BLADE RUNNER EM UM ADMIRÁVEL MUNDO NOVO

FERNANDES, Evanil R. & KRESS, Erika (UNINCOR)

 

“Copiam seres humanos em tudo, menos nas emoções, mas achou-se que, em alguns anos, adquiririam emoções próprias: ódio, amor, medo, raiva, inveja... por isto, há um mecanismo de proteção - só vivem 4 anos.”

 

(Do chefe dos caçadores de andróides ao descrever os replicantes no cult movie Blade Runner - caçador de andróides)

Poucos são aqueles que não se deixam encantar por textos literários ficcionais que buscam em seu tema a previsão do futuro. A curiosidade humana existe e torna-se maior ainda quando o assunto tratado é o próprio destino da raça humana. As profecias datam de muito tempo atrás e, recentemente, observou-se toda a expectativa da população mundial em torno da chegada do “novo milênio”, do “bug do milênio” e de tantas outras profecias feitas pelos mais simples leigos até as famosas de Nostradamus. Como sempre a grande maioria caiu por terra, mas o que se dizer de fatos como o confronto das etnias de final de século entre israelitas e palestinos ou entre muçulmanos e americanos? Não estariam se realizando as profecias de um Juízo Final mais próximo? E o surgimento da ovelha Dolly e outros animais clonados? E o que dizer da geração audiovisual homogeneizada qual maionese em elites culturais de países mais avançados que só se comunicam via Internet ou telefonia celular? É impossível não encontrar similaridade de tais comportamentos futurísticos em diversas obras literárias e entre elas o famoso livro de Aldous Leonard Huxley, Admirável Mundo Novo” (1932) ou mesmo no romance “Do Androids Dream of Electric Sheep?” de Philip K. Dick que serviu de base para o esplendoroso filme de ficção científica Blade Runner - O caçador de andróides, uma obra-prima cinematográfica de Ridley Scott (1982). E é sobre a técnica da interdisciplinaridade como instrumento para o aprendizado pedagógico e a utilização destas duas obras que este trabalho versará.

 

“O processo Bokanovsky é um dos principais instrumentos de estabilidade social. Homens e mulheres padronizados em grupos uniformes... se pudéssemos bokanovskizar indefinidamente, todo o problema estaria resolvido” (HUXLEY, Aldous. Admirável Mundo Novo, P:5)

 

Quantos cientistas e políticos do nosso mundo não parecem mesmo acreditar piamente que com um processo desse, os problemas mundiais estariam resolvidos? “Homens e mulheres padronizados” - aqui estaria excluído toda a possibilidade de instabilidade emocional dos seres humanos que parece tanto ser contrário aos interesses sócio-econômicos do mundo capitalista. Portanto, nada mais atual que revisitar esta obra cujo tema se apresenta mais presente do que nunca neste início do novo século. Aldous Huxley em sua obra anuncia um futuro assustador, falando de manipulações genéticas em busca de uma sociedade perfeita, de organização total, limpa e etérea. Igualmente Ridley Scott sugere um futuro igualmente sombrio, mas seus motivos são outros. A sociedade de Scott não conseguiu alcançar a organizacão completa sugerida por Huxley. Ao contrário, a sujeira das cidades triplicou e a sociedade desta Los Angeles de 2019, apesar de contar com avanços tecnológicos sofisticadíssimos, encontra-se no mais profundo caos, mergulhada na violência de criaturas andróides, gerados em laboratórios por cientistas que desejam aproximar as suas criações brincando de Deus e pondo nelas memórias, sentimentos etc. O diretor Scott parece acreditar que no futuro o homem será ainda mais infeliz do que o atual, pois parece muito mais preso a problemas existentes desde os primórdios da história da humanidade: o medo da solidão e do envelhecimento com a inexorável chegada da morte. Os andróides são fabricados para se parecerem com os humanos, sugerindo que quem sabe assim o homem pudesse encontrar a sua companhia ideal, mas qual não é a grande surpresa, quando estes robôs se apresentam não só com os sentimentos idealizados pelos chips, mas também com o desenvolvimento de uma sensibilidade quase humana e consequentemente com o medo da sua própria extinção.

 

Não é fácil a criação encontrar o criador .

E o que ela deseja dele?

O criador pode consertar a criação?

Gostaria de ser modificado?

Algo mais radical... a morte.

Fatos da vida... você foi feito o melhor de todos!

Mas não para durar!”

 

(Diálogo entre Roy Batty, um dos replicantes rebeldes, e seu criador Tyrell)

 

O impacto gerado por estas duas obras-primas pode e deve ser levantado em um momento em que se discute muito o futuro da humanidade e parece se querer rever todos os valores éticos envolvidos em questões que vão desde o controle genético de embriões até a utilização desses andróides no dia-a-dia das pessoas. É preciso criar neste momento infinitas rodas de discussão e valer-se de obras de arte que conduzam as discussões à conscientização para a criação de um mundo melhor para todos. A interdisciplinaridade pode abusar de fontes como estas, literatura e cinema, para trazer à tona a discussão deste tema em sala de aula.

 

“No transcorrer da sua evolução, a natureza não se furtou a desgraças sem fim para que cada indivíduo fosse diferente de outros individuos. Reproduzimos a nossa espécie estabelecendo contato entre genes do pai e da mãe. Estes fatores hereditários podem ser dispostos num número quase infinito. Física e mentalmente, cada um de nós é exclusivo. Qualquer cultura que, no interesse de eficácia, ou em nome de qualquer dogma político ou religioso, procura padronizar o indivíduo humano, comete um ultraje contra a natureza biológica do homem.” (HUXLEY, Regresso ao Admirável Mundo Novo)

 

A interdisciplinaridade é a capacidade de estabelecer uma relação entre as disciplinas envolvidas em um tema, buscando uma relação também entre os resultados, havendo sempre uma teleologia desejada. Quando relaciona-se literatura e cinema, os resultados esperados são os mais diversos, mas giram sempre em torno do enriquecimento que uma linguagem trará a outra. Não é de hoje que o cinema se aproveita da literatura e se influencia da mesma ao utilizar, por exemplo, obras literárias consagradas para criar no cinema obras-primas - caso do premiadíssimo romance “A Cor Púrpura” de Alice Walker, transformado em melhor filme americano pelo diretor Steven Spielberg em 1988. Entretanto, segundo Umberto Eco, o movimento de influência é ambíguo. É notória a influência do cinema nos romances modernos que utilizam cortes cinematográficos. Daí se dizer que as artes possuem linguagens próprias, mas apresentam pontos recurrentes sempre. De acordo com Japiassú (1976), a interdisciplinaridade não é uma moda, pois corresponde a uma nova etapa do conhecimento e de sua repartição epistemológica” . Misturar literatura e cinema requer, portanto, conhecimento prévio do pesquisador. Não há que se achar que simplesmente levantando dados da obra literária e depois do filme, conseguir-se-à alcançar a interdisciplinaridade. Muito mais deve ser feito. Todos os recursos da linguagem cinematográfica que apresentam pontos de convergência com a literatura devem ser resgatados e relacionados para, então, o objetivo interdisciplinar ser alcançado.

 

Em pleno século XX, onde vive-se o apogeu da fragmentação do pensamento e onde a educação positivista ainda é uma praga entre nós, a interdisciplinaridade vem para ser o denominador comum das ciências exatas e humanas. De apelo popular, o cinema é ainda um veículo de comunicação de cultura de massa e pode, portanto, servir de caminho para a apresentação de problemas futurísticos à sociedade. Um “cult movie” como Blade Runner levou milhões de espectadores às salas de projeção e hoje, mais de 10 anos após, chega através do DVD a milhares de lares e atinge novas gerações, gerou uma discussão acerca de um mundo onde andróides eram criados para viverem perniciosamente com os humanos em um mundo escuro, sujo e violento, mas de incrível progresso tecnológico. Se após a exibição de tal filme, textos literários como Admirável Mundo Novo são apresentados, a interdisciplinaridade pode ser praticada e temas relevantes para a geração atual são discutidos com mais intensidade. Os temas são recurrentes - ambos falam da instauração de uma nova ordem social - ainda que o façam de maneiras opostas, pois o mundo de Huxley é absolumento branco, limpo e estéril em contra-posição ao de Scott que é escuro, sujo e sombrio. O que importa, todavia, é que se chegue aos resultados do projeto interdisciplinar. Mesmo com perspectivas diferentes ambos os artistas desejam alertar aquelas e estas gerações do perigo de sociedades pré-fabricadas, manipuladas e adoradoras de recursos tecnológicos nem sempre assim tão éticos. Desta forma, várias disciplinas podem ser utilizadas para gerar um pensamento mais consciente , como já faziam os gregos, que sabiamente, há séculos, falavam de tudo ao mesmo tempo. É hora de se valer do pensamento erudito para formarem-se cidadãos ativos pensadores que não podem mais se furtar disso, já que serão eles próprios os futuros moradores deste Admirável ou Nem Tanto Mundo Novo.

 

Aldous Huxley, através de extremos sociais apresentados em seu livro “Admirável Mundo Novo”, mostra-nos um espelho onde podemos vislumbrar claramente exemplos do que ocorre em termos político/ideológicos na sociedade contemporânea. Partimos do pressuposto de que ideologia seja “o mascaramento da realidade social que permite a legitimação da exploração e da dominação”.

 

O romance que se tornou um grande clássico do século XX, narra uma história que se passa num futuro distante por volta de 2500 ou mais precisamente “por volta do ano 600 da era fordista”. Satírica homenagem a Henry Ford (1863-1947), pioneiro norte-americano da indústria automobilística (e ainda hoje uma das mais famosas marcas de carros norte-americanos), inventor de um método de organização de trabalho para a produção em série e da padronização de peças. Essa técnica pensada por Ford na década de 20, transformou, por assim dizer, os trabalhadores em autômatos, em robôs repetindo o mesmo gesto o dia inteiro. Apesar de seu caráter desumano, foi uma verdadeira revolução no universo industrial e rapidamente adotada da Alemanha à União Soviética por todas as grandes indústrias mecânicas do mundo. No mundo sindical e operário, e também entre intelectuais, o fordismo suscitou críticas violentas, que artistas e criadores da época muitas vezes abordaram com indiscutível talento cáustico. Pensemos, por exemplo, em Metropolis de Fritz Lang (1926) ou Tempos Modernos (1935) de Charles Chaplin.

 

Por outro lado, faz-se uma ponte histórica da década de 30 , onde emergiam na Europa os governos totalitários; Hitler já visionava uma raça superior - os arianos sendo clonados e mantendo o poderio e a supremacia alemã. A discussão da clonagem já se misturou com a ética dessa época; os experimentos foram, então, desaconselhados e associados com o medo do puritanismo. Estamos embutidos em modelos aceitos lógicos e ideais. Padroniza-se o comportamento e junto com ele as emoções humanas. A gimos como se estivéssemos robotizados, pois a mídia que cumpre as determinações do mercado e, desta forma, se coloca ao lado de quem está no poder, faz uso de apelos tão fortes que tornam o nosso senso crítico nebuloso. Agimos da maneira que nos é colocada como correta, elegemos candidatos da burguesia, somos controlados sem nos darmos conta, compramos o que não é necessário. De maneira muito inteligente, até mesmo os desenhos infantis apresentam modelos de conduta e conceitos que são interessantes para a manutenção do sistema. Temos a impressão de que com o avanço tecnológico, o mundo mágico das artes e do cinema são incorporados de uma forma sutil e envolvente para darem sustentação às relações de dominação, fazendo-nos lembrar do processo de hipnopédia citado por Huxley.

 

A indústria da comunicação de massa, na sua maior parte não se ocupa nem do verdadeiro nem do falso, mas do irreal ... com o objetivo de impedir o povo de prestar demasiada atenção às realidades da situação social e política. Não fazem qualquer esforço no sentido de educarem as massas a fim de que estas se preparem para se governarem a si próprias, contentam-se meramente com a manipulação e a exploração delas.

Segundo Baudrillard (1991),

 

“ . . . é também o afundamento da realidade no hiper realismo, na duplicação minunciosa do real, da preferência a partir de outro meio reprodutivo - publicidade, vídeo, fotografia, de meio em meio que real devolatiza, torna-se a alegoria da morte, mas também se reforça ao lado de sua destruição transmuta-se em real para real, fetichismo do objeto perdido - não mais o objeto de representação, mas arrebatendo de recusa e de sua própria exterminação virtual: hiper - real. Hoje é toda a realidade cotidiana, política, social, sexual, histórica, econômica, etc. que incorporou desde logo a dimensão simuladora do hiper realismo; já vivemos na alucinação “estética” da realidade. . .”

Talvez pareçam previsões exageradamente catastróficas, principalmente ao mostrar que ninguém teria consciência do processo em questão inseridos e, muito menos, senso crítico. Porém, Huxley queira deixar uma ponta de otimismo ao frisar que o “soma” era o sedativo utilizado para que os indivíduos se sentissem felizes. Ou seja, tinham consciência da dureza da realidade, mas impotentes perante a ela, incapazes de modificá-la. Afinal, se precisavam de uma “droga” para estarem bem era porque tal realidade não os satisfazia. Precisavam sublimar suas angústias, escapar por alguns instantes, uma fuga. E, enquanto houver angústias, ainda haverá algum espaço para o questionamento, a indignação e uma pontinha de esperança de transformação.

 

“A Literatura pode narrar tudo, o Cinema pode mostrar tudo.” (FRANCO, Marília S. Uma Invenção dos Diabos - Literatura em Tempos de Cultura de Massa, P: 113)

 

Muito se discute acerca da transposição das narrativas literárias para a linguagem cinematográfica. É verdade que, de uma maneira geral, o espectador que tenha lido o texto literário ao vê-lo projetado na tela, não escapa a uma certa frustração. Isto, muitas vezes ocorre porque o leitor já traz em sua mente a imagem da leitura e ao assistir o filme cria uma outra, que é a concretização da imagem feita pelo diretor e o resultado nem sempre é o sucesso. De qualquer maneira, ambas as leituras são feitas com um sentido comum que é a visão e são construídas ao longo do tempo - a literatura mais simples é a linguagem da palavra, já o cinema possui uma linguagem mais complexa, exigindo do espectador, muitas vezes, a decifração de alguns códigos.

A linguagem cinematográfica é sempre uma realidade objetiva, representação em potencial, um virtual, enquanto que a narrativa literária é totalmente subjetiva. A força da imagem no filme é a grande responsável pela impactação da história na mente do espectador. “A mediação da câmara cria relações culturais e estruturas narrativas específicas, que permitem a interpretação do mundo” (GRIERSON, Cultura de massa - P: 132). Todo filme é formado por diálogos, mas também por silêncios e a palavra deve sempre ser relativa à imagem - ela deve ser o elemento significativo, porém jamais poderá superar o que está sendo mostrado, a imagem, quer em plasticidade, quer em dramaticidade. “Quanto mais tarde o diálogo aparece no roteiro, melhor, pois isso permite ao argumentista e ao roteirista pensarem fundamentalmente com imagens cinematográficas. ( Idem - P: 132). Não existe texto impossível de ser transposto para o cinema. O que deve ser percebido é que no cinema é a ação e a conduta da personagem deve ser muito bem feita para conservar o contato com a vida que ele reflete. A linguagem cinematográfica é capaz de passar todo e qualquer assunto, diferentemente do texto literário ou da linguagem teatral. Se não vejamos: em Blade Runner, o caçador de andróides se submete a situações de medo, fome, frio dor, coragem em apenas 100 minutos de exibição que fazem o espectador vibrar e perder a sua própria noção de tempo. A busca incessante da caça pelo caçador e todas as sensações vividas por ele ao longo dos dias são ainda mais fortes pelo poder da imagem.

 

A narrativa do filme na primeira pessoa reforça o clima de intimidade que se deseja produzir chamando o espectador a participar de todo o jogo existencialista em clima noir da personagem. A criaçào de um mundo sórdido, pútrido e violento vem direto aos olhos na aparição de cenários futuristas de excelente produção. O diretor Ridley Scott é conhecido pelo uso abusivo de imagens fortes, marcantes pela sua beleza e audácia e neste, sua obra-prima futurista, a imagem é simplesmente tudo. Ainda que sempre que o assunto seja ficção científica, os cenários são feitos para marcar, neste filme a imagem vale mesmo por mil palavras. Os diálogos praticamente são complementares: as personagens falam não somente por palavras, mas muito mais por seus gestos, maquiagem, atitudes, como fica claro no andróide Pris que se apresenta com elasticidade e plasticidade irretocáveis, simbolizando toda a rapidez de agir dos andróides, toda a capacidade de decisão de uma máquina, atitudes estas pouco presentes nos humanos, que preferem hesitar diante de valores éticos e morais. Há também o designer genético J.F.Sebastian, que é um ser humano marcado pela doença - ele sofre de envelhecimento precoce - caracterizando as agruras dos seres que não se eternizam na beleza evocada pela sociedade e tornam-se, portanto, marginalizados e recalcados ainda que dotados de beleza interior e capacidade intelectual acima da média. E, ainda, a própria Rachel, andróide tão plasticamente parecida com o ser humano, que fica clara a dúvida se no futuro próximo conseguir-se-à distingui-los de nós humanos. Portanto, deve-se aceitar a força destas imagens em nosso interior pois como se sabe, segundo Machado (1997),

 

“o que importa é que, seja qual for o estatuto que conferimos a essa instância geradora a que alguns dão o nome de o imaginário, nós não temos nenhum acesso a ela. A natureza nos deu um aparelho fonador, por meio do qual exteriorizamos os conceitos forjados no íntimo, mas não nos deu, desgraçadamente, um dispositivo de projeção incorporado ao nosso próprio corpo, para que pudéssemos botar para fora imagens do nosso cinema interior.”

 

Concluindo, a Literatura e o Cinema cristalizaram os nossos temores

em relação ao futuro. Aldous Huxley descreveu em “Admirável Mundo Novo” (1932) uma sociedade homogênea, composta por pessoas despersonalizadas. Ridley Scott em “Blade Runner” (1982) apresentou um mundo sombrio, mas com altíssimo desenvolvimento de engenharia genética, coroada com a produção de andróides. Há um tom profético nestas obras. De certo modo, o futuro assustador anunciado já está incorporado ao nosso cotidiano. A alienação está presente na rotina massacrante dos trabalhadores em diferentes setores da indústria. A superficialidade na programação da TV, a miséria na primeira esquina, mais a consagração das profecias que se realiza em dois campos recentes: com o desenvolvimento da informática e da biotecnologia, abriu-se a possibilidade de explorar ao máximo a informação. Há um extraordinário desenvolvimento da capacidade de produção com aperfeiçoamento da comunicação e o armazenamento de dados. A rede mundial de computadores emergiu como símbolo da globalização. A vida tornou-se matéria-prima geradora de riqueza, já foram realizados bem-sucedidas experiências de clonagem de animais, o mesmo podendo ocorrer com seres humanos. Contudo, o debate sobre o avanço científico deve ter limites morais e éticos, sem isso a vida não seria mais sagrada.

 

Logo, nada mais adequado ao enriquecimento do padrão cultural e nível de consciência de nossos jovens estudantes do que o uso igualmente adequado de técnicas interdisciplinares para criar em ambientes escolares a possibilidade de discussão de temas atuais e importantes como clonagem, ética e hiper-realismo. Não podemos mais nos esconder atrás de técnicas antigas e descontextualizadas para formarmos jovens tão robotizados e manipulados como se fossem os próprios andróides ou apenas seres humanos a simular uma realidade para conseguir sobreviver.

 

 

 

BIBLIOGRAFIA

BAUDRILLARD, Jean. Simulacros e Simulações. São Paulo, Ed. Anthropos, 1991.

HUXLEY, Aldous. Admirável Mundo Novo. São Paulo, Ed. Abril S.A Cultural e Industrial, 1974.

SCOTT, Ridley. Blade Runner - O Caçador de andróides. Warner Bros., 1982

 

BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR

AVERBRUCK, Ligia. Literatura em Tempo de Cultura de Massa. São Paulo, Livraria Nobel, 1984.

HUXLEY, Aldous. Regresso Ao Admirável Mundo Novo. São Paulo, Ed. Hemus, 1959.

JAPIASSU, Hilton. Interdisciplinaridade e Patologia do Saber. Rio de Janeiro, Imago Ed. Ltda., 1976.

MACHADO, Arlindo. Pré-cinema e Pós-cinema. Campinas, Ed. Papirus, 1997.