HISTÓRIA SOCIAL DA LINGUAGEM

José Gaspar de Oliveira Nascimento (Univ. de Sorocaba)

O objetivo deste trabalho é apresentar uma leitura da história social da linguagem focalizando uma concepção platônica segundo a qual a linguagem conduz a alguma coisa que não ela mesma e, portanto, o discurso pode dizer ou não dizer a verdade.

O corpus é um dos diálogos de Platão: Crátilo.

Justifica-se a escolha de Crátilo, visto que aí está a linguagem posta em questão. Platão examina a adequação do que se diz com a a coisa dita, o que, por si, é um marco fundamental para as reflexões sobre a linguagem. Estabelecendo as bases do raciocínio moderno, os gregos forneceram também os princípios fundamentais segundo os quais a linguagem foi pensada até nossos dias. Afinal, durante muitos séculos, os princípios aperfeiçoados pelos gregos conduziram as teorias e as sistematizações lingüísticas na Europa.

Além dos aspectos especificamente lingüísticos, é mister incluir, neste estudo, outros, tais como sociolingüísticos, históricos e filosóficos. Caracteriza-se aí a multi e a transdisciplinaridade tão comum nos estudos atuais das ciências sociais e, por que não dizer, das chamadas ciências duras (hard sciences).

Se na história social da ciência, a partir de 1930, na Inglaterra, identifica-se uma história externalista, que contempla os fatores externos como influenciadores do fazer cientítico - ideologia e ciência entrecruzam-se -, na história social da linguagem essa dualidade entre externo e interno está presente.

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