A COMUNICAÇÃO NO MUNDO MODERNO

André Lucius Rodrigues de Lima

Atualmente constatamos que a hegemonia da comunicação impressa nos moldes que resultaram da invenção de Guttenberg, foi significativamente abalada pelas revoluções do audiovisual e da eletrônica. A revolução do audiovisual, que se desenvolve e sedimenta no mundo após 1920, trouxe como conquista o rádio, o fonógrafo, o cinema e, após a Segunda Guerra Mundial, a televisão. A revolução da eletrônica evoluiu assustadora e aceleradamente após 1970 e trouxe consigo os computadores, a informática e as telecomunicações avançadas, consolidando ciências bastante atuais como a cibernética, a robótica e a telemática. Dessa forma, além da presença mais ostensiva das linguagens imagéticas e sonoras no cotidiano, constata-se um abalo chamado mar de papel, que significa excesso de textos impressos. Surgem os chamados textos eletrônicos e digitais cujo suporte provem da eletricidade e o instrumento de recepção, ou seja, a tela do computador, que geralmente acabam sendo impressos.

Esses adventos trazem vantagens irrefutáveis, como a rapidez e imediaticidade da circulação dos fatos culturais e a expansão exponencial das possibilidades da produção e socialização do conhecimento, havendo uma grande troca de comunicações entre povos ou regiões, devido ao contato com diversos hábitos e culturas distintas. Está é a lógica hipermidiática que orienta a construção de novos meios mais modernos de comunicação para novos avanços tecnológicos, dessa forma as imagens e o texto falado vão sendo acrescidos de informações e detalhes que vão incorporando suas falas à densidade das imagens, o chamado eventos visuais.

Esse mosaico sonoro e visual, em que se transforma a tela da televisão ou do computador, é um simulacro do modo de conhecer do homem contemporâneo. A articulação de diferentes vozes, imagens e diferentes linguagens, num ciclo ativo e num circuito produtivo do saber globalizado, abre ao receptor links em que olhos e ouvidos impressionados e altamente estimulados operam relações de interatividade, criando o intercambio entre os vários pontos da tela gerando a multiplicidade de estímulos que se transformam em uma complexidade informacional, ou seja, as sinalizações parecem compor um painel de navegação, como os existentes nas cabines de comando dos aviões e que permitem checar rotas e condições gerais de vôo.

O mundo virtual proporcionado pelos desenvolvimentos das novas tecnologias de comunicação, trouxe definitivamente, o tema das mídias eletrônicas para o âmbito das relações humanas. O uso do computador, da televisão e do vídeo já vem fazendo parte do cotidiano do homem globalizado, talvez no futuro, o livro enquanto objeto não exista mais como alguns afirmam. Isso será válido se as novas tecnologias tiveram as mesmas condições de nos oferecer o prazer e o clima que é ler um livro, com uma história bem escrita, porque os momentos de prazer pessoal que a leitura nos oferece, traduzindo-nos para uma experiência única e maravilhosa. A chance de sobrevivência dos livros depende irremediavelmente do leitor, tradutor de código, linguagens signos e notas... O leitor ouvinte ou falante será eterno consumidor e revitalizador da linguagem, enquanto existirem educadores com a preocupação de incentivar e aplicar a leitura na escola como exercício de prazer.

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