A SITUAÇÃO ATUAL
DAS
LÍNGUAS MINORITÁRIAS NA EUROPA

João Bittencourt de Oliveira (UERJ e UNESA)

 

INTRODUÇÃO

Nosso trabalho tem por objetivo apresentar, de maneira sucinta, a situação atual das línguas minoritárias na Europa.

Partindo de uma síntese diacrônica, procuraremos analisar, com apoio em trabalhos de renomados lingüistas, as cerca de vinte línguas desse grupo (algumas inclusive com variantes dialetais) que ainda se falam em várias regiões da Europa e que se distinguem das demais pelo sistema de fonemas e pelo sistema de formas, bem como pelos padrões frasais (colocação sintático-gramatical, concordância, variantes etc.).

Quanto aos ramos lingüísticos, distribuem-se essas línguas entre românicas, célticas, germânicas, eslavas, uma semítica: o maltês e uma isolada: o basco.

Pelo menos três fatores nortearam nosso critério de classificação dessas línguas: 1) o número reduzido de falantes, 2) as áreas geográficas em que são faladas, e 3) a concorrência das línguas nacionais ou das línguas de maior "prestígio", em muitos casos impostas pela mídia ou por decisões de caráter político. Muitas, dentre elas o basco, o catalão e o galego, todas faladas por um maior contingente em território da Espanha, foram alvo de violenta repressão no período da ditadura do General Franco (de 1937 até meados dos anos 50).

Nas últimas décadas, porém, tem havido grandes esforços por parte de entidades internacionais, inclusive com apoio da UNESCO, para a preservação ou até mesmo a revitalização dessas línguas.

 

LÍNGUAS ROMÂNICAS

Denominam-se línguas românicas (ou neolatinas) as que se formaram do latim vulgar.

Dentre os diversos critérios de classificação das línguas românicas, a enumeração de Meyer-Lübke (1901) parece-nos a mais convincente. Vindo do Leste para Oeste, o famoso filólogo suíço assim apresentou as línguas românicas: romeno, dalmático, reto-romano (também conhecido como rético), italiano, sardo, provençal, francês, espanhol e português.

É bem verdade que do ponto de vista diacrônico, não se trata de nove línguas e sim de nove sistemas de dialetos, pois cada uma representa, de fato, um conjunto de dialetos, e um desses, por desfrutar de maior prestígio político ou literário se tornou a língua nacional.

Desse modo, o espanhol baseia-se no dialeto de Castela (daí a sua denominação el castellano); a língua francesa baseia-se principalmente no dialeto de Paris (dialeto da Íle- de-France) que, a partir do século XV, conquistou definitivamente a supremacia inclusive sobre o provençal no sul da França; o florentino (dialeto de Petrarca e Boccaccio) serviu de base para o italiano escrito.

Às nove línguas de Meyer-Lübke devemos acrescentar, no estágio atual, pelo menos mais duas: o catalão e o galego.

É a seguinte a distribuição geográfica das línguas minoritárias da família românica:

 

O provençal

O provençal ou occitânico originou-se de um dos dialetos da língua de oc, e, sobretudo, do antigo provençal (proensal), ou língua dos trovadores medievais (séculos XII-XIII).

Ao domínio dos dialetos provençais pertencem a Provença, o Languedoc1 (região da antiga França ao sul da Guyenne ao norte do Roussilon), o Auvergne, o Limousin.

O provençal é falado nas comunidades rurais do sul da França por cerca de 1.500.000. Todos os falantes do provençal usam o francês como língua oficial e cultural.

A situação atual do provençal é um tanto paradoxal. Por um lado, existem pessoas, principalmente as mais idosas, que ainda falam a língua na convivência diária, porém são incapazes de lê-la ou escrevê-la. Por outro lado, devido aos movimentos e associações que apóiam a revitalização de línguas minoritárias na Europa e na França, o provençal vem cada vez mais sendo ensinado nas escolas bilíngües, nas escolas públicas primárias, nas escolas secundárias e até em algumas universidades. Contudo, uma grande incerteza permanece: será que os alunos que estudam a língua irão usá-la em sua comunicação diária?

Como sustenta LAUSBERG (1981: 33), ao lado do provençal ocupa uma posição em certo sentido particular o gascão (béarnais), entre o Garona e os Pirineus, que entre os trovadores passa por língua independente, a par do provençal. O gascão é falado por cerca de 250.000 pessoas.

 

O catalão

Durante a Idade Média o catalão desenvolveu uma língua escrita (século XII a XV), que se impôs ao Sul da Itália, quando foi do domínio sobre Nápoles, e a Sicília. A partir do século XV começou a sofrer concorrência do castelhano, como língua escrita. Seu reflorescimento como língua literária foi retomado no século XIX.

O domínio do catalão compreende mais de seis milhões de pessoas na Catalunha na costa norte-oriental da Espanha e nas Ilhas Baleares (Maiorca, Minorca e Ibiza). Compreende ainda a Catalunha Francesa.

O catalão comporta algumas variedades dialetais e subdialetais principalmente no aspecto da fonética. Essas diferenças dialetais, entretanto, não afetam a notável unidade do catalão literário. O catalão é atualmente usado em várias universidades da região.

 

O galego

O galego é uma das cinco línguas que se falam na Península Ibérica: quatro delas são românicas (o português, o galego, o espanhol ou castelhano, e o catalão), a quinta, de origem controversa (o basco ou euskera). É falado por uma população de aproximadamente três milhões de habitantes na Galiza (em espanhol, Galícia), região do noroeste da Espanha, correspondente às atuais províncias de La Coruña, Lugo, Orense e Pontevedra. A estes acrescentam-se cerca de 1.500.000 galegos que vivem em diversas partes do mundo e outros habitantes castelhanos e portugueses das áreas limítrofes.

A Galiza foi, com as Astúrias, o ponto de partida da reconquista da Península Ibérica aos mouros. Afonso VII, rei da Galiza, Leão, Castela e Estremadura, foi coroado imperador da Espanha em 1135.

O processo de normatização do galego tem provocado controvérsias entre os que defendem a situação atual da língua e os que desejariam uma maior aproximação ao português.

Existe uma Academia da Língua Galega e as publicações literárias vêm crescendo de maneira quantitativa e qualitativa nas últimas décadas.

 

O reto-românico

O reto-românico (também conhecido como rético) é um nome coletivo de três grupos de dialetos românicos falados por menos de um milhão de pessoas nas regiões montanhosas na Suíça2 , na Áustria e na Itália. Esses dialetos não se encontram geograficamente ligados, mas apresentam características comuns que os distinguem dos dialetos do norte da Itália. Compreende um grupo ocidental, nos Grisões, onde tem o nome especial de romanche (Rumantsch Grischum); um grupo central, o tirolês, no Tirol (Áustria e Itália); e um grupo oriental, o friulano, no Friul (Itália).

Os atuais dialetos reto-românicos são resíduos de uma colonização românica, nas zonas de retirada, que se estendeu antigamente em continuidade geográfica pelos Alpes e pela região pré-alpina setentrional (Raetia, Vindelicia, Noricum). Os primeiros registros escritos datam de 1700.

O reto-românico é ainda falado por uma população que oscila entre 30.000 e 35.000.

Essa língua, com seus respectivos dialetos, vem perdendo terreno para o alemão e para o italiano, embora continue a ser o principal meio de educação da região. Nos últimos anos tem havido tentativas de sua revitalização cultural. A Liga Romanche vem se empenhando nos trabalhos de documentação da língua.

 

O sardo

O sardo é uma língua românica falada na Sardenha, ilha italiana, ao sul de Córsega.

Explorada, desde a Idade do Bronze, por suas minas, a Sardenha foi importante estabelecimento fenício e púnico a partir do século VII a.C. Em 1718, o Duque de Savóia tornou-se rei da Sardenha. Desde então a ilha foi parte integrante dos “Estados Sardos” (Piemonte, Savóia, Sardenha). Em 1861 foi incluída no Reino da Itália, e, em 1948, transformada em região autônoma.

O sardo não desenvolveu uma língua escrita, salvo alguns raros documentos medievais redigidos nos dialetos sardos e alguns livros da Bíblia (1861-1862).

LAUSBERG (1981: 39) divide a Sardenha em três zonas lingüísticas: no sul fala-se o campidanês, na fixa central o arcaico logudonês e os dialetos centrais (Bitti e Nuoro, ainda mais arcaicos); o norte é preenchido por dois dialetos: o sararês no oeste e o galurês no leste.

Ao todo, cerca de 1.500.000 pessoas falam o sardo. A língua é ininteligível para a maioria dos italianos e causa uma impressão acústica mais aproximada ao espanhol do que ao italiano. Ultimamente, tem havido um movimento crescente para reconhecer o sardo como herança lingüística e cultural da região.

Não há, até o presente, nenhum registro de produção literária, nem mesmo um jornal em sardo.

 

LÍNGUAS CÉLTICAS

As línguas célticas constituem um dos ramos da família indo-européia. O habitat primitivo dos celtas foi, como opinam a maioria dos lingüistas, o sudoeste da atual Alemanha, de onde se viram impelidos para a Gália3, para a Espanha, para as ilhas Britânicas, até que, por fim, foram submetidos pelos romanos (século II a.C. - século I d. C). Um outro grupo dirigiu-se para uma região da Ásia Menor fixando-se na Galácia ( mencionada no Novo Testamento da Bíblia Cristã), onde foram derrotados por Átalos I em 241 a.C. Foi na Bretanha, no País de Gales e na Irlanda que o tipo e a língua dos celtas melhor se conservaram.

Os lingüistas costumam dividir as línguas célticas em três grupos: o continental, gaulês ou celta-comum, (extinto nos primeiro séculos de nossa era, deixando por memória apenas algumas raras e obscuras inscrições e alguns topônimos) e os insulares, o britônico e o gaélico.

O britônico, que parece ter coberto toda a Grã-Bretanha, recebeu marcada influência romana durante a ocupação (43-410) e, a partir do século V, sofreu forte e desvantajosa concorrência dos anglo-saxões (povos germânicos que invadiram as ilhas). Continuou em três descendentes: o galês, o córnico e o bretão.

O gaélico, atestado no século V de nossa era, é empregado no interior da Irlanda (onde recebe o nome de gaélico irlandês ou simplesmente irlandês), no interior da Escócia (onde recebe o nome de gaélico escocês) e, em situação crítica na Ilha de Man (o manx).

 

O gaélico escocês

O gaélico escocês é a língua céltica empregada no interior da Irlanda e nas regiões montanhosas do norte da Escócia. É atestado desde o século V d.C. Com a crescente influência do inglês do norte, o uso e o prestígio do gaélico começou a declinar e desde o século XII tem havido uma retração gradual. Fatores políticos, pressões sociais e políticas educacionais vêm combinando esforços para impedir que a língua entre em processo de extinção. A partir das últimas décadas do século XX, algumas medidas, ainda que tímidas, têm sido tomadas para sustentar o gaélico, encorajar as políticas bilíngües e incluí-lo no currículo das escolas.

No censo de 1981, havia pouco mais de 80.000 falantes do gaélico escocês, dos quais menos de 1.000 com idade inferior a cinco anos.

A língua é ensinada em três Universidades escocesas, duas das quais (Edinburgh e Glasgow) possuem uma cadeira de céltico.

 

O gaélico irlandês

O gaélico irlandês (ou simplesmente irlandês) foi a única língua falada na Irlanda até o século XVII, mas a dominação do inglês, os efeitos da fome do século XIX e a emigração contribuíram para seu brusco declínio. Conforme o censo de 1981, mais de 5.000 pessoas falam somente o irlandês e mais de um milhão empregam o irlandês e o inglês. Quando o Estado Livre Irlandês foi estabelecido em 1921, o gaélico passou a ser de responsabilidade do governo e a constituição do país tornou o irlandês a primeira língua oficial. O gaélico irlandês é ensinado nas escolas desde 1922, e uma gramática padrão foi produzida. Ultimamente tem havido um crescente movimento a favor da reforma do complexo sistema ortográfico da língua.

 

O manx

O manx (Chailckagh), falado na ilha de Man, no mar da Irlanda, mantém semelhanças com o irlandês e com o gaélico escocês. Foi provavelmente introduzido na ilha no século IV por colonos irlandeses e pode ter substituído uma língua anterior de estrutura semelhante ao galês. Nos séculos X-XIII, o manx sofreu influência do antigo norueguês, principalmente no léxico, porém continuou a ser o idioma principal da ilha até o final do século XVIII, quando o inglês começou a assumir um papel dominante.

Havia cerca de 5.000 falantes no início de século XX. Com a morte de Edward Maddrell, último falante nativo da língua, em 24 de dezembro de 1974, desapareceu mais uma língua indo-européia. Maddrell foi, nos últimos anos de vida, curador da aldeia de Cregneish, e encorajado pelos membros da Manx Society conseguiu gravar o que ainda lembrava dessa língua.

 

O galês

O galês é a língua céltica do País de Gales, conhecida pelos falantes nativos como Cymraeg. O galês e o bretão são as únicas línguas remanescentes do antigo britânico, subdivisão da família céltica. A língua britônica original era riquíssima em flexões; muitas delas desapareceram no galês. Outrora a língua principal do País de Gales e a língua literária desde o século VI, o galês começou a entrar em decadência a partir da ascensão de Henrique VII ao trono inglês em 1485.

Existem atualmente poucos falantes monolíngües do galês; cerca de 600.000 pessoas no País de Gales são bilíngües, ou seja, cerca de 25% da população.

A situação atual do galês parece relativamente estável. Organizações como a Society for the Welsh Language conseguiram salvar a língua da morte e estão se empenhando no sentido de assegurar para o galês um status oficial ao lado do inglês. No condado de Gwynedd, ao norte do país, é a língua oficial do governo local e aparece ao lado do inglês nas sinalizações de rodovias. É ensinado em todas as escolas e é utilizado como meio de instrução em algumas. Os defensores da revitalização do galês, entretanto, sustentam que aindamuito por fazer.

 

O córnico

O córnico (curnoack) é a antiga língua céltica de Cornwall (Cornualha, condado do sudoeste da Grã-Bretanha). Há pouca informação documentada sobre a língua antiga. O texto mais conhecido dos filólogos, Ordinalia (do final do século XIV), é uma trilogia de dramas em versos de 8.734 linhas ao todo. A língua começou a decair no período da Reforma, e sua última falante conhecida, Dolly Pentreath, da aldeia de Mousehole, faleceu em 1777. Em 1967 foi estabelecido o Conselho da Língua Córnica (Kesva Tavas Kernewek), cujo propósito é promover o estudo e a revitalização do córnico.

 

O bretão

O bretão (brezhonek), falado por cerca de 500.000 pessoas na Bretanha (região do oeste da França), é - juntamente com o córnico e o galês - uma continuação ininterrupta da antiga língua britônica da Roma Britânica. O bretão compartilha de muitos traços comuns a outras línguas neocélticas, mas é de particular interesse ao lingüista que é a única língua céltica que evoluiu completamente sem a influência da língua inglesa. É a única língua céltica ainda falada no Continente Europeu.

Através dos séculos, a soberania do francês, a língua oficial desde os tempos medievais, contribuiu de maneira decisiva para o declínio do domínio do bretão. O declínio do bretão como língua falada é considerado por muitos lingüistas como o mais dramático na Europa ocidental durante o século XX, principalmente no período que se seguiu a Segunda Grande Guerra (1939-45).

Em 1975 foi criado em Bruxelas (Bélgica) o Comitê Internacional de Defesa do Bretão, cujo objetivo é angariar fundos internacionais em apoio aos programas de resgate cultural dos bretões e o reconhecimento da língua como meio legítimo de expressão de um povo minoritário.

 

LÍNGUAS GERMÂNICAS

Distribuem-se em três subgrupos os falares germânicos: o gótico, o germânico setentrional ou nórdico, e o grupo germânico ocidental.

O gótico, atestado principalmente por uns fragmentos da tradução da Bíblia, realizada no século IV d.C. por Wúlfila, é hoje língua morta. O germânico setentrional ou nórdico, atestado no século III de nossa era por inscrições rúnicas, se multiplicou em dialetos, hoje tornados verdadeiras línguas, bem semelhantes entre si: o islandês, o norueguês, o sueco, o dinamarquês e o ferroês. O grupo germânico ocidental, consideravelmente menos uno que o nórdico, está hoje representado por várias línguas e dialetos, derivados uns do denominado alto-alemão (donde surgiu o atual alemão literário), outros do baixo-alemão (donde provém o atual holandês) e outros do frisão e do velho-inglês (donde se originou o inglês moderno).

As três línguas que se seguem são minoritárias.

 

O islandês

O islandês é a língua germânica da Islândia. Depois dos monges irlandeses (século VIII), os vikings aportaram à Islândia (século IX). A emigração escandinava, favorecida pelo rei norueguês Haroldo I, fez subir o número de habitantes a aproximadamente 40.000 no fim do século X. A ilha foi cristianizada nos séculos XI e XII, passou à tutela dos reis da Noruega em 1262 e, em 1380, juntamente com esta, à soberania da Dinamarca, que lhe impôs a revolução luterana (1550). Obteve sua autonomia em 1904 e sua independência em 1918.

Do islandês se possuem documentos literários medievais do mais alto valor, entre os quais ressaltam as famosas "sagas" 4, sogur: narrativas e lendas escandinavas, (c.1150-1350). Nesse período, de fato, as diferenças entre o norueguês e o islandês são insignificantes.

É, dentre as línguas germânicas, talvez a mais conservadora, preservada pelo isolamento e uma tradição orgulhosa de resistir a influências internacionais. O sistema de quatro casos e três gêneros é também melhor preservado do que em qualquer outra língua germânica. Outro traço peculiar ao islandês é a rejeição aos empréstimos: termos modernos são formados a partir dos elementos da própria língua. Assim, por exemplo, enquanto a maioria das línguas européias recorrem a versões de “telefone” e “rádio”, o islandês emprega os neologismos sími (a partir do termo que significa “linha”) e útvarp (literalmenteemissor” ). Graças a esse conservantismo, as sagas medievais são ainda compreensíveis aos falantes do islandês.

O islandês é falado atualmente por cerca de 300.000 pessoas.

 

O ferroês

Língua germânica falada por cerca de 47.000 indivíduos, nas ilhas Ferroês, região autônoma da Dinamarca entre Shetleland e a Islândia, ocupada primeiramente pelos noruegueses no século VIII. Guarda algumas semelhanças com o islandês e com o velho norueguês, este falado na Escócia até o século XVII, quando cedeu lugar ao gaélico (da família céltica). O ferroês, entretanto, sobreviveu e adquiriu uma forma escrita no século XIX. O dinamarquês é ensinado nas ilhas como segunda língua. Apesar da proximidade geográfica, o ferroês e o inglês têm exercido pouca influência uma sobre a outra.

A língua conserva os três gêneros e quatro casos: nominativo, acusativo, dativo e genitivo, este último pouco usado na língua falada. A base do léxico ferroês é de origem norueguesa, porém grande parte dos topônimos é de origem céltica.

 

O frisão

Conforme os mais antigos testemunhos, (Plínio, Tácito, Ptolomeu) o território dos Frisii se estendia do delta do Reno até o Ems (rio da Alemanha, que margeia a fronteira com os Países Baixos e desemboca no mar do Norte). Sua história nos séculos seguintes é pouco documentada. Diferentemente das tribos germânicas, os frisões não se movimentaram em grupos no tempo das Migrações dos Povos, mas permaneceram em suas velhas guaridas. Mais tarde tornaram-se mais expansivos e colonizaram as ilhas frísias do norte e a faixa costeira adjacente. Supõe-se que esse movimento rumo ao norte tenha começado no século IX. Os povoamentos ao leste do golfo de Jade ocorrem a partir do século XII. Desde o século XVII, quando a Frísia perde sua independência, entretanto, a área de domínio do frisão vem se contraindo.

Atualmente está representado por falares locais no norte da Holanda, em Oldemburgo, na ilha de Heliogoland, na costa do Slesvig e ilhas próximas, totalizando cerca de 300.000 indivíduos. Vem perdendo terreno para o holandês, apesar da educação bilíngüe.

 

LÍNGUAS ESLAVAS

As línguas eslavas distinguem na família indo-européia pelo caráter fortemente conservador, e, portanto, arcaico, da morfologia nominal, isto é, a maioria dessas línguas ainda mantêm tantos casos como no indo-europeu comum.

Costumam os lingüistas dividir essas línguas em dois grandes ramos: báltico e eslavo.

Do ramo báltico se cita o velho-prussicano, desaparecido no século XVII, o lituano e o letão.

No ramo eslavo5 distinguem-se três grupos: o meridional, o oriental ou russo e o ocidental. Fazem parte do grupo meridional os falares macedônicos e búlgaros, donde surgiu o atual búlgaro literário, o servo-croata, o esloveno e o macedônio. No subgrupo oriental encontramos o russo com suas variantes dialetais e o ucraniano. No subgrupo ocidental distinguem-se duas importantes línguas: o tcheco e o polonês (línguas nacionais). Nesse subgrupo podemos incluir o sorábio, língua minoritária.

Pelo menos duas línguas minoritárias da família eslava merecem nossa atenção.

 

O macedôneo

O macedônio (Mekedonski) é uma língua eslava aparentada com o búlgaro, falada ao sul da ex-Iugoslávia e norte da Grécia. É a língua oficial da atual República da Macedônia. Possui um total de dois milhões de falantes, incluindo 1.400.000 na própria Macedônia e cerca de 2.000.000 na Grécia. Os demais falantes distribuem-se entre a atual República da Sérvia, Albânia e Bulgária.

Por influência do grego, o macedônio possui um artigo definido (ausente nas demais línguas eslavas) posposto ao nome. Esse artigo possui três formas que exprimem valores mais ou menos dêiticos. Assim, temos: kniga = “livro, knigata = “o livro”, knigava = “o livro perto de mim’, knigata = “o livro ali ou ”.

A situação atual do macedônio pode ser assim resumida: o governo da Bulgária não reconhece a existência da língua alegando tratar-se de mero dialeto do búlgaro; o governo grego não reconhece o nomeMacedônio” aplicado a essa língua eslava, exigindo um outro nome para substituí-lo, para não perder a glória da Antiga Macedônia (dos tempos de Alexandre, o Grande); por fim, alguns sérvios consideram o macedônio apenas um dialeto do servo-croata.

Porém, os fatos lingüísticos tendem a confirmar que o macedônio é, de fato e de direito, uma língua separada das demais.

 

O Sorábio

O sorábio (srbi) pertence ao ramo ocidental das línguas eslavas. Mantém semelhanças com o tcheco, o polonês e o esloveno, porém retém alguns elementos do velho eslavo.

No século IX, a área ocupada pelos sorábios, povos eslavos de Lausitz (chamados Wandes pelos alemães), se estendia até o rio Saale (afluente do Elba). Em 928 caíram sob o domínio alemão e em 1002 dos poloneses. Em 1033 o território foi reconquistado pelos alemães, que passaram a impor severas restrições sobre os habitantes sorábios. Em 1635 Lausitz foi anexado à Saxônia e em 1815 o Baixo Lausitz foi transferido para a Prússia e a região passou a ser alvo de uma intensa campanha de germanização. Em 1949, Lausitz foi incorporado à República Democrática da Alemanha e os sorábios tiveram garantido o direito de usar sua própria língua e divulgar suas atividades culturais.

Conforme o último censo de 1981, cerca de 489.000 pessoas vivem na região dos sorábios dos quais apenas 15.000 empregam a língua na comunicação diária. Os demais falantes optam pelo alemão que exerce forte influência na região.

 

LÍNGUAS NÃO INDO-EUROPÉIAS

Das diversas línguas não indo-européias faladas no território europeu, duas se incluem entre as minoritárias: o basco e o maltês.

 

O basco

O basco (euskera) é a língua mais antiga entre as que se falam na Espanha e conta com cerca de 660.000 falantes (conforme o censo de 1991). Seu domínio territorial ocupa a maior parte do País Basco (Euskal Herria) na região ocidental dos Pirineus, do lado da França e da Espanha, em Navarra. É provável que outras línguas semelhantes ao basco eram também faladas na Europa ocidental antes da conquista romana: Gascônia, nome de uma província francesa, é de origem basca; o gascão apresenta muitos traços da influência basca.

O basco está entre as línguas mais complexas do ponto de vista morfossintático. Possui treze casos, alguns totalmente estranhos às línguas clássicas (latim e grego), como o ergativo (-k), comitativo (-ekin), o alativo (-ra), o destinativo (-rako).

Não possui gênero gramatical e nem classes de nomes. A morfologia nominal é ergativa. O sujeito de um verbo intransitivo e o objeto direto de um verbo transitivo ficam no "caso absoluto" (sufixo zero); o sujeito de um verbo transitivo fica no caso ergativo (sufixo -k).

A morfologia verbal é predominantemente perifrástica e possui marcadores de tempo, aspecto e modo.

A situação atual do basco é bem diferente a das demais línguas da Península Ibérica.

Em primeiro lugar, o basco é uma língua especial aglutinante, sem relação com as línguas indo-européias. A tentativa de se determinar uma família lingüística para o basco tem sido um grande desafio para os lingüistas de todos os tempos. Sabe-se, entretanto, que era falada antes da romanização da Península em uma ampla zona do Norte, entre os montes Cantábricos e o Vale de Arán.6

Em segundo lugar, o basco não possui a tradição literária secular das línguas românicas, os próprios bascos utilizaram o espanhol como língua de culturamuito tempo e o euskara esteve durante séculos encerrado a um ambiente familiar e rural.

A recuperação da língua, iniciada durante o século XIX, impulsionou uma literatura que vem tomando força e que conta com prestigiosos autores.

 

O maltês

O maltês, falado por cerca de 300.000 pessoas, é a língua oficial da ilha de Malta. O inglês também desfruta de um certo status oficial. O árabe e o italiano são também utilizados por pequenas comunidades.

O maltês desenvolveu-se a partir do árabe ocidental, porém apresenta marcas da influência das línguas românicas (via Sicília). É talvez a única língua de origem árabe que emprega o alfabeto latino.

Desde seu reconhecimento como língua oficial em 1934, a produção escrita nessa língua tem aumentado consideravelmente e existem na ilha canais de TV, estações de rádio e jornais que empregam o maltês como meio de comunicação, o que vem contribuindo de modo bastante positivo para afirmar o status de identidade desse povo.

 

CONCLUSÃO

Pudemos, assim, observar sucintamente a situação atual das línguas minoritárias na Europa. Vimos, por exemplo, que algumas dessas línguas são faladas dentro de territórios política e geograficamente bem delimitados, como é o caso do islandês (na Islândia); outras, entretanto, são faladas por grupos étnicos distribuídos por nações diferentes e sofrem a concorrência de línguas também de troncos diferentes, como é o caso do basco (entre as Espanha e a França).

Como se pode observar, é bastante difícil estabelecer a fronteira entre língua e dialeto. Nem todo dialeto de nação soberana é língua. Muitos são os exemplos de nações soberanas que possuem uma lista bem extensa de dialetos, que continuam na sua posição inferior, como os que existem na França, na própria Inglaterra, na Espanha, na Itália, na Alemanha, em Portugal, etc.

Em alguns países existem línguas isoladas, circunscritas a regiões sem importância, como o ladino na Itália e o bretão na França. Na Rússia, contam-se diversas línguas bem definidas.

Com base nas informações de que dispomos até o momento, a situação atual de algumas línguas minoritárias na Europa se apresenta satisfatória. É o caso, por exemplo, do islandês e do catalão. O mesmo, porém, não podemos afirmar com relação às demais aqui elencadas.

Tudo vai depender de esforços conjuntos de Organizações Internacionais, Nacionais e Locais.

A título de curiosidade e ilustração, transcrevemos a seguir algumas versões do Pai Nosso a partir do texto latino.

 

LATIM

Pater noster, qui est in coelis, sanctificetur nomen tuum. Adveniat regnum tuum, fiat voluntas tua sicut in coelo et in terra. Panem nostrum cottidianum da nobis hodie et dimitte nobis dedita nostra, sicut nos dimittimus debitoribus nostris. Et ne nos inducas in temptationem, sed libera nos a malo. Amen.

 

LÍNGUAS ROMÂNICAS

Provençal

Paire nostre que siés dins lou cèu, que toun noum se santifique, que toun Règne nous avèngue, que ta volonta se fague sus la terro coume dins lou cèu. Douno nous vuei noste pan de cade jour, perdouno nous nòsti dèute coume nous autre perdounan à nòsti debitour. E fai que toumben pas dins la tentacioun, mai deliéuro nous dóu mau. Que soun tiéu: lou Règne, lou Poudé e la Glòri, aro e pèr l'eternita. Amen.

 

Gascão

Pair noste qui ès dans lo cèu, que ton nom se santifique, que ton renhe nos avenga, que ta volentat se hasca sus la tèrra coma dans lo cèu. Dona-nos uei noste pan da cada jorn, perdona-nos nostes deutes coma nosauts perdonam aus nostes debitors e hè que também pás dans la temptacion mès deliura-nos deu mau. Amèm.

 

Catalão

Pare nostre del cel, seui santificat el teu nom; vingui el teu Regne; faci`s la teva voluntat, com al cel, així també a la terra. Dona´s avui el nostre pa de cada dia; i perdona´ns lês notres ofenses, com també nosaltres hem perdonat els qui ens ofenen; i no dêixis que caiguem em la temptació, ans deslliura´ns del Maligne. Amèn.

 

Galego

Noso Pai, que estás nos ceus, santificado sea o teu nome. Veña o teu reino. Fágase a tua volontá, así na terra, como no ceu. O pan noso de cada dia dánolo hoxe. E perdónanos as nosas deudas, así como nosoutros perdonamos aos nosos deudores. E no' nos deixes caer na tentacion. Mais libranos de mal.

 

Reto-românico (romanche)

Bab noss, ti Che es em tschiel! Sanctifitgà vênia tes num!

Tes reginavel vênia tar nus!

Tia veglia daventia sin terra sco em tschiel!

Noss paun da mintgadi dà a nus oz!

Ed ans perduna noss debits, sco era nus perdunain a noss debiturs!

E n'ans maina begt em empruvament, ma spendra nus dal mal!

Pertge tes èn il reginavel, la pussanza e la gloria em etern. Amen.

 

Sardo

Babbu nostu ki ses in is Celus, santificau siat su nòmini tuu, bengat a nosu su reinu tuu, siat fatta sa voluntadi tua comenti in su celu aici in sa terra. Su pani nostu de dogna di donanosidd' oi, e perdonanosì is peccaus nostus, comenti nosaturus perdonaus is depidoris nostus, no nosi lessis arrui in sa tentatzione, ma lìberanosì de tottu male. Amen.

 

LÍNGUAS CÉLTICAS

Gaélico escocês

Faither o us aa, bidin abune, thy name be halie.

Let thy reign begin.

Thy will be dune, on the erthe, as it is in Hevin.

Gie us ilka day oor needfu fendinan forgie us aa oor ill-deeds,

e’en as we forgie thae wha dae us illas lat us no be testit,

but sauf us frae the Ill-Ane,

or the croon is thine ain, an the micht,

an the glorie, for iver an iver.

 

Gaélico irlandês

Ar nathaír atá ar neamh, náomhthar hainm. Tigeadh do ríoghaehd. Deúntar do thoil ar an ttalamh, mar do nithear ar neamh. Ar narán laéthamhail tabhair dhúinn a niu. Agus maith dhúinn ar bhfíacha, marimhaithmídne dar bhféitheamhnuibh féin. Agus na léig sinn a ccathughadh, achd sáor inn ó olc.

 

Manx

Ayr ain, t'ayns Niau, Casherick dy rou dt'ennym.

Dy jigg dty Reereeaght; Dt'aigney dy rou jeant er y Talloo

myr ta ayns Niau.

Cur dooin nyn Arran jiu as gagh laa.

As leih dooin nyn Loghtyn, myr ta shin leih dauesyn ta janoo loghtyn ny noi shin.

As ny leeid shin ayns Miolagh, agh livrey shin veih olk.

 

Galês

Ein Tad yn y nefoedd, sancteiddier dy enw; deled dy deyrnas;

gwneler dy ewyllys, ar y ddaear fel yn y nef.

Dyro inni heddiw ein bara beunyddiol,

a maddau inni ein troseddau,

fel yr ym ni wedi maddau i'r rhai a droseddodd yn ein herbyn;

a phaid â'n dwyn i brawf, ond gwared ni rhag yr Un drwg.

Oherwydd eiddot ti yw'r deyrnas a'r gallu a'r gogoniant am byth. Amen.

 

Córnico

Pader an Arleth

Agon Taze nye, eze en Neve, Benegas bo tha Hanow.

Tha Gwlaskath gwrenz doaz; Tha Voth bo gwreze,

En Noer pecarra en Neve.

Ro tha nye an journama gon bara pub death,

Ha gave tha nye gon pehasow Pecarra tel era nye gava angye Neb eze peha war agon bidn. Ha na raze gon lewa en antall, Buz gweeth nye thurt droeg.

Rag an Gwlaskath Che a beaw, Han Nearth, han Worrians, Rag nevra venitha.

Andelna ra bo/Amen.

 

Bretão

Hon Tad pehini a zo en envou, da hano bezet santifiet, deuet da rouantelezda volontez bezet great var an douar evel en env.

Ro deomp hirio hor bara pemdeziec, pardon deomp hon pec'hejouevel ma pardonomp ive d'ar re ho deuz hon offanset, ha n'hon lez ket da gweza en dentation, mes delivr ac'hanomp diouz an droug.

 

LÍNGUAS GERMÂNICAS

Alemão padrão

Unser Vater im Himmel, dein Name werde geheiligt,

dein Reich komme,

dein Wille geschehe wie im Himmel, so auf der Erde.

Gib uns heute das Brot, das wir brauchen.

Und erlaß uns unsere Schulden,

wie auch wir sie unseren Schuldnern erlassen haben.

Und führe uns nicht in Versuchung,

sondern rette uns vor dem Bösen.

 

Frisão

Us Heit yn 'e himel, lit jo namme hillige wurde,

lit jo keninkryk komme, Lit jo wil dien wurde op ierde likegoed as yn 'e himel.

Jou ús hjoed ús deistich brea en ferjou ús ús skulden sa't wy ús skuldners ek ferjûn hawwe; en lit ús net yn fersiking komme, mar ferlos ús fan 'e kweade; [want jowes is it keninkryk en de krêft en de hearlikheid oant yn ivichheid. Amen.]

 

Islandês

Faðir vor, þú sem er á himnum.

Helgist þitt nafn, til komi þitt ríki, verði þinn vilji, svo á jörðu sem á himni. Gef oss í dag vort daglegt brauð. Fyrirgef oss vorar skuldir, svo sem vér og fyrirgefum vorum skuldunautum.

Og eigi leið þú oss í freistni, heldur frelsa oss frá illu.

[Því að þitt er ríkið, mátturinn og dýrðin að eilífu amen.]

 

Ferroês

Fađir var, tu sum eret í himlunum! Heilagt verđi navn títt; Komi ríki títt; Verđi vilji tín sum í himli so á jørđ;

Gev okkum í dag okkara dagliga breyđ ;

Og fyrigev okkum skuldir okklara,

So sum vit fyrigeva skuldarum okkara;

Og leiđ okkum ikki í freistingar;

Men frels okkum frá ti illa.

 

LÍNGUAS ESLAVAS

Macedôneo

Oèe na, to si na neboto, da se sveti tvoeto ime.

Da dojde tvoeto carstvo.

Da bide tvojata volja, kako na neboto, taka i na zemjata.

Lebot na nasu en daj ni go deneska.

I prosti ni gi dolgovite, kako i nie to im gi pro tavane na na ite dol nici. I ne vovedubaj ne vo isku¹enie, tyky izbavi ne od zloto.

 

Sorábio

Na wótèe, ki sy ty w njebjesach, swjeæene bud twoje mjeno.

Pøiñd k nam twoje kralestwo.

Twoja wola so stañ, ka na njebju, tak te na zemi.

Na w ìdny chlìb daj nam densa.

A wodaj nam na e winy, jako my wodawamy na im winikam.

A njewjed nas do spytowanja, ale wumo nas wot teho zeho.

[Pøeto twoje je to kralestwo a ta móc a ta èesæ ha do wìènosæe.]

 

LÍNGUAS NÃO INDO-EUROPÉIAS

Basco

Gure Aita, zeruetan zarena, santu izan bedi zure izena, etor bedi zure erreinua, egin bedi zure nahia, zeruan bezala lurrean ere.

Emaiguzu gaur egun honetako ogia, barkatu bure zorrak,

guk ere gure zordunei barkatzen diegunez gero;

eta ez gu tentaldira eraman, baińa atera gaitzazu gaitzetik.

 

Maltês

Missirne li Inti fis-smewiet jitqcddis Ismik, Kejf fis-seme ekde fl-ort,

Hubzna tc`kiljum, aghtina llum, ahfrilne

Min hu huti ghaline, Ia ddahhalniex fit-tigrit

Ammin.

 

BIBLIOGRAFIA

ALLIÈRS, Jacques. Les Basques. Paris: Presses Universitaires de France, 1977.

BALL, M. (ed.). The Celtic languages. London: Routledge, 1994.

BEC, Pierre. La langue occitane. PUF: Paris, 1976.

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CHAVES DE MELO, Gladstone. Iniciação à lingüística e à filologia portuguesa. (Quarta edição, melhorada e aumentada, de Iniciação à Filologia Portuguesa). Rio de Janeiro: Acadêmica, 1971.

COMRIE, Bernard, Stephen Matthews, and Maria Polinsky (consultant editors). The atlas of languages. New York: Facts on File, 1996.

CRYSTAL, David. Cambridge Encyclopedia of language. 2nd edition. Cambridge: Cambridge University Press, 1997.

CRYSTAL, David. Language death. Cambridge: Cambridge University Press, 2000.

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GRIMES, B. F. Ethnologue. 12th ed. Dallas: Summer Institute of Linguistics, 1990.

HAYWOOD, John. Atlas of the Celtic wold. New York: Thames & Hudson, 2001.

LAUSBERG, Henrich. Lingüística românica. Trad. de Marison Ehrhardt e Maria Luísa Schemann. 2a edição. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1981.

LOCKWOOD, W. B. An informal history of the German language. London: Andre Deutsch, 1965.

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TAGLIAVINI, C. Le origini delle lingue neolatine. 4ª ed. Bolonha: Casa Editora Prof. R. Pàtron, 1964.

WALSHE, M. O'C. Introduction to the Scandinavian languages. London: Andre Deutsch, 1965.

 

OUTRAS FONTES:

UNESCO (Study of Endangered Languages)

CIPSH (International Council for Philosophy and Humanistic Studies), 1 Rue Miollis, 75732 Paris, France.

http://www.cristusrex.org/www1/pater/

http://www.georgetwon.edu/faculty/balk oe/pater_noster


 

1 O nome Languedoc provém da expressão langue d'oc que se referia à variante de uma língua que usava oc "sim" (do latim hoc) em oposição a outra variante, langue d'oil, que empregava oïl (donde oui < do latim hoc ille). É dessa segunda variante que surgiu o francês-padrão, particularmente do francês falado na "ilha de França", onde ficava a cidade de Paris, que, em 987 se tornou a capital da França.

Do ponto de vista geográfico, o termo aplica-se somente ao Languedoc mediterrâneo ou baixo Langudo, que se estende entre os Corbières, o Maciço Central, a Camargue e o Mediterrâneo.

2 Há na Suíça três línguas oficiais: o alemão (falado por aproximadamente 70% da população), o francês (falado por cerca de 19%) e o italiano (falado por apenas 10%, principalmente no cantão de Ticino, na vertente meridional dos Alpes). O romanche foi reconhecido a partir de 1938 como a quarta língua nacional (Nationalsprache) da Suíça, porém não como língua oficial (Amtssprache).

Coube ao famoso lingüista e dialetólogo italiano G. I. Ascoli reivindicar para o reto-românico o status de língua (Saggi Ladini, 1873).

 

3 Nome dado, na Antigüidade, a duas regiões: a Gália Cisplatina (aquém dos Alpes, relativamente aos romanos), que compreendia a Itália setentrional e foi por muito tempo ocupada por tribos gaulesas, e Gália Transalpina (além dos Alpes), vasta região, situada entre os Alpes, os Pirineus, o Atlântico e o Reno. Habitada por grande número de tribos (celtas ou gauleses, iberos, lígures, armóricos), a Gália Transalpina foi centro de uma civilização influenciada, desde o século VI a. C., por duas correntes de civilização helênica (Mediterrâneo e Alpes). A Gália tinha forte organização religiosa (assembléia anual dos druidas, nome dos primitivos sacerdotes gálios e bretões).

4 O poema épico Beowulf, escrito por volta do ano 900 em anglo-saxão, possui elementos literários das sagas.

 

5 O protótipo desse ramo é o velho-eslavo, idioma da antiga tradução búlgara dos Evangelhos, feita por São Cirilo e São Metódio, século IX. Ao primeiro atribui-se um alfabeto e uma escrita eslavos do tipo da maiúscula grega, que se desenvolveu no atual alfabeto eslavo.

 

 

6 “ Aran” é um topônimo de origem basca e significa “vale”.