EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA: HISTÓRICO E PERSPECTIVAS

Sérgio Paulo Gomes de Vasconcelos (UERJ)

Ao contrário do que muitos pensam, a Educação à Distância (EAD) não um instrumento recente a serviço do ensino. Seus experimentos iniciais remontam ao início século XIX e vão ganhar impulso no fim daquele século, sendo hoje um poderoso instrumento de ensino ainda mais quando os recursos da Informática são utilizados em seu apoio.

Todos nós conhecemos, por exemplo o Telecurso Segundo Grau e o Telecurso 2000, modalidades de EAD orientadas pela televisão. Também pela TV temos iniciativas do Canal Futura e da TVE, o programa “Nossa Língua Portuguesa”, sucesso do professor Pasquale, dentre outros.

Nossa infância é marcada por uma novela chamada “João da Silva”, parte do projeto Mobral, que tinha como objetivo a alfabetização de adultos. Lembramo-nos bem de uma aula dessa novela que foi premiada internacionalmente pela sua didática.

Também costumávamos ouvir programas de rádio por ondas curtas que ofereciam cursos de idiomas, segundo sua nacionalidade: a Rádio Central de Moscou, por exemplo, oferecia um curso de russo; a Deutsche Welle, curso de alemão; dentre outras que poderíamos citar.

Além dos cursos de idiomas, rádios nacionais em ondas médias ofereciam e ainda oferecem diversos cursos. No passado havia programas dedicados exclusivamente ao ensino da Língua Portuguesa, que atraíam milhares de ouvintes. Ainda hoje ouvimos histórias de nossos antigos mestres sobre o tempo que devotavam a ficarem ao lado do rádio aguardando lições de Língua Portuguesa.

E todos que um dia já folheamos revistas em quadrinhos, encontrávamos lá a propaganda dos cursos do Instituto Universal Brasileiro.

Como já foi dito, a EAD não é recente, assim, listaremos a seguir datas mais importantes relativas a ela, desde seu início até 1995, para que o leitor tenha uma idéia de sua abrangência.

1829 – Suécia – Instituto Líber Hermondes (150.000 usuários)

1840 – Reino Unido – Faculdade Sir Isaac Pitman – Primeira escola por correspondência na Europa

1892 – EUA – Universidade de Chicago – Divisão de Ensino por Correspondência para preparação de docentes no Departamento de Extensão

1922 – União Soviética – ensino por correspondência (350.000 usuários)

1948 – Noruega – primeira legislação para escolas por correspondência

1969 – Reino Unido – fundação da Universidade Aberta (200.000 alunos)

1977 – Venezuela – fundação da Universidade Nacional Aberta

1978 – Costa Rica – Universidade Estadual à Distância

1984 – Holanda – implantação da Universidade Aberta

1985 – Fundação da Associação Européia das Escolas por Correspondência (AEEC)

1985 – Índia – implantação da Universidade Nacional Aberta Indira Gandhi (242.000 alunos)

1987 – Resolução do Parlamento Europeu sobre Universidades Abertas na Comunidade Européia

1987 – Fundação da Associação Européia de Universidades de Ensino à Distância

1988 – Portugal – fundação da Universidade Aberta

1990 – Implantação da rede Européia de Educação à Distância, baseada na declaração de Budapeste

1991 – Relatório da Comissão sobre Educação Aberta e à Distância na Comunidade Européia [Corrêa, 2005: 17-19]

Podemos ver que a EAD não é nova e enquanto ela avança no mundo, no Brasil, ela caminha a passos muitos lentos.

Agora vejamos algumas informações acerca do seu histórico em nosso país. (É importante que se diga que os primeiros experimentos em EAD no Brasil ficaram sem registro, por isso a lista da autora se inicia apenas em 1923.)

1923/1925 – Rádio Sociedade do Rio de Janeiro

1923 – Fundação Roquete Pinto – Radiodifusão

1939 – Marinha e Exército – cursos por correspondência

1941 – Instituto Universal Brasileiro – cursos por correspondência, formação profissional básica

1970 – Projeto Minerva – cursos transmitidos por rádio em cadeia nacional

1974 – TVE do Ceará – cursos de quinta a oitava série, com material televisivo, impresso e monitores

1976 – SENAC – Sistema Nacional de Teleducação, cursos através de material instrucional (em 1995, já havia atendido 2 milhões de alunos)

1979 – Colégio Anglo-Americano (RJ) – atua em 28 países, com cursos de correspondência para brasileiros residentes no exterior em nível de 1º e 2º graus

1979 – UnB – cursos veiculados por jornais e revistas; em 1989 transforma no Cead e lança o BrasilEAD

1991 – Fundação Roquete Pinto – programa Um salto para o Futuro, para a formação continuada de professores do ensino fundamental

1995 – Secretaria Municipal de Educação – MultiRio (RJ) – cursos de quinta a oitava série, através de programas televisivos e material impresso

1995 – Programa TV Escola – SEED/MEC

2000 – UNIREDE – Rede de Educação Superior à Distância – consórcio que reúne 68 instituições públicas do Brasil [Corrêa;2005: 21 e 22]

Quando comparamos nosso histórico em Educação à Distância com o de outros países, podemos ver quão atrasados estamos. Para que se tenha uma idéia de nosso atraso, Venezuela e Costa Rica têm programas em EAD baseados na Open University de Londres, e são, como esta última, referência em todo o mundo no que diz respeito à EAD.

Costa Rica, um pequeno e belo país da América Central, cuja economia é praticamente centrada no turismo e nem exército tem (que maravilha!), é referência em EAD, enquanto o Brasil, que está entre as maiores economias do mundo, país que domina tecnologia nuclear, tem um programa espacial e almeja um cargo no Conselho de Segurança da ONU, não dá o devido valor a essa modalidade de ensino.

Infelizmente, não há um consenso geral acerca de uma definição específica para o que seja a EAD, mas todos podemos ter uma idéia de que se trata de mais uma forma de ensino. Em alguns casos, ela é parcialmente presencial (quando os alunos têm de comparecer a algumas aulas presenciais em pólos ou comparecerem para as avaliações) ou ela é totalmente à distância, quando o aluno não tem contato algum com a instituição, realizando apenas seus exames finais ou bancas de avaliação de modo presencial.

Neste último caso entra a questão da credibilidade da EAD. Por muito tempo, ela foi tida como uma forma inferior de modalidade de educação, destinada a ensinos profissionalizantes para indivíduos que não tinham condições de pagar por um curso regular, ou haviam sido fracassado no sistema de educação regular (Litwin, 2005: 117).

Sua credibilidade também foi muito questionada no que tangia às avaliações, uma vez que o aluno prestava seus exames em casa e depois os enviava pelo correio, fato que não impedia a fraude. Acerca desta informação, lembro-me do tempo em que era jovem e fazia um curso de Desenhista Auxiliar de Arquitetura e tinha um colega de sala que fazia um curso de Desenho por correspondência. Certo dia ela nos mostrou seu material e papel no qual ele deveria prestar uma avaliação, desenhando uma figura humana.

O papel era do tipo reciclado, tal qual o utilizado para o embrulho de pão, completamente inadequado para o desenho. Além do desenho ficar tosco, conforme ele nos mostrara, era impossível o uso da borracha, instrumento de qualquer desenhista em seu processo de criação.

Assim, o próprio aluno tecia críticas aos instrumentos que determinavam o processo de avaliação que sofria. Isso colocava em xeque o curso como um todo, pois o próprio usuário se tornava um elemento de propaganda negativa contra o curso e seus métodos. E todos sabemos que a propaganda mais poderosa é a boca-a-boca.

Mesmo assim, ele demonstrava honestidade, pois poderia ter pedido a um colega de mais habilidade artística que fizesse o desenho por ele. Ninguém saberia.

O momento atual do conhecimento em que vivemos é bastante particular. Nunca antes a sociedade humana havia presenciado tamanhas transformações no que diz respeito à informação e ao conhecimento. Esses fatos criam uma demanda por um constante aprendizado por parte de todo tipo de profissional, da mesma forma que determinam as ações das empresas em busca da oferta de conhecimento e treinamento a seus funcionários. E esse é o cenário em que a EAD ganha cada vez mais força.

Vivemos hoje o que é chamado de Sociedade da Informação e estamos acostumados a ouvir o termo Novas Tecnologias da Informação e Comunicação (NTIC). Em 1996, a maioria dos países do mundo já estava conectada à Internet, mas alguns, por motivos políticos, dispunham apenas de serviço de correio-eletrônico. Devidamente censurado pelo governo. (Na China, por exemplo, há cerca de 50.000 censores oficiais, fiscalizando os sites visitados pelos milhões de usuários daquele país).

Para muitos pesquisadores, as NTIC são a derradeira resposta para a democratização do ensino e para que as classes menos privilegiadas tenham acesso ao conhecimento. Para outros, ao contrário: as condições econômicas mundiais aumentam o abismo entre os que podem adquirir conhecimento através dos meios mais avançados e os que não podem.

Segundo dados de 1995, quando o Brasil pertencia ao grupo das 10 maiores economias do mundo, possuíamos 26, 3 computadores para 1.000 habitantes. Em comparação, os EUA, maior economia do mundo, possuíam 406, 7. A média mundial era de 182, 0. (Corrêa, 2005: 14)

Quando observamos tais números, podemos seriamente dizer que as NTIC contribuíam para a democratização do ensino no Brasil há dez anos? Será que a situação é diferente agora?

Há alguns anos programas vêm sendo adotados no Brasil, com o objetivo de introduzir computadores nas escolas. Em alguns casos, a realidade é a de um único PC para dezenas ou centenas de alunos. E, em geral, ele fica trancado dentro de uma sala à qual apenas professores têm acesso. Será que é dessa forma que os alunos poderão participar da Sociedade da Informação? É desse modo que terão acesso a mais conhecimento e, conseqüentemente, estarão mais preparados para as mudanças do mercado de trabalho, aumentando suas chances de conseguir uma colocação profissional?

No fim de outubro deste ano, fomos visitados por um pesquisador americano que desenvolveu um laptop, cujo valor é 100 dólares. Sua intenção inicial é disseminar 5 milhões de unidades em países em desenvolvimento, sendo 1 milhão delas destinadas a estudantes brasileiros. Todavia, a intenção de nosso governo é adquirir as unidades e utilizá-las inicialmente na reciclagem de professores do ensino fundamental.

Ou seja, nossos próprios professores não estão capacitados a lidar com tecnologia de ponta no que se refere à Informática e a Internet, as NTIC, pilares da educação no século que se inicia. Ainda é necessário que os habilitemos para que esses possam se tornar instrutores dos alunos, abrindo-lhes as portas para o mundo do conhecimento através da Rede Mundial de Computadores e de outros instrumentos de aprendizado.

Todavia, acreditamos que esse é o caminho certo a ser seguido: primeiramente a formação dos instrutores para, a seguir, a formação dos alunos. Mas não podemos deixar de considerar que muitos tempo se passará até que esse projeto dê resultados consistentes.

E como se não bastasse, não se pode descartar que além da Sociedade da Informação, também vivemos a “tirania da informação”, segundo Milton Santos. [Corrêa, p. 12] Há informação demais e pouco tempo para absorvê-la, logo, alguém determinará o que as massas e/ou os alunos devem aprender como sendo o mais relevante. Mas quem deterá esse poder? Essa é uma questão crucial para o desenvolvimento de nossa sociedade.

Quando comparada à educação presencial, a EAD traz diversas vantagens, especialmente agora, durante o período da Sociedade da Informação e com o auxílio das NTIC. Vejamos:

§ massividade espacial;

§ menor custo por estudante;

§ diversificação da população escolar;

§ individualização da aprendizagem;

§ quantidade sem perda da qualidade;

§ autodisciplina de estudo. [Corrêa, p. 16]

Analisemos, todavia, as informações fornecidas com um olhar crítico.

Quando se fala em menor custo por estudante, não significa que um curso em EAD será necessariamente barato. Para que se ofereça um curso de qualidade, são necessários materiais de qualidade e profissionais qualificados. E nada disso é barato. De fato, o material didático destinado à EAD tem de ser melhor do que o presencial, uma vez que o aluno não dispõe da figura do professor diante de si para resolver suas dúvidas imediatas. Em geral, os cursos em EAD oferecem respostas pelos tutores em um prazo de 24 horas.

O barateamento dos custos pode ocorrer uma vez que despesas como aluguel, luz, água, equipamentos didáticos, transporte, etc, inexistem.

A quantidade sem perda da qualidade também é um outro fator questionável. Um curso em EAD que dispõe de um único tutor para atender cinqüenta alunos talvez não obtenha resultados muito diferentes de um presencial.

Aos nossos olhos, a massividade espacial, a diversificação da população escolar e a autodisciplina de estudo são fatores eminentemente positivos. Especialmente esse último, pois os cursos em EAD não são destinados a qualquer pessoa. Apenas pessoas que já tenham disciplina ou que venham a desenvolvê-la serão capazes de levar um curso longo a termo. E nós sabemos que a disciplina é um fator fundamental para qualquer profissional qualificado.

Em tempo: quando se fala em disciplina, remete-se automaticamente aos índices de evasão e aprovação. Por exemplo, a TVE do Maranhão e Ceará desenvolveu projetos de EAD. Em 1980/1985 a evasão foi de 8% e 12%, respectivamente; e o índice de aprovação atingiu 85% em ambos os casos (Corrêa, 2005: 19). Números excelentes quando comparados ao ensino tradicional.

Há uma explicação muito simples para tais números: as pessoas que buscam um curso em EAD são, em sua maioria, adultos. Assim, eles têm consciência do que querem e do que precisam.

Os cursos à distância ganham impulso no fim do século XIX e em 1930, 39 universidades americanas os ofereciam (Litwin, 2005: 118).

Nos EUA a Universidade de Winsconsin foi fundada especialmente para EAD e no fim dos anos 60, a Open University, de Londres, estabeleceu modelos que foram copiados, gerando a Universidade Nacional de Educação à Distância, da Espanha; a Universidade Nacional Aberta, da Venezuela; e a Universidade Estatal à Distância, da Costa Rica (Corrêa, 2005: 19).

Quando se fala em Universidade Aberta, não significa que seu acesso é irrestrito. Ao contrário, ela possui um sistema de seleção bastante criterioso. Ela é aberta “de modo a tornar possível a ampliação do ensino superior não só para um maior número de estudantes, mas, também, para aqueles que não possuíam os requisitos necessários para o acesso ao ensino superior.” (Corrêa, 2005: 19)

Posteriormente, com sua evolução, a Universidade Aberta tornou-se um instrumento de maior amplitude de escolhas e conteúdos.

No Brasil, a EAD se iniciou documentadamente, conforme demonstrado na página XX, na década de 20. Nessa época, o rádio era um avançado instrumento de comunicação e logo tornava-se instrumento a serviço do ensino e até hoje é utilizado. Como exemplo podemos citar a Rádio Senac e o programa Rádio-Escola. Segundo nos informa o site do MEC, “O Rádio-Escola desenvolve ações, nas escolas públicas ou comunidades, que visem à utilização dessa mídia na difusão e desenvolvimento de práticas pedagógicas, além de fornecer insumos para o exercício docente.” [http: //www.mec.gov.br/seed/website_radioescola/index.shtm]

No entanto, qualquer aluno de curso de EAD por rádio conta com o compromisso de estar diante do aparelho no dia e hora definidos, diferentemente dos cursos oferecidos pela Internet, através dos quais os alunos podem acessar suas plataformas de ensino a qualquer momento. E é para esta direção que o Brasil caminha.

Analisemos agora a situação dos cursos superiores à distância no Brasil.

A revista veja de 27 de julho de 2005, página 46, trazia a seguinte informação:

Os cursos superiores à distância multiplicam-se a cinco anos. Desde 2001, quando foram autorizados pelo governo, seu número já aumentou 700%. Com o auxílo da Internet, 382 faculdades oferecem disciplinas de graduação e pós-graduação.

Alunos matriculados em 2001 = 5.000; em 2004 = 160.000

Criação de novos cursos em 2001 = 11; em 2004 = 77

Outra matéria, publicada no site do MEC diz respeito à criação e início das atividades da Universidade Aberta do Brasil (UAB).

A criação da UAB (Universidade Aberta do Brasil) foi o principal foco de discussão do Fórum das Estatais para a Educação, que ocorreu na segunda-feira, 4 de julho de 2005, em Brasília. A UAB será lançada em setembro e as aulas devem começar já no início do próximo ano letivo.

O titular as Secretaria de Educação a Distância do MEC (Ministério da Educação), Ronaldo Mota, adiantou que o processo seletivo deverá ocorrer no princípio de 2006. O início das aulas está previsto para o mês de março, com a realização dos cursos-piloto de Administração em seis estados que já possuem estrutura para atender os cursos à distância.

Na reunião, foi apresentado o modelo do projeto da criação da UAB, bem como da associação que irá promover a formação dos consórcios públicos que serão firmados com as instituições municipais e estaduais, juntamente com as instituições públicas federais. (...)

Segundo Ronaldo Mota, em 2006 algumas ações já estarão em curso. “A oferta de cursos de educação a distância em seis estados, enquanto projeto-piloto de curso de Administração já está consolidada.”

Os cursos serão realizados no Rio Grande do sul, Rio de Janeiro, Paraná, Ceará, Mato Grosso e Santa Catarina, sendo que em cada um dos estados existem cerca de 16 pólos que permitirão o acesso à educação superior.

(...)

O secretário-geral do Fórum, Alex Fiúza, chamou a atenção para três pontos importantes na criação da Universidade Aberta do Brasil – dar oportunidade para todos os funcionários de estatais, formar todos os funcionário de estatais, formar todos os professores que não possuem graduação e dar acesso à universidade para todos os municípios do Brasil.

A UAB irá oferecer cursos e programas a distância, em parceria com as universidades brasileiras, voltados para a expansão da educação superior. No Brasil, apenas 11% dos jovens entre 18 e 24 anos têm acesso a esta modalidade de ensino [ensino superior]. 05/07/2005 [http: //portal.mec.gov.br]

Ainda segundo o site do MEC, “a idéia é oferecer, inicialmente, três mil vagas no país, 600 por região. O processo seletivo, previsto para janeiro, deve ter provas de português, matemática e conhecimentos gerais, além da análise de títulos.” 27/10/2005 [http: //portal.mec.gov.br]

Diferentemente do que a notícia informou, a UAB foi fundada apenas no dia 27 de outubro. Em sua cerimônia de fundação, o presidente do Fórum das Estatais pela Educação “classificou a iniciativa de importantíssima e disse que a educação é a única forma de superar a exclusão social e promover a inclusão educacional.” 27/10/2005 [http: //portal.mec.gov.br]

No estado do Rio de Janeiro há 16 pólos, conforme nos informa a Fundação Centro de Ciências e Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro (CECIERJ). Segundo os Estatutos da Fundação do CECIERJ, são seus objetivos:

I – oferecer educação superior gratuita e de qualidade, na modalidade a distância, para o conjunto da sociedade fluminense;

II – a divulgação científica para o conjunto da sociedade fluminense;

III – a formação continuada de professores do ensino fundamental, médio e superior; e

IV – promover a expansão e interiorização do ensino gratuito e de qualidade no Estado, através de cursos de extensão, graduação e pós-graduação, atividades curriculares e extra-curriculares, presenciais ou à distância. [http: //www.cederj.edu.br/cecierj/estatuto.htm]

O pólo regional de Petrópolis, por exemplo, tem uma home page que fornece algumas informações importantes. Nesse pólo são oferecidos cursos de licenciatura em Matemática (com coordenação da UFF) e Biologia (com coordenação da UFRJ e UENF), além de “cursos de extensão semi-presenciais para aperfeiçoamento acadêmico em áreas diversas, tais como Matemática, Geografia e História.” www.cederj.edu.br/cederj/petropolis/cursos.htm

Gostaríamos de retornar ao comentário do secretário-geral do Fórum, que diz ser a educação “a única forma de superar a exclusão social e promover a inclusão educacional.”

Como pode isso acontecer se o nível de informatização no Brasil é tão baixo? Se o início das atividades da UAB se direciona a funcionários das estatais, acreditamos que eles possam se valer de computadores das empresas para estudar.

Todavia, à medida que houver a expansão da UAB, outros alunos serão beneficiados por ela e precisarão de computadores. Mas sabemos que as condições econômicas do Brasil não favorecem a compra de máquinas, especialmente quando consideramos os proventos dos profissionais do ensino fundamental. Nossa expectativa recai sobre o programa do laptop de 100 dólares e outras iniciativas do governo para facilitar a aquisição de computadores por parte dos alunos da UAB e outras instituições de EAD.

Nesse artigo procuramos apresentar uma visão da EAD no mundo e no Brasil, especialmente para aqueles que não a conhecem ou, caso a conhecessem, talvez não conhecessem sua história força no mundo.

Com as Novas Tecnologias de Informação e Comunicação e a velocidade de transformação de tudo ao nosso redor, há uma constante necessidade de aprendizado e atualização desse aprendizado. A EAD surge não como uma proposta para a solução desses problemas, mas como uma “tábua de salvação”, uma vez que já nos dias atuais vivenciamos uma total falta de tempo para os estudos: as grandes cidades têm suas avenidas e ruas cada vez mais cheias de veículos, provocando engarrafamentos que levam horas, dificultando o deslocamento dos estudantes; os transportes públicos, alternativa aos congestionamentos, estão constantemente lotados, além de não serem confortáveis ou não cumprirem seus horários; as famílias passam pouco tempo reunidas e muitos não desejam abrir mão do pouco tempo que dispõem para estar com os seus em troca do comparecimento a salas de aula, assim caso sua presença seja obrigatória, irão sem disposição de aprendizado. Além desses há diversos outros fatores, mas não é necessário descrevê-los: o próprio leitor é capaz de discernir quais são.

Acreditamos que a EAD é um instrumento que deve ter todo apoio das instituições governamentais, especialmente no que tange a lhe dar credibilidade perante a sociedade. Esperamos que esse artigo seja um estímulo ao leitor para conhecer um pouco mais acerca dessa modalidade de ensino e, quem sabe, vir a se tornar um profissional nesta área de crescimento tão promissor no Brasil e no mundo.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CEDERJ. Estatuto. <www.cederj.edu.br/cecierj/estatuto.htm>. Acessado em 30 de outubro 2005.

CORRÊA, Juliane. O cenário atual da educação a distância. In: SENAC. Curso de especialização a distância. E-Book. Rio de Janeiro: Editora Senac Nacional, 2005. CD-ROM.

––––––. Sociedade de informação, globalização e educação a distância. In: SENAC. Curso de especialização a distância. E-Book. Rio de Janeiro: Editora Senac Nacional, 2005. CD-ROM.

LITWIN, Edith. Das tradições à virtualidade. In: SENAC. Curso de especialização a distância. E-Book. Rio de Janeiro: Editora Senac Nacional, 2005. CD-ROM.

MEC. Portal. 27 outubro 2005. <http: //portal.mec.gov.br>. Acessado em 30 outubro 2005.

MEC. Rádio-Escola. <www.mec.gov.br/seed/website_radioescola/index.shtm>. Acessado em 30 outubro 2005.

RAMAL, Andrea Cecília. Entre mitos e desafios. In: SENAC. Curso de especialização a distância. E-Book. Rio de Janeiro: Editora Senac Nacional, 2005. CD-ROM.

 

...........................................................................................................................................................

Copyright © Círculo Fluminense de Estudos Filológicos e Lingüísticos