Emprego dos sujeitos nós e a gente
um mecanismo do discurso em mudança

Elza Sabino da Silva Bueno (UEMS)

O presente estudo tem por objetivo verificar a alternância das formas nós e a gente, usadas para designar a primeira pessoa do plural, entre os falantes do português popular falado no Brasil. Com base nos pressupostos teórico-metodológicos da teoria da Variação Lingüística ou Sociolingüística Variacionista, que tem por precursor o lingüista americano William Labov, este trabalho investigar o uso das referidas formas em uma amostragem selecionada da fala de informantes dos sexos masculino e feminino com pouca ou nenhuma escolaridade, moradores na região de Assis - São Paulo e distribuídos por três diferentes faixas etárias: de 15 a 25, de 26 a 50 e de 51 anos em diante. Para melhor exemplificar o emprego das formas acima citadas recorreremos ao posicionamento de alguns gramáticos da língua portuguesa Cunha e Cintra (1985), Bechara (2002) entre outros e, verificaremos se as variáveis extralingüísticas selecionadas para o estudo (faixa etária e sexo do falante) podem exercer algum tipo de influência no uso de uma ou de outra variante. Do ponto de vista estatístico, os dados foram analisados por meio do programa computacional varbrul/1988 e 1992, que verifica freqüências e pesos relativos de cada fator envolvido na análise. Diante dos resultados obtidos da análise dos dados verificaremos: a) o posicionamento dos gramáticos citados, com relação ao uso de nós e a gente, b) entre homens e mulheres quem usa mais uma forma ou outra e c) se a faixa etária do falante influencia e como influencia no uso de nós e de a gente.

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