Língua e estilo
achado de poesia na crônica drumondiana

Maria Verônica Vilariño Aguilera (UERJ)

À procura de uma tangência lingüística entre a poesia e a prosa de Carlos Drummond de Andrade, eis que falamos de estilo, esse algo mais que confere individualidade e unidade à obra criada; seja qual for a manifestação artística, o estilo grava a assinatura do seu autor, justificando plenamente a origem etimológica da palavra. A análise preliminar sobre as principais características de linguagem no texto drumondiano fornecera uma base importante para a conclusão do trabalho. Tais como foram apresentadas, no entanto, essas características eram como os fios dispersos de um bordado ainda por terminar; cores e espessuras diversas a se espalhar sobre o esboço de um desenho, que apenas mãos habilidosas podem impregnar de arte. Assim, a abordagem estilística que, de alguma forma, acompanhou o curso de nossa viagem lítero-lingüística por cerca de 150 textos, entre poemas e crônicas, redesenhou a pesquisa, ressaltando os fenômenos de natureza fonético-fonológica, morfológica, sintática e semântica que contribuem para a expressividade e densidade poética da linguagem drumondiana. Três foram os traços estilísticos que destacamos como os mais pertinentes à tese perseguida: a repetição, a convergência e o fechamento rítmico. Com freqüência, nos deparamos com eles, em verso e prosa. Todos carreiam som e sentido na medida harmônica da poesia, tal como a ela se referia Paul Valéry. E, de uma certa forma, em total interação com os demais fenômenos analisados, apresentam nuances comuns de causa e efeito na confluência da linguagem poética.

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