ANÁLISE FUNCIONAL DO ITEM ATÉ
NOS SÉCULOS XIX E XX

Ivo da Costa do Rosário (UFF/UFRJ)

 

Introdução

A pesquisa que ora apresentamos integra-se aos trabalhos desenvolvidos pelo grupo Discurso & Gramática, com sede na Universidade Federal Fluminense. O grupo D & G, como é conhecido, desenvolve trabalhos na área de Lingüística Funcional, mormente segundo a linha norte-americana.

O funcionalismo norte-americano começou a despontar com vigor a partir da década de 70. Entre os lingüistas comumente classificados como funcionalistas dessa época, podemos citar Sandra Thompson, Paul Hopper e Talmy Givón. Tais estudiosos propuseram uma alternativa epistemológica à linguagem matematizada dos gerativistas que com Chomsky dominaram boa parte do cenário lingüístico do século XX.

No Funcionalismo advoga-se a premência dos estudos lingüísticos baseados no uso, observando-se não só as pressões do contexto lingüístico como também os fatores sociais e as motivações de ordem cognitiva. Acredita-se, portanto, que tais fatores são os motores principais para a mudança lingüística.

 

Preposições

Os estudos realizados sobre as preposições, nas obras tradicionais, limitam-se a defini-las, em geral, sob critérios vagos e até mesmo imprecisos. Uma rápida revisão das obras normativistas nos oferece as seguintes informações:

Preposições são palavras que subordinam um termo da frase a outro – o que vale dizer que tornam o segundo dependente do primeiro (Lima, 1972)

Tanto a preposição quanto a conjunção são conectivos, isto é, são classes que desempenham função de ligação; ambas essas classes ligam, mas entre elas há esta diferença: A preposição liga palavras (substantivo a substantivo, substantivo a adjetivo, substantivo a verbo, adjetivo a verbo etc.), ao passo que a conjunção liga orações”. (Almeida, 2004)

Segundo Rocha Lima (1999), as preposições têm como função subordinar um termo da frase a outro. Ora, devemos perceber que essa também é a função de muitas conjunções, alguns advérbios e pronomes relativos. Assim, consideramos a definição bastante imprecisa do ponto de vista conceitual. Não menos problemática é a informação prestada por Almeida (2004), que afirma ser função precípua das preposições ligar palavras e não orações. Os exemplos abaixo desmistificam ambas as visões apresentadas. Vejamos:

(01) João está rico e feliz. → conjunção coordenativa e ligando termos.

(02) Ele foi caminhando até se cansar. → preposição até ligando orações.

Normalmente, após as definições apresentadas pelos gramáticos, são listadas as principais preposições, quase sempre sem qualquer preocupação com a carga semântica das mesmas. Aliás, este é outro grande problema inerente ao estudo das preposições. Nossa hipótese é que tal procedimento está ligado à idéia de que as preposições seriam destituídas de significado. Em Estrutura da Língua Portuguesa (1984:79-80), Camara Jr afirma:

Em português, os conectivos subordinativos se dividem em preposições e conjunções. As preposições subordinam um vocábulo a outro: flor do campo, falei de flores. As conjunções subordinam sentenças. (...) Os conectivos são em princípio morfemas gramaticais. Pertencem ao mecanismo da língua sem pressupor em si mesmos qualquer elemento do universo biossocial[1]

Assim, segundo o autor, as preposições seriam elementos que servem para ligar palavras e são destituídos de significado, já que não pressupõem em si mesmos “qualquer elemento do universo bio-social”. Tesnière (1969), perseguindo uma lingüística estruturalista, também afirmou ainda com mais veemência serem as preposições vocábulos destituídos de significado.

Ao contrário do que propunham tais autores, parece bastante verossímil afirmarmos que as preposições (pelo menos algumas) detêm em si determinados valores semânticos. Senão, seria injustificável a diferença de sentido emanada de ambos os exemplos abaixo:

(03) Ela saiu com Antônio.

(04) Ela saiu sem Antônio.

A diferença das frases acima, em termos de significado, reside justamente no fato de utilizarmos preposições diferentes em (03) e (04), já que com exceção desses conectivos, as frases são exatamente idênticas. Parece não ser necessário tecermos comentários ulteriores no tocante a tal problema.

Por fim, verificamos que muitas gramáticas também enfocam três classes morfológicas (advérbios, preposições e conjunções) como categorias discretas, sem permitir a quem as consulta uma visão mais ampla dos seus possíveis usos. Aliás, ainda são bastante raras as obras que apontam para aspectos comuns entre essas três classes. De um modo geral, não há qualquer referência à função comum que as agrupa, que é a possibilidade de exercerem o papel de conectores, salvo algumas exceções.

Como podemos verificar, é necessária uma revisão aprofundada do sistema preposicional da língua portuguesa. Definições vagas, imprecisas e incompletas povoam as nossas mais importantes obras de caráter normativista. Centrando-nos especificamente na preposição até, tais observações nos levaram a construir as seguintes hipóteses:

1) O item até introduz segmentos supraoracionais.

2) O item até possui significação intrínseca e contextual.

3) O item até não encontra limites precisos em termos de categorização morfológica.

Com vistas à comprovação de nossas hipóteses, revisaremos alguns conceitos extraídos da ciência lingüística. Em seguida, confrontaremos nossa fundamentação teórica com o corpus escolhido para a pesquisa cujos resultados preliminares apresentamos.


 

Estudos de categorização

A preocupação com os estudos de categorização em linguagem data de Platão, na antiga Grécia, e perduram até hoje, por meio de inúmeras propostas de agrupamento dos itens lingüísticos.

Basicamente, as propostas apresentadas ao longo dos séculos lidam com classes discretas, percebendo-se raramente algumas exceções a esquemas rígidos. Essa concepção de categorização está ligada à teoria aristotélica, que baseia-se nos seguintes pressupostos:

1º - As categorias são definidas em termos de uma conjunção de características necessárias e suficientes – Aristóteles elaborou a lei da contradição. Segundo o filósofo, uma coisa não pode ser e não ser ao mesmo tempo. Uma entidade não pode possuir uma característica e não possuí-la ao mesmo tempo, não pode pertencer a uma categoria e não pertencer ao mesmo tempo. Como podemos facilmente perceber, essa concepção de categorização subjaz à proposta tradicional de categorização lingüística tal como a conhecemos por meio de nossas gramáticas normativas, elaboradas sob a égide da NGB. Afinal de contas, um pronome não pode ser um advérbio; um verbo não pode ser um substantivo etc. Desse princípio aristotélico, depreende-se o segundo:

2º - As características são binárias – As características são uma questão de tudo ou nada. Ou uma categoria possui determinada característica ou não a possui. O meio-termo, nessa concepção, é impensável. Em qualquer exemplo, uma característica está claramente presente ou está ausente.

3º - As categorias têm limites definidos – Uma vez estabelecida, uma categoria divide o universo em dois grupos de entidades – aquelas que são membros de uma categoria, e aquelas que não são. Segundo essa perspectiva, não há casos ambíguos ou de difícil classificação.

4º - Todos os membros de uma categoria têm o mesmo status – Qualquer entidade que exiba todas as características de uma determinada categoria é um membro perfeito da categoria. Por outro lado, qualquer membro que não exiba mesmo que uma única característica daquela categoria não poderá ser considerado como um membro. Não existem graus de pertença, ou seja, não há membros que sejam melhores exemplares de uma dada categoria do que outros.

Os estudos funcionalistas rompem com essa concepção aristotélica, propondo como mote fulcral a hipótese de que “não há categorias discretas”. (cf. Givón, 1995). Essa moderna proposta de categorização, que prevê processos de mudança num continuum, garante-nos maior precisão nos trabalhos de descrição lingüística, pois há, de fato, vários elementos gramaticais que não se enquadram em categorias estanques, mas em diferentes níveis de um gradiente. Estamos nos referindo à chamada teoria dos protótipos. Vejamos:

As categorias tipicamente têm limites difusos e podem até mesmo fundir-se uma na outra; alguns atributos podem ser compartilhados por apenas alguns membros de uma categoria; pode haver categorias até mesmo sem atributos compartilhado por todos seus membros. Para manter nossas categorias maximamente distintas, e conseqüentemente maximamente informativas, nós precisamos focalizar no nível básico de categorização, mais especificamente, nos membros mais centrais das categorias de nível básico. (Taylor, 1992).

 

Podemos concluir que é mais conveniente estabelecermos a pertença de um elemento a uma categoria a partir de um grau de similitude com o protótipo, entendido como o exemplar que melhor se reconhece, o mais representativo e distintivo de um grupo, posto que é o que compartilha mais características com o resto dos membros da categoria e menos com os membros de outras categorias. Nosso ponto de vista aponta para uma concepção de categorias como entidades difusas, e não como compartimentos estanques claramente definidos e delimitados. Afinal, as categorias que podem ser definidas por condições necessárias e suficientes não são mais do que um grupo, muito reduzido, das categorias existentes. (Cf. Cuenca & Hilferty 1999: 35).
 

Escala Espaço > Tempo > Texto

Heine, Claudi e Hünnemeyer (1991) propõem que a trajetória de mudança semântica sofrida por um elemento lingüístico tenderia a ser enquadrada no seguinte esquema:

 

 

Esse esquema representa uma trajetória unidirecional de mudança, muito comum em diversas línguas do mundo. O argumento sustentador dessa escala é que a expressão de dados espaciais é mais básica e concreta do que a expressão de dados temporais, que, por sua vez, é mais básica e concreta do que a indicação de outras relações. A metáfora, nesse caso, ocorre em função da extensão analógica do uso espacial do termo para valores temporais e textuais.

 

Divergência

Segundo Hopper (1991), “quando uma entidade sofre gramaticalização, produzem-se novos pares ou múltiplas formas tendo em comum uma mesma etimologia mas funcionalidade diversa”. Outros autores chamam esse fenômeno de polissemia.

De fato, mesmo assumindo valores temporais ou textuais, nos termos propostos por Heine et alli (1991), os valores espaciais de uma dada forma não necessariamente devem desaparecer. É o que ocorreu com o item até, cujo valor espacial convive com formas mais inovadoras.

 

Gramaticalização

A gramaticalização espelha o estado não-estático da gramática, demonstrando que as línguas estão sempre em constante mudança. A gramática, portanto, está num contínuo fazer-se, o que nos permite falar numa relativa instabilidade da estrutura lingüística.

Assim, de acordo com Cunha et alii (2003), na trajetória dos processos de regularização do uso da língua, tudo começa sem regularidade, exatamente por estar no seu começo, mas se regulariza com o uso, com a repetição, que passa a exercer uma pressão tal que faz com que o que era no começo casuístico se fixe e se converta em norma, entrando na gramática. A esse processo chamamos gramaticalização.

 

Análise do corpus

O corpus de nossa pesquisa está disponível no site www.letras.ufrj.br/varport. O VARPORT é constituído de vários corpora cientificamente organizados. Trata-se de um projeto de análise contrastiva de variedades do Português. O objetivo do VARPORT é consolidar e intensificar a integração entre os trabalhos que vêm sendo realizados em Portugal e no Brasil sobre determinados fenômenos da Língua Portuguesa.

Para esta pesquisa, foram selecionados 1263 textos (editoriais, anúncios e notícias) de diversos jornais em circulação no Brasil e em Portugal, entre os anos de 1808 e 2000 (séculos XIX e XX) disponíveis no site, assim distribuídos: 

 

  

Nossa análise interpretativa baseia-se num viés tanto quantitativo como qualitativo. Por meio da quantificação de dados, teremos uma precisão maior no tocante à freqüência de uso e quanto aos usos mais prototípicos do item pesquisado. Com relação ao viés qualitativo, perseguiremos possíveis classificações para o até. Os atuais rumos de nossa pesquisa permitem-nos classificar o até segundo o seguinte esquema:

 

 

Após análise preliminar dos dados, dividimos os usos de até em três grandes blocos: usos espaciais, usos temporais e usos nocionais. Vejamos nossos dados estatísticos:

 

OCORRÊNCIAS DE ATÉ - Brasil 

 

OCORRÊNCIAS DE ATÉ - Portugal

 

 

 

Observando-se os dados bem primariamente, observamos que o número de usos temporais de até é bem mais expressivo. Segundo a hipótese de Heine et alii, poderíamos situar o item pesquisado num nível intermediário da trajetória de gramaticalização. Tomando como ponto de análise os séculos XIX e XX, verificamos que o uso espacial de até tende a ser bem menos prototípico que o temporal. Os usos nocionais que, na verdade, envolvem uma série de nuances distintas de uso, seriam formas mais inovadoras que aquelas e, portanto, despontam em diversos usos na atual sincronia.

Vejamos alguns exemplos que ilustram os diversos usos semânticos do até:

 

Usos espaciais

Segundo a teoria localista, o espaço é uma noção mais básica que o tempo. Nos dados coletados e primariamente analisados, verificamos uma multiplicidade de usos:

a) concreto não-correlato:

(05) Na volta pára no Cercal para almoçar - segue ATÉ Villa Franca, onde pára para jantar - e segue ATÉ Lisboa.

 

b) concreto correlato:

(06) Ha dous caminhos por onde os Russos podem entrar na Suecia. O primeiro vindo por Abo a travez do golfo de Bothnia pela Ilha de Aland ATÉ a fóz do Lago, ou Rio Meter, no qual Stockholmo está fundada. (...) - E-B-81-Jn-012 – 1808

 

c) abstrato não-correlato:

(07) (...) desvaira o individuo a ponto de lhe fazer praticar as mais condemnaveis acções, arrastando-o ATÉ ás profundesas do crime mais hediondo! - E-P-83-Jn-005 – 1873

 

d) abstrato correlato:

(08) Tossir a meia voz ainda é, a nosso vêr, a unica demonstração compativel com os costumes de um Estado em que tudo se faz medianamente, desde os meios-grogs ATÉ aos meios-bifes. E-P-83-Je-003 – 1900

 

Usos temporais

a) não-correlatos (hora):

(09) Nossa filial à Rua Senador Dantas, 20, funciona diàriamente ATÉ as 20 horas. Casa Tavares. Rua São José, 85. E-B-93-Ja-016 – 1955

 

b) não-correlatos (ano):

(10) Assim, Jânio alega o precedente da famosa política dos governadores do presidente Campos Sales, que gerou o sistema oligárquico, impetante, ATÉ 1936. (...) - E-B-93-Je-002 – 1955

 

c) não-correlatos (fato):

(11) (...) destacando tambem os Secretarios Srs. Armando Osorio e Abilio Couto Faria, este exercendo o cargo ATÉ o fim do mandato. - E-B-91-Je-004 – 1924

 

d) não-correlato (data):

(12) (...) recebem-se propostas nesta | thesouraria para o referido fim, ATÉ o dia 10 | de novembro proximo futuro. - E-B-82-Ja-035 – 1852

 

e) não-correlata (fenômeno da natureza)

(13) Dizem mais que se concede ao Almirante Sianivín o espaço, que vai ATÉ á noite para acceder a esta proposição. E-B-81-Jn-006 – 1808

 

f) não-correlato (noção dêitica espacial):

(14) O sr. Goering, ATÉ aqui presi- | dente do Reichatag, ficou no no- | vo gabinete como ministro sem | pasta, (...) - E-B-92-Jn-001 – 1933

 

g) não-correlato (expressões):

(15) ATÉ nossos dias foram incalculaveis os progressos da industria aeronautica. E-B-93-Je-001 – 1952

 

h) não-correlato (fato + hora):

(16) É verdadeiramente paternal este empenho, sustentado com o maior zelo ATÉ a hora do embarque dos emigrantes. - E-B-82-Jn-023 – 1870


 

i) não-correlato (fato + data):

(17) fas-se publico que a mesma contiúa a correr as Praças / ATÉ ser arrematada, nas terças e sextas feiras, na Caza de rezidencia do Dezembargador Nabuco, rua do Lavradio. - E-B-81-Ja-065 – 1821

 

Usos nocionais

a) inclusivo

(18) Qualquer Senhor que se transportar para Lisboa, sendo que per- / cize de hum criado habil, e ATÉ mesmo para aranjo de escripta e com- / ta, e tambem sabe alguma couza de Alfaiate, pode deixar o nome na / [inint.] deste mesmo Jornal. E-B-81-Ja-073- 1821

 

b) contra-expectativa

(19)(...) e aqui ATÉ ás classes inactivas se pagou já. É para notar tão injusta excepção. E-P-82-Jn-002 – 1852

 

c) limite de situação

(20) (...)de modo ingudito tem/ peiorado a situação financeira do/ paiz, levando-o de erro em erro,/ de crise em crise, ATÉ á vergo/nha da bancarrota imminente./ (...) - E-B-91-Jn-006 – 1909

 

d) limite de altura

(21) Humboldt em 1802 subiu no Chim / borazo ATÉ 5872m. Em 1832, Boussin / graut, na mesma montanha chegou a / altura de 6000m. E-B-83-Jn-029 - 1878

 

e) limite de idade

(22) Promoção válida também para os Aerobarcos com saídas de hora em hora. Crianças ATÉ 10 anos não pagam E-B-94-Ja-004 – 1998


 

f) limite de quantidade

(23) Ella recebe pen- | sionistas ATÉ o numero de 30, meias-pen- | sionistas ATÉ 20, e externas segundo a | capacidade das salas, que se estão aprom- | ptando. E-B-82-Ja-009 – 1850

 

Considerações finais

Mesmo cientes do caráter preliminar de nossa pesquisa, podemos confirmar nossas hipóteses. De fato, o até também introduz segmentos oracionais, possui uma significação intrínseca (idéia de limite final) e contextual (emergente dos diversos contextos lingüísticos) e não apresenta limites claros em termos de categorização morfológica, uma vez que ora apresenta características próprias da classe dos advérbios ora das conjunções, além dos valores canônicos preposicionais.

O até passou, portanto, por um processo de gramaticalização cujo produto são diversos usos semânticos emergentes das noções mais gerais de espaço, tempo e noção, exploradas no funcionalismo lingüístico por Heine, Claudi e Hünnemeyer (1991).

 

Referências bibliográficas

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BARRETO, Therezinha Maria Mello. Gramaticalização das conjunções na história do português. Salvador: Universidade Federal da Bahia, 1999. Tese de Doutorado. 2 vol.

CAMARA JR., Joaquim Mattoso. Dicionário de lingüística e gramática. Petrópolis: Vozes, 1981.

––––––. Estrutura da língua portuguesa. Petrópolis: Vozes, 1984.

CUNHA, Maria Angélica Furtado da et alii. Lingüística funcional – teoria e prática. Rio de Janeiro: DP & A, 2003.

GIVÓN, Talmy. Functionalism and Grammar. Amsterdã: John Benjamins, 1995.

––––––. On understanding Grammar. New York: Academic Press, 1979.

HOPPER, Paul. On some principles of grammaticalization. In: TRAUGOTT, E. & HEINE, B. Approaches to grammaticalization. Vol. 1. Amsterdam: Benjamins, 1991.

HOPPER, Paul & TRAUGOTT, Elisabeth. Grammaticalization. Cambridge: Cambridge University Press, 1997.

LIMA, Carlos Henrique da Rocha. Gramática normativa da língua portuguesa. Rio de Janeiro: José Olympio, 1999.

MATTHIESSEN, Christian & THOMPSON, Sandra. The structure of discourse and “subordination”. In: HAIMAN, John & THOMPSON, Sandra. Clause combining in grammar and discourse. Amsterdam / Philadelphia: John Benjamins, 1988.

MOURA NEVES, Maria Helena de. Gramática de usos do português. São Paulo: UNESP, 2000.

––––––. A gramática funcional. São Paulo: Martins Fontes, 2001.

TESNIÈRE, Lucien. Éléments de syntaxe structurale. Paris: Klinck-sieck, 1969.


 

[1] Posteriormente, Camara Jr. parece rever sua definição, no Dicionário de Lingüística e Filologia: “POLISSEMIA – Propriedade da significação lingüística de abarcar toda uma gama de significações, que se definem e precisam dentro de um contexto. (...) Todas as formas da língua apresentam polissemia, que se refere tanto à significação gramatical ou interna (como nas preposições, nas conjunções, nas flexões etc.), como à significação externa concentrada nos semantemas e caracterizadoras de palavras (...)” – grifos nossos (Camara Jr.,1981: 194)