbarus e uma do soldado tiberiano, e três do sermo urbanus, do Iº séc. a.C, representado por Cícero.

 

 

UMA ANÁLISE COMPARATIVA DAS CONSTRUÇÕES
COM VERBOS DE ALÇAMENTO NA FALA E ESCRITA

Fernando Pimentel Henriques (UFRJ)
Maria Eugênia Lamoglia Duarte
(UFRJ)

 

Pesquisas recentes sobre o português falado do Brasil mostram que a posição do sujeito pronominal vem se caracterizando pela forma plena, tanto para sujeitos de referência definida quanto para os de referência indeterminada. Assim, busca-se verificar se a posição à esquerda dos verbos de alçamento está sendo preenchida. Os verbos de alçamento são aqueles que projetam como argumento interno uma oração encaixada, tradicionalmente classificada como subjetiva pelas gramáticas.

Neste trabalho, comparam-se os resultados encontrados para a fala carioca e a escrita padrão veiculada em jornais do Rio de Janeiro, utilizando o quadro teórico da Sociolingüística Variacionista (Labov 1972) e o conceito de Princípios e Parâmetros (Chomsky 1981).

Além das construções de não-alçamento, que apresentam a posição de sujeito vazia (um sujeito não argumental/não referencial), constatou-se a implementação de diversas estratégias de alçamento: o alçamento clássico e o hiperalçamento.

Além das estruturas com parecer, um verbo de alçamento prototípico, são analisadas estruturas com outros predicadores que igualmente permitem o alçamento, tais como custar, demorar, faltar, entre outros. Os resultados apontam uma preferência, na fala, pelo não-alçamento e o hiperalçamento. Por outro lado, nota-se que a escrita ainda prefere, com o verbo parecer, o alçamento clássico, embora o hiperalçamento já ocorra em gêneros menos formais. Quanto aos demais verbos, a estratégia de alçamento clássico supera amplamente o não- alçamento.

Pode-se concluir que a mudança paramétrica por que passa o português brasileiro tem provocado reestruturações no sistema, permitindo discutir as propriedades que caracterizam o Parâmetro do Sujeito Nulo.

 

 

UMA ANÁLISE COMPARATIVA
DAS
CONSTRUÇÕES DE INDETERMINAÇÃO NA FALA E NA ESCRITA

Juliana Espósito Marins (UFRJ)
Maria Eugênia Lamoglia Duarte
(UFRJ)

 

Pesquisas recentes sobre o português falado do Brasil apontam para o fato de que a posição do sujeito pronominal vem se caracterizando pela forma plena para sujeitos de referência definida. Assim, levantou-se a hipótese de que também as estruturas de indeterminação estariam passando por um processo de mudança no sentido de preencher o sujeito. Uma análise prévia da fala (Duarte 2000) confirma a hipótese e mostra as estratégias preferenciais nesta variedade.

O presente trabalho compara os resultados obtidos para a fala com a escrita padrão veiculada em jornais brasileiros, utilizando o quadro teórico da Sociolingüística variacionista (Labov 1972) e o conceito de Princípios e Parâmetros (Chomsky 1981). O objetivo é verificar se as estratégias de preenchimento encontradas na fala já estão implementadas na escrita. Resultados preliminares indicam que: (a) na modalidade escrita, as duas variedades guardam muito mais semelhanças do que diferenças, o que confirma a força do papel da escola na “aprendizagem” de uma gramática diferente da gramática da fala; (b) o uso de “nós” concorre com “se” em ambas as variedades, embora as gramáticas normativas ignorem o uso desse pronome ao listar as estratégias de indeterminação e embora seu uso, tanto com referência definida quanto com referência indeterminada esteja cada vez mais ausente da língua oral; e (c) a implementação de novas variantes, como “você” e “a gente” se dá lentamente e está relacionada ao gênero textual.

 

 

Uso das orações modais em anúncios,
editoriais, notícias e receitas

Anderson Godinho Silva (UFRJ)

 

Apresenta-se, neste trabalho, uma descrição das orações subordinadas adverbiais modais em gêneros textuais diferentes. Tal descrição justifica-se pelo fato de a Nomenclatura Gramatical Brasileira (NGB) não considerar as modais como um tipo de oração adverbial. Junte-se a isso também o fato de, apesar de alguns poucos gramáticos mencionarem essas orações, haver divergência no que tange ao tratamento por eles dado a elas.

A fim de detectar i) se as modais são usadas com freqüência em textos escritos e ii) se há predomínio destas em um determinado gênero de texto, estabeleceu-se um corpus constituído por anúncios, editoriais e notícias dos séculos XIX e XX, e receitas encontradas em revistas atuais. Os três primeiros gêneros textuais foram retirados do corpus VARPORT referente ao Português do Brasil.

Adotando-se uma visão funcional-discursiva, deseja-se confirmar a hipótese de Decat (2001) de que o aparecimento de certos tipos de proposições relacionais associa-se a certo tipo de discurso. Com isso, objetiva-se comprovar que no gênero textual receita é possível encontrar maior número de orações modais pelo fato de haver nas receitas uma explicação do modo, maneira de se preparar um determinado prato.

Uso de advérbios locativos em gênero carta

Luciana Pomponet Cardoso da Silva (UFF)
Mariangela
Rios de Oliveira (UFF)

 

Esta pesquisa baseia-se na análise interpretativa da ordenação de advérbios no português escrito, faz parte das atividades acadêmicas atualmente desenvolvidas pelo Grupo de Estudos Discurso & Gramática da UFF/UFRJ, a partir de pressupostos funcionalistas (Furtado da Cunha, Oliveira e Martelotta, 2003; Bybee e Hopper, 2001; Givón, 2001). Para tanto, tomam-se como corpora às cartas dos leitores publicadas nos jornais O Globo, Jornal do Brasil, Folha de São Paulo e nas revistas IstoÉ, Veja, Época e IstoÉ Gente como representantes da sincronia atual, e a Carta de Pero Vaz de Caminha como pertencente à sincronia do século XV. Na análise aqui empreendida, focalizam-se os pronomes locativos na investigando de questões relativas às motivações condicionadoras de sua ordenação e de sua derivação de sentido (espaço>tempo>texto). Assim, a investigação concentra-se em seqüências tipológicas como: a) Fala-se muito do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, mas estamos com uma verdadeira cópia; b) Colocar a culpa do interrogatório – que ele mesmo fez – nos homens que comanda, vá ! Mas querer ser irônico e irresponsável perante uma situação que ele próprio ajudou a construir com o governo desastrado e populista... Além disso, atentaremos para a variação das ordenações verbais como em c) sabado xiij do dito mes amtre as biij e ix oras nos achamos amtre as canareas mais perto da gram canarea e aly amdamos todoa aquele dia em calma avista delas obra de tres ou quatro legoas; d) da marinha jem e simgraduras do caminhodarey aquy cõta a vossa alteza por queo nom saberey fazer e os pilotos deuem teer esse cuidado e por tanto Snõr do qye ey de falar começo e diguo.

 

 

Uso dos advérbios conectivos no PE

Violeta Virgínia Rodrigues (UFRJ)
Jovana Mauricio Acosta
(UFRJ)

 

O interesse pelo comportamento dos advérbios conectivos surgiu a partir do trabalho de Rodrigues e Freitas (2004), em que se demonstra que alguns vocábulos em -mente não podem ser classificados simplesmente como advérbios, mas também como conectivo textual. Segundo Bonfim (1988), a percepção de advérvios como conectivo deve-se ao fato de advérbios e conectivos serem caracterizados como palavras invariáveis.

Assim, pretende-se, com este trabalho, observar a posição mais frequente dos vocábulos em-mente com valor de conectivo textual e que, originariamente, seriam advérbios de modo com valor temporal e aspectual.

A pesquisa objetiva verificar, também, se os advérbios conectivos apresentam uma ordem fixa no PE tal como já se detectou no PB, ou a mobilidade típica dos advérbios em geral. Para tal análise, conta-se com o "corpus" compartilhado do projeto VARPORT.

Os dados do "corpus" estão sendo analisados tanto quantitativamente quanto qualitativamente, segundo os pressupostos teóricos – metodológicos da Sociolinguística e do Funcionalismo.

 

 

Uso(s) de ONDE no Português brasileiro escrito

Ana Carolina Morito Machado (UFRJ)

 

A gramaticalização de articuladores sintáticos tem sido amplamente analisada nos últimos anos, uma vez que, com o desenvolvimento dessa teoria, notou-se que grande parte desses articuladores possuem uma origem lexical com referência ao mundo bio-social que, no decorrer de sua trajetória, passam a exercer funções mais gramaticais. Nesse sentido, o estudo da gramaticalização de ONDE é especialmente interessante não só pela diversidade de usos encontrados atualmente para essa forma como também pela visão de alguns gramáticos tradicionais, como Bechara (2003) e Cunha & Cintra (1985), que continuam a considerar somente seu sentido de localidade, prescrevendo seu uso apenas para introduzir orações subordinadas adjetivas com antecedente referindo-se a lugar físico.

Partindo de editoriais e notícias publicados em jornais cariocas do século XX, que constituem parte do corpus do projeto VARPORT, e de modelos de gramaticalização propostos por Lehmann (1985), Hopper (1991) e Heine (2003), pretende-se: (a) mapear e analisar os diversos empregos encontrados para a forma ONDE ao longo do século XX e (b) discutir tanto os equívocos das classificações apresentadas pelas gramáticas tradicionais como também os problemas na categorização das orações introduzidas por essa forma.

Acredita-se que a forma ONDE, iniciando seu percurso na idéia de espaço tenha atingido os domínios de tempo e qualidade, bem como tenha passado a integrar orações substantivas e adverbiais locativas (classificação dada por Kury, 1985). Tais fatos comprovariam, assim, os modelos de transferência e contextual propostos por Heine (2003) para entender os processos de gramaticalização.

 

 

VARIAÇÃO E MARCAÇÃO
ORDEM DE CIRCUNSTANCIAIS NA FALA E NA ESCRITA

Maria da Conceição de Paiva (UFRJ)

 

Os conceitos de marcado e não marcado são frequentemente invocados no estudo da ordem de palavras (Greenberg, 1966, Givón, 1990, Croft, 1990, Dryer, 1995). Tal oposição deriva de uma noção meta-teórica de marcação, segundo a qual uma ordem não marcada possui um valor default, que pode ser mensurado em termos de freqüência, distribuição, complexidade pragmática e cognitiva. O objetivo desta comunicação é discutir a ordem não marcada dos circunstanciais temporais na fala e na escrita, tomando como ponto de partida o critério de freqüência. Mostramos que, sob a perspectiva desse critério, as duas variedades apresentam similaridades salientes, destacando-se a preferência desses constituintes pela periferia esquerda da oração. A análise da correlação entre essa posição não marcada e as funções discursivas por ela desempenhadas mostra, no entanto, que têm de ser consideradas as particularidades de produção de cada uma das modalidades. Enquanto na fala, essa ordem mais freqüente está associada a um maior expectro de funções discursivas (foco de contraste, retomada anafórica e segmentação tópica), na escrita, ela fica mais restita a funções mais marcadas como a de introduzir um foco de contraste em relação a coordenadas temporais já introduzidas no discurso.

 

 

Variação e mudança no uso das estratégias de dativo
na língua escrita dos jornais

Christina Abreu Gomes (UFRJ)

 

O estudo da variação lingüística em textos de jornais, relativo à expressão do dativo anafórico e do uso variável da preposição que introduz SPREPs, revelou que coexistem aspectos conservadores e inovadores na realização das estruturas lingüísticas na língua escrita. Se de um lado, a norma escrita retém formas em vias de desaparecimento do sistema lingüístico internalizado pelos falantes no período aquisitivo, por outro também está sujeita à influência da mudança que se manifesta na língua oral. Os contextos de implementação das variantes inovadoras (uso da preposição para e do clítico lhe como 2a pessoa) na escrita são tanto de ordem estrutural quanto discursiva. Com relação à preposição, há a tendência ao decréscimo no uso de para em função do tipo de relação entre verbos e complementos, no contexto em que preposição codifica relações mais abstratas. Parece que o estágio atual de realização das preposições que introduzem os SPREPs se aproxima mais do comportamento observado na língua oral na Amostra Censo (1980), em que a preposição a, variante mais formal, é a preferida para codificar relações mais abstratas. O gênero discursivo também parece estar envolvido no maior ou menor monitoramento da interferência da oralidade na escrita. É no gênero horóscopo, que se caracteriza por ser mais diretivo em relação ao leitor, que as variantes inovadoras e menos formais se manifestam com mais freqüência (caso da preposição) ou com exclusividade (caso do clítico de 2a pessoa).

 

 

VARIAÇÃO LINGÜÍSTICA
E
ENSINO DE PORTUGUÊS BRASILEIRO NAS ESCOLAS
SUJEITO, OBJETO DIRETO E OBJETO INDIRETO

Mayra Cristina

Guimarães Averbug (UFRJ e ISERJ)

 

Pesquisas sobre o português brasileiro constatam mudanças em curso no sistema pronominal, que têm afetado particularmente a realização do sujeito pronominal, do objeto direto e indireto anafóricos.

Há uma crescente tendência ao preenchimento de sujeito, ao esvaziamento de objetos, em detrimento do uso dos clíticos o e lhe (os chamados “pronomes oblíquos”). Empregam-se SNs anafóricos e pronomes lexicais nas três posições. Estes concorrem com a estratégia de objeto nulo na função dativa, ou seja, na de objeto indireto.

O curso pretende mostrar uma análise de textos produzidos por estudantes, de cinco níveis de escolaridade (da classe de alfabetização à universidade), bem como de textos veiculados pela imprensa (75 crônicas de três jornais cariocas).

A partir dos resultados, procurar-se-á discutir a distância que existe entre a língua que a criança traz ao ingressar na Escola - a que efetivamente usa e passará a usar, dentro ou fora de sala de aula - e a preconizada pela Gramática Tradicional, perseguida pela sistemática correção dos professores, além daquela utilizada pelos jornalistas.

O mini-curso tem como objetivos discutir: (a) a distância entre a fala e a escrita correntes e as normas das gramáticas tradicionais em relação à realização de sujeito, objeto direto e indireto; (b) como os estudantes recuperam variantes em desuso, apenas em determinados contextos; (c) tentar estabelecer as diferenças entre língua falada e escrita, entre produção textual dos estudantes e dos jornais, entre outras; (d) propor a adoção de uma postura pedagógica coerente, que leve em conta a questão da variação e mudança no Português Brasileiro; (e) a necessidade de uma nova descrição da escrita padrão.

 

 

VARIAÇÃO LINGÜÍSTICA
E
ENSINO DE PORTUGUÊS BRASILEIRO NAS ESCOLAS:
SUJEITO, OBJETO DIRETO E OBJETO INDIRETO

Mayra Cristina Guimarães Averbug (UFRJ e ISERJ)

 

Pesquisas sobre o português brasileiro falado constatam mudanças em curso no sistema pronominal, que têm afetado particularmente a realização do sujeito pronominal, do objeto direto e indireto anafóricos. Dentre esses estudos destacam-se, entre outros, Tarallo (1993), Duarte (1986, 1995, 2001), Corrêa (1991), Cyrino (1997), Cyrino, Duarte & Kato (2000), Freire (2000), Gomes (2003) e Averbug (1998, 2000, 2004).

Há uma tendência ao preenchimento de sujeito, ao esvaziamento de objetos direto e indireto, em detrimento do uso dos clíticos o e lhe. Empregam-se SNs anafóricos e pronomes lexicais nas três posições. Na função de objeto indireto, podem vir regidos ou não pelas preposições a e para, concorrendo com a estratégia de objeto nulo.

Como proposta de trabalho, pretende-se analisar corpora de língua escrita: amostra constituída pela própria pesquisadora (textos de 100 estudantes, distribuídos em cinco níveis de escolaridade) e parte do material do Projeto PEUL-UFRJ (75 crônicas veiculadas por jornais cariocas), este apenas para o complemento dativo. Trata-se de um estudo empírico sustentado pela associação da Sociolingüística Laboviana com a Teoria de Princípios e Parâmetros.

A partir desses resultados e com base em Kato (1998), principalmente, procura-se discutir a distância que existe entre a língua que a criança traz, ao ingressar no sistema escolar, a que efetivamente usa e passará a usar - seja em situações de fala, seja em atividades de escrita, dentro ou fora da sala de aula - e aquela preconizada pela Gramática Tradicional - perseguida pelos professores, através de exercícios de análise sintática, produção de texto formal, ou mesmo sistemática correção pelo professor (na maioria das vezes, se julgando muito bem intencionado, atento à preservação do “bom português”).

Objetiva-se: (a) verificar se a produção estudantil e os textos jornalísticos realizam plenamente as recomendações das gramáticas normativas para a posição de sujeito, objeto direto e indireto; (b) avaliar a influência da escolarização no emprego e na recuperação de variantes-padrão em desuso na língua oral e verificar até que ponto outras variantes já se encontram implementadas também na escrita; (c) discutir a possível distância entre o uso efetivo pelos alunos e jornalistas (“norma objetiva ou vernacular”) e a prescrição gramatical prestigiada pela Escola (“norma subjetiva”); (d) estabelecer, com base nos corpora analisados, as diferenças entre as noções de Língua I e Língua E, entre L1 e L2 (cf. Kato, 1994, 1996, 1999, 2005); (e) propor a adoção de uma postura pedagógica prática e coerente, que leve em conta a questão da variação e mudança no Português Brasileiro.

 

 

Variações em torno de tema e rema

João Moraes (UFRJ)

 

Aborda-se, nesta comunicação, a manifestação da chamada função informacional da prosódia, especialmente a correlação entre padrões melódicos de enunciados assertivos e articulação do enunciado em tema (dado) e rema (novo), assim como a manifestação prosódica da ênfase contrastiva a incidir sobre determinados elementos do enunciado, com valor mais específico de retificação de algo dito anteriormente.

 

 

Variedade vocabular em discursos literários

Guiomar Fanganiello Calçada (USP)

 

No discurso literário, a palavra assume seu real sentido, determinado na materialidade do texto, em função do assunto e da intencionalidade do sujeito-autor. Este se utiliza da língua de acordo com o universo que ela instaura, negocia um código de linguagem que lhe é próprio. Não o faz confrontado somente com a língua, com uma interação de línguas e de usos, o que, segundo Maingueneau (1995) se pode chamar de interlíngua, entendida como "as relações numa determinada conjuntura, entre as variedades da mesma língua", mas também com uma interação entre essa língua e as outras passadas ou contemporâneas. Essa noção de interlíngua visa à heteroglossemia externa, ao 'dialogismo' (M. Baktin) através dos quais se institui a enunciação singular das obras. Com base no pluralismo externo e interno da língua (pluriglossia), necessário para enraizar o mundo na obra literária, objetivamos focalizar as variações lingüístico-vocabulares e suas relações com os diferentes recortes culturais, para compreender e interpretar, entre outros aspectos, os sistemas de valores, os recortes culturais, os pontos de vista e as práticas dos diversos grupos socioculturais, através da estruturação da visão de mundo presente na obra literária. Aqui, conforme Vilela (1979), consideramos a palavra léxica, o elemento central da língua, numa relação imediata com a realidade. A língua, por sua vez, orientada para fora de si, para o mundo, a fim de comunicar ou discutir as coisas desse mundo, de acordo com a intencionalidade do usuário-autor, dado que o sentido da obra resulta da maneira como esta gera a língua.


VC TB ESCREVE AXIM?
UMA
ANÁLISE DO LÉXICO NOS BLOGS DE ADOLESCENTES

Carmen Pimentel (UERJ)

 

Das diversas formas de escrita que existem na Internet, o blog merece especial atenção por ser, hoje em dia, bastante utilizado por milhares de jovens e adultos do mundo inteiro. Os meios eletrônicos fazem uso intenso da escrita, mas uma escrita com características específicas. A escrita dos blogs por adolescentes apresenta algumas variantes pertinentes ao meio – abreviações, símbolos, excesso de pontuação, estruturas sintáticas e maneiras de usar a língua de forma econômica. Uma escrita sem a preocupação da formalidade gramatical, uma escrita menos monitorada e, portanto, mais livre nos aspectos morfológicos e lexicais, apresenta, nesse meio virtual, uma relação mais contundente com a oralidade. Levando-se em conta que a língua é uma atividade social e, portanto, modifica-se de acordo com os contextos de uso, a escrita dos blogs pode ser considerada como uma variedade lingüística. Cabe aqui um levantamento do léxico utilizado nos blogs para uma análise do possível dialeto da Internet – a escrita eletrônica.

 

 

Vestígios de oralidade em redações de vestibular:
estratégia argumentativa

Wagner Luiz Ferreira Lima (UERJ, UEMG, UNIG)

 

Buscar-se-ão alguns aspectos essenciais dos atos de fala, por meio da correlação entre os processos constitutivos do texto e as palavras gramaticais oriundas de vestígios de oralidade. Para tanto, abordaremos ligações sentenciais e gramaticalização das conjunções mormente evidenciadas em redações de vestibular. Cumpre enfocar a relevância dos efeitos semântico-discursivos das conjunções decorrentes da interferência da oralidade na formulação dos constituintes do texto argumentativo para a instauração de sentidos. À guisa de arcabouço teórico, privilegiamos os estudiosos Ataliba de Castilho, Luiz Antônio Marcuschi, Ingedore Koch, entre outros.

 

 

Vinde , meu tão certo camões
a
lira melancólica, desconcertada
e destemperada do
grande poeta português

André Luiz Alves Caldas Amóra (PUC-Rio)

 

Luís de Camões, sem dúvida o maior nome do Classicismo em Portugal, presentifica, de forma ímpar, os dilemas e impasses da cosmovisão renascentista. Os modelos de inspiração clássica marcam o retorno aos valores estéticos e ideológicos da Antigüidade, retorno esse verificado, do ponto de vista formal, pelo resgate das formas privilegiadas outrora.

Esse mundo renascentista, que se mostra repleto de impasses e desajustes, apresenta o homem diante de um mundo em transformação e em descompasso. Tal sentimento desencadeia um questionamento filosófico, e o pessimismo dele decorrente ficou cunhado na expressão desconcerto do mundo. Tem-se então um lirismo pessoal, marcado por um estado de melancólico desconcertamento da existência, em decorrência das desilusões da vida. Esse mundo em desconcerto perpassa a lírica camoniana, registrando o olhar renascentista sobre um mundo em constante mutação, presentificado nas imagens utilizadas para retratá-lo.

Nosso estudo pretende articular esse desconcerto em uma de suas canções: Vinde , meu tão certo secretário. Considerada por teóricos uma espécie de discurso interior de Camões, a referida canção será analisada a partir dos recursos estilísticos nela encontrados, privilegiando-se, inclusive, o dialogismo efetuado por ela em relação ao restante da obra camoniana.

VÍRUS DA INTOLERÂNCIA A SOCIEDADE SOB QUARENTENA

Cláudio Luís Serra Martins (UERJ)

 

Em A Mancha Rocha, de Plínio Marcos e Angels in America, de Tony Kushner, a questão da AIDS é abordada não somente em relação ao perigo real de contágio do HIV, mas também, como o imaginário do começo da década de oitenta, por associar a doença a uma punição divina, acaba espalhando um vírus ainda mais letal – o da intolerância. Da mesma forma que o herói trágico é um “contaminado” que precisa purgar sua hamartia, as personagens de Plínio e Kushner, estando contaminadas pelo vírus da AIDS, representam, assim, uma espécie de “miasma” social, isto é, por causa do preconceito, elas se tornam, usando as palavras de Édipo, “a mancha que nos torna impuros”. E precisam, portanto, serem “purificadas”, não por uma ordem mítica, mas sim através da exclusão social. Em ambas as peças, tanto Plínio quanto Kushner, apresentam em cena a purgação da hamartia do herói trágico aidético, não como um “miasma individual”, mas como uma falta coletiva, colocando, desta forma, a sociedade sob quarentena.

VISÃO ESTRUTURAL DO VERBO LATINO

Joseph Ildelfonso de Araujo (UFV)

 

O estudo do verbo latino abrangerá sua estrutura formada pelas categorias gramaticais verbais: conjugação, número, pessoa, tempo, modo finito-pessoal e infinito-não-pessoal, voz ativa, passiva, depoente, semidepoente.

As categorias são elementos da estruturação das formas verbais que apresentam de dois tipos: significativos, como os morfemas número-pessoais (MNP) e modo-temporais (MMT); morfemas da voz ativa (MVA), da voz passiva (MVP), da voz depoente (MVD), da voz semidepoente (MVSD); e morfemas classificatórios como os de conjugação (MC) como as vogais temáticas; as vogais de ligação (VL) e as vogais eufônicas (VE).

Serão apresentadas simultaneamente as quatro conjugações tanto na voz ativa como na voz passiva mostrando a aparente irregularidade dos chamados verbos e irregulares. Os chamados anômalos como ESSE. VELLE, NOLLE, MALLE, ĪRE, EDĔRE serão conjugados.

 

 

Vocabularização, Terminologização
condições para uma Etno-Terminologia

Maria Aparecida Barbosa (USP)

 

Este trabalho propôs-se a examinar algumas relações entre o estatuto do termo, da linguagem técnico-científica e o estatuto do vocábulo, na linguagem corrente; estudar, também, certos aspectos dos processos de terminologização e de banalização e mecanismos de transferência que se verificam entre as linguagens de especialidade e a língua geral. Propõe-se uma formalização do eixo e dos graus existentes entre o caráter técnico e científico, de um lado, e as formas ditas ‘banais’, de outro, ou seja, dos movimentos de terminologização / banalização, em função dos universos de discurso e das situações de discurso. Ressaltam-se as relações [ou...ou] (Hjelmslev) dessas unidades, e a sua variabilidade funcional: uma unidade lexical não é termo ou vocábulo, em si mesma, mas, ao contrário, está em função termo ou em função vocábulo. Por outro lado, as unidades lexicais dos discursos etno-literários subsumem as duas funções, são ao mesmo tempo, vocábulos e termos. Nesse caso, essas duas funções estão numa relação [e...e]. São unidades lexicais que apresentam, ao mesmo tempo, uma função mítica e uma função especializada. De fato representam os sistemas de valores e de crenças, no universo de discursos em que são engendradas, e concepções especializadas. A multifuncionalidade de unidades lexicais com tais características conduziu a autora a propor a disciplina Etno-Terminologia.


Vozes e argumentos na arquitetura do texto

Darcilia Simões (UERJ)

 

Este trabalho visa a relatar pesquisa voltada para o aperfeiçoamento da produção de textos escritos em língua portuguesa. Objetiva-se detectar problemas relativos ao emprego adequado ou inadequado dos recursos lingüísticos. A perspectiva adotada é semiótico-lingüística e dialoga com a gramática funcional e a lingüística do texto. No âmbito semiótico, analisa-se a iconicidade dos signos com vistas a avaliar a eficiência comunicativa atingida (ou não).

Trata-se de estudo subsidiado pela semiótica de extração peirciana, voltado para os processos argumentativos materializados por signos verbais e não-verbais. Nesta perspectiva, visa à discussão da iconicidade do projeto de texto em relação aos seus fins comunicativos, levando em conta a seleção e a combinação de signos em torno de um tema. Procura ainda formular hipóteses sobre a diagramação textual e seu potencial significativo. Por meio da análise da superfície textual sensível, busca a identificação de pistas que indiciem recortes isotópicos e identificação de vozes que atravessam o texto, com vistas à extração de leituras autorizadas, para dar suporte à correção de textos produzidos por estudantes da graduação.

 

 

Walter Scott e a celtificação da Escócia em Waverley

Elisa Lima Abrantes (UERJ)

 

O objetivo deste trabalho é investigar a linguagem utilizada por Scott no romance Waverley. A visão de uma Escócia celta é apresentada na obra não somente pela descrição da natureza e de locais históricos, como também pelo discurso dos personagens tipicamente escoceses. Examinaremos como estes personagens contribuem para a construção de uma imagem idealizada da nação escocesa.

 

 

O PERFIL DA MULHER NA MPB, NO PERÍODO DE 1930 A 1945: LÉXICO E DISCURSO

Manoel Pinto Ribeiro (UERJ)

 

Este trabalho visa a verificar alguns exemplos de formações discursivas em que se inscreve a mulher, no imaginário do cancioneiro popular brasileiro, no período de 1930 a 1945, época da ditadura-governo de Getúlio Vargas, considerada por muitos como o período áureo de nossa música popular brasileira.

Nesse período, vemos Noel Rosa, considerado o maior compositor de todas as épocas, com um repertório de cerca de 250 músicas em apenas alguns anos de sua vida: 1930-1937.

Outros nomes de relevo: Ari Barroso, Ismael Silva, Lamartine Babo, Custódio Mesquita, Sinhô, João de Barro (Braguinha), Herivelto Martins, Ataulfo Alves, Mário Lago, Almirante.

Intensamente, o cancioneiro acima menciona a mulher em suas letras. Relacionando língua e história, pretendemos perceber como o imaginário sobre ela é construído ou reforçado e como pode vir a permanecer vivo nos tempos atuais.

Dessa forma, por meio dos mecanismos teóricos utilizados pela Análise de Discurso de linha francesa, representada principalmente por Michel Pêcheux, Eni Orlandi, Bethânia Mariani e Freda Indursky, postulamos descrever as formações discursivas e discursos relacionados ao perfil feminino reproduzido nas letras de algumas músicas compostas por autores como os citados.


 

 

 

SUPLEMENTO

 

Aqui se encontram alguns resumos que foram entregues fora do prazo ou que foram extraviados, não chegando a nossas mãos em tempo de serem incluídos na sua ordem alfabética dos títulos, como os 407 anteriores.



 

 

 

 

 

 

 

MOTOBOYS: A LÍNGUA EM DUAS RODAS

Sérgio Paulo Gomes de Vasconcelos (UERJ)

 

O assunto “motoboys” é de tal relevância que o curta-metragem Motoboys:vida loca foi uma das atrações mais procuradas da Mostra Artística do Fórum Cultural Mundial, em São Paulo e teve sessões lotadas no Festival de Cinema do Rio de Janeiro de 2004.

Estima-se que haja 200.000 motoboys apenas na cidade de São Paulo, onde o curta (eleito melhor documentário brasileiro pelo público da 27ª Mostra BR de Cinema de São Paulo) foi rodado. Segundo a prefeitura daquela cidade, de 1 a 2 motoboys morrem diariamente. O que é uma profissão, também é risco de vida.

No curta-metragem, o publicitário Washington Olivetto resume bem nossa relação de dependência com os estes profissionais: “Se os motoboys pararem, o país pára.” De fato, hoje é inimaginável conceber uma grande cidade vivendo sem a existência dos motoboys.

Assim, o objetivo deste trabalho é coletar palavras e expressões que fazem parte do dia-a-dia dos motoboys da cidade do Rio de Janeiro. Naturalmente, tais palavras e expressões dificilmente se incorporarão ao nosso repertório, mas serão registradas e, poderemos acompanhar sua evolução. Quem sabe, com o tempo e o crescimento e a força da categoria profissional “motoboy”, algumas destas palavras e expressões venham a se integrar ao repertório da grande massa de falantes.

 

 

LINGUAGEM VERBAL E NÃO-VERBAL NA DEFICIÊNCIA
UM ESTUDO DE CASO

Anamaria Attié Figueira  (UERJ)

 

O objetivo do trabalho é o estudo das múltiplas formas de expressão na deficiência, o que inclui a linguagem não-verbal, com destaque para o corpo como possibilidade de comunicação (gestos, olhares, deslocamentos). Os dados provêm da observação em contexto natural, de trechos de interação entre um aluno e um ou mais interlocutores (Figueira 2004). Diagnosticado como autista, P foi acompanhado nas aulas de Teatro e Expressão Corporal na Funlar (RJ), focando-se principalmente seus movimentos corporais. Alguns episódios mostraram que P não apresentava apenas comportamentos previstos pelo DSM-4 (manual de doenças mentais), para o autismo (isolamento e estereotipia dos movimentos, Kanner 1943), mas era capaz de outras formas de se comunicar, que incluiam a movimentação corporal.


Blogs incipientes e avançados
como instrumentos aliados às aulas de Língua Portuguesa
uma experiência no Colégio Militar do Rio de Janeiro

Catia Valério Ferreira Barbosa (UFRJ/CMRJ)

 

Este trabalho apresenta um estudo de caso sobre o aproveitamento do Blog como instrumento de estímulo à leitura e ao estudo gramatical da língua portuguesa. Durante o primeiro semestre de 2005, duas turmas da 6ª série do Ensino Fundamental do Colégio Militar do Rio de Janeiro (CMRJ) participaram de um projeto de construção de blogs que se tornassem um espaço para expressão de suas opiniões sobre os textos que estivessem lendo, relacionados ou não às aulas de Língua Portuguesa. Mais que isso, um local para que se colocassem suas questões de grupo, fossem vinculados à escola, fossem vinculados aos temas culturais abordados na media. Dessa forma, todo o processo da leitura à produção textual foi acompanhado e analisado com ênfase aos seguintes aspectos: 1) a questão do “internatês” versus a opção pelo emprego da norma culta; 2) a inclusão digital via criação tanto de blogs incipientes quanto de blogs avançados; e 3) os reflexos do lúdico no aprimoramento das habilidades e competências lingüísticas.

 

 

Análise Estilística na MPB[1]

Renata Melo Leon (UERJ)

 

Minha intenção neste trabalho é colaborar com a poesia popular brasileira, com a nossa cultura, com a urgência de crítica e autocrítica das pessoas, em particular com os interessados na poesia, na música, nas nossas Letras.

Não há “donos da poesia”. Assim, pretendo desmistificar certa concepção elitista, infelizmente perdurando atualmente, de que poeta é Drummond, Cecília Meireles, Ferreira Gullar etc. Não há bom ou mau poeta. Há, simplesmente, o poeta. Se é poeta, é “bom”. A própria palavra, poeta, já identifica, já evidencia. É aquele que produz signos novos, por meio das diversas relações entre as palavras, frases e orações. É aquele que, subvertendo o sistema lingüístico, cria, recria, inventa, enriquecendo esse mesmo sistema por ele subvertido. É alguém que traz a novidade, que produz sob a chancela do novo, do inusitado da expressão.

E os poetas populares seguem esse caminho, criam através dessa produção. A poesia popular brasileira, por meio de sua linguagem, cumpre, de forma radical, a sua função simbólica. Os poetas populares dizem, com sua maneira específica, a sua mensagem. E, da mesma forma que outros poetas, com seu discurso próprio, peculiar, demonstram uma consciência poética e social. O poeta popular brasileiro sempre esteve e está atento ao tempo do seu tempo. Por isso mesmo, como poeta, anuncia todos os tempos. A poesia está além do tempo e do espaço. Permanece. Sempre.

A MPB investiga o real, permitindo um considerável acréscimo de conhecimento e de vivência por meio da palavra. A palavra, que é a arma do poeta, através do seu poder recriador, transfigurador, pensando o homem e o mundo, propondo, sempre, novos e promissores caminhos.


 

 

 

 

 

 

 

 

ÍNDICE

DE AUTORES E DE ORIENTADORES (CO-AUTORES)

 

E

 

QUADRO ESTATÍSTICO

DAS 93 INSTITUIÇÕES DE ENSINO PARTICIPANTES



 

 

 

 

 

 

 

 

 

ÍNDICE DOS AUTORES E ORIENTADORES

DOS TRABALHOS APRESENTADOS NO IX CNLF

1.        Adelino Pereira dos Santos (UNEB).................................................... 21, “37”

2.        Aderaldo Luciano dos Santos (UFRJ e FGS)................................... 105, “23”

3.        Aderlande Pereira Ferraz (UNI-BH e FEMM)..................................... 25, “37”

4.        Adilson da Silva Correia (UNEB)......................................................... 72, “21”

5.        Adriana Figueiredo (UFF)..................................................................... 99, “35”

6.        Adriana Leite Rebello (UFF e PUC-Rio).............................................. 73, “35”

7.        Adriano André Vilas Boas Siqueira (UNESA)................................... 64, “18”

8.        Afrânio da Silva Garcia (UERJ)........................................................... “21” , “29”, “36”

9.        Aileda de Mattos Oliveira (FGS)........................................................ “22”

10.     Airto Ceolin Montagner (UERJ)........................................................... 19, “28”

11.     Aldo Luiz Bizzocchi (UNISA)............................................................. 115, “38”

12.     Alessandra Freitas Silva........................................................................ 88, “18”

13.     Alessandra Martins Antunes (USP).................................................... 70, 138, “25”, “29”

14.     Alessandra Mitie Spallanzani (UFRJ)................................................ “34”

15.     Alex Moraes da Rocha (UFRJ)............................................................. 56, “26”

16.     Alex Swander Martins da Silva (UNIVERSO, UERJ)......................... 14, “16”

17.     Alexandra Vieira de Almeida (UERJ).................................................... 96, “38”

18.     Alexandre Xavier Lima (UFRJ).............................................................. 58, “16”

19.     Aline Pontes de Oliveira (UFF)............................................................. 83, “15”

20.     Aline Reguine (UFRJ)............................................................................ 08, “18”

21.     Álvaro Alfredo Bragança Júnior (UFRJ)........................................... 101, “15”, “28”

22.     Amanda Beatriz Araujo de Oliveira...................................................... 29, “18”

23.     Amós Coelho da Silva (UERJ e UGF).................................................. 17, 116, “14”, “22”, “28”, “33”

24.     Ana Amélia Rodrigues Damasceno (UFRJ)...................................... 123, “39”

25.     Ana Carolina Morito Machado (UFRJ)............................................. 142, “26”

26.     Ana Cecília dos Santos Santoro (UERJ)........................................... 111, “29”

27.     Ana Cristina dos Santos (UERJ e UVA)............................................. 38, “16”

28.     Ana Elizabeth Dreon de Albuquerque (UERJ) .................................. 04, “16”

29.     Ana Emília Santana Cordeiro (UEFS)................................................. 112, “13”

30.     Ana Flávia Lopes Magela Gerhardt (UFRJ)........................................ 07, “39”

31.     Ana Jaci Mendes Souza Carneiro (UEFS)......................................... 112, “13”

32.     Ana Lúcia dos Prazeres Costa (UCB)................................................ 102, “32”

33.     Ana Lúcia Machado de Oliveira (UERJ)............................................. 40, “14”

34.     Ana Paula Araujo Silva (UERJ e EN)................................................. 120, “19”, “22”, “25”

35.     Ana Paula Fernandes (UERJ)................................................................ 28, “32”

36.     Anamaria Attié Figueira (UERJ)......................................................... 151, “15”

37.     Anderson da Silva Ribeiro (UERJ)....................................................... 41, “35”

38.     Anderson Godinho Silva (UFRJ)........................................................ 141, “31”

39.     André Luiz Alves Caldas Amóra (PUC-Rio)....................................... 60, 146, “23”, “39”

40.     André Nemi Conforte (UERJ)................................................................ 42, “34”

41.     André Crim Valente (UERJ)................................................................... 94, 122, “27”, “34”

42.     Andréa Lourdes Ribeiro (UFMG e FAMINAS-BH)........................ 130, “17”

43.     Andréa Mendonça de Oliveira Estrella Anacleto (UFRJ)............... 120, “29”

44.     Andréia Cristina de Souza (UNINCOR)............................................... 78, “25”

45.     Anely Ribeiro (UFPR)............................................................................ 51, “18”

46.     Anete Mariza Torres Di Gregorio (UERJ/UNIG)................................ 30, “38”

47.     Ângela Marina Chaves Ferreira (UERJ, UGF e UFRJ)....................... 83, “31”

48.     Angelina Aparecida de Pina (UFRJ) ................................................... 03, 68, “19”, “33”

49.     Anna Maria Nolasco de Macêdo (UFBA)........................................ 128, “32”

50.     Annie Rose dos Santos (UEM)............................................................ 81, “15”

51.     Antón Castro Míguez (Faculdade Cásper Líbero)........................... 103, “16”

52.     Antônia Valdelice de Sousa (UFC).................................................... “19”

53.     Antônio Elias Lima Freitas (UFRJ, FSC e UFF)................................ 138, “21”, “”36”, “36”,

54.     Antônio Luciano Pontes (UECE e UNIFOR)...................................... 89, “18”

55.     Arilda Riani (UERJ)................................................................................. 45, “34”

56.     Arilma Coutinho dos Santos (UFRJ)................................................... 35, “32”

57.     Arlete Inês Ribeiro Rubini (AEDB e UNESA).................................... 11, “15”

58.     Aryana Rios Rezende (UNEB)............................................................ 118, “15”

59.     Augusto Cesar Vassilopoulos Natal (USJT-SP)................................ 22, 54, “19”, “24”

60.     Aurora de Jesus Rodrigues (PUC-SP)................................................. 84, “25”

61.     Bárbara Olimpia Ramos de Melo (UFC)............................................. 102, “19”

62.     Beatriz Daruj Gil (USP)........................................................................... 35, “29”

63.     Beatriz dos Santos Feres (UNIPLI eUFF).......................................... 109, “37”

64.     Benedito José de Araújo Veiga (UEFS e UCSal).............................. 136, “21”

65.     Bianka Thompson da Silva (UERJ)...................................................... 16, “35”

66.     Bruna Rafaele S. da Silva (PUC-Rio).................................................... 02, 30, “32”, “36”

67.     Bruna Trindade (UERJ).......................................................................... 69, “13”

68.     Bruno Cavalcânti Lima (UFRJ).............................................................. 07, “31”

69.     Bruno de Assis Freire de Lima (PUC-Minas)................................... 119, “29”

70.     Bruno Fregni Bassetto (USP e ABF)................................................... 41, 104, “22”, “28”, “36”

71.     Bruno Kober (UFRGS)........................................................................... 38, “32”

72.     Calina Miwa Fujimura (UERJ)............................................................... 13, 48, “30”, “37”

73.     Camillo Cavalcanti (UFRJ)................................................................... 114, “11”

74.     Carina Adion (SENAC-Rio)................................................................. “20”

75.     Carina Adriele Duarte de Melo (UNINCOR)....................................... 73, “25”

76.     Carla Arreguy Corrado (UNESA)......................................................... 64, “18”

77.     Carla Maria Bastos dos Santos (UFRGS).......................................... 118, “31”

78.     Carlinda Fragale Pate Nuñez (UERJ).................................................. 109, “30”

79.     Carlos Alberto Gonçalves Lopes (UNEB)......................................... “22”, “36”

80.     Carlos Alberto Sepúlveda Alves (UVA, UFRJ, FERLAGOS)........ “26”

81.     Carlos Almeida Santos (UESB.............................................................. 86, “17”

82.     Carlos Eduardo Falcão Uchôa (UFF)................................................. “12”

83.     Carmem Lúcia Pereira Praxedes (UERJ)............................................... 65, 69, 81, “13”, “13”, “27”

84.     Carmen Lúcia de Castro Sampaio (UERJ)............................................ 79, “34”

85.     Carmen Pimentel (UERJ)...................................................................... 146, “40”

86.     Carolina Ribeiro Serra (UFRJ)............................................................... 26, “13”

87.     Castelar de Carvalho (UFRJ e ABF)................................................... 108, “14”

88.     Cátia Cristina Assunção Henriques dos Santos (PUC-Rio)............. 11, 46, “17”, “24”

89.     Cátia Valério Ferreira Barbosa (UFRJ e CMRJ)................................ 152, “25”

90.     Cecilia Maria Aldigueri Goulart (UFF)................................................. 44, “28”

91.     Célia Maria Paula de Barros (UCB)...................................................... 89, “15”, “32”

92.     Célia Marque Telles (UFBA)............................................................... 125, “24”

93.     Célia Regina Correa................................................................................ 69, “14”

94.     Celina Márcia de Souza Abbade (UCSal e UNEB)............................. 42, “12”, “17”, “28”

95.     Christiana Lourenço Leal (UERJ)....................................................... 106, “14”

96.     Cristiano Marins Moreira (UERJ e SEE-RJ)...................................... “22”, “36”

97.     Christina Abreu Gomes (UFRJ).......................................................... 143, “39”

98.     Christine Mello Ministher (UERJ)...................................................... 106, “14”

99.     Cidmar Teodoro Pais (USP/UBC)....................................................... 110, “25”

100.  Cilene da Cunha Pereira (UFRJ).......................................................... “36”

101.  Cirineu Cecote Stein (UFRJ).................................................................. 12, “13”

102.  Clara Araújo Vaz (UFRJ)...................................................................... 124, “39”

103.  Cláudia de Souza Teixeira (UNIG e CBNB)......................................... 64, “22”, “36”

104.  Cláudia Juçara Grosselli Lemos Lemos (VIZIVALI).......................... 61, “11”, “15”

105.  Claudiana Brandão Silva (UNEB)......................................................... 86, “15”

106.  Cláudio Luís Serra Martins (UERJ).................................................... 147, “38”

107.  Cleide Emília Faye Pedrosa (UFS)........................................................ 79, 117, “11”, “12”, “15”, “26”

108.  Cosimo Bartolini S. Viva (USP)........................................................... 139, “32”

109.  Cristina de Souza Vergnano Junger (UERJ)........................................ 50, 65, 107, 139,  “13”, “16”, “31”, “31”

110.  Cristina Maria Teixeira Martinho (USS).............................................. 09, “14”

111.  Cristina Monteiro de Castro Pereira (UERJ)....................................... 74, “38”

112.  Cristina Vergnano Junger (UERJ)......................................................... 63, 82

113.  Cristine Henderson Severo (UFRGS)................................................... 38, “32”

114.  Daniela Favero Netto (UFRGS)............................................................. 91, “31”

115.  Daniele de Araujo dos Santos (UERJ)............................................... 131, “17”

116.  Daniele de Barros Macedo Silva.(UFF, PUC-Rio e UGF)....... 06, “11”

117.  Danielle de Menezes e Souza (UERJ)................................................ 106, “14”

118.  Danielle de Rezende Santos (UFRJ)..................................................... 24, “32”

119.  Danielle Gomes Nunes da Motta (UFRJ).......................................... 113, “31”

120.  Danielle Zumpichiatti dos Santos (UFRJ)........................................... 52, “17”

121.  Danúbia Figueira dos Santos (UNINCOR)......................................... 74, “25”

122.  Danúsia Torres dos Santos (UFRJ e PUC-Rio)................................ 135, “38”

123.  Darcilia Simões (UERJ)......................................................................... 148, “21”

124.  Darinka Fortunato Suckow Ribeiro (PUC-Minas).............................. 37, “25”

125.  Deborah de Godoy Almeida (UFRJ).................................................. 120, “29”

126.  Décio Tadeu Orlandi (UFG)................................................................... 47, “19”

127.  Délia Cambeiro (UERJ)........................................................................... 61, “27”

128.  Deneise Rocha Silva (UCB)................................................................... 64, “16”

129.  Denise Salim Santos (UNIG)............................................................... 126, “40”

130.  Dimar Silva de Deus (UNISA)............................................................... 14, “22”, “25”

131.  Dinah Callou (UFRJ)............................................................................... 35,  35, “32”, “32”

132.  Diogo Oliveira Ramires Pinheiro (UFRJ)............................................. 93, “39”

133.  Dorides Eduardo Soares Mariano (UNINCOR).................................. 33, “24”

134.  Dóris de Almeida Soares (UFRJ e SBCI/Escola Naval)..................... 45, “24

135.  Dulcileide Virginio do Nascimento (UERJ)......................................... 77, “14”

136.  Edenilda Costa Sousa (UNEB)............................................................ “15”

137.  Edicléa Mascarenhas Fernandes (UERJ)............................................ 85, 135, “15”, “28”

138.  Edina Regina P. Panichi (UEL)............................................................ 100, “37”

139.  Edison Lourenço Molinari (UFRJ)..................................................... 106, “23”

140.  Edith Frigotto (UFF)............................................................................. 127, “28”

141.  Edmea Souto de Lima (USS).................................................................. 31, “36”

142.  Ednúsia Pinto Carvalho (UFC)............................................................ 108, “16)

143.  Eduardo de Almeida Navarro (USP).................................................... 23, “11”, “16”

144.  Eduardo da Silva de Freitas (UERJ)................................................... 110, “14”

145.  Elaine Cristina Sabino Neves (SENAC-Rio)....................................... 34, “20”

146.  Elena Godoi (UFPR).............................................................................. 122, “18”

147.  Eliana da Cunha Lopes (FGS e USS) ................................................... 03, 48, “18”, “28”

148.  Eliana Maria Borges (UENF)................................................................. 49, “29”

149.  Eliana Meneses de Melo (UNINOVE)................................................. 60, “37”

150.  Eliane de Fátima Manenti Rangel (UFRGS)........................................ 09, “17”

151.  Élida dos Reis Gabriel Chapman (FIMI-Mogi Guaçu/SP)................. 85, “18”

152.  Elisa Costa Brandão de Carvalho (UERJ)............................................ 25, “14”

153.  Elisa Lima Abrantes (UERJ)................................................................ 148, “37”

154.  Elisabete Macedo da Conceição dos Santos (UERJ)........................ 46, “34”

155.  Elisabeth Linhare Catunda (UFC)....................................................... “19”

156.  Elisabetta Santoro (USP)....................................................................... 02, “30”

157.  Elisângela Santana dos Santos (UNEB e FIB).................................. 123, “37”

158.  Elisângela Silva Coelho (UERJ).......................................................... 126

159.  Eloísa Porto Corrêa (UFRJ).................................................................... 34, 94, “24”, “39”

160.  Elvo Clemente (PUC-RS)........................................................................ 71, “11”,

161.  Emília Maria Peixoto Farias (UFC)...................................................... 108, “16”

162.  Érica Sousa de Almeida (UFRJ).......................................................... “26”,  “31”

163.  Eva Jones Bouquard (UFRJ)................................................................. 27, 118, “18”

164.  Evanildo Cavalcante Bechara (UERJ, UFF, ABF, ABL).................. “14”

165.  Evelyn Torres Mendonça de Melo (UFF)........................................... 36, “28”

166.  Expedito Eloísio Ximenes (UECE)...................................................... 108, 139, “16”, “29’’

167.  Fábia dos Santos Marucci (UFF)......................................................... 78, “21”

168.  Fabiana Silva Campos Almeida (UFRJ)............................................... 36, “29”

169.  Fábio Sampaio de Almeida (UERJ)..................................................... 132, “16”

170.  Fabrício dos Santos Brandão (UEFS).................................................. 63, “20”

171.  Fátima Cristina Dias Rocha (UERJ)...................................................... 48, “24”

172.  Fátima Helena Azevedo de Oliveira (UNESA)................................... 52, 131, “17”, “32”

173.  Fernanda da Silva de Barcellos (UERJ e UCAM).............................. 42, “16”

174.  Fernanda de Oliveira Marconi da Costa (UCB)................................ “15”, “32”

175.  Fernanda Farias de Freitas (UERJ)..................................................... 122, “35”

176.  Fernanda Marcone (UCB)..................................................................... 89

177.  Fernando José Barbosa (UNESA)........................................................ 64, “18”

178.  Fernando Pimentel Henriques (UFRJ)............................................... 140, “32”

179.  Fernando Rodrigues Junior (USP)....................................................... 76, “18”

180.  Flavia Coutinho Ferreira Sampaio (UFF)............................................. 51, “15”

181.  Flávia Kullock (SENAC-Rio)................................................................. 34,”20”

182.  Flávio Aguiar Barbosa (UERJ)............................................................ 104, “40”

183.  Flora Simonetti Coelho (UERJ, USU e FFB) ..................................... “26”

184.  Gabriela Barreto de Oliveira (UERJ)................................................... 111, “29”

185.  Geisa Maria Jayme Jordão (UFF)........................................................ 102, “19”

186.  Geni Silva Turazza (PUC-SP)............................................................... “27”

187.  Geysa Silva (UNINCOR)........................................................................ 05, 33, 73, 74, “24”, “24”, “25”, “25”

188.  Gláucia de Oliveira Vilela (UERJ).......................................................... 76, “28”, “40”

189.  Glaucia Silva de Carvalho (UERJ)......................................................... 85, “28”

190.  Greice da Silva Castela (UFRJ e UERJ)................................................ 11, 24, “11”, “15”

191.  Guiomar Fanganiello Calçada (USP).................................................. 145, “28”

192.  Gustavo Adolfo Pinheiro da Silva (UERJ e UGF).............................. 44, “11”, “22”

193.  Hayla Thami da Silva (UFRJ)................................................................ 07, “31”

194.  Helena Gryner (UFRJ)............................................................................ 54, 87, “19”, “19”, “19”

195.  Helena Maria Guareschi (VIZIVALLI e NRE)................................... “11”

196.  Helênio Fonseca de Oliveira (UERJ).................................................. “26”, “36”

197.  Hélio Ferreira Orrico (UENF)................................................................. 59, “40”

198.  Heloísa Helena da Cruz Aguiar (UERJ)............................................... 05, “35”

199.  Henriqueta Valladares (UERJ)............................................................... 67, “30”

200.  Hilda de Oliveira Olímpio (UFES)......................................................... 95, “25”

201.  Hilma Pereira Ranauro.......................................................................... “11”,  “19”, “22”

202.  Ida Maria da Mota Rebelo (PUC-Rio).................................................. 55, “38”

203.  Ilana da Silva Rebello (UFF).................................................................. 47, “35”

204.  Iraneide Andrade Fontes Cidreira (UERJ)........................................... 89, “20”

205.  Isolina Caramalho Lyra da Silva (UNESA).......................................... 64, “18”

206.  Itana Nogueira Nunes (UNEB)........................................................... “37”

207.  Ivete Irene dos Santos (UPM e MAGISTER”.................................. “37”

208.  Ivo da Costa Rosário (UFRJ)................................................................ 92, “31”

209.  Ivone da Silva Rebello (PCRJ).............................................................. 98, “19”

210.  Jaciara Ornélia Nogueira de Oliveira (UCSAL e UNEB).................. 105, “26”

211.  Jamille Antas Padilha (UERJ)................................................................ 81, “28”

212.  Jane Cristina Duarte dos Santos (PUC-Rio)..................................... “38”

213.  Jannaina Vaz Costa (UFRJ)................................................................... 71, “28”

214.  Joana D’Arc O. Canônico (UERJ)........................................................ 08, “40”

215.  João Aantônio de Moraes (UFRJ)..................................................... “13”, “13”

216.  João Benvindo de Moura (UFPI)....................................................... 108, “17”

217.  João Bittencourt de Oliveira (UERJ).................................................. 119, “37”

218.  João Bortolanza (UFMS, UEL)............................................................ “21”

219.  João Moraes (UFRJ)............................................................................. 121, 145

220.  Jônatas Oliveira dos Santos (UNEB)................................................... 86< “15”

221.  Jorge Francisco Pereira Paulo (UFRJ)................................................ 120, “29”

222.  Jorge Luís Moutinho Lima (UERJ)....................................................... 95, “33”

223.  José Aluizio Belizário (UERJ).............................................................. “13”

224.  José Epitácio Pereira Filho (UERJ)..................................................... 111, “29”

225.  José Mário Botelho (UERJ e FEUDUC)............................................... 22, “22”, “22”, “28”

226.  José Pereira da Silva (UERJ).................................................................. 10, 17, 26, 28, 126, “26”, “30”, “37”, “37”

227.  Joseph Ildefonso da Araujo (UFV, ABF e CiFEFiL).......................... 19, 147, “22”, “36”, “40”

228.  Jovana Mauricio Acosta (UFRJ)........................................................ 142, “31”

229.  Juliana dos Santos Barbosa (UEL)....................................................... 95, “37”

230.  Juliana Espósito Marins (UFRJ)......................................................... 141, “32”

231.  Juliana Barbosa de Segadas Vianna (UFRJ)....................................... 31, “30”

232.  Katja Christina Heyer (UERJ)................................................................ 21, “29”

233.  Kellen Dias de Barros Violento (UERJ)............................................... 49, “14”

234.  Keyla Manfilli (UFRJ)............................................................................. 49, “39”

235.  Laila Maria Hamdan Alvim (UNINCOR).............................................. 41, “24”

236.  Leandro Zanetti Lara (UFRGS)............................................................. 53, “31”

237.  Lêda Maria Mercês Gonçalves (UEFS)............................................. 114, “13”

238.  Leda Pires Corrêa (PUC-SP)................................................................ “25”

239.  Leni Ribeiro Leite (UFRJ)..................................................................... 129, “14”

240.  Lenice Amélia de Sá Martins (UNEB).................................................. 75, “24”

241.  Leonardo Vieira de Almeida (UERJ)..................................................... 58, “30”

242.  Leonor Lopes Fávero (PUC/SP e USP)................................................ 99, “35”

243.  Leonor Werneck dos Santos (UFRJ)................................................... 64, 65, “17”, “22”, “36”, “39”

244.  Lidia Maria Rodrigues de Oliveira........................................................ 43, “28”

245.  Lilian Manes de Oliveira (UNESA)...................................................... 64, “18”

246.  Lilian Vieira Ferrari (UFRJ)..................................................................... 40, “18”

247.  Lina Fregonassi Ribeiro (UENF)......................................................... 113, “28”

248.  Lívio Panizza (UERJ)............................................................................. 121, “27”

249.  Liz Maria Teles de Sá Almeida (UNEB)............................................. 118, “15”

250.  Luci Mary Melo Leon (UERJ)............................................................... 15, 39, 87, 101, “11”, “17”, “25”, “34”

251.  Lúcia Helena Martins Gouvêa (UFRJ)............................................... 133, “27”

252.  Lucia Maria Moutinho Ribeiro (UNIRIO)........................................... 97, “39”

253.  Luciana Alves de Jesus (UERJ)............................................................ 63, “16”

254.  Luciana de Ipanema Moreira Pinto da Luz (UERJ)............................ 97, “30”

255.  Luciana Gomes de Lima (UFRJ)............................................................ 37, “29”

256.  Luciana Pomponet Cardoso da Silva (UFF)...................................... 142, “15”

257.  Luciana Varella da Silva (UNESA)....................................................... 52, “32”

258.  Luciane Manera Magalhães (UFJF)..................................................... 61, “24”

259.  Luciene Pinheiro de Souza (UENF)...................................................... 18, “29”

260.  Lucineide Lima de Paulo (UFF)............................................................. 92, “24”, “35”

261.  Ludinalva Santos do Amor Divino (UFBA, UNICENTRO e UEFS) 134, “29”

262.  Ludmila Antunes de Jesus (UFBA)................................................... 125, “24”

263.  Luís Carlos Lima Carpinetti (UFJF)...................................................... 16, 98, “16”, “23”

264.  Luise Campos da Silva (CPII)................................................................ 66, “16”

265.  Luiz Antônio Lindo (USP)..................................................................... 10, “32”

266.  Luiz Carlos Cagliari (UNESP).............................................................. “12”

267.  Luiz Claudio Valente Walker de Medeiros (UFRJ).......................... “38”

268.  Luiz Fernando Matos Rocha (UNINCOR).......................................... 53, 78, “24”

269.  Luzia Schalkoski Dias (UFPR)............................................................... 77, “18”

270.  Lygia Maria Gonçalves Trouche (UFF)............................................... 44, 51, 137, “15”, “22”, “35”, “36”

271.  Magali Moura (UERJ)............................................................................ 78, “22”, “36”

272.  Manoel Pinto Ribeiro (UERJ).............................................................. “21”

273.  Manoel Sarmento Soares Filho (UESB)............................................... 86, “17”

274.  Manuela Leal Pinto (CUBM)............................................................... 127, “39”

275.  Marcelino Rodrigues da Silva (UNINCOR)...................................... 106, “24”

276.  Marcelo Alves Batista dos Santos (UNEB)...................................... 118, “15”

277.  Marcelo dos Santos (UERJ)................................................................ 132, “30”

278.  Márcia Antônia Guedes Molina (UNISA).......................................... 99, “35”, “36”, “36”

279.  Márcia de Oliveira Gomes (UERJ)........................................................ 04, “20”

280.  Márcia Leal (UERJ)................................................................................. 69, “13”

281.  Márcia Leite Pereira dos Santos (UFF).............................................. 128, “24”

282.  Márcia Noronha de Mello..................................................................... 63, “30”

283.  Márcia Nunes Duarte (UFRJ)................................................................ 20, “39”

284.  Márcia Regina Dantas Monteiro (UFRJ)........................................... 111, “14”

285.  Márcia Regina de Faria da Silva (UERJ).............................................. 58, “14”

286.  Márcia Regina Teixeira da Encarnação (USP).................................... 15, “17”

287.  Marcos Rogério Ribeiro Ponciano (UERJ).......................................... 23, “38”

288.  Maria Alice Pinheiro Gallego de Freitas (UFF)................................... 83, “15”

289.  Maria Antônia da Costa Lobo (UFRJ, UCB e UniverCidade).......... 70, 89, 120, “15”, “29”, “32”, “37”

290.  Maria Antonieta Jordão de Oliveira Borba (UERJ).......................... 105, “25”

291.  Maria Aparecida Barbosa (USP)........................................................ 128, 147, “21”, “22”, “27”

292.  Maria Aparecida Lino Pauliukonis (UFRJ)......................................... 32, “27”, “30”

293.  Maria Aparecida Meireles de Pinilla (UFRJ)..................................... “30”

294.  Maria Bernadette Velloso Porto (UFF)................................................ 25, “34”

295.  Maria Celeste de Castro Machado (STBSB).................................... 153, “38”

296.  Maria Cristina Batalha (UERJ).............................................................. 46, “34”

297.  Maria Cristina da Silva Martins (UFRGS)......................................... 140, “23”

298.  Maria Cristina Giorgi (UERJ)............................................................... 132, “16”

299.  Maria da Conceição de Paiva (UFRJ)................................................ 143, “39”

300.  Maria da Conceição Reis Teixeira (UNEB)........................................ 136, “20”

301.  Maria da Penha Pereira Lins (UFES).................................................... 21, “30”

302.  Maria Del Carmen F. G. Daher (UERJ)............................................... 132, “16”

303.  Maria do Amparo Tavares Maleval (UERJ)........................................ 67, “34”

304.  Maria do Carmo Lourenço-Gomes (UFRJ)........................................ 121, “13”

305.  Maria do Céu Caetano (Universidade Nova de Lisboa)................... 13, “11”,

306.  Maria do Rosario Roxo (UFRJ)............................................................. 40, “18”

307.  Maria Elias Soares (UFC)..................................................................... “19”

308.  Maria Elizabeth Chaves de Mello (UERJ)........................................... 75, “34”

309.  Maria Emília Barcellos da Silva (UERJ e UFRJ)................................ 119, “21”, “29”

310.  Maria Eugênia Lamoglia Duarte (UFRJ).............................................. 24, 140, 134, 141, “32”, “32”, “39”

311.  Maria Fernanda Garbero de Aragão (UERJ)..................................... 116, “38”

312.  Maria Franca Zuccarello (UERJ e UFRJ)............................................. 32, “13”, “27”

313.  Maria Helena Carvalho da Silva (UCB)............................................... 89, “32”

314.  Maria Helena de Carvalho Dockhorn (UGB)...................................... 56, “18”

315.  Maria Inês Mexias Rodrigues (USS).................................................... 93, “14”

316.  Maria Isaura Rodrigues Pinto (UERJ e UNIPLI)................................ 19, “24”

317.  Maria Lucia Mexias-Simon (UVA e USS)............................................ 84, “22”, “28”

318.  Maria Luisa Ortíz Alvarez (UnB).......................................................... 72, “25”

319.  Maria Luiza Braga (UFRJ)...................................................................... 49, “39”

320.  Maria Margarida de Andrade (UPM)................................................ 103, “25”

321.  Maria Maura Cezario (UFRJ)............................................................... “27”

322.  Maria Paula Lamas.................................................................................. 51, 79, “23”, “26”

323.  Maria Regina Pante (UEM)................................................................. 125, “26”

324.  Maria Rosânia Viana (UNESC/ ESUCRI)............................................. 10

325.  Maria Suzett Biembengut Santade (FIMI, FMPFM e UERJ)............ 03, 85, “11”, “18”

326.  Maria Teresa Brocardo (Universidade Nova de Lisboa).................. 29, “16”

327.  Maria Teresa Gonçalves Pereira (UERJ).............................................. 56, “20”

328.  Maria Teresa Tedesco Vilardo Abreu (UERJ).................................... 30, “21”

329.  Maria Vergínia Chambella (UCB).......................................................... 89, “32”

330.  Maria Vicentina de Paula do Amaral Dick (USP)............................... 33, 35, 136, “21”, “27”, “29”

331.  Maria Vilani Soares (UFC)................................................................... “19”

332.  Mariana T. Avvad (UERJ)................................................................... 117, “34”

333.  Mariangela Rios de Oliveira (UFF)....................................................... 36, 130, 142, “15”, “27”, “28,

334.  Marina Coelho Moreira Cezar (UFF).................................................... 36, “17”

335.  Marina Machado Rodrigues (UERJ, CPII)........................................ “26”

336.  Mário César Newman de Queiroz (UFRJ).......................................... 131, “16”

337.  Mário Eduardo Martelotta (UFRJ)..................................................... “27”

338.  Mário Eduardo Viaro............................................................................ “11”

339.  Maristella Gabardo (UFPR)................................................................... 43, “18”

340.  Mariza Mencalha de Souza (UFRJ)...................................................... 18, “23”

341.  Marizeth Faria dos Santos Araújo (UFRJ).......................................... 97, “17”

342.  Mauro José Rocha do Nascimento (UFRJ)......................................... 91, “22”, “39”

343.  Mayra Cristina Guimarães Averbug (UFRJ e ISERJ)....................... 144, “11”

344.  Michelli Bastos Ferreira (UFRJ)............................................................ 31, “26”, “30”

345.  Miguél Eugenio Almeida (PUC-SP)..................................................... 16, “26”

346.  Mirian Rosa de Freitas Montin........................................................... 135, “17”

347.  Mônica Aparecida Lima Lopes (UERJ)............................................. 106, “14”

348.  Mônica de Castro Guimarães (Exército Brasileiro e UERJ)............. 139, “31”

349.  Mônica de Queiroz Valente da Silva (UFRJ)....................................... 60, “37”

350.  Mônica Lopes Smiderle de Oliveira..................................................... 43, “28”

351.  Mônica Tavares Orsini (UFRJ)............................................................. 39, “13”

352.  Nara Gea (UENF)................................................................................... 117, “29”

353.  Natalia Braguez de paiva (UFRJ)........................................................ “34”

354.  Natália Cruz Frickmann (UERJ)............................................................. 90, “17)

355.  Natália de Castro Guerreiro (UFRJ) ..................................................... 02, “39”

356.  Nataniel dos Santos Gomes (UFRJ, UNESA e UNISUAM)........... 115, “21”

357.  Neila Maria Oliveira Santana (UFBA)................................................ 127, “29”

358.  Nelly Medeiros de Carvalho (UFPE).................................................... 33, 77, “21”, “28”

359.  Nestor Dockhorn (UGB e UNIG)........................................................ 104, 129, 123, “28”, “30”, “40

360.  Nícia de Andrade Verdini Clare (UERJ)............................................... 18, “21”

361.  Nívea Guimarães Doria (UERJ)............................................................. 50, “31”

362.  Norimar Júdice (UFF)........................................................................... 107, 137, “22”, “35”, “36”

363.  Núbia Graciella Mendes Mothé (UFRJ).............................................. 57, “31”

364.  Pablo Soares Ribeiro (UFRJ)................................................................. 54, “19”

365.  Paola Junqueira Pinto dos Santos (UFRGS)....................................... 82, “32”

366.  Patrícia Alves Carvalho (UERJ)............................................................ 13, “30”

367.  Patrícia Avelar Gomes Machado (UCB).............................................. 64, “16”

368.  Patrícia de Fátima Abreu Costa (UninCor)...................................... 53, “25”

369.  Patricia de Jesus Carvalhinhos (Unifecap, USP)................................ 75, “29”

370.  Patricia Teles (UFRJ)............................................................................ 126, “39”

371.  Patrício Nunes Barreiros (UEFS).......................................................... 56, “20”

372.  Paulo de Tarso Galembeck (UEL)......................................................... 20, 52, 55, “22”, “29”, “36”, “37”

373.  Rafael Lanzetti (UFRJ/SENAC-Rio/ISAT).......................................... 34, “20”

374.  Raquel Abi-Sâmara (UERJ).................................................................... 78, “22”, “36”

375.  Rebeca da Silva Nascimento (UFF)...................................................... 68, “15”

376.  Regina Célia Pentagna Petrillo (USS)................................................... 08, 57, 88, “14”, “24”, “30”

377.  Regina Dell Isola (UFMG)..................................................................... 04, “35”

378.  Regina Maria de Souza (UERJ)............................................................. 84, “34”

379.  Renata da Silva de Barcellos (UNIGRANRIO)................................... 59, 83, “37”,

380.  Renata de Oliveira Razuk (PUC-Rio).................................................... 27, “36”

381.  Renata Dorneles (UFF)........................................................................ 125, “29”

382.  Renata Helena dos Santos (UERJ)....................................................... 17, 67, “26”, “37”

383.  Renata Melo Leon (UERJ)................................................................... 152, “37”

384.  Ricardo Stavola Cavaliere (UFF e ABF).............................................. 26, 31, “19”, “21”

385.  Ricardo Tupiniquim Ramos (UNEB / IESCO)..................................... 62, “30”

386.  Rilza de Moura Barbosa (UERJ)........................................................... 96, “29”

387.  Rita Cammarota (UFRJ/SENAC-Rio).................................................... 34, “20”

388.  Rita de Cássia Ribeiro de Queiroz (UEFS)........................................... 38, 109, “13”, “20”

389.  Roberto Nunes Bittencourt (PUC-Rio)................................................ 47, 133, “23”, “40”

390.  Rosa Attié Figueira (UNICAMP)......................................................... 50, “25”

391.  Rosa Borges Santos Carvalho (UNEB e UFBA)................................ 71, “20”

392.  Rosa Maria Cuba Riche (UERJ)............................................................ 43, “37”

393.  Rosa Marina de Brito Meyer (PUC-Rio) ........................................... “38”

394.  Rosalvo do Valle (UFF)........................................................................ “12”, “19”

395.  Rosana Aparecida da Silva (UFRJ).................................................... 103, “39”

396.  Rosane Manhães Rocha Faria (UFRJ)................................................. 58, “16”

397.  Rosane Santos Mauro Monnerat (UFF)............................................. 05, “35”

398.  Rosângela Ávila Dantas (UERJ)......................................................... 100, “13”

399.  Ruy Magalhães de Araujo (UERJ)..................................................... 120, “17”

400.  Sabrina Araújo Pacheco (UFRGS)........................................................ 58, “31”

401.  Sabrina Pereira de Abreu (UFRGS).................................................... 129, “31”

402.  Sandra Pereira Bernardo (UERJ e PUC-Rio)...................................... 112, “”38”

403.  Sandra Regina Guimarães Araújo (USP)........................................... “30”

404.  Sandréa de Oliveira Pontes (UniverCidade e SEE/RJ)..................... 107, “31”

405.  Sandro Marcío Drumond Alves (UFRJ).............................................. 86, 127, “26”, “39”

406.  Sebastião Josué Votre (UFF)................................................................ 68, “15”, “27”

407.  Sebastião Lourenço dos Santos (UFPR)............................................. 80, “18”

408.  Sérgio Arruda de Moura (UENF)......................................................... 49, 59, 117, “29”, “29”, “40”

409.  Sergio Nascimento de Carvalho (UERJ, EN e UNESA)..................... 37, “17”

410.  Sérgio Paulo Gomes de Vasconcelos (UERJ)................................... 151, “16”

411.  Shirley Cabarite da Silva (FATEA)...................................................... 90, “35”

412.  Sigrid Gavazzi (UFF e CIAD-RIO)........................................................ 40, 98, “11”, “22”, “27”

413.  Silvia Pegoraro Generoso (UFF)......................................................... 109, “29”

414.  Simone Nejaim Ribeiro (UERJ e UNESA)............................................ 17, “34”

415.  Simone Xavier Pontes (UFF)................................................................. 07, “25”

416.  Solange de Souza Vergnano (CEFETEQ e FIOCRUZ)...................... 82, “31”

417.  Suelen Sales da Silva (UFRJ).............................................................. “26”

418.  Sumara Sanches Alves (UNEB)............................................................ 86< “15”

419.  Susana Silva de Souza......................................................................... “15”

420.  Tadeu Luciano Siqueira Andrade (UNEB).......................................... 23, 137, “21”, “24”

421.  Tania M G Shepherd (UERJ)................................................................. 67, “36”

422.  Tania Maria Nunes de Lima Camara (UNISUAM)............................. 73, “35”

423.  Tatiana Alves Soares Caldas (UNESA e UniverCidade).................. 12, 66, “24”, “39”

424.  Tatiana Nunes de Lima Câmara (UERJ)............................................... 06, “20”

425.  Tatiana Pequeno da Silva (UFRJ)....................................................... 100’ “23”

426.  Telma Ardoim (UNIVERSO)................................................................ 116, “38”

427.  Tereza Cristina Kalile de Campos Alves (UNINCOR)....................... 93, “25”

428.  Tereza Cristina Pinto dos Santos (UCB)............................................. 89, “32”

429.  Therezinha Barros Nogueira (UFRJ).................................................... 44, “17”

430.  Ucy Soto (UFF)..................................................................................... 109, “29”

431.  Ulysses Maciel de Oliveira Neto (UERJ)............................................. 90, “38”

432.  Valéria Gil Condé (USP)......................................................................... 98, “37”

433.  Valéria Marta Ribeiro Soares (UEFS)................................................... 70, “13”

434.  Vander Viana (UERJ).............................................................................. 67, “36”

435.  Vaneide Damasceno Cunha Arantes (UNINCOR)............................. 87, “25”

436.  Vanessa Chaves de Almeida (UFRJ)................................................... 16, 80, “17”

437.  Vanessa Martins da Rocha e Moura................................................... 54, “19”

438.  Vanessa Pernas Ferreira (UFRJ)......................................................... 113, “31”

439.  Vanessa Pugliese (UFF)....................................................................... 125, “29”

440.  Vânia Lúcia Rodrigues Dutra (UERJ)................................................. 111, “21”

441.  Velaine Poço (UERJ)............................................................................... 69, “13”

442.  Vera Lúcia Deps (UENF)........................................................................ 18, “29”

443.  Vera Lúcia Paredes Pereira da Silva (UFRJ)........................................ 69, “39”

444.  Veridiana Skocic Marchon (UERJ)....................................................... 27, “27”

445.  Vicente Júnior Avelar Gomes (IPA)..................................................... 64, “16”

446.  Victória Wilson da Costa Coelho (UERJ)............................................ 67, “26”

447.  Vilson de Oliveira (UNISA-SP)............................................................. 62, “36”

448.  Violeta Virginia Rodrigues (UFRJ)..................................................... 113, 130, 142, “27”, “31”, “31”

449.  Vito César de Oliveira Manzolillo (UNESA)..................................... “22”

450.  Vitor Cezário Silveira Campos (UFRJ).................................................. 35, “32”

451.  Viviane Francisca Ribeiro Silva (UNINCOR).................................... 124, “30”

452.  Viviane Marcella Martins de Sena (UFF).......................................... 109, “29”

453.  Wagner Alexandre dos Santos Costa (UFF).................................... “24”

454.  Wagner Luiz Ferreira Lima (UERJ, UEMG, UNIG)........................... 146, “38”


 

 

 

 

QUADRO ESTATÍSTICO

DAS 93 INSTITUIÇÕES DE ENSINO PARTICIPANTES[2]

 

123 UERJ

98 UFRJ

38 UFF

19 UNEB

18 USP

13 PUC-Rio

13 UNESA

12 UNINCOR

10 UCB

10 UFRGS

9 UEFS

7 UFC

6 UENF

6 UFBA

6 USS

5 PUC-SP

5 UFPR

4 SENAC-Rio

4 UEL

4 UGF

4 UNIG

4 UNISA

3 EN

3 FGS

3 UCSal

3 UniverCidade

3 UVA

2 CPII

2 FIMI

2 PUC-Minas

2 SEE/RJ

2 UECE

2 UEM

2 UESB

2 UFES

2 UFJF

2 UFMG

2 UGB

2 UNIPLI

2 UNISUAM

2 UNIVERSO

2 UNL

2 UPM

2 VIZIVALI

1 AEDB

1 CBNB

1 CEFETEQ

1 CIAD-RIO

1 CMRJ

1 CUBM

1 EB

1 ESUCRI

1 FAMINAS-BH

1 FATEA

1 FEMM

1 FERLAGOS

1 FEUDUC

1 FIB

1 FIOCRUZ

1 FMPFM

1 FSC

1 IESCO

1 IPA

1 ISAT

1 ISERJ

1 MAGISTER

1 NRE

1 PUC-RS

1 SBCI

1 STBSB

1 UBC

1 UCAM

1 UEMG

1 UFG

1 UFMS

1 UFPE

1 UFPI

1 UFS

1 UFV

1 UnB

1 UNESC

1 UNESP

1 UNI-BH

1 UNICAMP

1 UNICENTRO

1 Unifecap

1 UNIFOR

1 UNIG

1 UNIGRANRIO

1 UNINOVE

1 UNIRIO

1 USJT-SP

1 USU

 


ISBN 1519-8782

IX CONGRESSO NACIONAL

DE LINGÜÍSTICA E FILOLOGIA

Círculo Fluminense de Estudos Filológicos e Lingüísticos

Em Homenagem a Said Ali

 

universidade do estado do rio de janeiro

(de 22 a 26 de agosto de 2005)

LIVRO DE RESUMOS

E PROGRAMAÇÃO

(Cadernos do CNLF, Vol. IX, N° 01)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

CiFEFiL

2005
UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

CENTRO DE EDUCAÇÃO E HUMANIDADES

INSTITUTO DE LETRAS

CENTRO FILOLÓGICO CLÓVIS MONTEIRO

 

 

 

Reitor

Nival Nunes de Almeida

Vice-Reitor

Ronaldo Martins Lauria

Sub-Reitora de Graduação

Raquel Marques Villardi

Sub-Reitora de Pós-Graduação e Pesquisa

Albanita Viana de Oliveira

Sub-Reitora de Extensão e Cultura

Maria Georgina Muniz Washington

Diretora do Centro de Educação e Humanidades

Maricélia Bispo

Diretor do Instituto de Letras

José Luís Jobim

Vice-Diretora do Instituto de Letras

Elisabeth Balloco

Diretora do Centro Filológico Clóvis Monteiro

Magda Bahia Schlee

Laboratório de Idiomas do Instituto de Letras (LIDIL)


Círculo Fluminense de Estudos Filológicos e Lingüísticos

Rua São Francisco Xavier, 512 / 97 – Mangueira – 20943-000 – Rio de Janeiro – RJ

pereira@uerj.br – (21) 2569-0276 – www.filologia.org.br

 

 

 

Diretor-Presidente

José Pereira da Silva

Vice-Diretora

Maria Lúcia Mexias-Simon

Primeira Secretária

Délia Cambeiro Praça

Segundo Secretário

Álvaro Alfredo Bragança Júnior

Diretor Cultural

Bruno Fregni Bassetto

Vice-Diretora Cultural

Ilma Nogueira Motta

Diretora de Relações Públicas

Valdênia Teixeira de Oliveira Pinto

Vice-Diretora de Relações Públicas

Maria Lucília Ruy

Diretora Financeira

Cristina Alves de Brito

Diretor de publicações

Amós Coêlho da Silva

Vice-Diretor de publicações

Vito César de Oliveira Manzolillo


IX Congresso Nacional

de Lingüística e Filologia

de 22 a 26 de agosto de 2005

 

 

Coordenação Geral

José Pereira da Silva

Cristina Alves de Brito

Comissão Organizadora e Executiva

Délia Cambeiro Praça

Amós Coêlho da Silva

Elisabeth Balloco

Ilma Nogueira Motta

José Luís Jobim

Maria Lúcia Mexias Simon

Vito César Manzolillo

Coordenação da Comissão de Apoio

Álvaro Alfredo Bragança Júnior

Valdênia Teixeira de Oliveira Pinto

Comissão de Apoio Estratégico

Centro Filológico Clóvis Monteiro (CFCM)

Magda Bahia Schlee

Laboratório de Idiomas do Instituto de Letras (LIDIL)

Secretaria Geral

Silvia AvelarSilva


 

 

 

 

 

SUMÁRIO

 

0.    ApresentaçãoJosé Pereira da Silva .................................. “7”

1.         Programação (em ordem cronológica).................... “9”

2.         Resumos (em ordem alfabética dos títulos) ............. 1

3.         Suplemento (resumos inseridos no prelo) .............. 149

4.         Índice de autores e orientadores .............................. 153

5.         Quadro estatístico das instituições participantes 164



 

 

 

 

 

 

 

APRESENTAÇÃO

 

Prezado Congressista:

 

O Círculo Fluminense de Estudos Filológicos e Lingüísticos se sente muito bem por contar com a sua presença nesta novena de congressos, religiosamente realizados para cumprir com os seus sagrados objetivos:

a) oferecer aos interessados nas áreas de Filologia e Lingüística condições permanentes de desenvolvimento, discussão e divulgação de idéias científicas;

b) propiciar condições de investigação ou pesquisa que tenham especial relevância para a Filologia e Lingüística em nosso país;

c) proporcionar meios de inserção da livre expressão científica no seio da cultura brasileira;

d) promover cursos, palestras, seminários e comunicações nas áreas de interesse comum;

e) articular-se com outros órgãos ou unidades universitárias na busca de divulgação de suas atividades;

f) intercambiar experiências e idéias com outras áreas de conhecimento e interesse;

g) realizar quaisquer outras atividades para o pleno preenchimento de seus objetivos.

 

Fazemos votos que você aproveite o máximo dos excelentes trabalhos que serão apresentados e que apresente suas sugestões para todos os casos que perceba alguma possiblidade viável de aperfeiçoamento ou facilitação.

 

Sua crítica é o que mais nos ajudará a melhorar tudo que estiver bom em nossos trabalhos e a corrigir tudo que ainda está ruim.

 

Rio de Janeiro, agosto de 2005.

José Pereira da Silva



 

 

 

 

 

 

 

 

PROGRAMAÇÃO

A programação está em rigorosa ordem cronológica.

Se quiser procurar pelo assunto, os resumos estão ordenados alfabeticamente

Os índices de autores e de instituições estão no final do volume



 

 

 

 

 

 

 

SEGUNDA-FEIRA, 22 DE AGOSTO DE 2005

08 às 10 horas: Recepção de material e inscrições novas

Dia 22 às 10h00m 1: Sessão de Abertura e mesa-redonda sobre M. Said Ali Ida e sua obra, sob a presidência da Professora Doutora Hilma Ranauro (UFF e ABF), que falará sobre “Said Ali em Dificuldades da Língua Portuguesa

Dia 22 às 10h00m 2: “A Formação de Palavras da Gramática Histórica da Língua Portuguesa de Manuel Said Ali – Maria do Céu Caetano (Universidade Nova de Lisboa)

Dia 22 às 10h00m 3: “Filólogo Celso Pedro Luft: De Said Ali à Moderna Gramática Brasileira” – Elvo Clemente (PUC-RS)

Dia 22 às 10h00m 4: – “Gramática Histórica da Língua Portuguesa de M. Said Ali” – Mário Eduardo Viaro (USP)

 

12 às 14 horas: Almoço

14 às 18 horas: Sessão de minicursos

Dia 22 às 14h00m 1: “Marcas de interação no processo de textualização na escrita” – Cláudia Juçara Grosselli Lemos (VIZIVALI) e Helena Maria Guareschi (VIZIVALI e NRE)

Dia 22 às 14h00m 2: “A charge em sala de aula” – Daniele de Barros Macedo Silva (UFF, PUC-Rio e UGF)

Dia 22 às 14h00m 3: “Arte da Palavra e do Desenho na aprendizagem da língua” – Maria SuzettBiemengut Santade (FMPFM, FIMI e UERJ)

Dia 22 às 14h00m 4: “A escrita e as estratégias utilizadas em mensagens de um Chat espanhol” – Greice da Silva Castela (UFRJ e UERJ)

Dia 22 às 14h00m 5: “Origem e formação da língua portuguesa” – Camillo Cavalcânti (UFRJ)

Dia 22 às 14h00m 6: “A importância do texto dissertativo no ensino médio e no ensino superior” – Luci Mary Melo Leon (UERJ)

Dia 22 às 14h00m 7: “Variação lingüística e ensino de português brasileiro nas escolas” – Mayra Cristina Guimarães Averbug (UFRJ)

Dia 22 às 14h00m 8: “Aspectos estilísticos da língua portuguesa”Gustavo Adolfo Pinheiro da Silva (UERJ)

Dia 22 às 14h00m 9: “O ensino da argumentação nas aulas de língua portuguesa: três propostas” – Sigrid Gavazzi (UFF e CIAD-RIO)

Dia 22 às 14h00m 10: “A obra dos viajantes portugueses dos séculos XVI e XVII” – Eduardo de Almeida Navarro (USP)

Dia 22 às 14h00m 11: “Interface Lingüística e Religião: a linguagem dos serviços religiosos” – Cleide Emília Faye Pedrosa (UFS)


Dia 22 às 18 horas

REUNIÃO EXTRAORDINÁRIA DA ACADEMIA BRASILEIRA DE FILOLOGIA
para dar posse a sócios correspondentes e a membros do quadro permanente

1 – Cleide Emília Faye Pedrosa

2 – Carlos Eduardo Falcão Uchôa

3 – Luiz Carlos Cagliari

4 – Celina Márcia de Souza Abbade

5 – Rosalvo do Valle


 

 

 

 

 

 

 

TERÇA-FEIRA, 23 DE AGOSTO DE 2005

08 às 10 horas: Segunda sessão de mesas-redondas

Dia 23 às 8h00min 1a: “Algumas perspectivas de estudo do léxico”, sob a presidência da Professora Doutora Lêda Maria Mercês Gonçalves (UEFS), que falará sobre “Origem / importância de alguns acessórios do vestuário”

Dia 23 às 8h00min 1b: “Análise da terminologia jurídica em documentos dos sécs. XVIII, XIX e XX” – Rita de Cássia Ribeiro de Queiroz (UEFS)

Dia 23 às 8h00min 1c: “Estudo etimológico na obra ‘Emília no País da Gramática’" – Valéria Marta Ribeiro Soares (UEFS)

Dia 23 às 8h00min 1d: “O vocabulário político do século XIX” – Ana Jaci Mendes Souza Carneiro (UEFS)

Dia 23 às 8h00min 1e: “O vocabulário toponímico em documentos dos séculos XVIII ao XX” – Ana Emília Santana Cordeiro (UEFS)

 

Dia 23 às 8h00min 2a: “Ensino e práticas de ensino em línguas estrangeiras”, sob a presidência da Professora Carmem Lúcia Pereira Praxedes (UERJ), que falará sobre “Ensino e Práticas de Ensino em Língua Estrangeira – o caso do Italiano: Educação à distância e Universidades”

Dia 23 às 8h00min 2b: “Ensino de LE e formação docente: entre crenças, demandas e novas tendências lingüístico-educativas” – Cristina de Souza Vergnano Junger (UERJ)

Dia 23 às 8h00min 2c: “Inglês Instrumental” – Rosângela Ávila Dantas (UERJ)

Dia 23 às 8h00min 2d: “Estudo contrastivo entre análise sintática portuguesa e analisi logica do italiano no período simples” – CarmemLúcia Pereira Praxedes (UERJ), Bruna Trindade (UERJ), Márcia Leal (UERJ) e Velaine Poço (UERJ)

Dia 23 às 8h00min 2e: “A Situação do Estrangeiro: A Perda da Língua Materna (domínios e interferências com a LE)” – Maria Franca Zuccarello (UERJ)

 

Dia 23 às 8h00min 3a: Prosódia e sintaxe, sob a presidência do Professor Doutor João Antônio de Moraes (UFRJ), que falará sobre “Variações em torno de tema e rema”.

Dia 23 às 8h00min 3b: “Análise entonacional das construções de tópico” – Mônica Tavares Orsini (UFRJ)

Dia 23 às 8h00min 3c: “Pistas prosódicas e segmentação sintática: um estudo com a síntese da fala” – Maria do Carmo Lourenço-Gomes (UFRJ) e João Antônio de Moraes (UFRJ)

Dia 23 às 8h00min 2d: “O Uso das Novas Tecnologias da Educação” – José Aluízio Belizário (UERJ)

Dia 23 às 8h00min 3e: “A estruturação dos padrões prosódicos em cláusulas subordinadas adverbiais” – Cirineu Cecote Stein (UFRJ)

Dia 23 às 8h00min 3f: “A posição do adjetivo no SN: sintaxe e prosódia” – Carolina Ribeiro Serra (UFRJ)


Dia 23 às 8h00min 4a: “Mythos e logos”, sob a presidência do Professor Doutor Amós Coêlho da Silva (UERJ, UGF e ABF), que falará sobre “Os filósofos materialistas”

Dia 23 às 8h00min 4b: “Histórias de amor: as imagens míticas do amor na cultura grega”– Dulcileide Virgínio do Nascimento (UERJ)

Dia 23 às 8h00min 4c: “A originalidade e a atualidade do mito de Prometeu“ – Elisa Costa Brandão de Carvalho (UERJ)

Dia 23 às 8h00min 4d: “Representações de Minerva na Roma Imperial” – Leni Ribeiro Leite (UFRJ)

Dia 23 às 8h00min 4e: “Dido e Enéias e o mito de fundação de Roma” – Márcia Regina de Faria da Silva (UERJ)

 

Dia 23 às 8h00min 5a: "A cidade e suas representações textuais", sob a presidência da Professora Doutora Cristina Maria Teixeira Martinho (USS), que falará sobre "A disforia urbana nos contos de Edgar Allan Poe"

Dia 23 às 8h00min 5b: Mulheres urbanas na Literatura de Machado de Assis – Maria Inês Mexias Rodrigues (USS)

Dia 23 às 8h00min 5c: “Desterritorialização urbana: a representação da cidade na ficção brasileira contemporânea” – Regina Célia Pentagna Petrillo (USS)

Dia 23 às 8h00min 5d: “Estilhaços da cidade no discurso de Rubem Fonseca” – Célia Regina Correa

 

Dia 23 às 8h00min 6a: O problema de critérios semânticos na descrição das funções sintáticas, sob a presidência de Mônica Aparecida Lima Lopes, que falará sobre “A questão do sujeito  indeterminado”

Dia 23 às 8h00min 6b:  “A questão da oração sem sujeito” – Christine Mello Ministher  (UERJ)

Dia 23 às 8h00min 6c – “A transitividade e as vozes verbais” –  Christiana Lourenço Leal (UERJ)

Dia 23 às 8h00min 6d –  “A distinção entre complemento nominal e adjunto adnominal” – Danielle de Menezes e Souza (UERJ)

 

Dia 23 às 8h00min 7a: “A astúcia das letras: da retórica barroca ao palimpsesto machadiano”, sob a presidência da Professora Doutora Ana Lúcia Machado de Oliveira (UERJ), que falará sobre “Antonio Vieira, cratiliano?”

Dia 23 às 8h00min 7b: “Circularidade Infinita: a arte do Sermão da Nossa Senhora do Ó” – Kellen Dias de Barros Violento (UERJ)

Dia 23 às 8h00min 7c: “O social e o literário: a estilização de valores morais da sociedade ibérica do século XVII em uma sátira de Gregório de Matos”– Eduardo da Silva de Freitas (UERJ)

Dia 23 às 8h00min 7d: “O texto-palimpsesto de Machado de Assis: a história e a política social brasileira através do riso e da paródia” –Márcia Regina Dantas Monteiro (UFRJ)

 

10 às 12 horas: Primeira sessão de conferências

Conferência 1 – Evanildo Cavalcante Bechara (UERJ, UFF, ABL e ABF)– “M. Said Ali Ida: o gramático

Conferência 2 – Castelar de Carvalho (UFRJ e ABF) – “O pronome se: Uma palavra oblíqua e dissimulada


12 às 14 horas: Almoço

 

12 às 14 horas: Primeira sessão de PAINÉIS E PÔSTERES

Dia 23 às 12h00min 1: “Laboratório de tradução, versão e revisão de textos em língua portuguesa” – Annie Rose dos Santos (UEM)

Dia 23 às 12h00min 2: “Aquisição da linguagem”, por Susana Silva de Souza (UCEPEL)

Dia 23 às 12h00min 3: “Estabilidade da linguagem imagética no português do século XVI”, por Rebeca da Silva Nascimento (UFF) e Sebastião Josué Votre (UFF)

Dia 23 às 12h00min 4: “Surdez, língua e subjetividade: Uma experiência multidisciplinar em uma unidade de saúde”, por Edicléa Mascarenhas Fernandes (UERJ)

Dia 23 às 12h00min 5: “Compreensão X interpretação” – Flavia Coutinho Ferreira Sampaio (UFF) e Lygia Maria Gonçalves Trouche (UFF)

Dia 23 às 12h00min 6: “Atividades de construção do texto falado: as funções da inserção” – Edenilda Costa Sousa (UNEB)

Dia 23 às 12h00min 7: “Palavras do campo: um estudo do léxico dos trabalhadores rurais sem-terra do acampamento Carlos Marighela, situado no sul da Bahia” – Aryana Rios Rezende (UNEB), Liz Maria Teles de Sá Almeida (UNEB) e Marcelo Alves Batista dos Santos (UNEB)

Dia 23 às 12h00min 8: “Universo Cultural” – Maria Antônia da Costa Lobo (UCB), Célia Maria Paula de Barros (UCB) e Fernanda de Oliveira Marconi da Costa (UCB)

Dia 23 às 12h00min 9: “Lingüística comparada: algumas contribuições do latim para o enriquecimento do léxico da língua de Shakespeare” – Claudiana Brandão Silva (UNEB), Jônatas Oliveira dos Santos (UNEB) e Sumara Sanches Alves (UNEB)

Dia 23 às 12h00min 10: Leitura em voz alta: "problema" para pesquisa e para ensino” – Aline Pontes de Oliveira (UFF) e Maria Alice Pinheiro Gallego de Freitas (UFF)

Dia 23 às 12h00min 11: O estudo da literatura medieval na Faculdade de Letras da UFRJ: caminhos interdisciplinares – I” – Álvaro Alfredo Bragança Júnior (UFRJ)

Dia 23 às 12h00min 12: “Uso de advérbios locativos em gênero carta” – Luciana Pomponet Cardoso da Silva (UFF) e Mariangela Rios de Oliveira (UFF)

Dia 23 às 12h00min 13: “A escrita espontânea e utilitária no município de Resende – RJ” – Arlete Inês Ribeiro Rubini (UNESA e AEDB)

Dia 23 às 12h00min 14: "Linguagem verbal e não-verbal na deficiência: um estudo de caso" Anamaria Attié Figueira (UERJ)

Dia 23 às 12h00min 15: ______________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________

Dia 23 às 12h00min 16: ______________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________

 

14 às 16 horas: Primeira sessão de comunicações orais

Dia 23 às 14h00min – 1a: “A LINGÜÍSTICA TEXTUAL E A MÍDIA”, sob a coordenação da Professora Doutora Cleide Emília Faye Pedrosa (UFS), que falará sobre “Os manuais de estilo e a prática midiática da edição”.

Dia 23 às 14h00min – 1b: “Do oral ao escrito – A contribuição da lingüística textual” – Cláudia Juçara Grosselli Lemos (VIZIVALI)

Dia 23 às 14h00min – 1c: “A oralidade e a escrita nas mensagens de um Chat espanhol: primero aprende a escribir luego me hablas” – Greice da Silva Castela (UFRJ/ UERJ)

Dia 23 às 14h00min – 1d: “As múltiplas linguagens no processo de ensino-aprendizagem” – Fernanda da Silva de Barcellos (UERJ e UCAM)

Dia 23 às 14h00min – 1e: Em busca da construção do ensino do texto leitura e releitura” – Patrícia Avelar Gomes Machado (UCB), Deneise Rocha Silva (UCB) e Vicente Júnior Avelar Gomes (IPA)

 

Dia 23 às 14h00min – 2a: “A AVALIAÇÃO E O ENSINO DE LÍNGUA ESPANHOLA: DIFERENTES VISÕES”, sob a coordenação da Profa. Dra. Ana Cristina dos Santos (UERJ e UVA), que falará sobre “Algumas reflexões sobre a avaliação no ensino de espanhol como língua estrangeira”

Dia 23 às 14h00min – 2b: “Seleção para o magistério público: o que se espera do professor “ – Fábio Sampaio de Almeida (UERJ), Maria Cristina Giorgi (UERJ) e Maria Del Carmen F. G. Daher (UERJ)

Dia 23 às 14h00min – 2c: “Ensino Médio x Vestibular: qual o papel da avaliação?” – Luise Campos da Silva (CPII)

Dia 23 às 14h00min – 2d: “Educação de Jovens e Adultos: um exemplo de avaliação socializada” – Luciana Alves de Jesus (UERJ) e Cristina de Souza Vergnano Junger (UERJ)

Dia 23 às 14h00min – 2e: “A Avaliação na Prática de Ensino” – Ana Elizabeth Dreon de Albuquerque (UERJ)

 

Dia 23 às 14h00min – 3a: “Textos importantes para o estudo da língua e de outras ciências”, sob a coordenação do Professor Doutor Eduardo de Almeida Navarro (USP), que falará sobre “Os Diálogos das Grandezas do Brasil, de Ambrósio Fernandes Brandão”

Dia 23 às 14h00min – 3b: “A recuperação de fontes para estudos lingüísticos diacrônicos – O Livro de Linhagens do Conde D. Pedro, segundo o fragmento manuscrito da Biblioteca da Ajuda” – Maria Teresa Brocardo (Universidade Nova de Lisboa)

Dia 23 às 14h00min – 3c: “Diferentes usos para o rótulo folhetim e a construção do público leitor no século XIX” – Rosane Manhães Rocha Faria (UFRJ) e Alexandre Xavier Lima (UFRJ)

Dia 23 às 14h00min – 3d: ______________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________

Dia 23 às 14h00min – 3e: ______________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________

 

Dia 23 às 14h00min – 4a: “Lexicologia”, sob a coordenação do Professor Doutor Luís Carlos Lima Carpinetti (UFJF), que falará sobre “A interface do texto de São Jerônimo com o latim cristão”

Dia 23 às 14h00min – 4b: “Reterritorializações” de Ernest Haeckel na Poesia de Augusto dos Anjos” – Mário César Newman de Queiroz (UFRJ)

Dia 23 às 14h00min – 4c: “Motoboys: a língua em duas rodas” – Sérgio Paulo Gomes de Vasconcelos (UERJ)

Dia 23 às 14h00min – 4d: “O projeto do léxico dos Autos de Querella” – Expedito Eloísio Ximenes (UECE), Emília Maria Peixoto Farias (UFC) e Ednusia Pinto Carvalho (UFC)

Dia 23 às 14h00min – 4e: “O judeu-espanhol na comunidade sefaradí de São Paulo” – Antón Castro Míguez (FCL)

 

Dia 23 às 14h00min – 5a: “Elementos de Metodologia da Pesquisa em Letras”, sob a coordenação do Professor Mestre Alex Swander Martins da Silva (UNIVERSO, UERJ), que falará sobre  “A importância do conhecimento lingüístico para o professor de língua portuguesa no processo de avaliação da produção textual de seus alunos”.

Dia 23 às 14h00min – 5b: “Resumo acadêmico: uma tentativa de definição” – Andréa Lourdes Ribeiro (UFMG/FAMINAS-BH)

Dia 23 às 14h00min – 5c: “A importância do método de pesquisa geolingüístico no resgate de valores sócio-culturais” – Márcia Regina Teixeira da Encarnação (USP)

Dia 23 às 14h00min – 5d: “A divulgação científica sob a perspectiva enunciativa” – Eliane de Fátima Manenti Rangel (UFRGS)

Dia 23 às 14h00min – 5e: “Teorias psicolingüísticas e pedagógicas para o desenvolvimento de conceitos: um estudo preliminar” – Mirian Rosa de Freitas Montin

 

Dia 23 às 14h00min – 6a: "Análise do Discurso e leitura: pesquisas e propostas para o ensino", sob a coordenação da Profa. Dra. Leonor Werneck dos Santos (UFRJ)

Dia 23 às 14h00min – 6b: “Conhecimentos lingüístico, textual e de mundo: aspectos fundamentais para a compreensão do humor na publicidade” – Danielle Zumpichiatti dos Santos (UFRJ)

Dia 23 às 14h00min – 6c: “O aposto, um mecanismo lingüístico-discursivo em textos publicitários” – Marizeth Faria dos Santos Araújo (UFRJ)

Dia 23 às 14h00min – 6d: “A interpretação de texto com base nos fatores de coerência” – Vanessa Chaves de Almeida (UFRJ)

Dia 23 às 14h00min – 6e: “Aspectos textuais e discursivos do encapsulamento anafórico” – Therezinha Barros Nogueira (UFRJ)

Dia 23 às 14h00min – 6f: “O PT acabou”: aspectos polifônicos em entrevista de Fernando Gabeira” – João Benvindo de Moura (UFPI)

 

Dia 23 às 14h00min – 7a: “Características marcantes nos diferentes discursos”, sob a coordenação da Professora Doutora Fátima Helena Azevedo de Oliveira (UNESA), que falará sobre “Sabor-saber: a presença político-ideológica na escolha dos termos da culinária moçambicana”.

Dia 23 às 14h00min – 7b: “As receitas culinárias medievais” – Celina Márcia de Souza Abbade (UCSal e UNEB)

Dia 23 às 14h00min – 7c: “Linguagens de Especialidade: um inventário de verbetes para dicionários técnico-científicos” – Carlos Almeida Santos (UESB e Manoel Sarmento Soares Filho (UESB)

Dia 23 às 14h00min – 7d: “A variação lingüística e suas implicações sintático-semânticas” – Marina Coelho Moreira Cezar (UFF)

Dia 23 às 14h00min – 7e: “Alerta: metáforas podem matar. uma análise político-metafórica de discursos presidenciais” – Sérgio Nascimento de Carvalho (UERJ, EN e UNESA)

 

Dia 23 às 14h00min – 8a: “BIOGRAFIAS”, sob a coordenação do Professor Doutor Ruy Magalhães de Araujo (UERJ), que falará sobre “Perfis de Gregório de Mattos e Guerra”

Dia 23 às 14h00min – 8b: “Memórias e fragmentos identificando os escritos autobiográficos de Lima Barreto” – Natália Cruz Frickmann (UERJ)

Dia 23 às 14h00min – 8c: “Manuel Bandeira: o homem e o poeta” – Luci Mary Melo Leon (UERJ)

Dia 23 às 14h00min – 8d: “Retalhos de memória: registros de um tempo sob o olhar de um intelectual” –Daniele de Araujo dos Santos (UERJ)

Dia 23 às 14h00min – 8e: “A encenação autobiográfica em O primeiro homem, de Albert Camus” – Cátia Cristina Assunção Henriques dos Santos (PUC-Rio)


Dia 23 às 14h00min – 9a: “Dialetos, registros e níveis de linguagem”, sob a coordenação do Professor Doutor Antônio Luciano Pontes (UECE e UNIFOR), que falará sobre “Mecanismos de explicação nos dicionários escolares brasileiros”.

Dia 23 às 14h00min – 9b: “Língua estrangeira na vivência familiar” – Élida dos Reis Gabriel Chapman (FIMI-Mogi Guaçu/SP) e Maria Suzett Biembengut Santade (UERJ, FMPFM e FIMI-Mogi Guaçu/SP)

Dia 23 às 14h00min – 9c: “A produção escrita em ILE: Tempos do perfectum”  – Eva Jones Bouquard (UFRJ)

Dia 23 às 14h00min – 9d: “A referência estendida na escrita e na fala” – Amanda Beatriz Araujo de Oliveira

Dia 23 às 14h00min – 9e: “Marcas da oralidade na escrita: semelhanças ou diferenças?” – Alessandra Freitas da Silva

 

Dia 23 às 14h00min – 10a: “As Letras Clássicas e as Traduções”, sob a coordenação da Professora Mestra Eliana da Cunha Lopes (FGS e USS), que falará sobre “A atualidade dos provérbios latinos: tradução e interpretação”

Dia 23 às 14h00min – 10b: “A culpa é do tradutor” – Aline Reguine (UFRJ)

Dia 23 às 14h00min – 10c: “Hipônax redivivus: comentários acerca do jambo i de calímaco e dos gêneros poéticos no período helenístico” – Fernando Rodrigues Junior (USP)

Dia 23 às 14h00min – 10d: “De Prometeu ao clone” – Maria Helena de Carvalho Dockhorn (UGB)

Dia 23 às 14h00min – 10e: “As construções condicionais epistêmicas e pragmáticas estratégias de persuasão no discurso jurídico oral” – Maria do Rosario Roxo (UFRJ) e Lilian Vieira Ferrari (UFRJ)

 

Dia 23 às 14h00min – 11a: Empréstimo lingüístico: uma atualização lexicográfica”, sob a coordenação da Professora Doutora Lilian Manes de Oliveira (UNESA), que falará sobre o tema do grupo.

Dia 23 às 14h00min – 11b: “Empréstimo lingüístico: uma atualização lexicográfica – 1” – Isolina Caramalho Lyra da Silva (UNESA)

Dia 23 às 14h00min – 11c: “Empréstimo lingüístico: uma atualização lexicográfica – 2” – Fernando José Barbosa (UNESA)

Dia 23 às 14h00min – 11d: “Empréstimo lingüístico: uma atualização lexicográfica – 3” – Carla Arreguy Conrado (UNESA)

Dia 23 às 14h00min – 11e: “Empréstimo lingüístico: uma atualização lexicográfica – 4” – Adriano André Vilas Boas Siqueira (UNESA)

 

Dia 23 às 14h00min – 12a: “Linguagem e cultura”, sob a coordenação da Professora Doutora Elena Godoi (UFPR), que falará sobre “Pragmática: a cultura no ensino de línguas”

Dia 23 às 14h00min – 12b: “Comunicação, linguagem e...” – Anely Ribeiro (UFPR)

Dia 23 às 14h00min – 12c: “Homem e Mulher: estratégias lingüísticas diferentes?” – Luzia Schalkoski Dias (UFPR)

Dia 23 às 14h00min – 12d: “Isto é uma piada?” – Sebastião Lourenço dos Santos (UFPR)

Dia 23 às 14h00min – 12e: “As três Marias: o espanhol, a pragmática e a cortesia” – Maristella Gabardo (UFPR)


Dia 23 às 14h00min – 13a: “A metáfora como forma de tradução da linguagem meramente expressiva para a linguagem emotiva”, sob a coordenação da Professora Doutora Ivone da Silva Rebello (PCRJ), que falará sobre “O discurso poético metáfora e intertextualidade”

Dia 23 às 14h00min – 13b: “O Fictício e o Imaginário de Wolfgang Iser na obra “Chinela Turca” de Machado de Assis – Geisa Maria Jayme Jordão (UFF)

Dia 23 às 14h00min – 13c: “Cantando por entre as águas do dilúvio: um estudo de competência metafórica” – Décio Tadeu Orlandi (UFG)

Dia 23 às 14h00min – 13d: “Esquema imagético, metáfora e dinâmica de forças: o caso da preposição contra” – Angelina Aparecida de Pina (UFRJ)

Dia 23 às 14h00min – 13e: “Contrastes e convergências entre cantigas medievais e canções de Chico Buarque de Holanda” – Augusto Cesar Vassilopoulos Natal (USJT-SP)

 

Dia 23 às 14h00min – 14a: “Marcadores de contrastes na sintaxe e no discurso”, sob a coordenação da Professora Doutora Helena Gryner (UFRJ), que falará sobre “Marcadores de contrastes na sintaxe e no discurso: mas, agora e só que

Dia 23 às 14h00min – 14b: “Contraste semântico-pragmático e marcadores contrastivos: mas e só que” – Vanessa Martins da Rocha e Moura (UFRJ) e Helena Gryner (UFRJ)

Dia 23 às 14h00min – 14c: “Contraste semântico-pragmático e marcadores contrastivos: mas e porque” – Pablo Soares Ribeiro (UFRJ) e Helena Gryner (UFRJ)

Dia 23 às 14h00min – 14d: “A constituição do propósito comunicativo no gênero textual Carta ao leitor” – Ana Paula Claudino (UFC)

Dia 23 às 14h00min – 14e: ______________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________

 

Dia 23 às 14h00min – 15a: –"Processo de organização textual:algumas perspectivas de análise", sob a coordenação da Professora Doutora Maria Elias Soares (UFC), que falará sobre “Processo de organização textual na escrita”

Dia 23 às 14h00min – 15b: - Marcas de argumentação em produção escrita identificadas por leitores do ensino fundamental – Antonia Valdelice de Sousa (UFC)

Dia 23 às 14h00min – 15c: – “O estudo do vocabulário em atividades do livro didático de alfabetização” – Bárbara Olímpia Ramos de Melo (UFC)

Dia 23 às 14h00min – 15d: – “A perspectiva funcional da seqüência narrativa como organizadora do processo jurídico” – Elisabeth Linhares Catunda (UFC)

Dia 23 às 14h00min – 15e: – “Análise das operações lingüísticas no processo de reformulação de textos de alunos da 8ª série do ensino fundamental” – Maria Vilani Soares (UFC)

 

 

16 às 16:30 horas: Café

 

16:30 às 18 horas: Primeira sessão de palestras

Dia 23 às 16h30min – 1: “A respeito da Grammatica Descriptiva, de Maximino Maciel”, pelo Professor Doutor Ricardo Stavola Cavaliere (UFF e ABF)

Dia 23 às 16h30min – 2: O Filólogo João Ribeiro, pela Professora Doutora Hilma Ranauro (UFF e ABF)

Dia 23 às 16h30min – 3: “O Filólogo Ismael de Lima Coutinho”, pelo Professor Doutor Rosalvo do Valle (UFF e ABF)


 

 

 

 

 

 

 

QUARTA-FEIRA, 24 DE AGOSTO DE 2005

08 às 10 horas: Terceira sessão de mesas-redondas

Dia 24 às 8h00min 1a: “A abordagem dos recursos lingüístico-expressivos em textos literários e não literários: possibilidades e desdobramentos”, sob a presidência da Professora Doutora Maria Teresa Gonçalves Pereira (UERJ), que falará sobre “Da relevância de se perceberem os fatos lingüísticos em textos verbais”.

Dia 24 às 8h00min 1b: “A charge na sala de aula: uma perspectiva intertextual de linguagens” – Tatiana Nunes de Lima Câmara (UERJ)

Dia 24 às 8h00min 1c: “Marcas lingüístico-discursivas do ethos da fala de Paulo Honório, em São Bernardo” – Iraneide Andrade Fontes Cidreira (UERJ)

Dia 24 às 8h00min 1d: “A barca dos homens, de Autran Dourado: a expressividade do volume frasal” – Marcia de Oliveira Gomes (UERJ)

 

Dia 24 às 8h00min 2a: “A tradução de elementos culturais na dublagem de animações da PIXAR”, sob a presidência do Professor Mestre Rafael Lanzetti (UFRJ/SENAC-Rio/ISAT), que falará sobre o tema da mesa.

Dia 24 às 8h00min 2b: “A tradução de elementos culturais nas animações da PIXAR” – Rita Cammarota (UFRJ/SENAC-Rio)

Dia 24 às 8h00min 2c: “A tradução de elementos culturais nas animações da PIXAR” – “A tradução de elementos culturais nas animações da PIXAR” Flávia Kullock (SENAC-Rio)

Dia 24 às 8h00min 2d: “A tradução de elementos culturais nas animações da PIXAR” – Elaine Cristina Sabino Neves (SENAC-Rio)

Dia 24 às 8h00min 2e: “A tradução de elementos culturais nas animações da PIXAR” – Carina Andion (SENAC-Rio)

 

Dia 24 às 8h00min 3a: “Fontes literárias e não literárias: a prática de edição de textos baianos”, sob a presidência da Professora Doutora Rita de Cássia Ribeiro de Queiroz (UEFS), que falará sobre “O que os documentos históricos revelam”.

Dia 24 às 8h00min 3b: “Editar para não morrer: uma forma de preservar a vida na escrita” – Fabrício dos Santos Brandão (UEFS)

Dia 24 às 8h00min 3c: “Da organização do espólio à edição crítica da obra de Eulálio de Miranda Mota” – Patrício Nunes Barreiros (UEFS)

Dia 24 às 8h00min 3d: “Fontes textuais para estudo: uma proposta de trabalho” – Rosa Borges Santos Carvalho (UNEB / UFBA)

Dia 24 às 8h00min 3e: – “Textos de imprensa: problemas de edição dos folhetins de João Gumes” – Maria da Conceição Reis Teixeira (UNEB)


Dia 24 às 8h00min 4a: “Produção textual: pesquisa e ensino”, sob a presidência da Professora Doutora Darcilia Simões, que falará sobre “Vozes e argumentos na arquitetura do texto”.

Dia 24 às 8h00min 4b: “A referenciação e a construção do texto argumentativo” – Maria Teresa Tedesco V. Abreu (UERJ)

Dia 24 às 8h00min 4c: “O texto de opinião no ensino fundamental” – Vânia Lucia Rodrigues Dutra (UERJ)

 

Dia 24 às 8h00min 5a: “Lexicologia, Lexicografia, Terminologia: relações epistemológicas e metodológicas”, sob a presidência da Professora Doutora Maria Emília Barcellos da Silva (UFRJ e UERJ), que falará sobre “Para não dizer que não se falou de léxico”

Dia 24 às 8h00min 5b: “Homem e mulher: verbetes de dicionário” – Nelly Medeiros de Carvalho (UFPE)

Dia 24 às 8h00min 5c: “A variação do léxico em situação interétnica” – Maria Vicentina de Paula Dick (USP)

Dia 24 às 8h00min 5d: “Vocabularização, terminologização: condições para uma Etno-terminologia" – Maria Aparecida Barbosa (USP)

 

Dia 24 às 8h00min 6a: “Léxico e discurso”, sob a presidência do Professor Manoel Pinto Ribeiro (UERJ), que falará sobre “O perfil da mulher na MPB, no período de 1930 a 1945: léxico e discurso”

Dia 24 às 8h00min 6b: “Os clíticos na língua portuguesa do Brasil” – Nataniel dos Santos Gomes (UNESA, SUAM e UFRJ)

Dia 24 às 8h00min 6c: “Política e culinária: linguagem e inovação” – Nícia de Andrade Verdini Clare (UERJ)

Dia 24 às 8h00min 6d: “Imagem da leitura no Brasil: uma construção social” – Fábia dos Santos Marucci (UFF)

 

Dia 24 às 8h00min 7a: “Em torno de Tieta do Agreste, de Jorge Amado – estudo de linguagens e relação de poder”, sob a presidência de Tadeu Luciano Siqueira Andrade (UNEB), que falará sobre “Tieta do Agreste: ume estudo léxico – semântico de frases feitas”

Dia 24 às 8h00min 7b: “Four-letter or more words da Tieta saxônica: a tradução da intimidade dialógica” – Adilson da Silva Correia (UNEB)

Dia 24 às 8h00min 7c: “Tieta do Agreste: linguagem e relações de poder” – Benedito José de Araújo Veiga (UEFS e UCSal)

 

10 às 12 horas: Segunda sessão de conferências (2)

Conferência 3 – Professor Doutor Ricardo Stavola Cavaliere (UFF) – “A Pragmática de Manuel Said Ali”

Conferência 4 –– Professor Doutor João Bortolanza (UFMS, UEL) – “A diacronia na obra de Said Ali

 

12 às 14 horas: Almoço

 

12:30 às 14 horas: Primeira sessão de minicursos extras (5)

Dia 24 às 12h30min – 1: “Trabalhando com Projetos em Inteligências Múltiplas (Língua Materna e Línguas Estrangeiras)” – Antônio Elias Lima Freitas (UFF).

Dia 24 às 12h30min – 2: “Estilística das Letras da Música Popular Brasileira” – Afrânio da Silva Garcia (UERJ)

Dia 24 às 12h30min – 3: “As línguas românicas na atualidade” – Bruno Fregni Bassetto (USP)

Dia 24 às 12h30min – 4: "Tópicos em português como língua estrangeira” – Lygia Maria Gonçalves Trouche (UFF) e Norimar Júdice (UFF)

Dia 24 às 12h30min – 5: “Visão estrutural do verbo latino” – Joseph Ildelfonso de Araujo (UFV)

Dia 24 às 12h30min – 6: “Técnicas de Leitura para Ledores (Os Leitores para Deficientes Visuais)” – Cristiano Marins Moreira (UERJ e SEE-RJ)

Dia 24 às 12h30min – 7: “Impressões poéticas através da tradução” – Magali Moura (UERJ) e Raquel Abi-Sâmara (UERJ)

Dia 24 às 12h30min – 8: “Ensino de gramática: abordagens, problemas e propostas" – Claudia de Souza Teixeira (Col. Newton Braga UNIG) e Leonor Werneck dos Santos (UFRJ)

Dia 24 às 12h30min – 9: “A Lingüística Textual e Seus Recentes Avanços” – Paulo de Tarso Galembeck (UEL)

Dia 24 às 12h30min – 10: “Noções de sintaxe estrutural da língua portuguesa” – Carlos Alberto Gonçalves Lopes (UNEB)

 

12 ÀS 18 HORAS:
SESSÃO DE LANÇAMENTOS E AUTÓGRAFOS
(Autores e livreiros credenciados cuidarão da venda no local)

 

PRIMEIRO GRUPO DE AUTORES  (das 12h00min às 14h30min)

1.        Gustavo Adolfo Pinheiro da Silva lançará "A Ordem Dêitica do Discurso: As Representações do Eu e seus Efeitos de Sentido"

2.        Maria Lúcia Mexias-Simon autografará O falar da escravidão

3.        Maria Lúcia Mexias-Simon e Aileda de Mattos Oliveira autografarão O nome do homem: reflexões sobre os nomes próprios

4.       Maria Antonieta Jordão de O. Borba autografará seus livros Teoria do efeito estético e Tópicos de teoria para a investigação do discurso literário

5.        Maria Aparecida Lino Pauliukonis e Sigrid Gavazzi lançarão o livro Da Língua ao discurso: reflexões para o ensino

6.        _________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________

 

SEGUNDO GRUPO DE AUTORES  (das 14h30min às 16h30min)

1.       Diretoria de Publicações do CiFEFiL (Amós Coêlho da Silva e Vito César de Oliveira Manzolillo) lançará o número 32 da Revista Philologus, o Almanaque CiFEFiL 2004 (CD-ROM), Primeiros Trabalhos do IX CNLF: Tomo 1: Filologia, Textos e Literatura; Tomo 2: Filologia, Lingüística e Ensino e autografará todos números da Revista Philologus e dos Cadernos do CNLF

2.        Ana Paula Araújo Silva, Dimar Silva de Deus, José Mário Botelho e Mauro José Rocha do Nascimento lançarão A Expressão de Gênero do Substantivo, organizado por José Pereira da Silva.

3.        José Mário Botelho autografará o livro O Gênero Imanente do Substantivo no Português

4.        Hilma Ranauro autografará o livro Significação e relação - a carga semântica dos elementos conectivos

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TERCEIRO GRUPO DE AUTORES  (das 16h00min às 18h00min)

1.        Alfredo Maceira Rodríguez, lançará o livro Ensaios Lingüísticos e Filológicos de Alfredo Maceira Rodríguez, organizado por José Pereira da Silva e autografará a segunda edição de Estudiemos Español – Gramática, ejercicios, lecturas para estudiantes brasileños

2.        José Pereira da Silva lançará Ensaios de Fraseologia (2ª ed.); Resenhas de Lingüística e Filologia; O Filólogo e a Filologia, Crítica Textual e Edição de Textos e Viagens ao Brasil de Alexandre Rodrigues Ferreira (Coleção Etnográfica em 3 volumes); e autografará Manual de Lingüística Românica, Língua e Inquisição no Brasil de Pombal, A Filologia no Brasil, O Filólogo no 3° Milênio, Viagens ao Brasil de Alexandre Rodrigues Ferreira (2 volumes.), Viagens ao Brasil de Alexandre Rodrigues Ferreira II (3 volumes), Roteiro da Viagem do Pe. José Monteiro de Noronha e Autos da Devassa: Prisão dos Letrados do Rio de Janeiro – 1794.

3.       Carlos Alberto Gonçalves Lopes autografará o livro Lições de Morfologia da Língua Portuguesa.

4.        Carlos Alexandre Gonçalves lançará o livro Flexão e Derivação em Português

5.       Leodegário Amarante de Azevedo Filho autografará os livros   Sonetos de Luís de Camões [texto estabelecido a partir de manuscritos quinhentistas], Base Teórica de Crítica Textual. e Descrição e Funcionamento da Língua Portuguesa.

6.        _________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________

 

14 às 16 horas: Segunda sessão de comunicações orais (12)

Dia 24 às 14h00min – 1a: “O português na literatura portuguesa”, sob a coordenação da Professora Doutora Maria Paula Lamas (Portugal), que falará sobre “Inês de Castro na epopéia camoniana”.

Dia 24 às 14h00min – 1b: “Camões e o espírito do maneirismo: A lucidez do olhar e a sabedoria da fala do velho do restelo n’Os Lusíadas” – Roberto Nunes Bittencourt

Dia 24 às 14h00min – 1c: “O modelo épico camoniano no séc. XX brasileiro” – Aderaldo Luciano dos Santos (UFRJ e FGS)

Dia 24 às 14h00min – 1d: “O espaço melancólico português nas 3 Cartas da Memória das Índias de Al Berto” – Tatiana Pequeno da Silva (UFRJ)

Dia 24 às 14h00min – 1e: “Do desejo e do sonho: representações do 25 de abril na literatura portuguesa” – André Luiz Alves Caldas Amóra (PUC-Rio)

 

Dia 24 às 14h00min – 2a: “A Língua nos Textos Latinos”, sob a coordenação do Professor Doutor Edison Lourenço Molinari (UFRJ), que falará sobre “O Primeiro Livro dos Fastos de Ovídio”.

Dia 24 às 14h00min – 2b: Um confronto entre duas variedades do latim falado: sermo plebeius versus sermo urbanus – Maria Cristina da Silva Martins (UFRGS)

Dia 24 às 14h00min – 2c: “A linguagem afetiva na Aulularia de Plauto” – Mariza Mencalha de Souza (UFRJ)

Dia 24 às 14h00min – 2d: “O bestiário na Apologia de Jerônimo contra Rufino” – Luís Carlos Lima Carpinetti (UFJF)

Dia 24 às 14h00min – 2e: ______________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________


Dia 24 às 14h00min – 3a: “A língua como instrumento da cultura e atividade humana”, sob a coordenação do Professor Tadeu Luciano Siqueira Andrade (UNEB), que falará sobre “A obra de Zedantas: De Carnaíba ao Brasil (do lingüístico ao social)".

Dia 24 às 14h00min – 3b: “Compromisso ou programa? – a construção do enunciador no contrato de comunicação em anúncios para relações amorosas ou sexuais” – Wagner Alexandre dos Santos Costa (UFF) e Lucineide Lima de Paulo (UFF)

Dia 24 às 14h00min – 3c: “’E pensar que todos nós viemos do pó’: as maravilhas proporcionadas pela linguagem” – Luciane Manera Magalhães (UFJF)

Dia 24 às 14h00min – 3d: “Boa tarde às coisas aqui em baixo: trânsito, chegadas” – Cátia Cristina Assunção Henriques dos Santos (PUC -Rio)

Dia 24 às 14h00min – 3e: “Heterogeneidade no discurso querigmático do Movimento Pentecostal Católico” – Lenice Amélia de Sá Martins (UNEB)

 

Dia 24 às 14h00min – 4a: “A língua portuguesa na literatura brasileira”, sob a coordenação da Professora Doutora Maria Isaura Rodrigues Pinto (UERJ e UNIPLI), que falará sobre “A linguagem poética de Laurindo Rabelo”.

Dia 24 às 14h00min – 4b: “A noite como linguagem na ficção de Guimarães Rosa” – Augusto Cesar Vassilopoulos Natal (USJT-SP)

Dia 24 às 14h00min – 4c: “Cenários urbanos em Clarice Lispector” – Fátima Cristina Dias Rocha (UERJ)

Dia 24 às 14h00min – 4d: “Prosa e poesia: uma abordagem intertextual na obra sallesiana” – Ludmila Antunes de Jesus (UFBA) e Célia Marques Telles (UFBA)

Dia 24 às 14h00min – 4e: “A desespacialização da cidade na literatura brasileira contemporânea” – Regina Célia Pentagna Petrillo (USS)

 

Dia 24 às 14h00min – 5a: “Riquezas sutis da linguagem encontradas nos textos literários”, sob a coordenação da Professora Dóris de Almeida Soares (UFRJ/SBCI/Escola Naval), que falará sobre “Bakhtin e a aula de redação acadêmica em língua inglesa: Um diálogo possível”.

Dia 24 às 14h00min – 5b: “Redação / texto dissertativo: uma nova proposta de análise (seleção / organização informacional)” – Márcia Leite Pereira dos Santos (UFF)

Dia 24 às 14h00min – 5c: “A trajetória descendente do amante viciado, tirano, sádico e manipulador em Niketche, de Paulina Chiziane” – Eloísa Porto Corrêa (UFRJ)

Dia 24 às 14h00min – 5d: “Entre o erro e a certeza: uma leitura d’O Mosteiro” – Tatiana Alves Soares Caldas (UNESA e UniverCidade)

Dia 24 às 14h00min – 5e: ______________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________

 

Dia 24 às 14h00min – 6a: “A sensibilidade cordial na lingüística e na literatura tricordiana”, sob a coordenação do Professor Luiz Fernando Matos Rocha (UNINCOR), que falará sobre “Construções de incerteza em narrativas do Sul de Minas”.

Dia 24 às 14h00min – 6b: “A belle époque que não houve” – Geysa Silva (UNINCOR)

Dia 24 às 14h00min – 6c: “O povo contra o povo no imaginário esportivo mineiro” – Marcelino Rodrigues da Silva (UNINCOR)

Dia 24 às 14h00min – 6d: “A submissão feminina na sociedade patriarcal” – Dorides Eduardo Soares Mariano (UNINCOR) e Geysa Silva (UNINCOR)

Dia 24 às 14h00min – 6e: “As locuções verbais na linguagem jornalistica” – Laila Maria Hamdan Alvim


Dia 24 às 14h00min – 7a: “Língua Literária e Semiótica”, sob a coordenação da Professora Tereza Cristina Kalile de Campos Alves (UNINCOR), que falará sobre “Música popular brasileira: MPBbrega não é MPB?” –

Dia 24 às 14h00min – 7b: Literatura imagística: um mundo de imagens para ler – Vaneide Damasceno Cunha Arantes (UNINCOR)

Dia 24 às 14h00min – 7c: “Imperfeito x perfeito em discurso reportado” – Andréia Cristina de Souza (UNINCOR)

Dia 24 às 14h00min – 7d: “Godofredo Rangel: modéstia versus notoriedade” – Carina Adriele Duarte de Melo (UNINCOR) e Geysa Silva (UNINCOR)

Dia 24 às 14h00min – 7e: “Godofredo Rangel: Um teatrólogo vivo ou um escritor esquecido” – Danúbia Figueira dos Santos (UNINCOR) e Geysa Silva (UNINCOR)

Dia 24 às 14h00min – 7f “Contos de fadas – uma análise semiótica” – Patrícia de Fátima Abreu Costa (UNINCOR)

 

Dia 24 às 14h00min – 8a: “O léxico na base dos estudos lingüísticos”, sob a coordenação do Professor Mestre  Dimar Silva de Deus (UNISA), que falará sobre “A hipótese lexicalista e as marcas da flexão nominal do português”

Dia 24 às 14h00min – 8b: “Parônimos ou sinônimos?” – Ana Paula Araujo Silva (UERJ e EN)

Dia 24 às 14h00min – 8c: “O estudo do léxico em escritores brasileiros” – Luci Mary Melo Leon (UERJ)

Dia 24 às 14h00min – 8d: “Toponímia de viagem nos relatos de Léry e Thevet” – Alessandra Martins Antunes (USP)

Dia 24 às 14h00min – 8e: “Nominalização e memória discursiva” – Hilda de Oliveira Olímpio (UFES e UFRJ)

 

Dia 24 às 14h00min – 9a: – “Léxico, discurso, cultura, valores”, sob a coordenação do Professor Doutor Cidmar Teodoro Pais (USP/UBC), que falará sobre “O saber compartilhado e o mundo semioticamente construído”

Dia 24 às 14h00min – 9b: – “Fraseologia, cultura e valores” – Maria Luisa Ortiz Álvarez (UnB)

Dia 24 às 14h00min – 9c: – O léxico e os valores da cultura” –Maria Margarida de Andrade (UPM)

Dia 24 às 14h00min – 9d: – “Léxico, cultura e discurso pedagógico” – Aurora de Jesus Rodrigues (PUC/SP)

Dia 24 às 14h00min – 9e: – “Denominações no discurso jurídico” – Leda Pires Correa (PUC/SP)

 

Dia 24 às 14h00min – 10a: “Tendências e novidades nos estudos lingüísticos”– Doutora Maria Antonieta Jordão de Oliveira Borba (UERJ), que falará sobre “O pós-estruturalismo em duas vertentes de interpretação”

Dia 24 às 14h00min – 10b: –  “Alçamento das vogais orais médias postônicas não finais: duas propostas em análise” – Darinka Fortunato Suckow Ribeiro (PUC-Minas)

Dia 24 às 14h00min – 10c: – “Como as crianças recortam os eventos: as categorias agentividade e intencionalidade na fala da criança” – Rosa Attié Figueira (UNICAMP)

Dia 24 às 14h00min – 10d: –“A classe dos nominais em perspectiva textual – articulação da gramática ao discurso” – Simone Xavier Pontes (UFF)

Dia 24 às 14h00min – 10e: – “Blogs incipientes e avançados como instrumentos aliados às aulas de Língua Portuguesa: uma experiência no Colégio Militar do Rio de Janeiro” – Cátia Valério Ferreira Barbosa (UFRJ e CMRJ)


Dia 24 às 14h00min – 11a: – “A história da língua portuguesa”, sob a coordenação da Professora Doutora Maria Regina Pante (UEM), que falará sobre “Pronomes adverbiais “u” e “onde” nas Cantigas de Amigo galego-portuguesas: trajetória de uma gramaticalização”.

Dia 24 às 14h00min – 11b: – “A política lingüística do Marquês de Pombal” – José Pereira da Silva

Dia 24 às 14h00min – 11c: – “Lingüística, história e filologia: a inquisição como suporte de estudo” – Sandro Marcío Drumond Alves (UFRJ)

Dia 24 às 14h00min – 11d: –“A interdisciplinariedade na historiografia lingüística” – Miguél Eugenio Almeida (PUC-SP)

Dia 24 às 14h00min – 11e: – “O particípio presente e o gerúndio” – Jaciara Ornélia Nogueira de Oliveira (UCSal)

 

Dia 24 às 14h00min – 12a: – “Variação e mudança lingüística: um confronto entre fala e escrita”, sob a coordenação de Ana Carolina Morito Machado (UFRJ), que falará sobre “Uso(s) de ONDE no Português brasileiro escrito”.

Dia 24 às 14h00min – 12b: – "De repente" advérbio conectivo?” – Alex Moraes da Rocha (UFRJ)

Dia 24 às 14h00min – 12c: – “A revisão gramatical para a construção do texto” – Michelli Bastos Ferreira (UFRJ)

Dia 24 às 14h00min – 12d: – “A produção/revisão de textos argumentativos” – Suelen Sales da Silva (UFRJ) e Érica Sousa de Almeida (UFRJ),

Dia 24 às 14h00min – 12e: – “Erros de português são simplesmente diferenças entre variedades da língua” – Renata Helena dos Santos (UERJ) e Victória Wilson da Costa Coelho (UERJ)

 

16 às 16:30 horas: Café

16:30 às 18 horas: Segunda sessão de palestras (3)

Dia 24 às 16h30min – 1: “Confrontando a formosíssima Maria e a linda Inês” – Maria Paula Lamas (Portugal)

Dia 24 às 16h30min – 2: “Análise crítica do discurso: uma proposta para a análise crítica da linguagem” – Cleide Emília Faye Pedrosa (UFS)

Dia 24 às 16h30min – 3: “O latim e o Humanismo” – Flora Simonetti Coelho (UERJ, USU e FFB)

 

 

Dia 24 às 18 horas

REUNIÃO EXTRAORDINÁRIA DA ACADEMIA BRASILEIRA DE FILOLOGIA
para dar posse a sócios correspondentes e a membros do quadro permanente

1 – Marina Machado Rodrigues

2 – Carlos Alberto Sepúlveda Alves

3 – Helênio Fonseca de Oliveira

 

 

18:00 às 19 horas: Espetáculo Musical
com o Coral da Faculdade de Formação de Professores da UERJ


 

 

 

 

 

 

 

QUINTA-FEIRA, 25 DE AGOSTO DE 2005

08 às 10 horas: Quarta sessão de mesas-redondas

Dia 25 às 8h00min 1a: “Da Língua ao discurso: reflexões acerca do léxico e da argumentação”, sob a presidência da Professora Doutora Maria Aparecida Lino Pauliukonis (UFRJ), que falará sobre “A seleção lexical e a estruturação do texto”

Dia 25 às 8h00min 1b: “Neologia e Discurso” – André Crim Valente (UERJ),

Dia 25 às 8h00min 1c: “Argumentação na escola: a importância dos valores argumentativos” – Sigrid Gavazzi (UFF e CIAD-RIO)

Dia 25 às 8h00min 1d: “Sujeito da enunciação e construções concessivas em textos midiáticos” – Lúcia Helena Martins Gouvêa (UFRJ)

 

Dia 25 às 8h00min 2a: Literatura, Língua e Cultura Italianas, sob a presidência da Professora Doutora Délia Cambeiro (UERJ), que falará sobre “Dois manifestos poéticos medievais: uma proposta de estudo e de atualização textuais”, em parceria com Maria Franca Zuccarello (UERJ).

Dia 25 às 8h00min 2b: “Pirandello: macho e fêmea no teatro pirandeliano” – Lívio Panizza (UERJ)

Dia 25 às 8h00min 2c: “A questão da língua literária italiana”.- Veridiana Skocic Marchon (UERJ)

Dia 25 às 8h00min 2d: “Ítalo Calvino na sala de aula” – Carmem Lúcia Pereira Praxedes (UERJ)

 

Dia 25 às 8h00min 3a: “Pesquisa em sintaxe funcional: resultados e tendências”, sob a presidência do Professor Doutor Sebastião Josué Votre (UFF e UFRJ), que falará sobre “Resultados e tendências de pesquisa em sintaxe funcional”

Dia 25 às 8h00min 3b: “Resultados e tendências no uso de advérbios temporais” – Maria Maura Cezario (UFRJ)

Dia 25 às 8h00min 3c: “Resultados e tendências no uso de advérbios de modo” – Mário Eduardo Martelotta (UFRJ)

Dia 25 às 8h00min 3d: “Resultados e tendências no uso de advérbios locativos” – Mariangela Rios de Oliveira (UFF)

Dia 25 às 8h00min 3e: “Resultados e tendências no uso de advérbios conectivos” – Violeta Virgínia Rodrigues (UFRJ)

 

Dia 25 às 8h00min 4a: “Da Lexicologia à Terminologia: percursos – I”, sob a presidência da Professora Doutora Maria Aparecida Barbosa (USP), que falará sobre “Relações conceptus / designationes terminológicas no percurso gerativo de enunciação de codificação”

Dia 25 às 8h00min 4b: “O vocabulário em discursos pedagógicos” – Geni Silva Turazza (PUC-SP)

Dia 25 às 8h00min 4c: “Terminologia e léxico especializado: a linguagem toponímica nos discursos dos atlas” – Maria Vicentina de Paula do Amaral Dick (USP)

Dia 25 às 8h00min 4d: “Variedade vocabular em discursos literários” – Guiomar Fanganiello Calçada (USP)

Dia 25 às 8h00min 4e: “A terminologia da publicidade” – Nelly Medeiros de Carvalho (UFPE)

 

Dia 25 às 8h00min 5a: “O latim medieval”, sob a presidência do Professor Doutor Nestor Dockhorn (UNIG), que falará sobre “O Latim de Tomás de Aquino”

Dia 25 às 8h00min 5b: “O Humanista Português Diogo de Teive” – Amós Coêlho da Silva (UERJ e UGF)

Dia 25 às 8h00min 5c: “Carmina Burana” – Eliana da Cunha Lopes (USS e FGS)

Dia 25 às 8h00min 5d: “A linguagem e o lirismo em Amatoria Carmina Rivipvllensia” – Airto Ceolin Montagner (UERJ)

 

Dia 25 às 8h00min 6a: “Linguagem e Letramento”, sob a presidência do Professor Doutor José Mário Botelho, que falará sobre “A natureza das modalidades oral e escrita”.

Dia 25 às 8h00min 6b: “Letramento e Discurso” – Maria Lúcia Mexias-Simon (UVA e USS)

Dia 25 às 8h00min 6c: “Aspectos do processo de produção de textos escritos: alfabetizando e letrando?” – Cecilia Maria Aldigueri Goulart (UFF)

Dia 25 às 8h00min 6d:– “Questões de alfabetização: a produção textual nos primeiros anos de escolaridade” – Edith Frigotto (UFF)

 

10 às 12 horas: Terceira sessão de conferências (2)

Conferência 5 – Professor Doutor Bruno Fregni Bassetto (USP) – “O Léxico Românico: Herança latina nas línguas ocidentais

Conferência 6 – Professora Doutora Celina Márcia de Souza Abbade (UNEB) – “O vocabulário do Livro de Cozinha da Infanta D. Maria”

 

12 às 14 horas: Almoço

12 às 14 horas: Segunda sessão de PAINÉIS E PÔSTERES

Dia 25 às 12h00min 1: “Língua, cultura e poder: o caso da língua brasileira de sinais e seus espaços sociais de resistência numa sociedade marcada pelo ouvinticentrismo”, por Edicléa Mascarenhas Fernandes (UERJ) e Glaucia Silva de Carvalho (UERJ)

Dia 25 às 12h00min 2: O estudo da literatura medieval na Faculdade de Letras da UFRJ: caminhos interdisciplinares – II” – Álvaro Alfredo Bragança Júnior (UFRJ)

Dia 25 às 12h00min 3: “Latim – A inteligência que se desenvolve” – Jamille Antas Padilha (UERJ)

Dia 25 às 12h00min 4: “Advérbios locativos aqui e ali: uma abordagem histórica e funcional” – Evelyn Torres Mendonça de Melo (UFF) e Mariangela Rios de Oliveira (UFF)

Dia 25 às 12h00min 5: As tiras de quadrinhos de Mafalda: uma proposta de ensino da língua materna” – Lidia Maria Rodrigues de Oliveira e Mônica Lopes Smiderle de Oliveira

Dia 25 às 12h00min 6: “Formas nominais de tratamento no cinema Hispano-americano contemporâneo” – Jannaina Vaz Costa (UFRJ)

Dia 25 às 12h00min 7: História da escrita e religião: um estudo etimológico e os diferentes significados da palavra ‘babel’ – Gláucia de Oliveira Vilela (UERJ)

Dia 25 às 12h00min 8: “Oralidade x Escrita: a utilização da linguagem nos discursos publicitários” – Lina Fregonassi Ribeiro (UENF)

Dia 25 às 12h00min 9: “A linguagem das salas de bate-papo nas produções de texto” – Luciene Pinheiro de Souza (UENF) e Vera Lúcia Deps (UENF)

Dia 25 às 12h00min 10: “Pesquisa Onomasiológica” – Andréa Mendonça de Oliveira Estrella Anacleto (UFRJ), Deborah de Godoy Almeida (UFRJ), Jorge Francisco Pereira Paulo (UFRJ) e Maria Antônia da Costa Lobo (UFRJ, UCB e UniverCidade)

Dia 25 às 12h00min 11: “O uso de neologismos: necessidade ou frivolidade?” – Ana Cecília dos Santos Santoro (UERJ), Gabriela Barreto de Oliveira (UERJ), José Epitácio Pereira Filho (UERJ) e Maria Emília Barcellos da Silva (UERJ e UFRJ)

Dia 25 às 12h00min 12: “O que se Fossiliza? Problemas na oralização de diferentes tipos de textos” – Viviane Marcella Martins de Sena (UFF), Silvia Pegoraro Generoso (UFF) e Ucy Soto (UFF)

Dia 25 às 12h00min 13: “Charges e quadrinhos: construindo identidades” – Eliana Maria Borges (UENF) e Sérgio Arruda de Moura (UENF)

Dia 25 às 12h00min 14: “Os mitos e suas re-significações no cinema” – Nara Gea (UENF) e Sérgio Arruda de Moura (UENF)

Dia 25 às 12h00min 15: “Progressão temática: uma estratégia de coesão e coerência textual” – Renata Dorneles (UFF) e Vanessa Pugliese (UFF)

Dia 25 às 12h00min 16: “O alfabeto ogam” – Rilza de Moura Barbosa (UERJ)

 

14 às 16 horas: Terceira sessão de comunicações orais (12)

Dia 25 às 14h00min – 1a: “Da Lexicologia à Terminologia: percursos – II”, sob a presidência da Professora Doutora Maria Vicentina de Paula Dick (USP), que falará sobre “Terminologia e léxico especializado. A linguagem toponímica nos discursos dos Atlas”

Dia 25 às 14h00min – 1b: “A unidade lexical morro no samba carioca” – Beatriz Daruj Gil (USP)

Dia 25 às 14h00min – 1c: “Hierotoponímia portuguesa: os nomes de Nossa Senhora” – Patrícia de Jesus Carvalhinhos (USP)

Dia 25 às 14h00min – 1d: “Estudo de gramática toponímica: Os hidrônimos do rio Tietê” – Alessandra Martins Antunes (USP)

Dia 25 às 14h00min – 1e: “AFeBG e Micro AFERJ: dois projetos geolingüísticos no Estado do Rio de Janeiro” – Fabiana  da Silva Campos Almeida (UFRJ) e Luciana Gomes de Lima (UFRJ)

 

Dia 25 às 14h00min – 2a: Sintaxe da Língua Portuguesa, sob a coordenação do Professor Doutor Afrânio da Silva Garcia (UERJ), que falará sobre “Verbos tritransitivos do português”.

Dia 25 às 14h00min – 2b: – “Papéis temáticos na (dis)concordância do verbo pingar” – Bruno de Assis Freire de Lima (PUC-Minas)

Dia 25 às 14h00min – 2c: “Um caso de próclise especial em texto do século XIX: a interpolação ou apossínclise” – Expedito Eloísio Ximenes (UECE)

Dia 25 às 14h00min – 2d: “Sujeitos pronominais ‘tu’ e ‘você’: variação na comunidade urbana de Santo Antônio de Jesus” – Ludinalva Santos do Amor Divino (UFBA, UNICENTRO e UEFS)

Dia 25 às 14h00min – 2e: “Recursos de indeterminação do sujeito na fala rural do semi-árido baiano” – Neila Maria Oliveira Santana (UFBA)

 

Dia 25 às 14h00min – 3a: “Estilo na língua oral e na língua literária”, sob a coordenação do Professor Doutor Paulo de Tarso Galembeck (UEL), que falará sobre “Correlação entre a ‘Alternância entre os Tipos de Textos’ e as Noções de Preferência e Despreferência, em Diálogos Simétricos (Projeto NURC/SP)”

Dia 25 às 14h00min – 3b: “A luz e a perspectiva” – Katja Christina Heyer (UERJ)

Dia 25 às 14h00min – 3c: “Esaú e Jacó: jogos para além da história” – Henriqueta Valladares (UERJ)

Dia 25 às 14h00min – 3d: “Sangue nas vestes: a performance trágica da arte sob os véus de Salomé” – Marcelo dos Santos (UERJ)

Dia 25 às 14h00min – 3e: “A metáfora instaurada na linguagem de Caio Fernando Abreu” – Maria da Penha Pereira Lins (UFES)

 

Dia 25 às 14h00min – 4a: “Questões metodológicas no ensino de Letras”, sob a coordenação do Professor Doutor Nestor Dockhorn (UGB e UNIG), que falará sobre “Renovação da metodologia de ensino das línguas clássicas”.

Dia 25 às 14h00min – 4b: “A análise semiótica no ensino do italiano como LE” – Elisabetta Santoro (USP)

Dia 25 às 14h00min – 4c: “Educando surdos e deficientes visuais” – Marcia Noronha de Mello

Dia 25 às 14h00min – 4d: “Línguas em contato: interferência da língua materna e interlíngua na produção escrita de aprendizes de espanhol e de italiano: relato de uma experiência” – Sandra Regina Guimarães Araújo (USP)

Dia 25 às 14h00min – 4e: ______________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________

 

Dia 25 às 14h00min – 5a: “Além da tragédia: realizações pós-clássicas do trágico”, sob a coordenação da Professora Doutora Carlinda Fragale Pate Nuñez (UERJ), que falará sobre “O que Aristóteles não disse sobre o trágico”.

Dia 25 às 14h00min – 5b: “A hamartía de Chapeuzinho Vermelho” – Calina Miwa Fujimura (UERJ)

Dia 25 às 14h00min – 5c: “A Fenomenologia do trágico no folhetim Uma Lágrima de Mulher de Aluísio Azevedo” – Patrícia Alves Carvalho (UERJ)

Dia 25 às 14h00min – 5d: “O Bandido e o Herói: o trágico na vida-arte de Paulo Leminski” – Luciana de Ipanema Moreira Pinto da Luz (UERJ)

Dia 25 às 14h00min – 5e: “Diadorim: o pacto como emblema trágico do corpo” – Leonardo Vieira de Almeida (UERJ)

 

Dia 25 às 14h00min – 6a: “Edição e produção de textos”, sob a coordenação do Professor Ricardo Tupiniquim Ramos (UNEB / IESCO), que falará sobre "Edição Crítica e Diplomático-interpretativa do Conto "Pretensão", de Edegard Gomes, Escritor Carioca"

Dia 25 às 14h00min – 6b: “A Edição Científica de Dois Baianos Ilustres: Gregório de Matos e Alexandre Rodrigues Ferreira” – José Pereira da Silva (UERJ)

Dia 25 às 14h00min – 6c: “Produção escrita: domínios e fronteiras” – Viviane Francisca Ribeiro Silva (UNINCOR)

Dia 25 às 14h00min – 6d: “Marcadores textuais e lingüísticos na desterritorialização urbana: a representação da cidade na ficção contemporânea” – Regina Célia Pentagna Petrillo (USS)

Dia 25 às 14h00min – 6e: ______________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________

 

Dia 25 às 14h00min – 7: O trabalho desenvolvido no curso de redação no CLAC – UFRJ (Para uma reflexão sobre a revisão lingüística dos textos), sob a coordenação da Profa. Dra. Maria Aparecida Lino Pauliukonis (UFRJ) e da Profa. Dra. Maria da Aparecida Meireles de Pinilla (UFRJ)

Dia 25 às 14h00min – 7a) “A revisão gramatical para a construção do texto” – Juliana Barbosa de Segadas Vianna (UFRJ) e Michelli Bastos Ferreira (UFRJ)

Dia 25 às 14h00min – 7b: “A construção do texto pelo parágrafo” 1 – Bruno Cavalcanti Lima (UFRJ)

Dia 25 às 14h00min – 7c: “A construção do texto pelo parágrafo” 2 – Hayla Thami da Silva (UFRJ)

Dia 25 às 14h00min – 7d: “A produção/revisão de textos argumentativos” 1 – Erica Sousa de Almeida (UFRJ)

Dia 25 às 14h00min – 7e) “A elaboração didática nos documentos oficiais de ensino e na sala de aula de uma rede municipal do estado de santa catarina” – Maria Rosânia Viana (UNESC/ ESUCRI)

 

Dia 25 às 14h00min – 8a: “descrições de léxicos: aspectos metalexicográficos e lexicográficos", sob a coordenação da Professora Sabrina Pereira de Abreu (UFRGS), que falará sobre “Relações de sentido entre itens lexicais:análise lexicográfica de termos da saúde”

Dia 25 às 14h00min – 8b: " Considerações acerca da definição lexicográfica dos vocábulos estéticos " – Leandro Zanetti Lara (UFRGS)

Dia 25 às 14h00min – 8c: " Morfologia Construcional: uma análise dos sufixos -ada, -aria e -agem em situação de alomorfia " – Daniela Favero Netto (UFRGS)

Dia 25 às 14h00min – 8d: “Dicionários bilíngües escolares espanhol-português, português-espanhol: revisitando as marcas de uso” – Sabrina Araújo Pacheco (UFRGS)

Dia 25 às 14h00min – 8e: “Os sufixos –ção e –mento na construção de nomes de ação/processo em português: um estudo metalexicográfico” – Carla Maria Bastos dos Santos (UFRGS)

 

Dia 25 às 14h00min – 9: “Práticas no ensino de E/LE: um foco na leitura”, sob a coordenação da Professora Doutora Cristina de Souza Vergnano Junger (UERJ).

Dia 25 às 14h00min – 9a: Transferência didatizante: um conceito aplicável ao trabalho com leitura em língua espanhola” – Mônica de Castro Guimarães (Exército Brasileiro e UERJ) e Cristina Junger (UERJ)

Dia 25 às 14h00min – 9b: “Leitura de palavra, leitura de imagem, leitura de mundo: a formação do formador de leitores” – Cristina Vergnano Junger (UERJ) e Solange de Souza Vergnano (CEFETEQ e FIOCRUZ)

Dia 25 às 14h00min – 9c: “O processo de referenciação na leitura em espanhol como língua estrangeira” – Sandréa de Oliveira Pontes (UniverCidade e SEE/RJ)

Dia 25 às 14h00min – 9d: “Leitura de textos teóricos: um suporte metodológico para o Projeto Línguas para a Comunidade” – Ângela Marina Chaves Ferreira (UERJ; UGF; UFRJ)

Dia 25 às 14h00min – 9e: “Compreensão leitora em E/LE de alunos universitários brasileiros” – Nívea Guimarães Doria (UERJ)

 

Dia 25 às 14h00min – 10a: “Lingüística Textual e/ou Análise do Discurso?”, sob a coordenação da Professora Núbia Graciella Mendes Mothé (UFRJ), que falará sobre “Descrição dos Usos das Construções Gerundiais”.

Dia 25 às 14h00min – 10b: “Ordem e papel dos conectores nas condicionais” – Danielle Gomes Nunes da Motta (UFRJ), Vanessa Pernas Ferreira (UFRJ) e Violeta Virginia Rodrigues (UFRJ)

Dia 25 às 14h00min – 10c: “Morfossintaxe do como” – Ivo da Costa Rosário (UFRJ)

Dia 25 às 14h00min – 10d: “Uso das orações modais em anúncios, editoriais, notícias e receitas” – Anderson Godinho Silva (UFRJ)

Dia 25 às 14h00min – 10e: “Uso dos advérbios conectivos no PE” – Violeta Virgínia Rodrigues (UFRJ) e Jovana Mauricio Acosta (UFRJ)


Dia 25 às 14h00min – 11a: – “O latim nos estudos filológicos das línguas modernas”, sob a coordenação do Professor Doutor Luiz Antônio Lindo (USP), que falará sobre “A empatia como estratégia da interpretação filológica”

Dia 25 às 14h00min – 11b: “Traduzindo a língua e o estilo do De Vulgari Eloquentia” – Cosimo Bartolini S. Viva (USP)

Dia 25 às 14h00min – 11c: "Latinismos: a Permanência do Latim na Linguagem Jurídica" – Paola Junqueira Pinto dos Santos(UFRGS)

Dia 25 às 14h00min – 11d: Análise das relações associativas em obras dicionarísticas: como o traço [+pejorativo] inter-relaciona denominações de dependentes químicos – Cristine Henderson Severo (UFRGS)

Dia 25 às 14h00min – 11e: "Análise do sentido de entradas [+ coletivo] em dicionários vernaculares" – Bruno Kober (UFRGS)

 

Dia 25 às 14h00min – 12a: “Fenômenos variáveis na fala e na escrita”, sob a coordenação de Juliana Esposito Marins (UFRJ), que falará sobre “Uma análise comparativa das construções de indeterminação na fala e na escrita”

Dia 25 às 14h00min – 12b: “Uma análise comparativa das construções com verbos de alçamento na fala e escrita” – Fernando Pimentel Henriques (UFRJ) e Maria Eugênia Lamoglia Duarte (UFRJ)

Dia 25 às 14h00min – 12c: “A ordem V SN com verbos inacusativos na fala e na escrita padrão” – Danielle de Rezende Santos (UFRJ) e Maria Eugenia Lamoglia Duarte (UFRJ)

Dia 25 às 14h00min – 12d: “A variação das preposições de e em. Confronto entre fala e escrita: marcas da fala” – Vitor Cezário Silveira Campos (UFRJ) e Dinah Callou (UFRJ)

Dia 25 às 14h00min – 12e: “A variação das preposições de e em. Confronto entre fala e escrita: marcas da escrita” – Arilma Coutinho dos Santos (UFRJ) e Dinah Callou (UFRJ)

 

Dia 25 às 14h00min – 13: “Marketing: um olhar crítico”, sob a coordenação de Professora Doutora Maria Antônia da Costa Lobo (UCB).

Dia 25 às 14h00min – 13a: "Marketing: um olhar crítico 1" – Tereza Cristina Pinto dos Santos (UCB)

Dia 25 às 14h00min – 13b: " Marketing: um olhar crítico 2" – Célia Maria Paula de Barros (UCB)

Dia 25 às 14h00min – 13c: " Marketing: um olhar crítico 3" – Fernanda de Oliveira Marconi da Costa (UCB)

Dia 25 às 14h00min – 13d: " Marketing: um olhar crítico 4" – Maria Helena Carvalho da Silva (UCB)

Dia 25 às 14h00min – 13e: " Marketing: um olhar crítico 5" – Maria Vergínia Chambella (UCB)

 

Dia 25 às 14h00min – 14a: “Análise gramatical da língua portuguesa”, sob a coordenação da Professora Anna Maria Nolasco de Macêdo (UFBA), que falará sobre “Reflexões sobre locuções prepositivas (processos de formação e campos semânticos)”.

Dia 25 às 14h00min – 14b: “O futuro do pretérito e suas variantes: um estudo de mudança em tempo real de longa duração” – Ana Lúcia dos Prazeres Costa (UCB)

Dia 25 às 14h00min – 14c: “Conjunções coordenativas: a classe gramatical pela análise global” – Luciana Varella da Silva (UNESA) e Fátima Helena Azevedo de Oliveira (UNESA)

Dia 25 às 14h00min – 14d: “A formação do plural em ão” – Ana Paula Fernandes (UERJ)

Dia 25 às 14h00min – 14e: “A relevância do gerúndio numa gramática descritiva de português/língua estrangeira” – Bruna Rafaele  S. da Silva (PUC-Rio)


16 às 16:30 horas: Café

16:30 às 18 horas: Terceira sessão de palestras

Dia 25 às 16h30min – 1: “A atualidade de Manuel Said Ali: a sintaxe do pronome se e a cognição” – Angelina Aparecida de Pina (UFRJ)

Dia 25 às 16h30min – 2: “Nova edição para as investigações filológicas de M. Said Ali” – Jorge Luís Moutinho Lima (UERJ)

Dia 25 às 16h30min – 3: “A Iteratividade no Poema O Navio Negreiro” – Amós Coelho da Silva (UERJ e UGF)


 

 

 

 

 

 

 

SEXTA-FEIRA, 26 DE AGOSTO DE 2005

08 às 10 horas: Quinta sessão de mesas-redondas

Dia 26 às 8h00min 1a: “Presença da mulher feiticeira na literatura: alguns percursos”, sob a presidência da Professora Doutora Maria Cristina Batalha (UERJ), que falará sobre “Biondetta, entre a liberdade do desejo e o recatamento da moral”

Dia 26 às 8h00min 1b: “Héloïse de Anne Hébert, entre o fictício e o fantástico” – Maria Elizabeth Chaves de Mello (UFRJ)

Dia 26 às 8h00min 1c: "A poética da habitabilidade e da hospitalidade no universo de Anne Hébert" – Maria Bernadette Velloso Porto (UFF)

Dia 26 às 8h00min 1d: “Blimunda: a mulher-demônio, enquanto elemento do Professorando, atuando no campo do sagrado” – Elisabete Macedo da Conceição dos Santos (UERJ)

Dia 26 às 8h00min 1e: “Ervas daninhas no Orto do Esposo: da misoginia na ideologia clerical do século XV" – Maria do Amparo Tavares Maleval (UERJ)

 

Dia 26 às 8h00min 2a: “Léxico”, sob a presidência da Professora Doutora Luci Mary Melo Leon (UERJ), que falará sobre “A importância do texto dissertativo no ensino médio e no ensino superior”

Dia 26 às 8h00min 2b: “A língua do adolescente: linguagem especial ou gíria?” – Simone Nejaim Ribeiro (UERJ e UNESA)

Dia 26 às 8h00min 2c: “Léxico, linguagem bíblica e literatura em Memorial do Cristo” – Regina Maria de Souza (UERJ)

Dia 26 às 8h00min 2d: “Os modalizadores nos editoriais jornalísticos: uma questão de escolha lexical” – Mariana T. Avvad (UERJ)

Dia 26 às 8h00min 2e: “Conscientização literária: investigando o comportamento dos alunos” – Natalia Braguez de Paiva (UFRJ) e Alessandra Mitie Spallanzani (UFRJ)

 

Dia 26 às 8h00min 3a: “A língua de Camões na terra de Alencar”, sob a coordenação do Professor Doutor André Crim Valente (UERJ), que falará sobre “Português Brasileiro ou Língua Brasileira: eis a questão”

Dia 26 às 8h00min 3b: “Influência do português de Portugal ainda hoje no Brasil: a temporalidade no discurso” –  Carmen Lúcia de Castro Sampaio (UERJ)

Dia 26 às 8h00min 3c: “Atalhos lingüísticos que o brasileiro usa para ocultar juízos e pensamentos” – Arilda Riani (UERJ)

Dia 26 às 8h00min 3d: “As metalinguagens do samba” – André Nemi Conforte (UERJ)


Dia 26 às 8h00min 4a: "O ato inter-enunciativo em diferentes perspectivas: fazer saber, fazer crer, fazer prazer e fazer fazer", sob a presidência da Professora Rosane Santos Mauro Monnerat (UFF), que falará sobre “A categoria do advérbio no discurso da publicidade: a interface gramática e discurso”

Dia 26 às 8h00min 4b: “As vozes do editorial: reflexões semiolingüísticas” – Lygia Maria Gonçalves Trouche (UFF)

Dia 26 às 8h00min 4c: “‘Brasil. É bonito, é bonito, é bonito’: A repetição na construção de sentido do discurso publicitário escrito” – Ilana da Silva Rebello (UFF)

Dia 26 às 8h00min 4d: "Não é só o seu time que faz grandes jogadas": Silogismo e inferências como recursos persuasivos na construção do raciocínio do leitor" – Lucineide Lima de Paulo (UFF)

 

Dia 26 às 8h00min 5a: "Português para estrangeiros: perspectivas de quem ensina", sob a presidência da Professora Doutora Norimar Júdice (UFF), que falará sobre “O professor de Português do Brasil para Estrangeiros como elaborador e avaliador de tarefas de produção textual”

Dia 26 às 8h00min 5b: “Futuro do pretérito ou pretérito imperfeito? A abordagem das gramáticas e manuais de Português do Brasil para Estrangeiros” – Adriana Leite Rebello (UFF e PUC-RJ)

Dia 26 às 8h00min 5c: “A avaliação da proficiência em Português-Língua Estrangeira: as propostas do Brasil e de Portugal” – Regina Dell Isola (UFMG)

Dia 26 às 8h00min 5d: – “O ensino de Português Língua Estrangeira com enfoque cultural: novas diretrizes” – Adriana Figueiredo (UFF)

 

Dia 26 às 8h00min 6a: "Texto e Ensino: aspectos gramaticais, semânticos e estilísticos", sob a presidência da Professora Doutora Tania Maria Nunes de Lima Camara (UERJ, UNISUAM e UNESA), que falará sobre "Gêneros textuais, pontuação e ensino”

Dia 26 às 8h00min 6b: "As metáforas de Clarice Lispector: o texto literário nas teias da estilística" – Anderson da Silva Ribeiro (UERJ)

Dia 26 às 8h00min 6c: "A importância do texto na aprendizagem da língua materna" – Bianka Thompson da Silva (UERJ)

Dia 26 às 8h00min 6d: "Pontuação, paragrafação e coerência no processo de construção de sentido nos textos infantis" – Fernanda Farias de Freitas (UERJ)

Dia 26 às 8h00min 6e: "A capacidade de argumentação dos alunos de 5ª e 6ª séries" – Heloísa Helena da Cruz Aguiar (UERJ)

 

Dia 26 às 8h00min 7a: “Educação e Cultura na 1ª República”, sob a presidência da Professora Doutora Leonor Lopes Fávero (USP e PUC-SP), que falará sobre “O ensino de português no Brasil do império à república”.

Dia 26 às 8h00min 7b: “O ensino e as gramáticas na primeira república brasileira” – Márcia Antônia Guedes Molina (UNISA)

Dia 26 às 8h00min 7c: “Monteiro Lobato: Sua relação com a escola e com os livros” – Shirley Cabarite da Silva (FATEA-SP)

Dia 26 às 8h00min 7d: __________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________


10 às 12 horas: Quarta sessão de conferências (2)

Conferência 7 – Professor Doutor Helênio Fonseca de Oliveira (UFRJ e UERJ) – “Como tornar as teorias sobre a linguagem aplicáveis ao ensino do português

Conferência 8 – Professora Doutora Cilene da Cunha Pereira (UFRJ) – “Said Ali e a Filologia no Brasil

 

12 às 14 horas: Almoço

12:30 às 14 horas: Segunda sessão de minicursos extras (5)

Dia 26 às 12h30min – 1: “Trabalhando com Projetos em Inteligências Múltiplas (Língua Materna e Línguas Estrangeiras) – Antônio Elias Lima Freitas (UFF).

Dia 26 às 12h30min – 2: Estilística das Letras da Música Popular Brasileira – Afrânio da Silva Garcia (UERJ)

Dia 26 às 12h30min – 3: : “As línguas românicas na atualidade” – Bruno Fregni Bassetto (USP)

Dia 26 às 12h30min – 4: "Tópicos em português como língua estrangeira” – Lygia Maria Gonçalves Trouche (UFF) e Norimar Júdice (UFF)

Dia 26 às 12h30min – 5: Visão estrutural do verbo latino – Joseph Ildelfonso de Araujo (UFV)

Dia 26 às 12h30min – 6: Técnicas de Leitura para Ledores (Os Leitores para Deficientes Visuais) – Cristiano Marins Moreira (UERJ e SEE-RJ)

Dia 26 às 12h00*min – 7: “Impressões poéticas através da tradução” – Magali Moura (UERJ) e Raquel Abi-Sâmara (UERJ)

Dia 26 às 12h30min – 8: “Ensino de gramática: abordagens, problemas e propostas" – Claudia de Souza Teixeira (Col. Newton Braga, UNIG) e Leonor Werneck dos Santos (UFRJ)

Dia 26 às 12h30min – 9: A Lingüística Textual e Seus Recentes Avanços” – Paulo de Tarso Galembeck (UEL)

Dia 26 às 12h30min – 10: “Noções de sintaxe estrutural da língua portuguesa” – Carlos Alberto Gonçalves Lopes (UNEB)

 

14 às 16 horas: Quarta sessão de comunicações orais (12)

Dia 26 às 14h00min – 1a: “Tecnologia e ensino de língua estrangeira”, sob a coordenação do Professor Antônio Elias Lima Freitas (FSC, UERJ e UFF), que falará sobre “As inteligências múltiplas no processo de ensino-aprendizagem de línguas estrangeiras/materna”.

Dia 26 às 14h00min – 1b: “A publicidade como ferramenta no ensino de português para estrangeiros: material didático, anúncios impressos e cultura brasileira” – Renata de Oliveira Razuk (PUC-Rio)

Dia 26 às 14h00min – 1c: “Escrita em língua estrangeira: o computador e avaliação lexical” – Tania M G Shepherd (UERJ) e Vander Viana (UERJ)

Dia 26 às 14h00min – 1d: “A afetividade no contexto de ensino de línguas estrangeiras” – Bruna Rafaele S. da Silva (PUC-Rio)

Dia 26 às 14h00min – 1e: “A saúde e a história resgatando a sobrevida das palavras” – Edmea Souto de Lima (USS)

 

Dia 26 às 14h00min – 2: “Entre a Análise do Discurso e a Lingüística Textual” sob a coordenação da Professora Doutora Márcia Antônia Guedes Molina (UNISA-SP)

Dia 26 às 14h00min – 2a: “Ecos discursivos em Adélia Prado” – Vilson de Oliveira (UNISA-SP) e Márcia Antônia Guedes Molina (UNISA-SP)

Dia 26 às 14h00min – 2b: “Correlação Entre Tipos de Textos e Descontinuidade de Tópicos na Linguagem Jornalística Falada” – Paulo de Tarso Galembeck (UEL)

Dia 26 às 14h00min – 2c: “Discurso e interação” – Renata da Silva de Barcellos (UNIGRANRIO)

Dia 26 às 14h00min – 2d: A paráfrase definicional em narrativas orais” – Aderlande Pereira Ferraz (UNI-BH e FEMM)

Dia 26 às 14h00min – 2e: “Discurso organizacional e seus sujeitos: liderança” – Eliana Meneses de Melo (UNINOVE)

 

Dia 26 às 14h00min – 3a: “O texto na memória e na música", sob a coordenação da Professora Doutora Edina Regina P. Panichi (UEL), que falará sobre “O espaço revisitado”.

Dia 26 às 14h00min – 3b: Nos bastidores da Vila Isabel: O processo criativo de Joãozinho Trinta no carnaval 2005 – Juliana dos Santos Barbosa (UEL)

Dia 26 às 14h00min – 3c: “Análise Estilística na MPB” – Renata Melo Leon (UERJ))

Dia 26 às 14h00min – 3d: “A MPB vai à escola: um projeto de pesquisa-ação e extensão universitária a partir do gênero canção popular brasileira” – Adelino Pereira dos Santos (UNEB)

Dia 26 às 14h00min – 3e: “Crítica, literatura e cultura” – Itana Nogueira Nunes (UEB)

 

Dia 26 às 14h00min – 4a:  “As Letras pela Literatura Infantil e infanto-juvenil”, sob a coordenação da Professora Doutora Rosa Maria Cuba Riche (UERJ), que falará sobre “As relações entre o livro para crianças e jovens, o meio ambiente e a contribuição para uma nova ética”.

Dia 26 às 14h00min – 4b: “O que é sentido no sincretismo da literatura infantil” – Beatriz dos Santos Feres (UNIPLI e UFF)

Dia 26 às 14h00min – 4c: “Discurso literário, função poética e literatura infanto-juvenil: um olhar sobre a construção do Conhecimento em Bartolomeu Campos de Queirós” – Mônica de Queiroz Valente da Silva (UFRJ)

Dia 26 às 14h00min – 4d: “Chapeuzinho Vermelho em trilhas do trágico (o porvir das escolhas)” – Calina Miwa Fujimura (UERJ)

Dia 26 às 14h00min – 4e: Chapeuzinho vermelho: relações parodísticas nas versões de Millôr Fernandes” – Ivete Irene dos Santos (UPM e MAGISTER)

 

Dia 26 às 14h00min – 5a: “A gramática histórica da língua portuguesa”, sob a coordenação do Professor Doutor José Pereira da Silva, que falará sobre “A questão do acento do latim ao português”

Dia 26 às 14h00min – 5b: “O consonantismo galego no contexto da România Ibérica” – Valéria Gil Condé (USP)

Dia 26 às 14h00min – 5c: “A língua que falamos não é latina?” – Renata Helena dos Santos (UERJ) e José Pereira da Silva (UERJ)

Dia 26 às 14h00min – 5d: “Predicadores Verbais: português arcaico X português contemporâneo” – Elisângela Santana dos Santos (UNEB e FIB)

Dia 26 às 14h00min – 5e: “Filologia e cotidiano” – Maria Antônia da Costa Lobo (UFRJ, UCB e UniverCidade)

 

Dia 26 às 14h00min – 6a: “Dois temas: celticismo e discurso”, sob a coordenação do Professor Mestre João Bittencourt de Oliveira (UERJ), que falará sobre o “Panorama atual das línguas célticas nas ilhas britânicas”

Dia 26 às 14h00min – 6b: “Walter Scott e a celtificação da Escócia em Waverley” – Elisa Lima Abrantes (UERJ)

Dia 26 às 14h00min – 6c: Os discursos sociais e a conceituação de cultura a partir dos conceitos de função pragmática e função hedônica” – Aldo Luiz Bizzocchi (UNISA)

Dia 26 às 14h00min – 6d: “Olha só, olha lá na dêixis conversacional” – Sandra Pereira Bernardo (UERJ e PUC-Rio)

Dia 26 às 14h00min – 6e: _______________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________

 

Dia 26 às 14h00min – 7a: “Além da tragédia: realizações pós-clássicas do trágico”, sob a coordenação da Professora Doutora Cristina Monteiro de Castro Pereira (UERJ), que falará sobre “Haroldo de Campos: a hýbris de um viajante”

Dia 26 às 14h00min – 7b: “O acesso ao sagrado através do discurso trágico na poesia de Murilo Mendes” – Alexandra Vieira de Almeida (UERJ)

Dia 26 às 14h00min – 7c: “Vírus da intolerância: a sociedade sob quarentena” – Cláudio Luís Serra Martins (UERJ)

Dia 26 às 14h00min – 7d: – “Os lenços brancos que não acenam a paz” – Maria Fernanda Garbero de Aragão (UERJ)

Dia 26 às 14h00min – 7e: “Medéia, de Pasolini: uma tradução desconstrutora” – Ulysses Maciel de Oliveira Neto (uerj)

 

Dia 26 às 14h00min – 8a: “Pesquisa acadêmica em Português como Segunda Língua para Estrangeiros”, sob a coordenação da Professora Doutora Rosa Marina de Brito Meyer (PUC-Rio).

Dia 26 às 14h00min – 8a: “A vogal temática nominal: sincronia ou diacronia?” – Luiz Claudio Valente Walker de Medeiros (UFRJ)

Dia 26 às 14h00min – 8b: “Tempo e percepção compreendendo os ponteiros da pontualidade brasileira” – Danúsia Torres dos Santos (UFRJ e PUC-Rio)

Dia 26 às 14h00min – 8c: “Da negociação à construção de sentido em interação exolíngüe: rentabilizando o chat como tarefa em aula de PLE – Ida Maria da Mota Rebelo (PUC-Rio)

Dia 26 às 14h00min – 8d: “Os pronomes/formas de tratamento em português e a cultura brasileira: Aquisição de segunda língua e aquisição de segunda cultura” – Jane Cristina Duarte dos Santos (PUC-Rio)

Dia 26 às 14h00min – 8e: _______________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________

 

Dia 26 às 14h00min – 9a: “A interface entre a oralidade e a escrita em diferentes gêneros textuais”, sob a coordenação da Professora Mestra Anete Mariza Torres Di Gregorio (UERJ/UNIG), que falará sobre “A repetição: marca da oralidade no discurso literário de Adriana Falcão”

Dia 26 às 14h00min – 9b: “A oralidade como construção: a poesia de Manoel de Barro” – Marcos Rogério Ribeiro Ponciano (UERJ)

Dia 26 às 14h00min – 9c: “Oralidade: rastros de juventude no discurso religioso” – Maria Celeste de Castro Machado (STBSB)

Dia 26 às 14h00min – 9d: “Os ecos da oralidade na música popular brasileira” – Telma Ardoim (UNIVERSO)

Dia 26 às 14h00min – 9e: “Vestígios de oralidade em redações de vestibular:estratégia argumentativa” – Wagner Luiz Ferreira Lima (UERJ, UEMG e UNIG)


Dia 26 às 14h00min – 10a: “Variação e mudança lingüística: um confronto entre fala e escrita”, sob a coordenação da Professora Maria da Conceição de Paiva (UFRJ), que falará sobre “Variação e marcação: ordem de circunstanciais na fala e na escrita”

Dia 26 às 14h00min – 10b: “Variação e mudança no uso das estratégias de dativo na língua escrita dos jornais” – Christina Abreu Gomes (UFRJ)

Dia 26 às 14h00min – 10c: “Sujeitos referenciais e não referenciais na fala e na escrita” – Maria Eugênia Lamoglia Duarte (UFRJ)

Dia 26 às 14h00min – 10d: “Com a descoberta, Juanita não teve dúvida: pediu o divórcio onde reclama a guarda dos três filhos do casal – Uma abordagem variacionista do emprego das construções onde” – Maria Luíza Braga (UFRJ) e Keyla Manfilli (UFRJ)

Dia 26 às 14h00min – 10e: “Estratégias de manutenção da referência na língua escrita de jornais” – Vera Lúcia Paredes Pereira da Silva (UFRJ)

 

Dia 26 às 14h00min – 11a: “Questões de Lingüística Cognitiva”, sob a coordenação da Professora Doutora Ana Flávia Lopes Magela Gerhardt (UFRJ), que falará sobre “A construção on-line do significado: um estudo de caso”

Dia 26 às 14h00min – 11b:– “Mudança lingüística à luz da Gramática das Construções: o padrão de lexicalização Existência à Movimento” – Diogo Oliveira Ramires Pinheiro (UFRJ)

Dia 26 às 14h00min – 11c: “Morfologia e Gramática das Construções” – Mauro José Rocha do Nascimento (UFRJ)

Dia 26 às 14h00min – 11d: “A alternância entre Futuro do Pretérito e Pretérito Imperfeito e o processo cognitivo de mesclagem” – Natália de Castro Guerreiro (UFRJ)

Dia 26 às 14h00min – 11e: "’Quanto mais’ em Semântica Cognitiva: o uso dos operadores escalares de epistemicidade no PB” – Patricia Teles (UFRJ)

 

Dia 26 às 14h00min – 12a: "Um passeio pela literatura portuguesa", sob a coordenação da Professora Tatiana Alves Soares Caldas (UNESA e UniverCidade), que falará sobre “A farsa de Inês Pereira: a figura feminina num mundo em transição”.

Dia 26 às 14h00min – 12b: “Vinde cá, meu tão certo Camões: a lira melancólica, desconcertada e destemperada do grande poeta português” – André Luiz Alves Caldas Amóra (PUC-Rio)

Dia 26 às 14h00min – 12c: “Receitas de cozinha do século XV: como ler?” – Sandro Marcío Drumond Alves (UFRJ) e Manuela Leal Pinto (UESB)

Dia 26 às 14h00min – 12d: “Na trilha das formigas vicentinas: a formatação de mão-de-obra expansionista no Auto da Alma, de Gil Vicente” – Eloísa Porto Corrêa (UFRJ)

Dia 26 às 14h00min – 12e: “O Álvaro de Campos da primeira fase: leitura do poema Opiário” – Lucia Maria Moutinho Ribeiro (UNIRIO)

 

Dia 26 às 14h00min – 13a: "Ensino de língua portuguesa: leitura, redação e gramática em debate", sob a coordenação da Professora Doutora Leonor Werneck dos Santos (UFRJ), que falará sobre o tema da sessão.

Dia 26 às 14h00min – 13b: “O grau do adjetivo: uma abordagem além da forma” – Rosana Aparecida da Silva (UFRJ)

Dia 26 às 14h00min – 13c: “A literatura e o ensino de leitura para o público juvenil” – Márcia Nunes Duarte (UFRJ)

Dia 26 às 14h00min – 13d: “Processo de produção de textos escritos no ensino fundamental” – Ana Amélia Rodrigues Damasceno (UFRJ)

Dia 26 às 14h00min – 13e: – “Processos Concessivos: um estudo funcional-discursivo” – Clara Araújo Vaz (UFRJ)

 

Dia 26 às 14h00min – 14a: “Língua e Religião”, sob a coordenação do Professor Doutor Nestor Dockhorn (UGB e UNIG), que falará sobre “Problemas na tradução de textos bíblicos e litúrgicos”.

Dia 26 às 14h00min – 14b: “História da escrita e religião: um estudo etimológico e os diferentes significados da palavra babel” – Gláucia de Oliveira Vilela (UERJ)

Dia 26 às 14h00min – 14c: “Discurso bíblico e práticas sociais de exclusão” – Hélio Ferreira Orrico (UENF) e Sérgio Arruda de Moura (UENF)

Dia 26 às 14h00min – 14d: “Semen est verbum dei – o discurso engenhoso de padre Antônio Vieira no Sermão da sexagésima” – Roberto Nunes Bittencourt (PUC-Rio)

Dia 26 às 14h00min – 14e:– _____________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________

 

Dia 26 às 14h00min – 15a: “Léxico e discurso em múltiplas vivências textuais”, sob a coordenação da Professora Doutora  Joana D’Arc O. Canônico (UERJ), que falará sobre “A criação neológica no jornal impresso, discurso e informatividade”.

Dia 26 às 14h00min – 15b: “Vc tb escreve axim? uma análise do léxico nos blogs de adolescentes” – Carmem Pimentel (UERJ)

Dia 26 às 14h00min – 15c: “Quando a palavra reduz o homem a coisa: a coesão lexical em Sargento Getúlio” – Denise Salim Santos (UNIG)

Dia 26 às 14h00min – 15d: “O léxico popular em letras do samba carioca” – Flávio Aguiar Barbosa (UERJ)

Dia 26 às 14h00min – 15e: “A linguagem escrita do pré-adolescente” – Joseph Ildefonso da Araújo (UFV, ABF e CiFEFiL)

 

 

16 às 17:30 horas: Coquetel de Encerramento

 

17:30 às 19 horas:
Reunião do CiFEFiL para as primeiras avaliações do IX CNLF

 



[1] Este resumo vai aqui reimpresso porque sua autoria foi indevidamente atribuída à Professora Luci Mary Mello Leon à página 39 deste livro, por um descuido nosso.

[2] Não se registraram aqui associações, academias, agências de fomento etc.