ELEMENTOS DA GRAMÁTICA LATINA
EM DESCRIÇÕES ZOOBOTÂNICAS

Leila Teresinha Maraschin (UFSM)

 

INTRODUÇÃO

O Latim, hoje excluído dos currículos básicos, conhecido por uma minoria nos meios acadêmicos, exceto nas poucas instituições que o conservam, ao contrário do que possa parecer, ainda respira. No acelerado mundo tecnológico, em que o pragmatismo das línguas elimina cada vez mais as bases históricas, há quem continue a usar o velho idioma do Lácio, mesmo que dele praticamente ignore as origens e não raro desconheça a estrutura. Trata-se dos estudantes das ciências biológicas que, sem entender por que têm de lidar com palavras tão estranhas em seu cotidiano, sentem-se indignados por não constar na sua grade curricular alguma disciplina que lhes noções de latim.

Através do projeto Estudos de Latim, na Universidade Federal de Santa Maria, temos procurado auxiliar alunos fora do curso de Letras, oferecendo-lhes minicursos ou cursos de extensão que lhes forneçam ao menos algumas noções e técnicas didáticas para melhor compreenderem o latim.

A proposta deste trabalho é destacar os elementos de morfossintaxe latina que mais se sobressaem em textos de zoologia e de botânica. Partindo da necessidade de compreensão do sistema da língua latina e suas particularidades, os estudantes entram em contato com as regras gramaticais da mesma, visualizando-a em todos os seus vários aspectos.

A opção feita por textos de zoologia e de botânica deve-se ao fato de que estas áreas foram as primeiras sobre as quais os biólogos realizaram seus estudos. As bactérias e os vírus são entes classificados em período posterior e, embora também sigam normas sistemáticas internacionais, tendem a ser descritas em línguas modernas. Ainda que para a nomear tais seres utilize-se o latim, o conhecimento das variações nominais adquirido em outras circunstâncias sempre será útil para quem precisa seguir as orientações dos Códigos de Nomenclatura das ciências biológicas.

O uso do latim nas ciências

Por volta do século VI d. C., as línguas descendentes do latim começam a sobressair-se na Europa. O velho idioma, porém, ainda se mantém no início dos tempos modernos como uma língua de comunicação universal, da política, da religião, da cultura e da ciência, em especial nos espaços universitários e religiosos.

Mesmo depois de as línguas românicas estarem consolidadas, o latim continuou, por um longo tempo, sendo usado pelas classes dominantes. Os tabeliães utilizavam-no até o século XII em documentos oficiais, apesar de nestes textos a língua se ter modificado bastante. Como língua oficial da Igreja, seu uso foi obrigatório até 1961, tanto na redação de documentos eclesiásticos como na realização de cultos e cerimônias religiosas. (CARDOSO, 1989, p.8-9)

Até o início do séc. XVIII, os livros didáticos eram redigidos em latim, ou para ele traduzidos caso tivessem sido escritos em outro idioma, como o árabe ou o chinês. Ainda que nesse tempo o francês e o inglês possuíssem certo prestígio, muitos autores continuavam a usar paralelamente o latim. Além dos literatos e juristas, pensadores e homens de ciência escreviam suas obras em latim. Segundo Burke (1995), na França, no século XIX, a tradição acadêmica exigia que as teses de doutorado em Letras fossem ainda escritas em latim, mesmo que fosse necessário criar neologismos para dar conta dos temas tratados.

Para as elites da sociedade européia, o latim era tido quase como um objeto de culto, um símbolo de poder e respeito, talvez por ter sido a língua dominante do império romano durante tantos anos. Para estes grupos, conservar o latim seria manter viva a representação do passado glorioso dos seus antecessores, os antigos romanos.

O médico sueco Karl Linné, que viveu entre 1707 e 1778, considerado pelos biologistas o “Pai da Taxonomia”, escreveu a maioria de suas obras em Latim, para que numerosos leitores tivessem acesso a elas. Linné latinizou, inclusive, o seu próprio nome, que passou a ser Carolus Linnaeus. Seu modelo de classificação identifica e nomeia os seres vivos de forma sistemática, evitando as confusões que ocorriam devido às diversidades dos nomes populares e regionais que lhes eram dados.

Enquanto as variantes populares evoluíram para os vernáculos, a língua clássica se cristalizou, tornou-se “morta”, porém paradoxalmente produtiva no uso de nomenclaturas científicas.

A partir daí, convencionou-se chamarlatim botânico” uma variedade de língua internacional usada ainda hoje para identificar as plantas de modo correto. (STEARN, 1973) Esse latim, derivado dos textos de Plinius, embora mantenha em parte a estrutura do latim clássico, apresenta um caráter próprio, com léxico ampliado e de significado diferente da língua literária. O latim botânico incorpora grande número de palavras gregas e outras que não faziam parte do latim clássico, ou então utiliza palavras do clássico mas lhes altera o sentido. Sem contar que, no sistema binomial[1] criado por Linnaeus, o adjetivo relativo à espécie deriva freqüentemente de um nome geográfico latinizado. (BUZIO, 2001)

Devido à especificidade do latim usado pelos biólogos, os estudantes, muitas vezes, têm dificuldade de obter materiais de apoio adequados, como, por exemplo, dicionários. São mais fáceis de serem encontrados os dicionários escolares elaborados a partir de textos literários do latim clássico, mas estes não podem ajudar muito.

Não se sabe até quando o latim será utilizado nas ciências biológicas. Talvez consiga resistir apenas durante mais algum tempo, enquanto houver defensores que o preferem às línguas modernas. Desde a segunda metade da década de 90, alguns estudiosos vêm propondo a substituição do latim usado nas diagnoses pelo inglês, por ser este a língua mais comum entre a maioria dos taxonomistas, o que, segundo argumentam, tornaria mais prática a publicação de novidades botânicas. Tal proposta encontrou oponentes inclusive de língua inglesa, pois nãogarantia de que o inglês continue a ser a língua mais comum na botânica sistemática daqui a duas ou três décadas, por exemplo. Até esta posição poderá ser ocupada por outra língua qualquer. Conforme o posicionamento de Nic-Lughadha (1999: 234):

[...] se a língua oficial para diagnose fosse mudada constantemente, o resultado seria uma literatura botânica tão heterogênea que se tornaria difícil encontrar um taxonomista que conseguisse trabalhar com toda ela, desde a época do Lineu, sem precisar da ajuda de um tradutor. É claro que a possibilidade de publicar diagnose em inglês facilitaria o trabalho dos anglófonos (inclusive muitos botânicos brasileiros) mas é importante lembrar que eles ainda precisariam de um conhecimento de latim para trabalhar com a literatura antiga.

Scriptus scriptus est. Como toda e qualquer história escrita na Antiguidade encontra-se na língua utilizada naquele período, não como ter uma compreensão verdadeira de determinado texto sem o domínio da língua em que o mesmo foi registrado. Ainda que as traduções possam dar um sentido aproximado, jamais conseguem substituir a originalidade de cada termo. (DODINET, 2003)

E não as palavras são difíceis de traduzir, há que se pensar ainda na estrutura da língua. No caso do latim, a precisão dada pelo sintetismo é tal que, muitas vezes, a reescritura da expressão pode tentar trazer a idéia a uma outra língua. Isso na literatura ficcional é inquestionável, todavia ocorre também nas descrições dos biólogos, como veremos logo mais.

Outro problema que surge ao traduzir as descrições originais de animais e plantas para uma língua moderna é o fato de que elas necessitam de revisão a cada nova característica que se descobre sobre uma dada espécie, pois as descrições antigas em geral omitem características que agora são importantes para o reconhecimento desta espécie. Se as primeiras descrições dos seres vivos foram feitas objetivando-se a inalterabilidade dos táxons e a manutenção do rigor científico, quem garante a fidedignidade da tradução? E se o cientista responsável pela redescrição[2] não tiver conhecimento de latim, terá de fazer as alterações a partir da tradução e assim sucessivamente. Desse modo, não estaria ameaçando a “cientificidade” do táxon?

Estudando latim a partir de textos de biologia

Com base na análise lingüística realizada nos referidos textos, são elaborados os programas para cursos de latim que forneçam noções fundamentais para a compreensão desta língua, seja para aplicá-la em diagnoses e descrições de novas espécies, seja para utilizá-la na pesquisa de textos antigos originais.

A descrição[3] é mais completa e extensa, trazendo todas as características da unidade, tanto as diferenciais quanto as que ela apresenta em comum com as outras. A diagnose apenas diferencia um táxon do outro. Mesmo utilizando uma estrutura gramatical mais simplificada, há, nestes pequenos textos, uma razoável diversidade de elementos a serem estudados. Veja-se o seguinte exemplo de uma diagnose de planta, conforme apresentada por Stearn (1978: 153):

Saxifraga geoides Lacaita; species nova S. geo proxima, cujus flores foliorumque texturam, indumentum et colorem habet. Differt vero statura minore, vix ultra 10cm, foliorum basi non vel vix cordata, saepe cuneiformi, petiolo breviore latioreque, lamina minima, parum longiore quam lata, marginis crenaturis paucissimis et minus regulariter dispositis (Lacaita, 1930).

Como se pode observar, esse breve texto traz uma série de elementos lingüísticos que devem ser estudados e compreendidos, passo a passo, para que se adquira uma experiência mínima de trabalho com a estrutura do latim: 1) substantivos da 1ª, 2ª, 3ª e 5ª declinações, respectivamente: statura, indumentum, flores, species; 2) caso nominativo: species; genitivo: foliorum; acusativo: texturam; ablativo: minore, dispositis; 3) adjetivos de 1ª e 2ª classe: nova, proxima, cuneiformi; 4) adjetivos nos graus comparativo e superlativo: breviore, longiore, paucissimis; 5) formas verbais: habet, differt; 6) pronome relativo: cujus; 7) advérbios: vero, non, parum, regulariter, vix, saepe; 8) conjunções: et, quam, vel, que.

O aspecto do latim que mais chama a atenção dos alunos iniciantes é o sistema nominal. As declinações constituem, para alguns, um jogo complicado, para outros, uma brincadeira até certo ponto divertida, desde que ninguém se distraia.

Começa-se exercitando o sistema nominal, declinando binômios, verificando a concordância e a gradação dos adjetivos. A seguir, introduzem-se formas verbais, verbo-nominais, pronomes e palavras invariáveis.

O simples exercício com os binômios exige que se conheça a sintaxe dos casos. Por exemplo, o uso do acusativo, e em parte do dativo, supõe que haja um verbo regendo a estrutura. Há que se considerar o elo que se forma entre a morfologia e a sintaxe do latim, fenômeno por vezes de difícil compreensão para alunos pouco habituados à reflexão mesmo sobre a própria língua materna.

Quanto ao sistema verbal, aparentemente não é necessário dedicar muito tempo. Há até uma espécie de “norma” no latim científico, que é a de procurar evitar ao máximo o uso de verbos. Na botânica realmente o uso de verbos ocorre com pouca freqüência, o que nas descrições da zoologia não se pode desprezar. Os vegetais, como seres relativamente estáticos, não necessitam que lhes sejam descritas tantas ações como acontece com os animais. As formas participais, o gerúndio e o gerundivo, bem como as vozes passiva e depoente, podem ocorrer em quaisquer descrições.

Apresentamos, a seguir, como exemplo, duas descrições das quais os estudantes poderiam depreender maiores detalhes e estabelecer uma comparação entre um ente animal e um vegetal quanto aos fenômenos gramaticais da língua latina:

 

Zoologia

Canis familiaris Linnaeus (Descrição original de 1758)

C. cauda (sinistrorsum) recurvata.

Habitat saepius cum hominum passim, etiam spontaneus evasit.

Caput vertice carinatum. Labium inferius lateribus dentatis nudis occultatum. Mystaces ordinibus 5. s. 6. Nares extrorsum recurvato sinu lunares. Auriculae margine baseos superiore reflexo; posteriore duplicato: antico trilobo. Verrucae faciei pilosae 7. Suturae velleris 8: collares, sternea, cubitalis, abdominales, oculares, lumbares, auriculares, anales. Mammae 10: harum quattuor in pectore. Pedes subpalmati.

Edit carnes, vegetabilia farinosa, non olera. Digerit ossa; Vomitu a gramine purgatur, cacat supra lapidem: Album graecum, septicum summum. Potat lambendo, mingit ad latus, cum hospite saepe centies, odorat anum alterius, odoratu excellit naso humido. Levissime incedit supra digitos, vix sudat, calidus linguam exserit, cubitum iturus circumit locum, dormit auditu acutiore, somniat. Procis rixantibus crudelis, catullit cum variis, mordit illa illos, cohaeret copula junctus; gravida 63 diebus, parit saepe 4 ad 8, masculis patri similibus, femineis matri. Fidissimus omnium, odit ignotos, mordet projectos lapidem, ad musicam ululat. Latrat in peregrinos, excepto cane Americae australis; a Mahometanis rejectus. (PAPAVERO, 1983:. 80)

 

Elementos lingüísticos:

a) Casos:

- Nominativo: 1ª declinação: verrucae, suturae, mammae, illa, gravida, sternea; 2ª declinação: spontaneus, labium, occultatum, calidus, cubitum, rejectus; 3ª declinação: caput, mystaces, nares, lunares, collares, cubitalis, abdominales, oculares, lumbares, auriculares, anales; 4ª declinação: sinu, vomitu, odoratu.

- Genitivo: 1ª declinação: pilosae, Americae; 3ª declinação: australis, omnium; 5ª declinação: faciei.

- Acusativo: 1ª declinação: farinosa, linguam, musicam; 2ª declinação: anum, digitos, locum, illos, ignotos, projectos, peregrinos, baseos; 3ª declinação: lapidem, carnes, vegetabilia, olera, latus;

- Dativo: 3ª declinação: patri, similibus, matri;

- Ablativo: 1ª declinação: cauda recurvata; 2ª declinação: reflexo, duplicato, antico trilobo, humido, naso, variis, mahometanis; 3ª declinação: lateribus, ordinibus, margine, pectore, gramine, hospite, rixantibus; 4ª declinação: auditu; 5ª declinação: diebus.

 

b) Formas verbais: Indicativo presente, voz ativa, 3ª pessoa do singular: habitat, evasit, edit, digerit, cacat, potat, mingit, odorat, excellit, incedit, sudat, exserit, circumit, dormit, somniat, parit, odit, mordet, ululat; Indicativo presente, voz passiva, 3ª pessoa do singular: purgatur; Gerúndio: lambendo.

c) Grau do adjetivo: Comparativo: posteriore, inferius; Superlativo: levissime, fidissimus.

 

d) Palavras invariáveis: Advérbios: excepto, non, saepe, sinistrorsum; Conjunção: etiam; Preposições: a, ad, cum, in, supra.

 

Botânica

Liagora tetrasporifera Borgesen (Helminthocladiaceae)

Frons caespitosa, ca. 7-8 cm alta, filiformis, teres, 0.5-0.7 mm crassa, dichotome divisa; crusta calcarea continua, superficie sublaevi obducta. Color frondis in specimine exsiccato roseo-albidus. Stratum perifericum ex filamentis dichotomis plus minus irregulariter evolutis formatum est; cellulae in parte basali subcylindricae, 5-8 M[4] latae, in media parte breviores et crassiores, ca. 8-10 M latae, ad apicem versus breviores et minores ca. 3 M latae. Rami carpogonii fere recti, ex tribus cellulis compositi, ca. 10 micra lati. Cystocarpia fere sphaerica ex filis non carposporiferis sed tetrasporangiferis constructa. Antheridia ad apices filorum assimilantium nascuntur. Planta monoica est. (STEARN, 1973:. 166)

 

Elementos lingüísticos:

a) Casos:

- Nominativo: 1ª declinação: caespitosa, alta, crassa, divisa, crusta, calcarea, continua, cellulae, subcylindricae, cystocarpia, sphaerica, constructa, antheridia, planta, monoica; 2ª declinação: stratum, perifericum, rami, carpogonii, recti, compositi; 3ª declinação: frons, filiformis, teres, color.

- Genitivo: 2ª declinação: filorum; 3ª declinação: frondis, assimilantium.

- Acusativo: 3ª declinação: apicem, apices.

-Ablativo: 1ª declinação: media, obducta, cellulis, carposporiferis; 2ª declinação: exsiccato, roseo-albidus, filamentis, dichotomis, filis; 3ª declinação: parte, dichotome, sublaevi, specimine, basali, parte, tribus; 5ª declinação: superficie.

 

b) Formas verbais: Voz passiva do perfeito, 3ª pessoa do singular: formatum est; Verbo depoente no presente do indicativo, 3ª pessoa do plural: nascuntur; Verbo irregular esse no presente do indicativo, 3ª pessoa do singular : est.

 

c) Grau do adjetivo: Comparativo: crassiores, breviores, minores.

 

d) Palavras invariáveis: Advérbios: non, plus, minus; Conjunções: et, sed; Preposições: ad, ex, in.

A descrição da planta, ainda que mais simplificada do que a do cão, faz uso praticamente das mesmas classes gramaticais e também serve-se dos sistemas nominal, pronominal e verbal. Algumas regras que são próprias do tipo de linguagem utilizada para descrição e aparecem tanto em textos de botânica quanto de zoologia, como o uso dos verbos apenas na 3ª pessoa, a ausência do caso vocativo e nomes que nem sempre seguem as declinações do latim clássico. Destaca-se, também em ambos, o uso de palavras compostas e derivadas, ou contendo radicais gregos latinizados: Helminthocladiaceae, caespitosa, filiformis, roseo-albidus, carposporiferis, tetrasporangiferis.

 

Considerações finais

Observamos, nos textos selecionados, o predomínio do sistema nominal sobre as demais partes da gramática latina. Entretanto, exceto o caso vocativo, que não se inclui nesta modalidade, todos os outros elementos constituintes da língua foram utilizados seguindo um determinado padrão. E para que o estudante consiga realizar uma pesquisa, ou mesmo apenas a classificação de um espécime, de modo seguro, não deve ignorar certas regras gramaticais, consolidadas internacionalmente, o que garante o caráter universal do latim científico mantido até o presente momento.

Os alunos de biologia, em geral, apresentam dificuldade nas regras do português. Assim, o sistema casual latino parece-lhes extremamente difícil de assimilar, ao menos no primeiro contato com a língua. Após trabalho com exemplos e exercícios, começam a percebê-lo como um conjunto de relações lógicas, em que basta estarem atentos para compreendê-lo.

Também o uso de materiais didáticos, como glossários e fichas de consulta, são pouco úteis quando não se conhecem as regras morfossintáticas do latim. Mesmo quando se trata do simples uso do dicionário é preciso saber como fazê-lo, caso contrário erros múltiplos serão inevitáveis.

Seria necessário, para os alunos de graduação em ciências biológicas, no mínimo uma disciplina regular em seu currículo, para que pudessem ter uma visão mais ou menos geral do latim, inclusive com alguns aspectos de história e cultura. Como tal fato parece estar cada vez mais distante da realidade acadêmica, tanto pelo pouco tempo dos alunos quanto pela falta de professores de latim, resta-lhes aprender noções básicas através de técnicas. É nesse sentido que o projeto Estudos de latim tem procurado contribuir, oferecendo atividades complementares aos alunos interessados em ampliar seus conhecimentos lingüísticos na área dos estudos clássicos.


 

Referências bibliográficas

BURKE, Peter. A arte da conversação. São Paulo: EdUNESP, 1995.

BUZIO, Giancarlo. Il latino botanico. Il giradino fiorito, jul.-ago.-set., 2001. Disponível em: http://digilander.libero.it/giardinare/info gardening.html. Acesso em: 02 / 07 / 2004.

CARDOSO, Zélia de Almeida. Iniciação ao latim. São Paulo: Ática, 1989.

DODINET, Elisabeth. Questions d’étymologie et de latin botanique. Syntèses des forums Tela Botanica. Association Tela Botanica: 2003. Disponível em: www.tela-botanica.org. Acesso em: 21 / 07 / 2004.

NIC-LUGHADHA, Eimear. Mudanças recentes e propostas na nomenclatura botânica: implicações para a botânica sistemática no Brasil. Revista Brasileira de Botânica, v. 22, s. 2. São Paulo, out. 1999, p. 232-4.

PAPAVERO, Nelson. Fundamentos práticos de taxonomia zoológica. Coleções, Bibliografia, Nomenclatura. Belém: Sociedade Brasileira de Zoologia, 1983.

STEARN, William T. Botanical latin. 2ª ed. London: David & Charles, 1973.


 


 

[1] Forma de nomenclatura criada por Linnaeus, em que o primeiro termo é um substantivo grafado com inicial maiúscula, representando o gênero, e o segundo é um adjetivo grafado em minúsculas, representando a espécie. Ex.: Gingko biloba, Laurus nobilis, Homo sapiens, etc.

[2] Acréscimo de dados novos a uma descrição original (PAPAVERO, 1983, p. 49).

[3] A descriptio, conforme Linnaeus, baseava-se em characteres naturales, enquanto a differentia specifica era baseada em characteres essentiales, hoje conhecida como diagnose. (PAPAVERO, 1983: 49)

[4] M = Mícron, do gr., a milésima parte do milímetro.