UMA REFLEXÃO SOBRE A DIVERSIDADE
INCLUSÃO SOCIAL E VARIAÇÃO LINGÜÍSTICA
NA PRÁTICA EDUCACIONAL

Sérgio Arruda de Moura (UENF)
Hélio Ferreira Orrico
(UENF)

Desde quando a Sociolingüística surgiu e se consolidou nos meios acadêmicos, opera-se a análise da linguagem sob a noção de seu vínculo com a sociedade, evidenciado pelo fenômeno da variação dialetal, por força de condições sociais também variáveis. Em Labov, Bernstein e Bourdieu encontramos fundamentação deste vínculo. Sujeitas a inúmeros pontos de vista e de métodos, as teorias sobre a relação linguagem-sociedade aproximam as pesquisas de campos sociais com os da inclusão social. A legislação da inclusão põe em evidência a discussão da sociedade no seu caráter excludente, nos mesmos termos em que a língua não-padrão é um fator de exclusão. Concluímos que a Sociolingüística é uma ciência inclusiva, porque é cada vez mais evidente que o caráter sócio-identitário dos sujeitos é construído em parte pelo uso social de sua língua. Assim, a percepção da diferença se estende à observação dos direitos das pessoas portadoras de deficiência. Esta observação localiza a legislação de inclusão no campo da prática educacional, onde se requer a preservação do caráter sócio-identitário dos sujeitos envolvidos (a saber, alunos, professores, gestores da escola) já que, na diversidade social, estão inclusos bens lingüísticos de sujeitos, inalienáveis da pessoa, na interação social. Nosso trabalho, assim, consiste na colocação em prática de uma metodologia de observação dos termos da diferença e da variação, já perpetrados pela Sociolingüística, para daí deduzirmos uma metodologia que dê conta da questão da inclusão social como pertinente ao campo educacional e ao das teorias lingüísticas que vêem a linguagem como fenômeno sócio-interativo.

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