OBJETO DIRETO ANAFÓRICO E SUJEITO PRONOMINAL
NA ESCRITA DE ESTUDANTES

Mayra Cristina Guimarães Averbug (ISERJ e UFRJ)

Este trabalho é um estudo empírico, a partir de um corpus constituído pela pesquisadora. Investiga-se a representação do sujeito pronominal e do objeto direto anafórico na produção escrita de cem estudantes do Rio de Janeiro, desde sua entrada no sistema escolar até a universidade, buscando avaliar a influência da escolarização na recuperação do clítico acusativo de 3a pessoa e na manutenção do sujeito nulo, recomendados pela tradição gramatical. Com base na Sociolingüística Paramétrica, são levantados os condicionamentos extralingüísticos e lingüísticos que atuam sobre as variáveis: contextos que inibem e que favorecem as variantes.

Os resultados apontam um gradativo crescimento no emprego das variantes-padrão, simultâneo ao aumento do nível de escolaridade. Observa-se, entretanto, a implementação do objeto nulo e o preenchimento do sujeito, mesmo em condições em que é considerado categoricamente nulo em línguas pro-drop. O clítico manifesta-se timidamente no total geral. A estratégia de SNs anafóricos, seja para representar sujeito ou objeto, se mostra atuante e como forma neutra, já que não é revestida de qualquer estigma - o mesmo não ocorrendo com o pronome nominativo na posição de objeto. (cf. textos dos universitários).

Finalmente, o trabalho discute a questão da norma, variação e ensino, ao refletir sobre o papel da Escola e a necessidade de que reconheça as mudanças em curso no Português Brasileiro e que se abra para um ensino mais eficiente, que não apenas indique um único modelo como padrão, mas também aceite as demais variantes como formas legítimas de representação de sujeito pronominal e objeto direto anafórico.

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