AS VERTENTES GRECO-LATINAS
DE NOSSA NOMENCLATURA GRAMATICAL

Bruno Fregni Bassetto (USP)

Em relação à nossa terminologia gramatical, urge não esquecer que, em grande parte, ela remonta a Dionísio Trácio, que escreveu a primeira gramática do Ocidente. Os gramáticos latinos (Varrão, Aulo Gélio, Carísio, Donato, Prisciano) apenas adaptaram, traduziram ou apenas decalcaram os termos gregos. No correr dos séculos, muitos desses termos tiveram seu conteúdo semântico ampliado ou reduzido, empanando a indispensável transparência que uma terminologia científica de qualquer área do conhecimento humano precisa ter. Penso que seria muito útil se voltássemos à etimologia dos termos da nomenclatura gramatical das vertentes grego-latinas, evitando sobretudo ampliações semânticas indevidas. O resultado certamente seria profícuo sobretudo nos diversos níveis de ensino. Memorizam-se os termos gramatical sem que se perceba a relação significante-significado e esse fato impede a compreensão clara do fato lingüístico estudado. Todos os que se dedicam a esse ramo do conhecimento humano, como o grande homenageado deste VI Congresso Nacional de Lingüística e Filologia, Gladstone Chaves de Mello, sentem o problema e com ele se angustiam; uma reforma da nomenclatura gramatical deve levar em conta essas vertentes greco-latinas, cujas contribuições não podem se ignoradas mas sim expurgadas de aplicações indevidas e obnubiladas, que lhe foram acrescidas ao longo dos séculos. Os avanços atuais nos estudos da linguagem podem e devem adicionados mas mesmo esses partem daquelas bases.

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