REFLEXÕES EM TORNO DOS NOMES PRÓPRIOS

Aileda de Mattos Oliveira (FGS)

As reflexões em torno dos nomes próprios são o resultado de observações que se fizeram de nomes que passaram à história do país, submergidos no aluvião de acusações registradas, de maneira uniforme, nos livros didáticos. É a visão do colonizador, transferida para o colonizado sem condições, em outros tempos, de avaliar, por si mesmo, as avarias que posições extremadas poderiam causar no decorrer dos séculos. Outros nomes, vitimaram-nos os apologistas de ideais políticos divergentes, que puseram na sua pena a erudição efervescente das teorias de suas épocas, transformando-a em peça retórica de acusação.

Não há a intenção de defender ou de acusar os proprietários dos nomes aqui mencionados nem os que escreveram a sua história, mesmo porque este trabalho representa tão-somente um ponto de vista particular, de constatação de fatos que, desde os bancos escolares, sempre fizeram parte de indagações nunca respondidas e que, por isso, permite uma posição crítica pessoal.

Dizem Jean Chevalier e Alain Gheerbrant (CHEVALIER, 1998: 641) que os egípcios da Antigüidade consideravam o nome pessoal mais que um signo de identificação. Para eles, era uma dimensão do indivíduo, pois acreditavam no poder criador e coercitivo do nome. O nome, portanto, seria uma coisa viva, por estar, simbolicamente, carregado de significação.

Na cultura de alguns povos, conhecer o nome de alguém ou escrevê-lo em algum lugar em rituais de magia, dependendo das intenções de quem o faz, pode ser benéfico ou não à pessoa nominada, por força do dinamismo simbólico que a liga ao nome. Não é justamente esse liame que se estabelece entre o nome e a pessoa, que levava (ou ainda leva, em algumas regiões do Brasil) a adolescente escrever a faca no tronco da bananeira o nome do seu escolhido, na noite dedicada a Santo Antônio, a fim de prender-lhe o coração?

Justifica-se, então, o preâmbulo inicial, numa demonstração de que o poder do nome não é um fato que dominou um determinado tempo, mas ultrapassou a barreira evolutiva do indivíduo e permanece, hoje, como um traço da mentalidade primitiva, como uma forma arquetípica de autoridade, embora a autoridade de ontem se fundamentasse nos preceitos intemporais das leis ético-morais. A autoridade do nome, hoje, desvia-se quase sempre desses antigos preceitos e segue o caminho menos normativo ou dogmático, porque a sociedade tem pressa, o tempo urge e o agasalhamento político ou econômico, ou os dois, é o desvio na estrada para encurtar a caminhada em direção ao objetivo almejado.

As observações que aqui se fazem, iniciam-se na época colonial brasileira e estendem-se até os dias atuais e têm como fontes informativas os relatos de historiadores e os registros cotidianos do noticiário jornalístico, nos quais, nestes últimos, se encontram freqüentemente assinalados prenomes e gentílicos de grande influência e poder de atuação em várias áreas de atividade.

A dificuldade em desenvolver um trabalho dessa natureza surgiu ao estabelecer os critérios de escolha dos antropônimos que se deveriam tornar objetos de estudo, uma vez que cada um que nomeia alguém se preenche de uma essência significativa não encontrada em idêntico antropônimo, quando identificador de diferente pessoa. Isso significa que duas pessoas de nomes iguais, isto é, com o mesmo significante, fazem que seus onomásticos adquiram um valor diferenciado pela maneira muito pessoal de serem. Assim, é mais admissível que o significante ‘Paulo’ remeta-nos ao apóstolo, e não ao nosso vizinho que dessa forma foi registrado, se as suas qualidades não foram, até então, suficientemente reveladoras.

Na impossibilidade de se reconhecer a pessoa através do nome, por ser alguém perdido nos escaninhos da memória ou por não se ter com ela uma convivência mais assídua, é habitual dizer-se “não estou ligando o nome à pessoa”. Essa afirmação é demonstrativa de que o antropônimo enunciado, ainda se mantém sem os dados identificadores da pessoa que nomeia, tornando o objeto da referência - a pessoa nomeada - apenas um elemento indicial e não metonímico no campo da informação ou da comunicação.

Essa marca reveladora, que individualiza um antropônimo de outro idêntico está relacionada ao conjunto de qualidades inerentes a um tipo de personalidade, independente de essa personalidade conduzir por caminhos sinuosos ou por estradas retas e justas. É esse conjunto de predicados que vai ser transferido ao significante, impregnando-o do carisma ou dos atributos de seu referente.

Por ser a antroponímia um campo vasto para a análise, escolheram-se duas linhas de desenvolvimento do trabalho. A primeira, preocupou-se em assinalar os nomes que, no decorrer da história do país, em diferentes épocas, ou passaram a ser considerados identificadores de malfadados exemplos de comportamento humano, ou permaneceram um tanto esquecidos nos escaninhos da memória sem um ponderável reconhecimento de seu valor.

A segunda, destacou a importância do nome como senha para abrir as pesadas portas do favorecimento; para desimpedir o acesso aos mais variados cargos e funções; para intimidar aquele que pertence a estrato inferior; para desrespeitar as leis ou normas estabelecidas; para ter seus atos justificados mesmo que ferindo a letra da lei e o direito de outros homens.

Esse novo signo em que se transforma o nome é proporcional à abrangência da atuação pessoal ou familiar de quem o tem, o que lhe vai estender os privilégios civis para além da permissividade legal, ou que lhe vai obstar o simples direito constitucionalmente adquirido. Portanto, a palavra ‘liberdade’, restringe-se às franquias que, concedidas a alguns, permite-lhes usufruir da intimidade do Poder que o nome lhes concede.

Embora haja um considerável número de nomes nesta situação, em observância ao restrito espaço da revista, limitou-se o trabalho à primeira linha de desenvolvimento, reduzindo-se, aqui, as ilustrações.

Tome-se como exemplo o gentílico que a história colonial brasileira registra, sem que tenham sido analisadas as causas que levaram o seu portador a agir de maneira contrária aos elementos indiciais que o impunham (ou pareciam impô-lo), até então, a uma dada linha de conduta. Desviando-se da rota que muitos analistas gostariam que seguisse, a personagem do fato tornou-se notoriamente polêmica.

Faz-se referência aqui a Domingos Fernandes Calabar (século XVII), cujo signo antroponímico foi impregnado de uma carga negativa que vai sendo mantida, como um jugo, através dos tempos, pelo processo ininterrupto de condicionamento interpretativo das sucessivas gerações de brasileiros. Parece que a interpretação primeira que se fez, converteu-se em conceito-argumento, cristalizando o ato cometido pelo militar colonial em ícone, por tornar-se imagem mental da ausência de caráter ou de fidelidade aos seus correligionários.

Por ele não se manter ao lado dos dominadores portugueses e oferecer seus serviços de guia (elemento dêitico) e estrategista aos dominadores holandeses, restringiu-se o signo ‘Calabar’ a apenas dois outros signos interpretantes: o de desertor e o de traidor.

Analisando-se a época da ocorrência do fato, há que considerar a perda de substância política de Portugal, isto é, o seu valor significativo, o que, em conseqüência, refletia nas suas Colônias, permanecendo todos, colonizadores e colonizados, sob o domínio espanhol, agora, o novo signo ibérico. Desaparece por sessenta anos (1580-1640) a figura do monarca português, signo-símbolo do poder conquistador dos mares.

Da mesma forma que aos portugueses extingue-se a imagem representativa de um reino soberano, a Calabar sempre lhe foi desconhecido o signo-referência ‘nacionalidade brasileira’, inexistindo para ele, portanto, a idéia efetiva e afetiva de solo pátrio.

O que ambos os dominadores disputavam (portugueses e holandeses), era o bem-estar de seus respectivos reinos e a liderança em fazer primeiro navegarem em direção às suas matrizes os galeões ancorados no porto, abarrotados de açúcar e de pipas de vinho e de outras mercadorias, estocadas nos armazéns do Recife (VARNHAGEN, 1975: II, 264).

Se se fizer uma comparação entre o Calabar de ontem e as multiformas de Calabares de hoje, observar-se-á que, embora os signos antroponímicos que dominam, atualmente, as diversas áreas de atividade movimentem-se em outro contexto histórico, estes últimos mantêm-se, atados, culturalmente, à mutabilidade partidária, praticando como ato normativo a mesma deserção de antigos redutos em busca de novos aconchegos políticos, de acordo com o montante dos benefícios oferecidos pelo lado manipulador. Isso significa a procura constante de dados indiciais que lhes apontem caminhos políticos menos dificultosos e mais vantajosos.

Se se comparar a traição do Calabar pernambucano, sem terra, sem identidade nacional, isto é, sem nenhuma referência, hesitante entre os invasores católicos e os invasores luteranos, com a traição contínua ao povo que prometeu servir, ao país que prometeu defender, dos que portam, contemporaneamente, os gentílicos com o peso da projeção familiar, do poder econômico, do nepotismo, então ter-se-á que fazer uma releitura semântica do signo ‘Calabar’, tendo em vista que seu portador fez apenas uma opção pessoal, não transacionando, de maneira xenófila, a terra em que vivia e sua gente aos precursores de Nassau.

No século XVII, o ato do mestiço militar nordestino foi considerado traição, julgamento que perdura até hoje como mácula indelével, pela superficialidade das avaliações, reiteradas nos compêndios escolares e ‘didaticamente’ transmitidas pela visão monolítica dos docentes. No entanto, na época de hoje, ações correlatas às do pernambucano, movidas por camuflados interesses financeiros, recebem a metafórica e perifrástica denominação de ‘injunções político-econômicas’.

Observa-se que, se as ações são correlatas, os signos que a elas se referem são semelhantes; o que se alterou foi o significado deles, ajustado aos valores ético-morais dos seus atuais intérpretes. É de se notar que a semântica sempre foi um campo atraente para os assinalados com ponderáveis gentílicos, pois é nela que se vão buscar as justificações para os atos injustificáveis.

A luta armada entre os Maciéis e os Araújos (1833), descrita por Euclides da Cunha no seu livro Os sertões (CUNHA, 1966: 135 e seg.) tem como objetivo secundário definir o grupo familiar que deteria o poder na região entre Quixeramobim e Tamboril, no Ceará. Como objetivo principal, anular o homem Antônio Vicente Mendes Maciel (Antônio Conselheiro) através da análise psicológica do conjunto de atitudes que lhe eram atribuídas por força de seu reservado temperamento, atitudes nas quais o escritor buscava encontrar os traços peculiares de insanidade que o então analisado poderia ter deixado pelos caminhos da vida, durante a sua peregrinação pelo sertão da Bahia.

A conseqüência desse trabalho é exaurir a importância de seu nome numa fase histórica do país e torná-lo objeto-modelo dos estudos evolucionistas, signos interpretantes, em voga, que levaram o autor a desempenhar o papel de intérprete daqueles outros que ele considerava signos indiciadores da degenerescência do analisado.

Os Araújos, latifundiários e ricos criadores de gado, não exerciam um papel preponderante na região, ao contrário dos Maciéis, vaqueiros, com reduzido número de reses, mas conceituados no local. A exceção não poderia sobrepor-se à regra: a família menos aquinhoada economicamente ser a prestigiada do lugar. Era chegada a hora de reagir à subalternidade que lhes impunham homens sem latifúndio e, portanto, sem nome, e adquirir, através da força das armas, o respeito e a reputação de que acreditavam serem merecedores.

Os atentados que se sucediam, em virtude das contínuas escaramuças articuladas por ambas as famílias, estigmatizaram apenas Antônio (Conselheiro), representante dos Maciéis, apesar de pertencer, já, a uma posterior geração pacífica, sem rancores, sem desejos de vinditas, mas que não portava um nome ponderável, cuja força fosse sustentada pela extensão territorial em que pastasse considerável rebanho, moeda de respeitável valor. De respeitável valor, por ser lastro para a conquista do poder (em qualquer setor) e de ‘amizades’.

Utilizando-se dos fundamentos das ciências evolucionistas, correntes na época e das idéias positivistas que pretenderam nortear a proclamação de uma república nacional, mantém-se o escritor numa constante análise patológica dos atos do profeta como meio de torná-lo modelo experimental das teorias comtianas. Ideologicamente, supôs o escritor estar o Conselheiro inclinado ao regime monárquico, do qual ele, Euclides da Cunha, era visceralmente opositor. (Op. cit., p. 151 e 158).

O analfabeto de Canudos não teria, jamais, condições, mesmo se o quisesse, de enfrentar a palavra candente e dilacerante do escritor na sua análise solitária do comportamento humano. Pena e inteligência desperdiçando as incandescentes lavas de seu verbo analítico sobre um desconhecido, miserável e andarilho asceta do sertão.

Antônio Maciel, prenome e sobrenome desconhecidos, torna-se notório personagem de uma fase histórica do país, ao ser acrescentada a depreciativa alcunha de ‘Conselheiro’ ao seu nome de batismo. Substitui-se-lhe o gentílico para dar lugar a um atributo, imantado de significado místico, dado por demais significativo para ser ignorado pelo autor na sua tese em que se fundamenta também nas teorias antropológicas dos naturalistas da época.

Nas últimas décadas da Monarquia (1881), no dia 13 de maio, nascia no Rio de Janeiro, Afonso Henriques de Lima Barreto.

Nome e sobrenome fazem supor tratar-se de um bem-nascido filho de algo. No entanto, inversamente para Lima Barreto, foi transferido para o seu signo identificador apenas as qualidades degenerativas de alcoólatra, freqüentador assíduo dos botequins da época e hóspede algumas vezes do Hospício (hoje, Faculdade de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro, na Praia Vermelha).

As qualidades de romancista da Primeira República esvaeceram-se sufocadas pela sua origem étnica e social. Sua agudeza na observação da alma dos políticos brasileiros, de sua visão crítica das instituições sociais e dos fatos históricos, estes quase sempre vistos como pálidos acontecimentos que se desenrolavam sem a protagonização do povo, logo, sem o seu aval, não poderia calar agradavelmente no íntimo dos leitores, muitos deles visualizando-se nas personagens retratadas.

Nascido na data que seria, sete anos depois, a da libertação dos escravos, paradoxalmente, permaneceu Lima Barreto, enquanto viveu, acorrentado ao universo preconceituoso e caricatural da vida brasileira que reproduzia mimeticamente nas suas obras e, em conseqüência, ignorado pela sociedade que lhe servia de mote.

Se ainda vivesse o escritor, muitos volumes teria de acrescentar a seu Bruzundangas. Os antropônimos contemporâneos - quase sempre os mesmos - que dominam as várias áreas de atividades do país e que são assíduos protagonistas dos noticiários jornalísticos, fornecer-lhe-iam matéria de primeira qualidade para continuar a sua análise chargístico-psicanalítica da sociedade e política brasileiras.

É difícil compreender por que razão há um certo desapreço pelas obras desse autor até mesmo nos centros de estudos específicos de literatura. A idiossincrasia que se manifesta contra determinados nomes (Humberto de Campos, Jorge de Lima, Mário Quintana, Cruz e Souza) faz afastar, por desconhecê-los, os potenciais leitores, inclusive os dos Cursos de Letras.

Pelo que foi analisado acima, não se pode ignorar que um antropônimo, desde que sustentado por um lastro de poder (econômico, financeiro, político), tem a faculdade de liberar caminhos, para outros difíceis de transitar. Para obter o desembaraço da caminhada, não é preciso, em muitos casos, citar o nome de família do apadrinhador, é suficiente o de batismo, o que demonstra o domínio por ele mantido na sua jurisdição. É a “técnica da bondade, mais política, mais assimiladora.” (HOLANDA, 1988: 106)

A constante permuta de favores sempre faz prevalecer interesses mútuos e o uso do prenome é a senha que faz crer a outrem a existência de uma relação de intimidade que nem sempre é verdadeira. Aliás, esse é o tipo de ‘cordialidade’ brasileira sobre a qual discorre Buarque de Holanda. É mais uma das tradições portuguesas, legada como herança aos brasileiros e que demole as barreiras comportamentais e encurta psicologicamente as distâncias existentes entre pessoas até então desconhecidas. É um meio de eliminar as coercitivas formas rituais de civilidade que atrasam, para os envolvidos, a presteza do acordo.

Reitera-se aqui que o nome e, no caso em questão, o apelido, não se constroem sozinhos, necessitam do trabalho intenso de seu portador, para que, independente dele, tornem-se referências do seu ser, do seu agir , do seu pensar.

A área política, apesar do conceito que se tenha dela, é pródiga de nomes historicamente reconhecidos pelo valor de sua atuação pública e lembrados quase sempre ns situações angustiosas e críticas, semelhantes às que enfrentaram em suas épocas de atuação. Em contrapartida, outros querem, desejam, intentam ingressar nesta mesma área, sem a devida ponderabilidade onomástica, desconhecendo o fato de que um bom título é prenúncio de um bom filme. Assim, ao percorrer-se a lista de candidatos a cargos eletivos nas últimas eleições (JORNAL DO BRASIL, 2002), encontraram-se formas infantis de arranjos sonoros como Cila, Bola, Lili, Zoca, Kao, Tutuca, Joca, Bisol, Zoinho, Titinho, Val, Dica, Mica, Kiko, entre vários outros do mesmo estilo, soltos no espaço, sem o referencial sobrenome de família, solitários na sua síntese identificadora, abandonados aos próprios sons das consoantes e das vogais.

Se o nome pessoal era, para os egípcios da Antigüidade, algo mais do que um sinal de identificação, em razão de haver entre o nome e o indivíduo uma relação mágica, cósmica, carregada de simbologia, compreende-se que os nomes estigmatizados historicamente tendem a permanecer como um ferrete indelével na memória dos homens. Estes, tementes às forças desconhecidas, não ousariam - já que o nome para os Antigos era uma coisa viva -, reviver na sua prole a saga nefasta dos que os carregaram originalmente.

Porém, como ficam aqueles, já esquecidos de seus próprios nomes, habituados que estão às reduplicações silábicas dos apelidos? Assim tornaram-se conhecidos, assim conquistaram um espaço social que, talvez, com o nome verdadeiro, nunca tivessem ocupado.

A conclusão a que se chega, após a observação desses dados antroponímicos, é que o homem brasileiro - na representação mais autêntica da nação - não se apercebeu de que é na organização de um núcleo familiar que se começam a estabelecer as características personalíssimas da herança genética e da herança social.. Isso porque, está ainda despojado das filigranas culturais que conformam povos historicamente mais antigos. Assim, a idéia do clã é algo que não se esposa com a natureza irrequieta, um tanto infantil, um tanto adolescente, um tanto imatura desse povo que parece crer que família seja um aglomerado de avós, pais e filhos, reconhecidos, apenas, pelos Zés, Dudus, Caês, Dudas e tantos outros hipocorísticos que os identificam. A simbologia do patronímico como marca de sangue que deve ser dignificada pelas gerações sucessivas não faz parte das preocupações das gentes, ainda no fulgor dos seus quinhentos e três anos de vida.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CHEVALIER, Jean e GHEERBRANT, Alain. Dicionário de símbolos. 12ª ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1998.

CUNHA, Euclides da. Os sertões. Rio de Janeiro: Edições de Ouro, MCMLXVI.

ECO, Umberto. Semiótica e filosofia da linguagem. São Paulo: Ática, 1991. (Fundamentos, 64).

HOLANDA, Sérgio Buarque de. Raízes do Brasil.. 20ª ed. Rio de Janeiro: José Olympio Editora, 1988.

JORNAL DO BRASIL. Guia do eleitor (encarte). Rio de Janeiro, out. 2002.

VARNHAGEN, Francisco Adolfo de. História do Brasil. São Paulo: Melhoramentos/MEC, 1975, T. II.

VASCONCELLOS, José Leite de. Antroponímia portuguesa. Lisboa: Imprensa Nacional, 1928.