UNIDADE LEXICAL IBÉRICA NA AMÉRICA

Luís Antônio Lindo (USP)

Sabe-se que os idiomas português e espanhol, mais ainda nos seus primeiros tempos que nos dias de hoje, formavam uma unidade no plano lexical, cujas causas se podem buscar nas condições da romanização levada a efeito na península ibérica como um todo. No século XVI, quando esses idiomas são transplantados para a América, essa unidade se manifesta na incorporação dos americanismos com que se procura designar a realidade do Novo Continente, uma vez que os primeiros indigenismos que lograram fixar-se nos idiomas ibéricos e ainda se difundiram internacionalmente são procedentes das Antilhas, onde se deu o primeiro e por trinta anos único estabelecimento espanhol. Esse fato revela, como procuraremos demonstrar, que a unidade primordial do léxico ibérico foi um fator determinante na feição tomada pelo espanhol e pelo português na América. Além disso, entendemos que essa unidade confere por vezes aos estudos sobre as influências do substrato indígena uma tendência para enfatizar não a diversidade lingüística americana, mas as homologias sobretudo lexicais que aproximam e por vezes homogeneízam as línguas e culturas do Continente.

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