TRADUZIR É POSSÍVEL?

Heloisa Gonçalves Barbosa (UFRJ)

Este trabalho constitui um exame da questão da possibilidade da tradução. Toma como ponto de partida a análise detalhada da questão feita por Georges Mounin em Os problemas teóricos da tradução (1963/1975), que examina as diversas correntes e teorias lingüísticas vigentes naquele momento em busca de uma teoria unificada que fornecesse respaldo e justificativa para o fenômeno da tradução, terminando pela constatação de que traduzir é possível, já que se fazem, se publicam, se veiculam tantas traduções cotidianamente.

Este trabalho toma, em seguida, uma abordagem literária, baseando-se na análise de diversas traduções do poema “A une Damoyselle malade” de Clément Marot feitas pelo matemático e filósofo Douglas R. Hofstadter na obra Le Ton beau de Marot: In Praise of the Music of Language (1997), em que o autor debate as múltiplas realizações do poema feitas por ele mesmo e por diversos outros autores. Ao apresentar o que denomina “contrapartidas” para o poema, o autor evidencia a impossibilidade de fixar uma só forma como sendo a tradução procurada e jamais encontrada.

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