O Futuro das Línguas Inglesas

Rafael Lanzetti (UFRJ)

Há três anos, trabalhava como professor de inglês no Projeto CLAC - UFRJ, um Projeto de extensão voltado para a formação de professores de línguas, no qual se oferecem aulas às comunidades interna e externa da Faculdade de Letras da Universidade Federal de Rio de Janeiro, com mais de 4000 alunos. Era responsável por mais de 60 professores de língua inglesa e arranjava substituições toda vez que um deles precisava faltar. Numa ocasião, uma jovem professora, sem muita experiência, estava substituindo um colega seu, ensinando uma das coisas mais difíceis que alguém pode ensinar em inglês - Receitas, Comida e Preparação de Comida, devido às milhares de expressões e idioms em inglês para descrever, por exemplo, as infinitas variações de um ovo frito. Os alunos faziam toda sorte de perguntas complexas demais para que ela pudesse respondê-las. Num certo ponto durante a aula, a jovem professora disse a si mesma: "Não posso mais agüentar essa situação. Se eu não souber a resposta para a próxima pergunta, eu vou inventar uma palavra, mas direi algo!”

Um aluno, então, sentado na primeira fileira de carteiras, lhe perguntou (e sempre há um aluno assim): o "Teacher, (em inglês brasileiro é comum utilizar-se o termo teacher como vocativo), como se diz bacalhau em inglês?” Ela não sabia. Pensou durante algum tempo e acabou soltando: "Hm... é SALTFISH!” E então, um aluno sentado no canto mais afastado dentro da sala de aula (e sempre há um aluno assim também), com um dicionário nas mãos, procurou a palavra bacalhau e achou a tradução - cod fish. Levantando a mão, disse: "Mas professora, não é CODFISH?” Depois de se refazer por uma fração de segundo, a professora gritou: "Sim! É claro que é! Se diz SALTFISH no sul dos Estados Unidos e CODFISH no Norte!" Depois da bronca, tanto professora quanto alunos pareciam ter ficado satisfeitos.

O mais interessante é que estava conversando com um amigo meu, professor de inglês, nascido em Trinidad e Tobago (portanto, um falante nativo de inglês) e, depois de lhe contar a história, ele pacientemente me revelou seu segredo: “Ya know, man, in Trinidad nobody says CODFISH, everybody calls the poor fish SALTFISH!”

O que nos ensina essa historinha? Ela nos ensina que, quando falamos da e sobre a língua inglesa, não se pode dizer ISSO é ISSO e AQUILO é AQUILO pois, a cem quilômetros de distância de lá, a situação lingüística, social e étnica pode ser completamente diferente.

O inglês é a língua mais disseminada do planeta. Nunca uma língua foi tão falada, em tantos lugares diferentes, como o inglês é hoje. Nem mesmo o latim, nem o francês, nem o grego. O inglês é a mais internacional das línguas de toda a história da civilização humana.

A primeira pergunta que me vem à mente quando falo sobre a língua inglesa é: quantas pessoas falam inglês? Às vezes, temos a nítida impressão de que todo o mundo fala inglês. Minha pergunta é: isso é mesmo verdade? Para encontrar a resposta, precisamos, no entanto, considerar três modos de adquirir um idioma, em nosso caso específico, o inglês - como PRIMEIRA LÍNGUA, como SEGUNDA LÍNGUA e como LÍNGUA ESTRANGEIRA.

Quantas pessoas falam inglês como PRIMEIRA LÍNGUA? Ou: quantas pessoas falam inglês como língua materna? E, para não ser feminista, como língua paterna; para não ser machista, como língua natal? A resposta é: não sei. Ninguém sabe, é impossível saber. Por quê? Porque nenhum país do mundo, com poucas exceções, mantém censos lingüísticos. Nenhum país conta quantas pessoas dentro de seus limites políticos falam um determinado idioma. Exceções são o Canadá e Suíça, entre outros, países que têm que saber quantas pessoas falam cada um dos seus idiomas oficiais. Caso contrário, não há nenhum modo de saber quantas pessoas nos Estados Unidos, por exemplo, fala inglês como primeira língua.

Ademais, o que significa falar inglês como língua materna? O inglês como língua materna é falado em lugares onde o inglês é aprendido em casa, com seus pais, é falado nas ruas, é usado como o ou um dos idiomas oficiais naquele país. Aproximadamente vinte países no mundo usam o inglês como o primeiro meio de comunicação nativo. Os exemplos mais importantes são (por número de falantes): os EUA, Canadá, as Grã-Bretanha, Austrália, Nova Zelândia, entre outros.

Mas a pergunta anterior ainda não quer calar: quantas pessoas falam o inglês como primeira língua? Novamente afirmo não haver nenhum modo de saber. Podemos, no entanto, adivinhar - e é para isso que servem as estatísticas. As estatísticas dizem que de 200.000.000 a 600.000.000 de pessoas no mundo falam o inglês como língua materna. Por que há um abismo tão grande entre o número mais baixo e o mais alto? Devido à existência de pidgins e creoles - dezenas, senão centenas de variedades de inglês ao redor do globo. Se nós os contarmos, consideramos o número mais alto. Se não o fizermos, consideramos o mais baixo. O que lingüistas geralmente fazem é, e é este o número que vemos citado na maior parte das vezes, fazer a média aritmética, 400.000.000. Quatrocentos milhões de pessoas falam o inglês como língua materna no mundo. E, por vezes, temos a impressão de que o inglês americano domina o mundo. Por quê? É porque realmente o domina. Quando falamos de inglês como primeira língua, duas a cada três pessoas no mundo falam a variedade americana, devido à gigantesca população dos Estados Unidos.

E assim chegamos ao segundo modo de adquirir um idioma: inglês como segunda língua. O inglês como segunda língua é falado em lugares onde não é o idioma que os bebês aprendem com os pais, geralmente não é o idioma que usam para se comunicarem com os amigos e família, mas é aprendido na escola, é o ou um dos idiomas oficiais no país ou tem um status especial. Todos os documentos oficiais desse país são escritos em inglês e reuniões oficiais para assuntos governamentais geralmente são feitas em inglês. Bons exemplos são as ex-colônias britânicas na África, como: Nigéria e África do Sul, e outras colônias como a Índia e Jamaica.

Quantas pessoas falam o inglês como segunda língua? A resposta é: não sei. Ninguém sabe. É impossível saber. Podemos, no entanto, adivinhar uma vez mais, mas a adivinhação agora é ainda mais difícil, pois lidamos com a questão da fluência. Que nível de fluência alguém deve possuir para poder ser contado como falante de inglês? Digamos, alguém tem 100% de fluência em inglês: "Ok, nenhum problema, esta pessoa é um falante de inglês”. 90%? "Sem problemas. A maioria das pessoas que falam bem o inglês tem uma fluência de 90%.” 80%? "OK, não há problema, essa pessoa também pode ser contada.” 70%? “Certo." 60%? "Hm... OK". 50%? “Hmmm...” 40%? "Não! Esta pessoa não sabe o bastante inglês para poder ser contada como um falante de inglês ainda.” A verdade é, no entanto, que ninguém pode estabelecer tais números, não podemos medir fluência, não há nenhum número que indique precisamente o quão bem uma pessoa domina um idioma.

Não obstante, estatísticas dizem de 300.000.000 a 500.000.000 de pessoas falam inglês como segunda língua no mundo. Tiramos novamente a média - 400.000.000 de pessoas falam o inglês como segunda língua ao redor do globo. Não é interessante? 400.000.000 falam o inglês como língua materna, 400.000.000 o falam como segunda língua. Porém, estou completamente seguro de que, por causa do crescimento da população em países como a Nigéria e especialmente em Índia, onde a população cresce a uma taxa de 4% ao ano (compare com o 1.0% na Inglaterra), que o número das pessoas que falam o inglês como segunda língua já é maior que o número de pessoas que o falam como primeira. O que isso significa? Significa que a língua inglesa não pertence mais somente aos britânicos e americanos. Pertence a nós, seres humanos que não falam o inglês como língua materna, que foram submetidos a um processo antinatural para adquirir este meio de comunicação, que levou tempo, dinheiro, paciência e suor (e lágrimas). O inglês pertence à raça humana. Pertence a todo o mundo e a ninguém, ao mesmo tempo.

Por último, quantas pessoas falam o inglês como idioma estrangeiro? O inglês é falado como idioma estrangeiro em lugares onde não é a primeira língua que os bebês aprendem em casa, não é um idioma oficial no país nem tem um status especial. É talvez o primeiro ou o segundo (talvez o terceiro) idioma estrangeiro que as pessoas desse país aprendem, principalmente na escola ou em cursos de idioma. Bons exemplos de países onde o inglês é falado como idioma estrangeiro são: virtualmente todos países europeus, os países da ex-União Soviética, América Central e do Sul e China, entre outros. Quantas pessoas? A resposta é, mais uma vez: não sei. Ninguém sabe. É impossível saber. E uma vez mais a pergunta tange a questão da fluência. De acordo com o Conselho Britânico, há 1 bilhão pessoas aprendem o inglês só na China. Mas quantos deles podem ser contados como falantes de inglês? Um terço? Um quarto? Ninguém sabe ao certo. As estatísticas dizem que mais de 600.000.000 de pessoas falam inglês como idioma estrangeiro no mundo. Uma vez mais fica claro a nós que os falantes não-nativos de inglês de longe excedem em número aos que adquiriram o inglês como língua materna.

Se somarmos todos os números e arredondarmo-lo para cima, descobriremos que 1.5 bilhão de pessoas falam o inglês no mundo. 1.500.000.000. É, sem dúvida, um número extraordinário. Porém, podemos dizer que todo o mundo fala inglês? Se consideramos que a população mundial alcançou a marca temerosa de 6 bilhões de pessoas no começo do ano 2001, chegamos à conclusão de que a resposta é NÃO, nem todo o mundo fala inglês, apenas 1 pessoa em 4, um quarto da população no mundo fala inglês. Professores de línguas, não se preocupem. Vocês têm bastante trabalho para o resto de suas vidas!

No entanto, por que temos a impressão de que todo o mundo fala inglês? Porque há certas avenidas no mundo onde todo o mundo fala inglês. Quando viajo a um país na Europa, à Suíça, por exemplo, observo claramente tal fenômeno. No aeroporto todos falam inglês, no hotel todo o mundo fala inglês, nas lojas por perto, todo o mundo fala inglês, ao longo da avenida central, em pontos turísticos, todos falam inglês. Não é necessária, no entanto, uma viagem de mais de 30 minutos através do país em direção à zona rural da Suíça para encontrar as outras 3 entre 4 pessoas que não podem dizer uma única palavra em inglês, e com quem você não consegue se comunicar se não puder vomitar uma das centenas de variações de Grüezi e Grüessech. Porém, um quarto da população mundial fala o inglês - tal situação lingüística jamais tinha ocorrido em toda a história da civilização humana.

A segunda pergunta que me vem à mente quando penso sobre a língua inglesa é: por que o inglês? Quatrocentos anos atrás o inglês era falado na Inglaterra e somente na Inglaterra, por 4 milhões de pessoas. Naquela época, um famoso historiador chamando Malcaster escreveu um livro sobre os idiomas importantes para se saber se a pessoa quisesse viajar ao redor da Europa. Malcaster escreveu: "O latim é importante se você quiser viajar ao redor do Continente, o francês é importante, o holandês (por causa do comércio têxtil) é importante, mas o inglês é “...completamente inútil para além de nossas costas. E até mesmo dentro de nossas costas ele não é tão usado assim.” Malcaster escreveu tal coisa em 1582, mas que ano para fazer tal afirmação, pois vinte anos depois as primeiras expedições para o Novo Mundo voltavam para a Inglaterra trazendo palavras novas, conceitos novos, vida nova. Palavras como moccasy, que os expedicionários tinham aprendido com os índios de lá. O inglês era falado na Inglaterra e somente na Inglaterra e, de repente, começou a ser falado além mar. Ademais, Malcaster escreveu tal coisa porque o inglês não tinha qualquer literatura. Claro, eles tinham Father Chaucer, mas Father Chaucer era muito difícil de ler, escrito em uma variedade complexa que ninguém entendia mais (o Middle English). Mas, uma vez mais, que ano para fazer tal afirmação, pois foi exatamente naquela década que um jovem de Stratford-upon-Avon decidiu se mudar para Londres para começar sua carreira como ator e dramaturgo. William Shakespeare não só revolucionou a literatura inglesa, mas a língua inglesa. Hoje a Literatura inglesa é uma das mais extensas e mais ricas do mundo.

Se perguntamos a pessoas comuns por que o inglês é o idioma internacional do mundo de hoje, receberemos respostas interessantes. Prof. David Crystall, lingüista da Universidade de Cambridge, nos anos 30, mantinha um programa de rádio na BBC, o qual também apresentava, chamado Follow me. Ele ia para as ruas e perguntava às pessoas: "Com licença, senhor. O inglês um idioma muito importante é hoje, não é?” “Oh, certamente”, a pessoa respondia. “Sim, mas por quê?” Alguns diziam: “É óbvio, é porque o inglês é o idioma mais bonito do mundo” (Obviamente a afirmativa é ridícula. Todos sabemos que o idioma mais bonito do mundo é o português brasileiro...). Outros diziam: “É porque o inglês é o idioma mais lógico que existe (não posso, como lingüista, pesar assim, por razões óbvias, como seu sistema ortográfico...)”. Uma outra pessoa dizia: “É porque o inglês não tem nenhuma gramática”, e acrescentava: “Eu me lembro de minha época terrível na escola, quando tive que aprender esses idiomas horríveis com terminações como francês e alemão e latim, FEMINA, FEMINAM, FEMINORUM, essas palavras que eram masculinas, outras que eram femininas e outras ainda sem nenhum sexo... o inglês não tem nenhuma terminação, o inglês não tem nenhuma gramática!” Se levarmos em consideração a Comprehensive Grammar of the English Language, escrita por Quirk, um livro de 2800 páginas que não pode ser levantado com uma só mão, pois a pessoa tem que usar ambas as mãos para fazê-lo, descobriremos o quanto de gramática possui a língua inglesa - ela tem 2.4 Kg de gramática!

Estas razões, dadas por pessoas leigas comuns, não se aplicam obviamente à pergunta que ainda não cala: Por que o inglês? Um idioma se torna um idioma internacional por um só motivo, e este é o poder das pessoas que o falam.

Este poder pode ser manifestado de pelo menos três modos: poder militar - durante o grande Império Britânico, onde o Sol nunca se punha, os colonizados não aprendiam o inglês porque eles gostavam dele, mas porque havia um rifle apontando para suas cabeças e um soldado atrás dizendo: “Se você não aprender a se comunicar comigo eu atiro.” Poder Econômico - depois da primeira metade do século de XIX, durante a grande Revolução Industrial, a Inglaterra se tornou o país mais rico do mundo. Todos migravam para a Inglaterra a fim de comprar as novíssimas máquinas, aprender a operá-las, consertá-las, e o inglês se tornou o idioma mais falado da Europa. As guerras mundiais deixaram claro que os Estados Unidos se tornariam a nação mais rica do planeta, a mais poderosa, que disseminaria suas bandeira e cultura, e seu idioma. Poder cultural - talvez o mais perigoso. Hoje tudo está em inglês, e tudo inclui controle de tráfego aéreo, regulamentos de segurança, livros, revistas, filmes, meios de comunicação de massa, pesquisas científicas, a Internet, música etc. Toda facilidade tecnológica ou foi criada em um país de língua inglesa ou desenvolvida por um. Um bom exemplo é a Internet. Foi criada na Califórnia, EUA, um país de língua inglesa. O Cinema, no entanto, foi criado na França, pelos irmãos Lumière, mas vinte anos depois de sua invenção onde estava o Cinema? Em Holliwood, e hoje 90% de todos os filmes no mundo são em inglês.

O que acontece a um idioma quando é tão falado, por tantas pessoas em tantos lugares diferentes? Ele começa a fragmentar-se, diversificar-se, os NEW ENGLISHESestão eclodindo. Variedades novas, vocabulários novos, estruturas novas, novos dialetos estão surgindo. Tal assunto é por demais recente, entretanto. Vinte anos atrás nenhum professor no mundo dava palestras sobre isso. Tudo está mudando muito depressa, às vezes depressa demais para que a ciência lingüística consiga acompanhar.

No futuro, pode ser que todo o mundo fale inglês e ninguém entenda um ao outro, e o mundo será dominado por um grande e terrível caos lingüístico.

Felizmente, forças unificadoras como a televisão, o rádio, os jornais e a Internet sempre contribuirão para a compreensão mútua. Não obstante, Prof. Quirk propôs um modo novo de enfrentar e pensar a língua inglesa. O inglês deve ser unificado para permanecer compreensível e, enquanto o mundo se torna uma aldeia global onde tudo deve ser rápido e preciso, o inglês deve permanecer um meio de comunicação transparente, flexível e simples.

O NUCLEAR ENGLISH, como ele o chamou,

· Contém um núcleo de estruturas e vocabulário composto de uma variedade transparente e internacional de inglês;

· Elimina todas as características que dispensáveis, como as tag questions (“isn’t it?, aren’t they?” etc.) que poderiam ser substituídas por uma única forma (“right?”);

· Utiliza lexemas globais e transparentes;

· É mais fácil de aprender que qualquer outra variedade de full English;

· Atende às necessidades comunicativas de seus usuários;

· É capaz de ser “expandido” para usos mais avançados.

Esta variedade neutra, simples de inglês é absolutamente necessária se o mundo quiser manter o comércio internacional, a comunicação via Internet, os meios de comunicação de massa e o trabalho científico em atividade. Pode ser então possível que, no futuro, todo o mundo será bilíngüe em inglês - o indivíduo falará sua própria variedade local de inglês, com seus vocabulário, sintaxe, sotaque e pronúncia, entonação, estilo e pragmática particulares (como o inglês brasileiro carioca), e o Inglês Internacional, ou Nuclear. Então, no futuro, ao ver um turista na Praça da Cinelândia com um mapa em mãos, quebrando a cabeça para encontrar seu próximo ponto turístico, você poderá pedir-lhe licença perguntar-lhe: “Do you need any help, sir?” e, ao receber um yes, please como resposta, “Sorry, do you speak American, British or International?”

Referências Bibliográficas

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