A poesia de manuel bandeira
como recurso estilístico
nas redações escolares

Luci Mary Melo Leon (UERJ)

Na poesia de Manuel Bandeira há a marca da vida e da morte. Há a marca da dor, da fantasia e do “impossível“. Seus versos construídos à moda do arcadismo são representantes da poesia popular. Não há nenhum esforço artificioso de construção. As figuras surgem dando espaço para um mundo de fantasia real. No decorrer dos paradoxos, o estudante percebe como produzir um texto criativo repleto de originalidade. Bandeira foi um poeta que abusou do lado social e crítico de uma sociedade sofrida, porém esperançosa. O poeta Bandeira nunca imaginou que hoje muitos brasileiros sonham com Pasárgada e que está muito difícil encontrar uma “Irene Boa". Bandeira remete as imagens da infância e da adolescência. Suas palavras têm a visão apelativa tentando despertar cada leitor para uma viagem voltada para o senso crítico. Neste momento cabe ao professor recorrer ao texto como um incentivador nas redações escolares. Não é preciso transformar um aluno em poeta. O que se deve fazer é tentar acordar o que está adormecido: o lado crítico. As redações escolares precisam de uma personalidade única para apresentar a força mágica de cada palavra. Bandeira brinca com as palavras, tornando-as às vezes afetivas ou às vezes de julgamento. De qualquer modo, Bandeira se revela um poeta dos temas humildes de uma poesia espontânea e sofrida. Uma boa redação não precisa de um vocabulário rebuscado. Uma boa redação precisa de conhecimento de mundo. Isto só o texto pode fazer sendo ele poético ou não.

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