A PRESENÇA DE MOTIVOS CLÁSSICOS
NA CONSTRUÇÃO DO TEXTO DA APOLOGIA
DE JERÔNIMO CONTRA RUFINO
E SUAS IMPLICAÇÕES ESTILÍSTICAS

Luís Carlos Lima Carpinetti (UFJF)

Introdução

Por meio deste trabalho, apresentamos uma visão do estilo da obra de São Jerônimo Apologia contra Rufino, baseada na utilização que faz o seu autor de motivos da literatura clássica, em um novo contexto cultural, o do final do século IV e início do século V, momento em que se assiste à eclosão da extraordinária querela em que os dois ex-amigos, Jerônimo e Rufino trocam espetaculares farpas um contra o outro, acusando-se mutuamente de partidário da heresia origenista, dentre outras acusações.

Nosso trabalho caminha na perspectiva de elucidação do caráter polêmico da Apologia de Jerônimo contra Rufino, tendo como ponto de partida a compreensão de que a utilização de motivos clássicos é um recurso estilístico eficiente na construção do texto polêmico da Apologia, texto que já estivemos até tratando em nossa tese de doutorado. Nesta oportunidade, estamos ampliando o estudo que apresentamos por ocasião da defesa de nossa tese sobre o aspecto polêmico da Apologia de Jerônimo contra Rufino, agora inserida no site de teses da Universidade de São Paulo. (www.teses.usp.br/te-ses/disponiveis/8/8143/tde-01122003-132058/)

Tentativa de definição do termo motivo

O termo motivo encontra no latim sua origem, no adjetivo motiuus, -a, -um, derivado do verbo moueo,-es,-ere,moui,motum, que significa mover, agitar, volver, mexer, remexer, pôr em movimento. O verbo mouere, do qual deriva o termo que pretendemos definir, está associado na arte retórica à capacidade ou faculdade de que pode dispor o orador para exercer a influência afetiva sobre o árbitro de uma situação, com a finalidade de nele excitar, favoravelmente ao partido do orador, afetos violentos, assim teoriza Heinrich Lausberg. (1990: 105.). Neste sentido, o termo motivo tem estreita relação com os aspectos estilísticos de determinada obra de arte. O adjetivo motiuus significa relativo ao movimento, móvel. Com toda probabilidade, deve ter havido no decorrer do tempo a utilização deste adjetivo com valor de substantivo, de modo semelhante ao que se dá em português, quando é possível fazer o mesmo com o adjetivo móvel. Dizemos ponto móvel, coluna móvel (força militar que não tem ponto designado para operar), festas móveis (festas que acontecem em datas diferentes todos os anos, como a Páscoa, Corpus Christi, Pentecostes etc). Mas dizemos também o móvel do crime, querendo designar o motivo, a causa do crime. O adjetivo móvel também pode vir a caracterizar-se como substantivo quando designa peça de mobiliário. Há outros exemplos no gênero. Entretanto, móvel servir-nos-ia como boa tradução para motiuus por serem ambos passíveis de sofrer os mesmos processos de utilização como adjetivo e substantivo.

Motiuus, pois, seria, melhor traduzindo, móvel, aquilo que move, aquilo que, como causa, movimenta ou leva a algum fim. Filosoficamente falando, o termo móvel ou motivo designa, de maneira geral, o que move. Pode-se, pois, em psicologia, chamar motivo toda causa de ordem mental que produz ou tende a produzir uma ação voluntária. O termo motivo tende a recobrir um estado intelectual; já o termo móvel tenderia a recobrir sentimentos e estados afetivos: assim nos instrui a enciclopédia Larousse du XXe siècle, no verbete motif (convém, pois, indicar esta fonte, já que os dicionários portugueses de que disponho nada dizem a este respeito). Em discussões acerca de problemas como a liberdade, é muito previsível que se considere a influência dos motivos e dos móveis, segundo definição da citada enciclopédia.

O termo motivo marca sua presença quando temos que designar, por exemplo, em decoração, a utilização de elementos para compor um conjunto decorativo, e que incidem sobre um tema determinado que reflete o gosto de quem planejou a decoração. Como exemplo, cita-se o caso de pessoa da convivência do autor deste artigo que elegeu como motivo de decoração de seu apartamento a figura do pato: lá encontramos patos de louça, de gesso, de mármore, recortado em madeira, fotografado e emoldurado, retratado em tela a óleo, enfim, patos em diversas modalidades, a decorar todos os cômodos do apartamento, mas sempre a figura do pato como motivo. Exemplos como esses servem talvez para ilustrar a associação do motivo a uma lembrança afetiva intimamente ligada ao motivo escolhido. Alguém que eleja determinada combinações de cores, como o vermelho e o preto, de modo a evocar o seu time de paixão, também elege o time e as cores que o representam como motivo. A decoração do domicílio, com os motivos que a compõe, reflete tanto a afetividade, as paixões e a identidade pessoal de seu morador, pois o motivo é tudo que alimenta psicologicamente o indivíduo, seja a figura de uma ave, a representação que uma associação de cores traz etc. O motivo, nesse caso, alimenta e realimenta a alma, levando o indivíduo a mover-se, a cumprir suas tarefas dentro de determinada perspectiva afetiva.

Em pintura, motivo identifica-se com a escolha feita pelo artista de objetos a serem representados. Assim dizemos que Pieter Brueghel retratou, na sua pintura, a aldeia medieval holandesa, com seu povo, suas festas, seus trajes etc. Isto é um motivo que transparece mesmo em trabalhos que têm clara estrutura alegórica como A parábola dos cegos e O triunfo da morte. O motivo citado aparece em emprego pleno, por exemplo, nas obras O banquete nupcial e Dança campestre. Em Fra Angelico, é com freqüência que encontramos personagens, com formas reconhecidamente humanas, tendo suas cabeças circundadas por douradas auréolas, símbolo que marca a santidade, a divindade ou a “angelicidade” dos personagens que as trazem coroando suas cabeças: tal motivo aponta para seu apego e fixação em temas cristãos. Em Salvador Dalí, ao tratar temas clássicos como o de Leda e sua conjunção amorosa com Júpiter metamorfoseado em cisne, ou a figura de Nossa Senhora, como nas obras a Madonna de Port Lligat, ou O sonho de Cristóvão Colombo, é a figura de sua companheira Gala que vemos emprestar seus traços às figuras femininas das obras citadas: percebe-se que a companheira Gala seria, pois, um motivo constante em sua obra.

Sem que demoremos muito a enumerar exemplos de motivos em literatura, já que estamos a tratar dos motivos de origem clássica na Apologia de Jerônimo contra Rufino, seria interessante lembrar alguns casos célebres de outros companheiros de ofício de São Jerônimo. Horácio, tendo vivido do ano 65 ao ano 8 antes de Cristo, toma como motivo de suas sátiras situações divertidas ligadas a vícios e defeitos de seus contemporâneos, evitando em suas sátiras o aspecto político, e privilegiando temas como a valorização da frugalidade, a caça aos testamentos, a cobiça etc. Décimo Júnio Juvenal, artífice do mesmo gênero que consagrou Horácio, toma de empréstimo a Horácio e Lucílio a maior parte dos temas que desenvolve. Mas, em contrapartida, enfrentando os perigos de delação, processos de lesa-majestade do regime imperial, efeitos que Horácio e Lucílio como satiristas igualmente receavam como resultantes da recepção de seus textos na sociedade, Juvenal desenvolve, paralelamente às críticas que tinham por motivo vícios e defeitos e os indivíduos que destes se tornam culpados, críticas de caráter moral ou social, ao abordar os motivos caros à sátira como o luxo dos jantares, a relação entre pobres e ricos, a relação entre os homens e os deuses, problemas de educação etc.

A utilização de motivos clássicos serve à construção do texto polêmico da Apologia de Jerônimo contra Rufino. Ninguém melhor que Jerônimo para fazê-lo, em razão de sua formação no centro da cultura clássica latina e, nos últimos tempos, importante centro de cultura cristã, condição que o fez o mais culto dentre os padres latinos, com extraordinária capacidade de manuseio dos textos da literatura latina, domínio dos gêneros desenvolvidos em ambiente romano e a criação, no âmbito da literatura latina cristã, de uma combinação arrojada de um texto cristão com a rica utilização da herança literária clássica, de seus mitos, de suas crenças, das criações do gênio dos homens que o haviam precedido, elementos que nosso autor não havia desprezado.

Motivos clássicos
na Apologia de Jerônimo contra Rufino

O primeiro motivo clássico importante a citar é a amizade sincera, motivo que subjaz estruturalmente a todo o texto da Apologia, uma vez que é por causa da hipocrisia, da dissimulação, do elogio falso que a amizade de longos anos se desfez e desencadeou todas as farpas nas apologias e antiapologias que foram publicadas em latim na passagem do século IV para o século V, sob as autorias de Jerônimo e Rufino. Na epístola 81, Jerônimo lembra a Rufino que “a verdadeira amizade não deve dissimular o que sente”. O mesmo motivo da amizade sincera encontramo-lo em Cícero, que em seu tratado sobre a amizade, diz o mesmo com quase as mesmas palavras. Efetivamente ter traído a amizade que há muito se iniciara constituiu “grauissimum crimen” para Jerônimo, bem como o era para Cícero, segundo o que lemos no Laelius, bem como arquitetar armadilhas se afigurava para Jerônimo algo diabólico.

O cálice de veneno com as bordas untadas de mel é um motivo clássico de uma imagem ambivalente que lembra a astúcia, salutar ou perniciosa, do médico ou do envenenador. A astúcia salutar do médico aparece, primeiramente, em Lucrécio. Este motivo volta em Lactâncio e na tradução de Basílio por Rufino. O motivo do cálice de veneno untado de mel visa em Jerônimo os procedimentos do diabo ou dos hereges, sendo os procedimentos do diabo e dos hereges a identificação com o cálice de veneno e a preocupação de Rufino, denunciada por Jerônimo, de fazer passar por autor católico um autor que Jerônimo sabe que é herético; isto seria a untadura das bordas do cálice com mel.

O Lete ou o rio do esquecimento encontra lugar no discurso da Apologia, quando Jerônimo, ironicamente, evoca o nome do rio infernal para falar da necessidade que teria de beber do rio do esquecimento para fazer-se passar por autêntico cristão, cumprindo o juramento que fizera de desprezar tudo quanto aprendera quando criança na escola de Donato. Contam os poetas que aqueles justos ou injustos, cujas almas tivessem passado no inferno grande número de séculos, tivessem expiado os seus crimes e aspirassem a uma vida nova, poderiam obter o favor de voltar à terra, habitar um corpo e associar-se a seu destino. Mas antes de sair das moradas infernais, deveriam despojar-se da lembrança da vida anterior, bebendo da água do Lete, que era o rio do esquecimento. O rio Lete corria lenta e silenciosamente; era, dizem os poetas, o rio de óleo, cujo curso tranqüilo não deixava ouvir nem um murmúrio. Ele separava os infernos do mundo exterior, do lado da vida, assim como o Estige e o Aqueronte separavam-nos do lado da morte. O Lete era geralmente representado sob a figura de um velho que segura com uma das mãos uma urna, e com a outra a taça do olvido (Commelin, 1983: 171-172).

Retomar o motivo clássico do Letes representa um riquíssimo interesse, se vem associado a uma cultura que, naqueles últimos tempos, ganhava estatuto de cultura de certo modo inferiorizada pela cultura cristã dominante. Quando Jerônimo afirma que deveria beber do fluxo do Letes, segundo as fábulas dos poetas, para que “não o acusassem de saber o que havia aprendido” (Id., Ib.), remete-nos automaticamente à passagem da Epístola 22 (SÃO JERÔNIMO, 1993: 242-244), texto pelo qual apresenta a narrativa do sonho que tornou clássica a encenação de um prosaico drama de consciência, não apenas de Jerônimo, mas aplicável a qualquer homem de sua época, no tocante às relações entre a cultura clássica e cristã. Desse modo, continuemos a enumerar outros motivos clássicos.

O texto da Apologia de Jerônimo contra Rufino é rico, em função das situações que o geraram, em alusões a pelo menos duas das filhas da Noite: a Fraude e a Discórdia. Há também a não menos tenebrosa Calúnia e a Hipocrisia, motivos que lembram, por alusão, as célebres divindades alegóricas da era clássica e às quais recorrem os dois contendores. E para tudo isso a necessidade de reparação, muito ao estilo cristão.

A situação que gerou o texto da Apologia de Jerônimo contra Rufino é bastante triste, controvertida, de pleno desconcerto de sentimentos e vontades, de dolorosa assimetria entre as intenções e os gestos. A Noite, deusa das Trevas, filha do Caos, e que é, de fato, a mais antiga das divindades, é a deusa pela qual se torna mais compreensível todo o espetáculo caótico a que assistimos na querela entre Jerônimo e Rufino, pelo que podemos observar no próprio texto e aquilo que sabemos acerca dos filhos da Noite e das alegorias da Fraude e da Calúnia. Falemos de cada um desses motivos.

Expulsa do Olimpo por Júpiter por semear entre seus habitantes a discórdia, a maléfica deusa Discórdia não cessava de semear dissensões, confusões, guerras e disputas por onde quer que passasse. Foi ela que, intrusa nas bodas de Tétis e Peleu, lançou entre as deusas o pomo fatal que foi a causa da disputa da qual Páris foi o juiz e que terminou na ruína de Tróia. No final do século IV da era cristã, um obscuro personagem, a quem a História deve unicamente o seu reconhecimento devido ao gesto que só ele teria tido naquele momento, é passível de ser assimilado à deusa Discórdia: trata-se de Atárbio. Atárbio deu à controvérsia origenista foro de discussão eclesiástica oficial, quando acusou a mais importante diocese da Palestina de estar completamente tomada de heréticos partidários das doutrinas origenistas. Atárbio agiu como a deusa Discórdia: lançou a acusação e se retirou. E a controvérsia durou pelo menos uma década.

Diante do foro de oficialidade dada às discussões acerca da heresia origenista, Jerônimo e Rufino não puderam se manter mais a isenção que teriam mantido se o debate origenista, antes informal, mas agora oficializado, tivesse continuado a existir do modo como existia anteriormente. Seria muito improvável que os homens da Igreja se mantivessem ilesos à discussão acerca de Orígenes. Jerônimo, porque era tradutor desse mestre consagrado e lido, a partir de cerca de duzentos anos antes de seu nascimento na Dalmácia, uma longínqua província romana. Rufino, pelas suas relações com a cúpula da diocese de Jerusalém, a qual Jerônimo mantinha sob o olhar suspeito, vendo nela um foco de resistência de antigas heresias que se escondiam sob a defesa das doutrinas de Orígenes (DUVAL, 1970).

A outra alegoria que vemos presente no contexto da querela é a Calúnia. A calúnia, obra do pintor Apeles, vem cercada pela Ignorância e a Suspeita. Com uma das mãos, a Calúnia segura uma tocha, e, com a outra, arrasta a Inocência pelos cabelos. (COMMELIN, 1983: 292). A calúnia de que se queixa Jerônimo é de que tivesse vínculo de crença nas doutrinas de Orígenes, pelo fato de ter sido tradutor de grande parte de suas obras para a língua latina. E isto foi mencionado em um prefácio da tradução de uma das obras do mestre Orígenes, de um modo que causou profundo desconforto a Jerônimo, porque esta menção o implicava, no entender de Jerônimo, como partidário das doutrinas de Orígenes. Jerônimo havia tido ainda um breve período de reconciliação com Rufino, antes de sua retirada deste da Palestina e da partida para Roma, mas depois da publicação da tradução de Rufino, as questões pessoais, que certamente deviam existir encobertas, passam a existir e acompanhar a defesa de suas posições filosóficas.

A Fraude ou a Má Fé, divindade monstruosa e infernal, era representada com uma cabeça humana de fisionomia agradável, o corpo salpicado de diversas cores, e o resto em forma de serpente com cauda de escorpião (COMMELIN, 1983: 291). Jerônimo denuncia como fraude da parte de Rufino todos os atos de defesa que este empreende em favor das doutrinas de Orígenes e que são a atribuição da autoria da obra Apologia de Orígenes, traduzida para o latim por Rufino, ao mártir Pânfilo e não a Eusébio de Cesaréia, que Jerônimo nos faz conhecer como herege. A apologia que Rufino dirigiu ao papa Anastásio contém aspectos que Jerônimo denuncia como desvios de doutrina. Rufino escreve o tratado De adulteratione librorum Origenis o qual Jerônimo refuta, bem como refuta a citada apologia, sustentando a intenção fraudulenta de Rufino de inocentar o mestre Orígenes da acusação a este imputada de concepções heréticas e atribuir a responsabilidade pela heresia a copistas e interpoladores anônimos dos textos originais de Orígenes. A intenção de Rufino se apoiava no fato de ser muito comum nesta época este tipo de fraude literária (BARDY, 1936: 5-23 e 275-302).

Seria interessante ler na tese de doutorado sobre a obra de Jerônimo, sobre a qual estamos discorrendo, por que lá, no item sobre o gênero judiciário, apresentamos todas as acusações de hipocrisia a Jerônimo e a defesa que este apresentou às acusações de Rufino. (id., ib.).

Para todas estas questões extremamente delicadas, Jerônimo espera uma solução e uma reparação capaz de assegurar uma saída pacífica para o conflito que, atingindo dois personagens que percorreram caminhos paralelos, acabou atingindo dois pilares da História da Igreja e a própria Igreja como um todo.

Implicações estilísticas

Pelo que apresentamos neste trabalho, torna-se evidente a vinculação da obra Apologia de Jerônimo contra Rufino à cultura clássica, na qual Jerônimo se formou e a qual aprendeu a amar. Podemos depreender na obra em questão a mitologia e a religião antigas, bem como levantar muitos motivos que alimentam a criação desta complexa obra, especialmente em seu caráter polêmico, pois é nesse sentido que apresenta intensa vitalidade.

Bibliografia

BARDY, G. Faux et fraudes littéraires dans l’Antiquité chrétienne. Revue d’Histoire Ecclésiastique 32, 1936, p. 5-23 e 275-302.

CARPINETTI, L.C. O aspecto polêmico da Apologia de Jerônimo contra Rufino. Tese de doutorado, USP, 2003. www.teses.usp.br/ teses/disponiveis/8/8143/tde-01122003-132058/

CÍCERO, M.T. De la vieillesse, de l’amitié, des devoirs. Trad. de Ch. Appuhn. Paris: Garnier Frères, [s/d.].

COMMELIN, P. Nova mitologia grega e romana. Belo Horizonte: Itatiaia, 1983.

DUVAL, Y.-M. Sur les insinuations de Jérôme contre Jean de Jérusalem. De l’arianisme à l’origénisme. Revue d’Histoire Ecclésiastique. 65, 1970, pp. 353-374.

LARDET, P. L’Apologie de Jérôme contre Rufin. Un commentaire. Leiden: New York, Köln: Brill, 1993.

LAUSBERG, H. Manual de retórica literaria. Fundamentos de una ciencia de la literatura. Trad. de José Pérez Riesco. Madrid: Gredos, 1990.

LUCRÉCIO. La natura delle cose. Texto crítico de Guido Milanese. Introdução de Emanuele Narducci. Milão: Arnoldo Mondadori, 1992.

SÃO JERÔNIMO. Apologie contre Rufin. Introdução, texto crítico, Tradução e índice por Pierre Lardet. Paris: Cerf, 1983.

------. Epistolario. Edição de Juan Bautista Valero. Madrid: BAC, 1993.