A ‘guerra” nas palavras
vivemos numa cultura bélica

Sérgio Nascimento de Carvalho (UERJ/EN/UNESA)

Este trabalho tem o objetivo de relatar os resultados preliminares de uma pesquisa de doutorado (em andamento) na área da Lingüística Aplicada (UFF), que visa investigar as metáforas que transformam discursivamente fatos e/ou acontecimentos em atos de guerra. A pesquisa investiga a hipótese de que essas metáforas são, freqüentemente, usadas para justificar uma ação ou re-ação (como no caso do ataque terrorista de 11 de setembro de 2001, em que a media escrita apresentou um arsenal de palavras colocadas em ação numa disposição de ataque para a defesa do nacionalismo estadunidense ) , ou então, a utilização de “estratégias de guerra” (como no caso do combate à recente epidemia do dengue no Estado do Rio de Janeiro). A partir das evidências lingüisticas da análise de corpus preliminar, o pesquisador chegou, originalmente, a metáfora conceitual: “O ACONTECIMENTO “X” É UM ATO DE GUERRA”. Sendo que “X” seria desde de um ataque terrorista a uma simples discussão, como propõem Lakoff e Jonhson (1980). As evidências lingüísticas dessa metáfora são retiradas de textos jornalísticos e de propaganda, em inglês americano e português do Brasil. Pretende-se, assim, mostrar como essa metáfora é determinante nas culturas americana e brasileira, nutrindo, como toda metáfora conceitual, não só a linguagem, mas, também, o pensamento e a ação (Lakoff e Johnson, 1980, 1996). Além do aparato teórico da metáfora conceitual, a pesquisa fundamenta-se em teorias que seguem o paradigma socio - cognitivista de base cultural (M. Tomasello, 1999).

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