O conhecimento de Latim
e a Filologia Românica

Maria Lucília Ruy (USP)

O presente texto tratará da questão do estudo de Latim e Filologia Românica e de por que tal estudo ser relacionado, atualmente, a assunto da antiguidade a coisas antigas, ultrapassadas. Observa-se, nos dias de hoje, a predominância dessa idéia em todos os campos científicos; contudo, nos ateremos ao âmbito das Letras Clássicas, mais precisamente.

Para comprovar tal assertiva são usados argumentos mais de ordem ideológica e política do que de ordem filosófica, científica. Por essa razão a ciência acaba sendo colocada a serviço da indústria e da finança, sendo tutelados a pesquisa e o ensino superior por uma maciça intromissão dos interesses privados. A ciência, por conseguinte, não se refere mais ao “universal” - como deveria ser, segundo filósofos da Antiguidade - mas a um “paradigma”. Desse “paradigma” advém a idéia de “coisa antiga”, “ultrapassada”.

Contudo, como sabemos, os estudos filológicos, bem como de língua latina, não são ultrapassados. Pelo contrário. Tais estudos nos levam a redescobrir textos antigos e essa redescoberta faz ressurgir o ato crítico. Como no episódio da caverna, dA República, de Platão.

Nós, estudiosos de latim e filologia românica, devemos nos comportar como o personagem desse episódio: com nossa experiência - conseguida por meio desse mesmo estudo considerado “ultrapassado” - devemos explicar às pessoas (aos condenados, conforme Platão) os movimentos incompreensíveis das sombras. Ou melhor, devemos lançar luz sobre as idéias e pensamentos que “os homens de negócio e políticos” tanto desejam manter nas sombras.

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