SUFIXOS FORMADORES DE PROFISSÕES
EM PORTUGUÊS:
ISTA X EIRO - UMA OPOSIÇÃO

Cláudia Assad Alvares (USP)

O objetivo deste trabalho consiste em ratificar o discurso de Miranda (1979), no que tange à oposição existente entre os agentivos formados pelos sufixos -ista e -eiro e que designam profissões em língua portuguesa. A oposição estaria vinculada ao status; dessa forma, os agentivos em -ista designariam profissões de maior prestígio sócio-cultural em nossa sociedade, ao passo que os agentivos em -eiro designariam ocupações de pouco ou nenhum prestígio e, até mesmo, marginalizadas.

Para tanto, foi utilizado um corpus com 149 agentivos em -ista e outro com 124 agentivos em -eiro. No final deste trabalho encontra-se uma pesquisa, cuja elaboração teve por objetivo verificar, na prática, a oposição supracitada, bem como a suposta neutralidade no uso de algumas formações consideradas sinônimas pelo dicionário ou a consagração de uma, pela norma, em detrimento da outra. Ressalte-se ainda que todas as formações dos corpora estão dicionarizadas (as definições foram extraídas do Dicionário de Aurélio B. de H. Ferreira).

Durante a elaboração desta pesquisa surgiu uma terceira regra para a formação dos agentivos em -ista, extraída do trabalho de Pauliukonis (1981); procurei aprofundar a relação paradigma / produtividade, com relação aos dois tipos de agentivos, bem como estabelecer uma possível relação entre o paradigma x-ismo / x-ista e o prestígio atribuído pelo sufixo -ista aos agentivos formados por ele. Procurei ainda trabalhar os traços semânticos, bem como fazer algumas sugestões que julguei pertinentes, entre elas, a operacionalização de cada traço; passei também pela eufonia como um possível fator de escolha de uma formação em lugar de outra pelos falantes.

Mas as exceções foram surgindo; um número substancial de formações não se enquadrava nos padrões gerais propostos e, a partir daí, esta pesquisa foi se desenrolando.

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