A ARTE DA GRAMMATICA DA LINGUA PORTUGUEZA
DE ANTÓNIO JOSÉ DOS REIS LOBATO
E O ENSINO DO PORTUGUÊS
NO BRASIL DO SÉCULO XVIII

José Pereira da Silva (UERJ)

 

RESUMO

Expulsos os jesuítas de Portugal e suas colônias em 1759 por Marquês de Pombal (instigado por Verney), o ensino da língua através da gramática portuguesa se torna obrigatório em todos os níveis (Cf. ZANON & FACCINA, 2004: 75 e 78).

Desde final do século XVI a pedagogia em Portugal e seus domínios se guiava pela Ratio atque Insitutio Studiorum Societatis Iesu, determinando que todas as atividades curriculares se realizassem em latim.

Criadas as “Aulas Régias” (1759), as “aulas de português são ministradas, em detrimento do latim, uma maneira de se afirmar a dominação lusitana”. Neste contexto, a Grammatica de Reis Lobato se identifica com a intenção de D. José I e do Marquês de Pombal, que incentivam o “ensino da gramática materna nos primeiros anos de escola”, tornando-se favorecida a sua preferência, com quarenta edições em menos de um século. (Idem, p. 81 e 85).

E mais: “Reis Lobato defende o ensino de língua materna, como o fez Verney, indica as fontes em que se baseou, reverenciando gramáticos mais destacados da Europa e apresenta uma resenha histórica da gramaticologia portuguesa”, defendendo que, “ensinando, primeiramente, o português, a criança aprende a falar sua língua com perfeição e também tem maior facilidade em aprender as regras da gramática latina” em que se ensinavam as Ciências (Idem, p. 86 e 87).