Estratégias de realização do dativo
na fala e na escrita

Christina Abreu Gomes (UFRJ/CNPq)

O objetivo desse trabalho é apresentar estudo sobre os reflexos da oralidade na escrita a partir da comparação de dados levantados de jornais relativos às estratégias de realização do dativo no português brasileiro. De acordo com Freire (2000) e Gomes (2000), os complementos indiretos de verbos bitransitivos podem ser realizados como um sintagma preposicionado, introduzido variavelmente pelas preposições a e para ou podem ocorrer sem a preposição, e, quando anafóricos, podem também ocorrer variavelmente como clíticos, se a referência for em relação a 1a e 2ª pessoas do discurso, ou ainda como objeto nulo. Os estudos mostraram também que o clítico lhe, como referência à 3ª pessoa, não ocorre em registros informais de língua oral e sobrevive principalmente na língua escrita ou em contextos formais. Dados levantados dos jornais indicam forte tendência de substituíção do clítico lhe pelo sintagma preposiconado, variante praticamente inexistente na língua falada, e forte tendência no uso da preposição a, marca de formalidade na língua falada.

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