ARGUMENTAÇÃO E SUBJETIVIDADE
NA AQUISIÇÃO DA ESCRITA

Luciano Novaes Vidon (UNINCOR/FCLA)

Neste trabalho, parto de uma investigação longitudinal (Vidon, 2003) da trajetória textual de LM, sujeito de pesquisas em aquisição da escrita desenvolvidas no Instituto de Estudos da Linguagem da UNICAMP. A partir de uma concepção dialógica e pragmática de linguagem e de argumentação (Bakhtin, 1992; Perelman, 1997), discuto o trabalho argumentativo do sujeito pesquisado como uma questão que envolve uma discussão sobre subjetividade. No espaço da linguagem, um lugar de interlocução por excelência, sujeitos e linguagens se constituem através do trabalho que exercem uns em relação aos outros (Geraldi, 1995). Em Bakhtin (1992), toda enunciação é motivada por um projeto de dizer, que tem por princípio um determinado querer dizer do locutor. Este princípio, o querer-dizer do locutor, é importante para a emergência de um processo de preferencialidade, lingüística e argumentativa. Porém, com base no quadro teórico adotado, em que a interação sócio-histórica é fundamental na relação sujeito-linguagem, entendo toda ação do sujeito dirigida a um outro-interlocutor, dentro de um processo dialógico. Assim, discuto o trabalho de LM na linguagem, no sentido de argumentar, como um processo dialógico e pragmático, no qual há um outro constituinte do eu, o que não exclui, de modo algum, a atuação do sujeito enquanto um articulador lingüístico-textual-discursivo.

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