Os nomes próprios no dicionário

Cláudia Assad Alvares (USP)

Os nomes próprios, por sua função exclusivamente denominativa, não podem ser definidos no dicionário como, por exemplo, as palavras “cadeira”, “livro” ou “alegria”, cujos sememas permitem uma descrição pormenorizada dos respectivos verbetes. Se, por um lado, podemos atribuir uma gama enorme de significados aos diferentes sentimentos, estados de espírito e objetos que nos cercam, por outro, como fazê-lo a “João”, “Maria” ou “José”? É de se notar que os nomes próprios, quando aparecem no dicionário, de um modo geral, integram - como substantivos comuns - lexias complexas como, por exemplo, “maria-vai-com-as-outras” e “joão-ninguém”, de modo que seja possível atribuir-lhes um semema que forneça sua descrição e se possa, a partir daí, caracterizá-los tal como o fazemos a “cadeira” ou a qualquer outra palavra que não tenha função exclusivamente denominativa; acrescente-se que tais lexias complexas constituem verdadeiros sintagmas bloqueados, já que não podemos, por exemplo, dizer “maria-não-vai-com-as-outras.

Este trabalho tem por objetivo analisar o modo como alguns nomes próprios são tratados nos seguintes dicionários: Houaiss (2001), Aurélio (1999), Caldas Aulete (1964), Morais Silva (1958), Laudelino Freire (1954), Vieira (1871) e Bluteau (1712).

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