INTER-GÊNEROS NO DOMÍNIO JORNALÍSTICO

Kleber Faye Pedrosa (UNASP)
Cleide Emília Faye Pedrosa
(UFS)

Esta apresentação irá trabalhar com o conceito de gênero textual desenvolvido a partir da perspectiva bakhtiniana. Um gênero se define, acima de tudo, por seu propósito comunicativo. Então, cria-se uma fronteira nebulosa quando há uma fusão entre os gêneros, quando esses assumem uma configuração híbrida, ou seja, quando ele adquire a forma (ou objetivo) de outro gênero textual (Marcuschi, 2002a). Essa configuração inter-genérica irá ser observada e exemplificada, nesse trabalho, através do gênero textual ‘Frase’ quando este se apropria de textos de outros gêneros como: piadas, provérbios, publicidade, etc. Os exemplos coletados para esse experimento são de cinco revistas nacionais: Contigo, Época, Istoé, Tudo e Veja. Os exemplos datam do ano de 2000 até 2002. Os autores das ‘falas’ irão utilizar o texto-base adaptado ou apenas inserido nesse novo contexto. A investigação comprovou que o uso de provérbios é o mais utilizado.

Introdução

Quando lidamos com o domínio jornalístico, vamos encontrar uma gama de gêneros textuais que atende a um propósito comunicativo que justifica sua veiculação. Porém, nem sempre a questão de identificação de um gênero textual através de seu propósito comunicativo é simples. Exemplos têm comprovado que se pode criar uma fronteira nebulosa quando há uma fusão entre os gêneros, quando esses assumem uma configuração híbrida, ou seja, quando um gênero adquire a forma (ou objetivo) de outro gênero textual (Marcuschi, 2002). Essa configuração inter-genérica irá ser observada e exemplificada, nesse trabalho, através do gênero textual ‘Frase’.

Desenvolvimento

Os estudos sobre gêneros textuais têm percorrido um novo rumo desde a proposta de Bakhtin (2000) em considerar todos os enunciados orais ou escritos, que atendam a um propósito comunicativo, um gênero do discurso. Assim, não só os textos literários são agrupados em gêneros textuais porém todo e qualquer texto que apresente uma função sócio-comunicativa dentro de uma sociedade.

Contudo antes de continuar com essa abordagem sobre gêneros, torna-se imprescindível indicar algumas reflexões mais amplas sobre a posição geral de Bakhtin no contexto dos estudos da linguagem.

Para Bakhtin (1997), a linguagem permeia toda a vida social e preenche nela um papel central na formação sóciopolítico e nos sistemas ideológicos. A linguagem é de natureza sócio-ideológica, e como tudo “que é ideológico possui um significado e remete a algo situado fora de si mesmo” (Bakhtin, 1997: 31, grifo do autor), não esquecendo, por outro lado, que a ideologia é um reflexo das estruturas sociais. Entre linguagem e sociedade existem relações dinâmicas e complexas que se materializam nos discursos, ou melhor, nos gêneros do discurso.

Bakhtin (2000) dá início a seu estudo sobre os gêneros de discurso, ressaltando que todas as atividades humanas estão relacionadas à utilização da língua e que, portanto, não é de admirar que tenhamos tanta diversidade nesse uso e uma conseqüente variedade de gêneros que se afiguram incalculáveis. Também observa que toda essa atividade “efetua-se em forma de enunciados (orais e escritos) concretos e únicos, que emanam dos integrantes duma ou outra esfera da atividade humana” (Bakhtin, 2000: 279).

Uma releitura de Bakhtin nos revela que os gêneros discursivos não são criados a cada vez pelos falantes, porém são transmitidos sócio-historicamente (Marcuschi, 2002 b). Não obstante, os falantes, por sua vez, contribuem tanto de forma dinâmica para a preservação, como também para a permanente mudança e renovação dos gêneros. Essa explicação atende ao critério de criatividade no uso dos gêneros.

Bakhtin (2000) vê os gêneros como resultado de um uso comunicativo da língua na sua realização dialógica, de forma que os indivíduos, quando se comunicam, não trocam orações nem palavras, porém trocam enunciados que se constituem com os recursos formais da língua (gramática e léxico).

Os gêneros se apresentam altamente maleáveis, dinâmicos e plásticos. Sua plasticidade é comprovada pelo predomínio da função em relação à forma na determinação do gênero. “Isto é revelador do fato de que os gêneros textuais surgem, situam-se e integram-se funcionalmente nas culturas em que se desenvolvem” (Marcuschi, 2002 a: 20).

Sustentados pela posição do autor em relação ao gênero textual, topicalizaremos algumas colocações relevantes para Marcuschi (2001, 2002 b, 2002 c, 2003), os gêneros:

- são tipos ‘relativamente estáveis’ de enunciados;

- operam em certos contextos;

- são reflexos de estruturas sociais recorrentes e típicas de cada cultura;

- são definidos por seus propósitos: funções, intenções, interesses;

- “são ecológicos, no sentido de que desenvolvem nichos ou ambientes de realização mais adequados” (Marcuschi, 2003: 03);

- são condicionados por fatores: semióticos, sistêmico, comunicativos e cognitivos;

- são variáveis em contextos discursivos;

- estão ancorados em alguma situação concreta;

- estabelecem relações de poder;

- refletem estruturas de autoridade;

- são frutos de complexas relações entre um meio, um uso e a linguagem;

- são realizados por forças históricas, sociais, institucionais e tecnológicas.

Uma das definições-resumo de gênero dada por Marcuschi (2002 a) pode ser lida na citação que segue: “os gêneros são formas verbais de ação social relativamente estáveis realizadas em textos situados em comunidades de práticas sociais e em domínios discursivos específicos” (Marcuschi, 2002a: 25).

O gênero textual ‘Frase’

A constituição do gênero textual ‘Frase’. Tudo tem sua origem quando o Locutor emite algum comentário, ou opinião através de um enunciado/ texto sobre um tópico X (referente ou marco referencial - Castillo, 1997) dentro de um contexto e que, além de seu alocutário, esse enunciado também é ouvido/lido pelo editor/jornalista, como um ouvinte não-ratificado (Goffman, 1998). Em alguns casos, poderá ser o jornalista/ editor o próprio alocutário. Vale destacar que, na maioria das vezes, o texto pertence a um gênero textual distinto do gênero ‘Frase’. Ressaltamos, porém, que nem sempre esses dados se tornam explícito no gênero ‘Frase’. (Pedrosa, 2004 a, b; 2002 a, b, c, d, e; 2001 a, b, c)

Exemplo:

(Veja - 15/08/01) "O dinheiro do governo não é clara de ovo nem maria-mole, que a gente bate e cresce."
José Serra, ministro da Saúde, falando sobre a escassez de recursos públicos, em palestra na Federação das Indústrias do Rio, ouvida pela coluna da jornalista Lu Lacerda, do jornal carioca O Dia

Fala do Locutor:

"O dinheiro do governo não é clara de ovo nem maria-mole, que a gente bate e cresce."

Indicação do gênero textual anterior:

José Serra, ministro da Saúde, falando sobre a escassez de recursos públicos, em palestra na Federação das Indústrias do Rio, ouvida pela coluna da jornalista Lu Lacerda, do jornal carioca O Dia.

Domínios discursivos e Intergeneracidade

Um outro aspecto incluído no estudo de gêneros textuais pode ser a indicação do tipo de domínio discursivo em que se insere esse gênero. “Usamos a expressão domínio discursivo para designar uma esfera ou instância de produção discursiva ou de atividade humana. Esses domínios não são textos nem discursos, mas propiciam o surgimento de discursos bastante específicos” (Marcuschi, 2002a: 23, grifo do autor). Os domínios são práticas discursivas dentro das quais se pode identificar um conjunto de gêneros textuais. Pode-se falar em discurso jurídico, discurso jornalístico, discurso religioso, discurso didático, etc.

O gênero ‘Frase’ está inserido no contexto do domínio jornalístico, mas como esse gênero é originado de outros gêneros, esses outros gêneros são advindos de domínios discursivos diferentes, nos quais, em alguns exemplares textuais, podemos identificar essa origem.

Domínio Jornalístico. Esse gênero ‘Frase’, embora esteja incluído no domínio jornalístico, também pode vir desse mesmo tipo de domínio. O exemplo registrado abaixo vem do domínio jornalístico e especificamente através do gênero entrevista, nele conseguimos identificar uma prática rotineira por ocasião de entrevistas - as perguntas são previamente combinadas; por isso o Locutor do exemplo não aceita o fato de o jornalista não ter respeitado o contrato social seguido nessas ocasiões (‘Combinamos que essa pergunta não seria feita.’)

Exemplo:

(Veja - 04/04/01) "O que você fez foi sacanagem. Combinamos que essa pergunta não seria feita."
Tereza Grossi, diretora de fiscalização do Banco Central, para um jornalista que lhe perguntou sobre o envio do relatório de fiscalização do Banpará ao presidente do Senado, Jader Barbalho

Domínio político. Domínio que abrange vários gêneros textuais, entre eles: publicidade; carta aberta; relatórios. Os conteúdos vinculados em exemplares textuais que pertencem a esse domínio têm a ver com aspectos vinculados a esta prática social, como regimentos de Câmaras, imagem pública do político. Os exemplares registrados abaixo, de alguma forma, estão ligados a essa prática.

Exemplo:

(Veja - 10/01/01) "O regimento da Câmara diz que o vereador mais velho dá a posse. Sou milico e vou cumprir. Espero que ela respeite os meus cabelos brancos."
Erasmo Dias, vereador paulistano, na posse de Marta Suplicy

Domínio científico no publicitário. O exemplo abaixo indica que a ‘frase’ teve sua origem em um gênero publicitário utilizando-se de um discurso científico (ou anti-científico). O editor usou a (re)contextualização para corrigir a ‘fala’ do Locutor e anunciar que a sua voz é que é a correta em relação à informação dada.

Exemplo:

(Tudo - 16/11/01) “Tem um pH D balanceado

Luciana Gimenez, apresentadora de TV, referindo-se ao pH (nível de acidez) do xampu que anuncia em seu programa, SuperPop.

Domínio jurídico. O exemplo a seguir explicita, pelo menos, uma prática comum nesse tipo de domínio.

Exemplo:

(IstoÈ - 23/05/01) “Drogas são prejudiciais à saúde
Fernandinho Beira-Mar
, traficante, em depoimento à Comissão de Direitos Humanos no Congresso

O editor, na (re)contextualização, montou uma imagem crítica do Locutor ao explicitar sua ‘atividade social’ (traficante), que vem anular sua ‘fala’ (no gênero depoimento) que provavelmente tinha a ‘intenção’ de se adaptar à instituição - Comissão de Direitos Humanos no Congresso. Revela também uma prática judicial - o réu não dizer a verdade, mas o que poderá agradar aos ouvintes.

O gênero textual pode trazer uma configuração híbrida (Marcuschi, 2002a). “A questão da intertextualidade inter-gênero evidencia-se como uma mescla de funções e formas de gênero diversos num dado gênero” (Marcuschi, 2002 c: 31). Nesse caso, o autor orienta que o predomínio da função excede a forma na determinação do gênero, o que ratifica a plasticidade e dinamicidade dos gêneros.

Encontramos exemplos de intertextualidade inter-gênero em que o gênero ‘Frase’ incorpora provérbios, propagandas e piadas.

Exemplos:

Provérbios

1. (Veja - 04/04/01) "É como se diz lá no interior: a caravana passa, os cãos ladram...”
Ana Maria Braga, apresentadora da Rede Globo, na volta retumbante do programa Mais Você

2. (Veja - 12/09//01) "Cabeça vazia é morada do diabo."
José Serra, ministro da Saúde, atribuindo as críticas do candidato do PPS à Presidência à falta do que fazer, já que Ciro "está há seis anos e meio sem trabalhar"

3. (Veja - 18/07/01) "Nossa festa junina tem caminho da roça, mas não tem quadrilha."
Saraiva Felipe, presidente do PMDB mineiro, respondendo ao presidente FHC, que mandou o partido apoiar o governo ou então procurar o caminho da roça

4. (Veja - 01/08/01) "Agora, quem pariu Mateus que o embale."
Waldeck Ornélas, senador baiano, aliado de ACM, referindo-se aos articuladores da eleição de Jader Barbalho à presidência do Senado

5. (Veja - 31/10//01) "Quem pariu Mateus que o embale."
Paulo Pereira da Silva, presidente da Força Sindical, devolvendo ao governo os projetos que a entidade vinha gerindo com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador, que segundo denúncias estariam sendo mal aplicados

6. (Veja - 13/02/02) "Quem pariu o mosquito que cuide dele."
Anthony Garotinho, governador fluminense, culpando o ministro José Serra pela epidemia de dengue em seu Estado

7. (Veja - 01/08/01) "O Tom falava que Garota de Ipanema era a galinha dos ovos de ouro, mas eu não ganhei nem um pintinho com isso."
Helô Pinheiro,
a Garota de Ipanema

8. (Veja - 01/08/01) "O Malan é uma mala sem alça."
Fábio Wanderley Reis, cientista político, para quem o ministro da Fazenda não tem chance eleitoral de suceder Fernando Henrique na Presidência

9. (Tudo - 23/11/01) Desta água eu beberei

Diretor de produção e tratamento do Cedoe - Centro de Tratamento de Água do Rio, Flávio Guedes, sobre a polêmica da água malcheirosa na cidade

10. (Época - 18/02/02) “Quando foi inscrito na prévia, Lula disse que não moveria uma agulha para ser escolhido. Percebo que ele está movendo o palheiro inteiro.”
Eduardo Suplicy
, senador e pré-candidato pelo PT à Presidência

Provérbios. Segundo os estudos sobre provérbios (Rocha, 1995), estes apresentam características formais como rima, assonância, metáforas etc; e semanticamente deve conter admoestações e conselhos. Sempre “remetem a verdades gerais, atemporais e costumam ter uma formulação atemporal.” (p. 14)

O estudo do provérbio dentro da perspectiva da lingüística da enunciação deve procurar suas propriedades pragmáticas. O provérbio constitui uma frase feita, ou seja, o discurso do ‘outro’, “sempre citado ou reenunciado, e reenunciável.” (Rocha, 1995: 14).

De certa forma, quando o provérbio é utilizado, o Locutor remete-nos a um ‘outro’sujeito de forma explícita, como no primeiro exemplo ("É como se diz lá no interior...”), ou de forma implícita como nos outros exemplos que identificamos o uso de provérbio por nossa competência cultural.

Nas inter-generacidades observadas nos exemplos acima, o Locutor relata uma fala de ‘outro’ dentro de sua ‘fala’, contudo fazendo uso de alguns posicionamentos discursivos:

- assumindo totalmente a fala alheia: como no exemplo 2 - "Cabeça vazia é morada do diabo.";

- negando a fala do ‘outro’ que foi citada: exemplo 7 - "O Tom falava que Garota de Ipanema era a galinha dos ovos de ouro, mas eu não ganhei nem um pintinho com isso."
interpretando e estendendo o provérbio: o exemplo 10 - “Quando foi inscrito na prévia, Lula disse que não moveria uma agulha para ser escolhido. Percebo que ele está movendo o palheiro inteiro.”
alterando radicalmente o provérbio: exemplo 9 - “Desta água eu beberei” (já que o provérbio é ‘desta água não beberei)

oferecendo variações sintáticas e lexicais: exemplos 4 -"Agora, quem pariu Mateus que o embale.", 5 - "Quem pariu Mateus que o embale.", 6. - "Quem pariu o mosquito que cuide dele." apresentando trocadilho fonético: exemplo: 8 - "O Malan é uma mala sem alça."

Propaganda/publicidade

(Veja - 08/08/01) "Faça como a seleção. Leve Gol."

Anúncio de uma concessionária Volkswagen do Rio

A linguagem publicitária é essencialmente apelativa e se utiliza largamente do recurso da ambigüidade. Embora utilize uma gama de tipos textuais (narração, descrição, argumentação...), a injunção é o seu aspecto central.

“En términos generales podemos afirmar que no hay ningún mensaje inocente, que todo son intencionales.” (Castillo, 1997: 23). Dentro do quadro dessa intencionalidade a mais difundida é a mercantil, que, por sua vez, “se manifesta con toda claridad en la publicidad” (Castillo, 1997: 23).

Com essas posturas atuais em propaganda e publicidade, podemos verificar o quanto o estudo nessa área cresceu. De simples auxiliar de vendedores, tornou-se, hoje, um fenômeno tanto econômico quanto social capaz de influenciar e alerar os hábitos de uma população (Sant’Anna, 1998).

Corroborando essa mesma idéia de Armando Sant’Anna, vamos encontrar a citação de Castillo (1997;23): “La intencionalidad mercantil es dominante en la comunicación social (...) y alcanza a todas las capas de la población”.

Nesse caso de inter-generacidade, verificamos claramente que a crítica, a ironia predomina sobre a injunção. Esta fala "Faça como a seleção. Leve Gol." como anúncio de concessionária irá enfatizar que os usuários devem comprar o carro (Gol); já como gênero textual ‘Frase’, a crítica à seleção brasileira se sobressai, pelo fato de, na época, a seleção não ter feito uma boa campanha.

Piadas

1.(Veja - 22/08/01) "O que Suzana Alves e um disco voador têm em comum? Os dois são baixinhos, chatos e ninguém acredita neles!"
Piadinha surgida na semana passada, depois que a Tiazinha disse ter filmado um óvni em plena Marginal Pinheiros

2.(IstoÉ - 20/06/01) O Titanic afundou em 1912 com as luzes acesas”

“O último que sair não precisa apagar a luz do aeroporto”
Piadas que estão sendo contadas sobre a crise de energia elétrica

“As piadas são interessantes para os estudiosos porque praticamente só há piadas sobre temas que são socialmente controversos” , afirma Possenti (2000: 25). Elas são produtivas fontes de manifestações culturais e ideológicas. Segundo o autor, os temas preferidos são: sexo, política, racismo, instituições de um modo geral, desgraças, etc.

Os exemplos acima comprovam por que em casos de inter-generecidade devem ser considerados os propósitos comunicativos do gênero e seu funcionamento. Em resumo, uma piada perde seu valor de riso se tiver que ser explicada; já o gênero ‘Frase’ necessita que se explique o contexto do uso da ‘fala’ o que comprova que a ‘piada’ que foi usada deixe de ser esse tipo de gênero e se molde segundo as características do gênero ‘Frase’.

Conclusão

O uso da linguagem, atendendo a propósitos comunicativos, exige-se cada vez mais dos analistas que sejam multidisciplinares. O trabalho com domínios discursivos, gêneros e tipos textuais e sua implicação intertextual e inter-genérica é uma excelente oportunidade de profissionais de diferentes áreas contribuírem com pesquisas que situem a língua nos seus mais diversos usos diários. Esse trabalho comprovou que há alguns gêneros com grande ocorrência na vida diária e, por isso, devem ser merecedores de estudos que ofereçam subsídios que possam nortear mudanças não só em práticas lingüísticas, mas especialmente em práticas sociais.

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