OS PROCESSOS MAIS RECORRENTES NA FORMAÇÃO DAS PALAVRAS NA IMPRENSA DE FORTALEZA

Expedito Eloísio Ximenes (UECE)

O léxico das línguas está sempre em processo de mudança. Muitas palavras deixam de ser utilizadas pelos falantes tornando-se arcaicas, enquanto uma grande quantidade de palavras novas são criadas constantemente e passam a integrar o léxico da língua. São os chamados neologismos.

Os neologismos são formados pelos processos oriundos da própria língua como a derivação e a composição e através dos empréstimos de outras línguas que alguns autores chamam de estrangeirismos, barbarismos ou peregrinismos.

Segundo Câmara Jr. (1986) neologismo são inovações lingüísticas que se afirmam numa língua, podendo ser vocabular e de construção frasal. Em regra geral, porém, são composições ou derivações novas havendo, nestas últimas, acentuada preferência por certos prefixos. Os neologismos sintáticos resultam de uma criação estilística, que se padroniza na língua, ou de um estrangeirismo sintático.

Coutinho (1972) denomina os processos neológicos de intrínsecos (os que se criam com recurso da própria língua) e extrínsecos (os de importação estrangeira).

Alves (1994) apresenta os vários recursos que os usuários de uma língua utilizam para formar novos itens lexicais. Apresentamos a seguir alguns desses recursos: A) Neologismos sintáticos: São muito fecundos e supõe-se a combinatória dos elementos já existentes na língua. Para a autora os neologismos sintáticos são formados pela derivação prefixal e sufixal, pela composição coordenativa e subordinativa e pelas siglas ou acronímicos. São denominados sintáticos porque a combinação de seus membros constituintes não está circunscrita apenas no âmbito lexical, mas também no nível frásico havendo uma alteração na classe gramatical da palavra-base, ao ser acrescentado um prefixo ou um sufixo.

Bechara (1999) diz que o prefixo empresta ao radical uma nova significação. Agrega-se a verbos, a adjetivos e a substantivos. O prefixo tem força significativa, pode ter formas livres, ou seja, tem existência independente na língua. Já o sufixo não tem curso independente na língua é, portanto, chamado de forma presa. O sufixo em geral altera a categoria gramatical do radical de que sai o derivado, embora não ocorra sempre isso.

A composição pode ter um caráter coordenativo e subordinativo. A composição subordinativa supõe uma relação determinante/ determinado ou determinado/ determinante entre os elementos que compõem o novo léxico. Na composição coordenativa há apenas uma justaposição dos membros que formam a nova palavra. B) Neologismos semânticos: ocorrem quando há uma mudança no conjunto dos semas referentes a uma unidade léxica, ou seja, o léxico continua o mesmo, mas o sentido muda. Vejamos o exemplo da palavra tucano que designa uma ave das selvas brasileiras. Há, atualmente, um grupo de políticos brasileiros denominado de tucano. Quando os jornais noticiam que os tucanos se reuniram em Brasília para tomar decisões referentes ao seu partido, o léxico passa a ter um novo sentido. C) Neologismo formado pela truncação: constitui um tipo de abreviação em que uma parte da palavra sofre uma redução. D) Neologismo formado pela palavra - valise: nesse processo há também uma redução das bases que compõem o léxico ou apenas uma delas perde uma parte para que haja o encaixe de uma outra base para formar a palavra nova.

Sandmann (1988) denomina esse processo de cruzamento vocabular, além de contaminação, mistura, palavra portmanteau. É um tipo de formação muito fecundo no português contemporâneo. Com a ocorrência do carnaval fora de época em quase todo o Brasil, as chamadas micaretas, seus organizadores recorrem à criatividade para chamar a atenção do público,criando assim, palavras que denominam esses eventos. Em Fortal, por exemplo, criado a partir das bases Fortaleza e carnaval, ambas as bases perderam partes para se gerar um terceiro léxico. Ainda temos carnatal para carnaval fora de época de Natal, Micaroa, para a micareta de João Pessoa e muitos outros. E) Reduplicação: é um processo pouco produtivo no português contemporâneo. Consiste na repetição das bases que compõem o léxico. No carnaval cearense há um ritual que ocorre em praça pública chamado mela- mela, que consiste de uma mistura de pó, massa ou farinha que é jogada nos foliões molhados de suor, causando o tal mela-mela, já bastante tradicional. F) Neologismos por empréstimos: consiste no emprego de um léxico de outro sistema lingüístico. É sentido como externo ao vernáculo da língua receptora, ainda não faz parte do acervo lexical do idioma. É diferente dos processos autóctones da língua, o que para muitos autores constituem um barbarismo ou estrangeirismo. A pesar de serem rejeitados por muitos defensores do idioma pátrio, os empréstimos estão presentes na nossa língua diariamente, provindos, principalmente, do inglês através dos meios de comunicação e da tecnologia.

A criação neológica no Brasil era um privilégio dos grandes escritores que tinha a licença para criar, usar e autorizar o uso de palavras novas. Coutinho (1972) citando Mário Barreto diz que as condições da existência de uma palavra nova há de ser autorizada pelo uso dos bons escritores.

Atualmente, muitas pesquisas sobre o assunto têm sido feitas tendo como objeto de investigação na imprensa escrita. O jornal é um meio de comunicação atualizado, dirigido a vários tipos de público trazendo uma linguagem adaptada a esse público.É ao mesmo tempo um canal popular que fala de esporte, música, crime, política etc, reproduzindo, muitas vezes, a fala dessas massas, e é manipulado por uma elite de intelectuais que detém o saber e o saber lingüístico. Portanto, o jornalista é aquele que escreve para o jornal tem o poder de inovar a linguagem para que ela possa atingir o seu público leitor e ao mesmo tempo ele reproduz a linguagem gerada no meio da sociedade,essa linguagem é marcada pelas grandes inovações populares.

Nosso trabalho visa fazer um levantamento do uso da língua pelos profissionais da imprensa cearense observando a ocorrência dos processos mais recorrentes na criação das palavras que se incorporam ao nosso idioma.

O corpus que constitui essa pesquisa é o jornal Diário do Nordeste de circulação diária em Fortaleza, no período do ano 2000. Estamos em fase inicial e nossa intenção é ampliarmos o corpus para outros jornais cearenses.

Passamos a apresentar alguns resultados obtidos em nossa pesquisa. Obtivemos muitos exemplos de alguns processos de formação de palavras que citamos acima, outros, porém, quase não foram registrados.

Apresentaremos alguns exemplos todos retirados da fonte da pesquisa, ou seja, o Jornal Diário do Nordeste. Para cada exemplo apresentado colocaremos entre parênteses a sigla DN de (Diário do Nordeste) e a data da edição.

NEOLOGISMOS FORMADOS POR DERIVAÇÃO PREFIXAL

Um processo bastante recorrente na imprensa de Fortaleza é a criação de palavras pela derivação prefixal.

Ao unir-se a uma base, o prefixo exerce a função de acrescentar-lhe variados sentidos: grandeza exagero, pequenez,repetição e oposição.

Dentre os prefixos coletados na nossa pesquisa, destacamos os seguintes:

SEM: apresenta um valor de falta, ausência, agregando-se a base substantival.

“Itamar Franco é um político sem partido” (DN. 29-08-00).

“Durante a audiência na câmara municipal, os sem-teto mantiveram a posição de permanecer no local”. (DN 23-05-2000).

SUPER: expressa valor superior, grandeza. Pode agregar-se a base substantiva, adjetival e até a bases estrangeiras.

“Já aprendi a não ficar irrealista ou superotimista em relação ao Brasil. Já vi altos e baixos da economia. Já vi decepções e promessas não realizadas”. (DN 21-07-2000)

“A Secretaria da Fazenda acaba de criar mais um agrupamento de auditores fiscais para acompanhar exclusivamente as atividades do segmento supermercadista” (DN 21-06-2000).

“Tita Tavares conquista o título de Supersurf 2000”.(DN 27-09-2000).

NÃO - tem caráter negativo e opositivo. Pode agregar-se a base substantival e adjetival e participial.

“O governador Jorge Viana é tido como um petista não-confiável, tanto que assinou aquele manifesto fajuto de apoio a F(MI)HC no episódio Eduardo Jorge.” (DN 24-08-2000).

“Organizações não-governamentais querem que se aproveite apoio da sociedade para proteger área maior do que a almejada pelos ruralistas”. (DN 30-05-2000).

“O ministério público do trabalho investiga(...) utilização de pessoal não- concursado”. (29-08-2000).

ANTI: Tem caráter opositivo e negativo podendo juntar a várias bases. Em alguns casos poderá concorrer com o prefixo não.

“... com isso, absorverá parte da Secretaria Nacional antidrogas e subsecretaria de inteligência da Agência Brasileira de Inteligência”. (DN 21-06-2000).

“... mesmo com a intensificação das campanhas antifumo e do aumento de processos na justiça contra a indústria tabagista, o setor continua crescendo...”(DN 23-05-2000).

“Chefe antipirataria da SIIA, Peter Beruk, disse que o relatório, que descreve casos ocorridos entre agosto de 1999 e agosto de2000, aponta grande aumento de Softwares piratas distribuídos on-line”. (DN 12-09-2000).

PRÓ: Apresenta valor de favorecimento, agregando-se a substantivos e adjetivos.

“O evento faz parte das comemorações do V Centenário do descobrimento do Brasil do projeto “Rumo aos 5000 anos”, promovido pela pró-monarquia”. (DN 23-03-2000).

“Milícia Pró-israelense se rende e zona de ocupação é dividida”.(DN 23-05-2000)

MEGA: denotado de estrema grandeza, pode agregar-se a base substantival.

“... continuem certos de que os dois magaempreendimentos virão mesmo para o Ceará.”(24-02-2000).

“Realize seus sonhos na mega-sena” . (DN 22-05-2000).

MINI e MICRO: ambos apresentam valor de pequena dimensão. Junta-se a substantivos ou a termos estrangeiros.

“Cartazes e minidoors de Domingão ao lado de Ciro Gomes (PPS) e Tarso foram espalhados por toda cidade”.(DN 2-09-2000).

O microchip terá os dados sobre o cão e o seu proprietário, bem como o registro de controle de vacinação".DN 21-06-2000).

PRÉ E PÓS: denotam temporalidade anterior e posterior. Agregam-se a substantivos e até mesmo siglas.

“Acontece hoje, a partir das 22 horas, no centro de Limoeiro do Norte, o pré-chitão 2000”. DN 06-07-2000).

“No último dia 20, as duas empresas entregaram a documentação necessária para participar do processo de pré-identificação na Campanha Brasileira de Liquidação e Custódia (CBCL as Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa)”. (DN 27-09-2000).

“A fase pós-UTI é conhecida como engorda”. (DN 23-05-2000).

“... as estratégias ligadas a alianças e parcerias entre a atividade produtiva primária com os segmentos pós-porteira ganharam status de prioridade”. (DN 23-05-2000).

SEMI: denotador de metade, parte mediana. Podendo juntar-se a base adjetival, substantival e participial.

Além das aulas da pré-escola e primeira série do Ensino Fundamental são acompanhados por instrutores nas oficinas semi-profissionalizantes”. (DN 23-05-2000).

“... em parcerias com empresas, o MEC e as prefeituras municipais, são desenvolvidos programas de curso fundamentais da 5a. a 8a. séries e de ensino médio com metodologia “semi-direta””. (27-09-2000).

“A estação ferroviária está semi-destruída”. (DN 9-08-2000)

 

NEOLOGISMOS FORMADOS PELA SUFIXAÇÃO

Os sufixos ISTA e ISMO são muito fecundo na língua e muito usados na imprensa podendo agregarem -se a base substantival, a siglas, a antroponímios dando idéia de adeptos, partidário de. Muitas vezes expressa exagero e ironia, pode ter sentido pejorativo, como também significa profissão. Vejamos algumas ocorrências de palavras às cujas bases são acrescidas desses sufixos para dar diversos sentidos aos novos léxicos.

Mototaxistas preparam manifestação contra piratas” (DN. 25.07.00).

Tassistas e Ciristas estão mobilizados para reunião”. (DN 14.05.00).

“O líder assegura que na campanha, o PSDB não recorrerá ao denuncismo.” (DN.25.03.00).

“Que tipo de contribuição o olhar estrangeiro ou o olhar de um brasilianista pode dar?” (DN. 1903.00).

“O avião da TAM que foi adaptado para as viagens presidenciais traz na parte dianteira, a pedido de F(MI)HC, a seguinte inscrição. “The magic red carpet” É muito puxa - saquismo, falta de patriotismo e de amor próprio. Por que ele não vai logo morar nos Estados Unidos e nos deixa em paz”. (DN. 19.03.00).

“O evento integra as mobilizações que ocorrerão em todo mundo neste ano, formando a Marcha Mundial das Mulheres 2000- contra a pobreza e a violência sexista”. (DN 08-03-2000).

“As críticas que motivaram os novos direitos de resposta foram as afirmações veiculadas no horário da candidata Patrícia Gomes de que seria instalado o “grevismos”, caso Inácio Arruda viesse a ser eleito”.(DN 12-09-2000).

EIRO: denota a existência de um agente que tem uma ação, é indicador de profissão.

“O crime está ligado a briga entre perueiros clandestinos. (DN. 22.05.00).

“Verdadeiro desrespeito (...) da atitude do topiqueiro PR Costa”(DN. 22.05.00).

“Um soberbo peladeiro, desses que não precisam de ninguém, além de uma bola, para fazer um gol de antologia” (DN. 26.01.00).

“...Essa também é a opinião do buggueiro Jorge Eduardo Freire, que disponibiliza visitas a praias como Canoa Quebrada, Morro Branco e Iguape”. (DN 21-07-2000).

DADE: tem sentido de modo ou estado. Podendo agregar-se a base substantival.

“Ele entende que a avaliação da aplicabilidade dos recursos é necessária ...”(DN.27.03.00).

“... sinais de identidade comuns a todos os cearenses, ou há tantas cearensidades quantas sejam as classes sociais.” (DN. 12.06.00).

“No primeiro caso, o desembargador Adalberto Barros Leal, durante fase de interinidade do governo do Estado, determinou o encaminhamento e cópia do projeto completo do município de Fortaleza”. (DN 25-08-2000).

“Se eles são coerentes e consistentes, maiores são a funcionalidade e a eficácia do sistema político. Se ao contrário são inconsistentes, não só é maior o grau de conflitividade”.

“O sentido de penitência é que reconheçamos a nossa pequenez e criaturalidade”.(DN 08-03-2000).

ICE: junta-se a substantivo denotando um valor pejorativo.

“Mais ação e menos politiquice, disse o líder governista no Congresso, parafraseando o presidente FHC”. (DN 17-05-2000).

FORMAÇÃO DE PALAVRAS POR COMPOSIÇÃO

É muito recorrente no português brasileiro contemporâneo a neologia pela composição, que pode ser coordenativa e subordinativa. Com o caráter coordenativo a função sintática é estabelecida pela justaposição de substantivos, adjetivos ou outra classe gramatical. Já na composição subordinativa os elementos compostos que formam o novo item lexical estabelecem uma relação de caráter determinante/determinado entre os componentes, conforme afirma Alves (1994).

Em nosso corpus foram encontrados muitos usos desses processos de composição. Vejamos algumas ocorrências da composição coordenativa.

“Começa hoje o I Encontro de Arte- Educação e Cidadania”. (DN 23-03-2000).

A composição subordinativa parece ser mais recorrente. Nos exemplos relacionados a seguir, observamos que um elemento da composição é determinado pelo outro tornando-se dependente. A função do segundo elemento é especificar o primeiro.

“Hoje serão divulgados dados sobre os pedidos de auxílio - desemprego”. (DN 01.06.00).

“Maluf depõe sobre caso dos funcionários -fantasmas ” .(DN 17-05-2000).

“... mesmo marchando a pé muitos peregrinos se acidentaram. A buraqueira não poupou sequer o andarilho-senador Pedro Simon”. (DN 21-07-2000).

“No caso de compra com vale -combustível, a confusão se dá na proibição da existência de bombas com preços diferentes para o mesmo produto”. (DN 06-07-2000).

“... O INSS tem encaminhado notícias - crimes à procuradoria...” (DN 05.06.00).

Licença - maternidade pode ser solicitada pela internet”. (DN. 24.08.00).

“Depois de participar de uma cerimônia para abertura oficial do ano letivo e visitar barcos-escola na margem do Rio Amazonas”. (DN 08-02-2000).

“A polícia não prendeu o juiz-ladrão por falta de sorte”. (DN 21-07-2000).

“São 168 mil urnas eletrônicas a mais que as 186. 798 urnas usadas nas últimas eleições”. (DN 06-07-2000).

OUTROS PROCESSOS NEOLÓGICOS

Palavra-Valise: Acontece uma redução ou corte de uma das bases ou em ambas as bases que compõem o léxico. Esse corte permite o encaixe de uma base na outra formando o novo item lexical. É um fenômeno muito fecundo na língua portuguesa contemporânea.

“... ficando a noite reservada para comícios, transformados em showmícios após os discursos dos candidatos”.(DN 27 -09-2000).

“Sandra Guedes disse que o proprietário da Qualimetal, Paulo Cardoso, ficou de tomar providências em até 90 dias, mas nada foi feito”.(DN 06-07-2000).

“Os principais atrativos da região (...) são o turismo religioso em torno do Padre Cícero, o ecoturismo como a Chapada do Araripe e os clubes serranos”. (DN 06-07-2000).

“O CED oferece 12 cursos de especialização na área de educação, dentre os quais o de Educação Biocêntrica, que adota um novo paradigma: a educação voltada para a vida”. (DN 06-07-2000).

“A competição, última seletiva para os jogos paraolímpicos de Sidney, acontece no Rio” (DN 06-07-2000).

“Marcelo Sobreira lembra a visita de alguns deputados na semana passada, à obra do METROFOR, para esclarecimentos como secretário da Infra-Estrutura, Maia Júnior”. (DN 23 -05-2000).

NEOLOGISMOS POR EMPRÉSTIMOS.

Muito freqüente na língua portuguesa contemporânea é o uso de empréstimos de léxicos de outras línguas, principalmente, da língua inglesa. O léxico estrangeiro entra na língua através da imprensa, dos produtos importados, do esporte, da tecnologia etc.

“Em épocas normais chega a 1,5 mil o número de ataques diários dos rakers ao site da Receita Federal...” (DN 21-06-2000).

“O Presidente da Alsance, Newton Freitas, explica que “private Banking” é à parte do processo de segmentação de clientes, segmentando uma estratégia dos bancos para ampliar os negócios e reduzir os custos”. (DN 21-07-2000).

“Através de um serviço de tele marketing, quem quiser fazer alguma doação financeira ou enviar roupas e gêneros alimentícios....”(DN 3-05-2000).

“A Parthenon inicia a operação, em São Paulo, do Flat Parthnon Nações Unidas, em regime de Soft opening”. (DN 21 -07-2000).

“Serão vendidos eventos como vaquejadas e um torneio de beach soccer em pacotes de anúncios regional ou separado por estado”. (DN 24-08-2000).

“Workshop discute projeto de previsões para o clima do Nordeste”. (DN 12-09-2000).

Nossa abordagem sobre a formação das palavras no português contemporâneo usado pela imprensa não se esgota. Mostramos aqui os processos mais recorrentes encontrados em nossa pesquisa na imprensa de Fortaleza. Os exemplos mostrados foram apenas alguns, pois são muitas as ocorrências. A pesquisa está em processo e acreditamos que teremos muitos mais resultados, mostrando assim a criatividade e a eficácia do uso da linguagem.

A língua é um instrumento de comunicação que visa a interação entre as pessoas. Não podemos pensar a língua como um algo estático, mas como um instrumento em constante mudança visando seu objetivo maior que é interagir com a sociedade. Não podemos, portanto, pensar a língua apenas como norma padrão, mas como criação, como algo a se fazer constantemente, muito embora muitos fatos da língua não sejam registrados dentro dos padrões gramaticais, mas são necessários na interação diária e aos poucos passam atingir às normas da gramática.

BIBLIOGRAFIA

ALVES. Ieda Maria. Neologismo criação lexical. São Paulo : Ática, 1994.

BECHARA, Evanildo. Moderna gramática Portuguesa. 37a. Rio de Janeiro : Lucerna,1999.

CÂMARA Jr. J. Mattoso. Dicionário de Lingüística e Gramática. Petrópolis: Vozes, 1996.

COUTINHO, Ismael de Lima. Pontos de Gramática Histórica.Rio de Janeiro : Ao Livro Técnico, 1976.

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Dicionário da língua portuguesa. 3a. ed. Rio de Janeiro : Nova Fronteira, 1999.

SANDMANN, Antônio José. Formação das Palavras no português brasileiro contemporâneo. Curitiba : Scientia et labor, 1988.