PARA MIM OU PARA EU? PARA QUEM?

Iara Faria (UCB)

O trabalho de especialização teve por objetivo comprovar a supremacia da fala sobre a escrita. O uso do vernáculo sofre influência popular o que pode ser comprovado mediante o uso da construção para mim em lugar de para eu, e tal variação bem como outras do mesmo âmbito (restringiu-se às variantes:pra eu ; pra mim ; preu). Estas são construções populares, as quais foram encontradas na linguagem oral em diferentes contextos e demonstraram a necessidade da gramática normativa adaptar-se ao uso que o povo faz de sua língua.

Deve-se notar a existência de um conceito sobre língua antes e depois de William Labov, lingüista norte-americano, estudioso das interferências sociais na língua e o maior representante da teoria da variação lingüística, corrente sociolingüística estabelecida na década de 70 do século XX.

De acordo com Labov, é necessário notar as análises do contexto social onde a língua é utilizada, demonstrar diversos elementos da estrutura lingüística implicando na variação sistemática refletida tanto na mudança do tempo quanto nos processos sociais extralingüísticos.

Com mais de quinhentos dados coletados através de entrevistas, perguntas direcionadas, meios de comunicação e ouvindo a fala de informantes fez-se, através do uso do programa de leitura GOLDVARB 2001, a análise e a interpretação de dados para compreender o uso das formas desprestigiadas pela norma culta.

Essas e outras implicações objetivaram a pesquisa para podermos, com um estudo criterioso, repensar as diferenças entre escrita e oralidade.

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