Palavras que contrabandeiam sentidos nada inocentes - O homem de areia de Hoffmann

Carlinda Fragale Pate Núñez (UERJ)

A expressão "belli occhi!", grandemente enfatizada, na construção narrativa do Sandmann de Hoffmann, catalisa aspectos demonológicos da tradição literária, que situam a primeira encarnação literária do demônio numa fábula napolitana. Este elemento, importado do fabulário da própria história literária, se complexifica grandemente, na construção do conto, a partir dos nomes dos protagonistas. Os antropônimos Nathanael e Coppelius/ Coppola se transformam, ao longo da operatória mimética do discurso, em marcadores metadiscursivos de um código que se constrói paralelamente ao enredo principal. Evidentemente a imagística do olhar encontra-se aí implicada. Mas privilegiarei a sobrecodificação retóirca do discurso, que encontra no emprego de expressões da língua italiana e na função etimológica dos antropônimos uma das chaves de irrupção do registro fantástico.

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