A liberdade da escrita na/da Internet:
características lexicais
do dialeto internetês

Sélcio de Souza Silva (FASB, ISESB e UNEB)

 

CONSIDERAÇÕES INICIAIS

A partir das novas tecnologias da informação, em especial, da Internet, a comunicação ganha um novo dinamismo especialmente com o surgimento do espaço virtual, como também é possível de, num processo de interação, aproximar grupos de indivíduos, formando assim comunidades virtuais, capazes de, ao se comunicarem, estabelecer um novo dialeto, através dos próprios recursos que a rede mundial de computador pode oferecer.

O advento da internet trouxe muitas transformações e inovações ao texto virtual, que se difere significativamente de outras formas de escrita tradicionais, como as cartas familiares, telegramas, etc. Este tipo de texto, que chamamos de hipertexto[1], é dotado de novas características, uma vez que a própria escrita adquire uma nova forma, identificada por elementos textuais e não textuais, como imagem, ícones e som.

Segundo Maria Teresa (2005, p. 94), “o hipertexto é marcado por um conjunto de nós ligados por conexões”. Esse texto virtual possibilita, dada a sua forma de estruturação textual, fazer do leitor também um co-autor. É, por isso, que o processo de escrita não só facilita a comunicação como também direciona para um diálogo entre textos e interlocutores.

Na verdade, o hipertexto proporciona a intertextualidade virtual, uma vez que há uma forte relação entre os textos escritos e lidos e aqueles outros aos quais se remetem constantemente, formando uma relação de independência e de interação. É o caso específico dos textos escritos e copiados que compõem um blog. Para Marcuschi (1999), o simples fato do hipertexto poder comportar uma multissemiose e acessibilidade ilimitada, permitindo com que ele chegue a uma interação verbal face a face com outros múltiplos autores, faz dele um texto interativo. formando uma relaços aos quais se remetem cosntantemente. vez que h iares, telegramas, etc. tido ou do saber.

Por outro lado, surge uma preocupação em relação a como se dá a escrita desenvolvida na internet. Como não há uma preocupação com a língua formal, esses grupos acabam por criar uma sociedade lingüística com suas especificidades próprias da comunidade virtual, o que possibilita, no processo de comunicação, uma proximidade com a linguagem oral, alterando e inovando o léxico da língua portuguesa, a exemplo dos neologismos. Daí, a nossa proposta de estabelecer certas relações entre essa modalidade de escrita, que ora se aproxima gradativamente da oralidade, algo não tão inovador em se tratando da história da língua portuguesa, ora ganha outras formas lexicais, a partir de recursos próprios do hipertexto.

 

O léxico na internet

Primeiramente, há que se levar em conta que, nos primeiros tempos, a ortografia portuguesa nunca foi uniforme, primando, a princípio, por uma grande tendência fonética. É, precisamente, com o Renascimento que as complicações gráficas começaram a aparecer, uma vez que surge, a partir do estudo mais intenso do latim, a obrigação de estudar os grandes escritores clássicos de Roma e da Grécia.

Mas é no período fonético, fase ainda arcaica do idioma, que os copistas e escritores da época se preocupavam com a facilidade na leitura e, para tanto, simplificavam a escrita numa aproximação mais justa da língua falada, embora saibamos que a grafia não pode acompanhar pari passu a evolução da língua oral.

A língua está sempre em movimento e, portanto, ela torna-se dinâmica. Ela é um mecanismo vivo, com todas as características dos seres vivos. Nasce, cresce e “morre”. Entretanto, assim como os humanos, quando uma língua “morre”, ou deixa de ser falada, ela se perpetua, como se fossem dnas, em outras “línguas”, que ganham a denominação de filhas. Em se tratando da língua escrita e a falada, é preciso nos atentarmos para uma realidade. Há um contraste entre essas duas modalidades que pode nos levar a perceber fenômenos inovadores que estão em expansão e que não entraram ainda na língua escrita, evidenciando assim um caráter conservador desta última modalidade.

Contudo, o que podemos perceber é que, nos primórdios da constituição da língua portuguesa, já havia uma grande tendência fonética no ato da escrita, levando-nos a entender que se escrevia não para a leitura propriamente dita, mas para a audição. Segundo Ismael Coutinho,

Não havia um padrão uniforme na transcrição das palavras. Às vezes, num documento, aparecem os mesmos vocábulos grafados de modo diferente. Para isso, concorriam as diferenças regionais que deram em resultado o sincretismo das formas, a influência embora pequena do latim, a negligência dos autores e copistas, e, em alguns casos, a grafia castelhana. (COUTINHO: 1976: 72)

O mesmo podemos identificar na escrita da internet, quando o comprometimento dos jovens, que são a maioria, é estar falando numa linguagem diferente sem qualquer preocupação com regras ou normas lingüísticas. Vale ressaltar, a necessidade de se escrever com certa liberdade, com um vocabulário despreocupado com a normatização, cuja formatação é mais específica para textos literários.

Por outro lado, vale lembrar que nem todas as diferenças entre fala e escrita são sinais de mudança; boa parte delas é simplesmente decorrente de características próprias da oralidade em oposição àquelas próprias da escrita (FARACO, 1996: 15).

Há, na verdade, uma comunidade com um dialeto, chamado por alguns de internetês, que interagem sem qualquer preocupação com o português padrão, criando assim seu próprio estilo, no mundo virtual, que, por sua vez, também dispensa o papel, utilizando de alguns outros recursos próprios, tais como “imagens, sons e textos que se ligam de uma forma não linear por conexões eletrônicas.” (PRESENÇA, p. 32).

Segundo Coutinho (1976, p. 23),

Nas comunicações entre nações bárbaras e selvagens, observa-se que a linguagem natural é muito empregada; ao passo que os civilizados fazem dela um uso mais restrito. É que só a palavra, transmitida oral ou graficamente, é capaz de externar, com propriedade, os mais sutis pensamentos ou os mais requintados sentimentos do coração humano.

Talvez a grande novidade para os jovens que utilizam da internet, seja em sala de bate-papo (ICQ - programa de mensagens instantâneas), e-mail ou programas como mensenger (Instant Messenger) ou os blogs (diário virtual), é constituir e agregar novos amigos no seu grupo. Daí, as comunidades virtuais, cujas temáticas fazem com que indivíduos com interesses em comuns naveguem no ciberespaço[2] e, ao trocar ideais, falem de si, de seus sentimentos, sem maiores reservas, como num diário virtual, onde não podem ser totalmente identificado. Para Lévy, o ciberepaço permite uma visão global do que se passa dentro da rede, bem como a construção de um contexto comum:

No ciberespaço, em troca, cada um é potencialmente emissor e receptor num espaço qualitativamente diferenciado, não fixo, disposto elos participantes, explorável. Aqui, não é principalmente por seu nome, sua posição geográfica ou social que as pessoas se encontram, mas segundo centros de interesses, numa paisagem comum do sentido ou do saber. (Levy, 1996: 113).

Para Marouzeau (apud COUTINHO, 1976: 27), um dialeto é definido por um conjunto de particularidades tais que o seu agrupamento dá a impressão dum falar distinto dos falares vizinhos, a despeito do parentesco que os une. Nesse sentido, não podemos admitir que a forma como a linguagem da internet se apresenta, por meio de seus vários programas ou sites, seja discriminada, pois sabemos que a língua sofre as variações no tempo e espaço, como num processo natural, onde os próprios falantes são quem a determinam. Assim, seria falsa a idéia de que um dialeto seja a corrupção de um língua, pois a língua está propensa a modificações, resultantes de várias ordens como étnica, social, geográfica, etc, porque “o povo, quando modifica o idioma, obedecendo às suas tendências naturais, não o corrompe. A língua, como tudo na natureza, está sujeita a transformações inevitáveis.” (COUTINHO, 1976: 27).

Foi a partir do século IV, quando a escrita dos antigos rolos fora substituída pelo aparecimento do códex, que o texto ganhou uma nova dimensão de materialidade, causando uma profunda transformação no uso dos textos. Conforme Maria Teresa de Assunção Freitas,

O formato códex, que reunia as páginas numa ordem seqüencial e permitia o ato de folheá-lo, a inclusão do índice como orientador do que se apresentava para ler, enfim, a nova relação entre a obra e seu novo suporte oportunizaram uma diferente forma de aproximação do leitor com o livro, gerando outras maneiras de ler (FREITAS, 2002: 31)

Atualmente, a rede da internet inaugura uma nova forma de escrita, caracterizada por várias tipologias textuais que, “consequentemente, pede novas formas de leitura e escrita que trazem uma outra dimensão para os papéis de autor e leitor.” (PRESENÇA, 32).

As palavras sofrem mudanças ortográficas, alterando-se, reduzindo-se, mesclando-se e ganhando, às vezes, nova significação semântica, a depender do contexto ou veículo de comunicação que a internet possibilita, à qual o texto é escrito, estabelecendo assim, uma comunicação simultânea entre falantes num tempo mais real, mais preciso, a exemplo dos chats e mensagers.

Como a velocidade é algo determinante no tempo em que vivemos, as noções de espaço e de tempo são alteradas, pois no mundo virtual, não podemos nos referir apenas a mais um lugar, mas a vários lugares. Há uma rapidez ao encurtar distâncias que acabam por encolher o espaço e o tempo, numa instantaneidade quase hipnótica, o que nos leva a entender que participamos de dois mundos, real e virtual, totalmente diferentes, mas que se complementam em um determinado momento. Não teria sentido o mundo virtual sem a existência de um mundo real. O mundo virtual está auxiliando e levando o homem a compreensão de um mundo real mais rápido e veloz.

No mundo virtual, economizam-se palavras e os ícones animados acabam ajudando na significação de um determinado significante, onde o processo comunicativo exige uma rapidez na digitação, pois esta substitui a oralidade. Isso acontece frequentemente nas salas de bate-papo e nos mensagers.


 

A dimensão da alteridade

Evanildo Bechara (2001: 28-31), em sua “Moderna Gramática Portuguesa”, fala-nos de cinco dimensões da linguagem. A que nos interessa, nesse momento, é a dimensão da alteridade, que para ele, tem a ver com o outro (alter), com o próximo. Esta dimensão dá a linguagem uma característica social, ou melhor, de solidariedade,

Porque o significar é originariamente e sempre um ‘ser com outros’, própria da natureza político-social do homem, de indivíduos que são homens juntos a outros e, por exemplo, como falantes e ouvintes, são sempre co-falantes e co-ouvintes.” (BECHARA, 2001: 29).

Existem algumas característica, neste tipo de escrita, que procuraremos aqui demonstrar e que proporciona o censo de sociabilidade. Na visão de Coutinho,

(...) a existência em comum supõe a fixação de umas tantas normas de regras, que cada pessoa é obrigada a respeitar, para que o embate dos interesses antagônicos não prejudique a boa harmonia que deve existir no seio da coletividade humana (COUTINHO, 1976: 22).

Jakobson (1975) nos apresenta seis funções da linguagem. Uma delas é a função fática, que tem a finalidade de estabelecer a solidariedade comunicativa entre os interlocutores do diálogo. É a função que está mais próxima da dimensão da linguagem “alteridade”. Esta função dá ênfase ao contato, com o propósito de estabelecer ou manter a comunicação entre o emissor e o receptor. Em termos de exemplificação, temos as fórmulas de abertura de diálogos, conhecida como marcadores conversacionais, bastante usadas pelos internautas para o inicio ou para manter um diálogo: “Oieee”, “Ola”, “Quer tc cmg?”, “Qts anos?”, “Td Bem”?, “Td e vc?”, “Tem namorada?”, “Tenho e vc?”, “Eu tb e vc”, “Hei kd vc?”, Naum quer + tc?”, “Oi gata!”, “A gatinha ai quer tc?”, “Alguém ai a fim de tc?”, etc.

 

As expressões

A alteridade, segundo Bechara, “é o traço distintivo do significar lingüístico em relação aos outros tipos de ‘conteúdo’ das formas de expressão”, uma vez que, ao falarmos, não só falamos com as unidades lingüísticas, mas adicionamos à fala expressões extralingüísticas,

Tais como a mímica, a entonação, o ritmo, as pausas e silêncios, os gestos, os recursos gráficos, dentre outros. O emprego da maiúscula serve para estabelecer antíteses entre o verdadeiro e bom e o menos bom e verdadeiro (BECHARA, 2001: 30).

Para Bechara, “há momentos em que expressões só são inteligíveis se acompanhadas de determinado gesto.” (p. 30). Então, a importância da mímica corporal, da entonação de certas palavras ou frases que são reavivadas pelo escritor no momento da escrita, quando de posse de variados recursos gráficos.

O mesmo autor ilustra enxertos de textos, a fim de exemplificar. Neles, ele evidencia algumas palavras como “De-fi-ni-ti-va”, grafadas dessa forma, na tentativa de representar a ênfase dada com a pausa na fala. Utiliza-se de outro texto, o qual evidencia a palavra “Mentiiiira! ... Mentiiiiiiiiiiira!”, indicando uma voz mais veemente, como se fosse um grito.

Num estudo comparativo com os textos dos mensagers, blogs e chats, podemos identificar esse caso, pois é muito freqüente. Palavras como “oieeeeeeeeeee!!!”, “linnnnnnnda!”, ou quando se escreve tudo em letras maiúsculas, significando uma alteração de voz, ou um tom mais agressivo como se alguém gritasse. Os internautas acabam utilizando desse recurso para melhor exemplificar suas emoções, sentimentos e gestos que não podem ser vistos. É nesse momento que o texto aproxima-se cada vez mais da fala, não só porque se economizam palavras ou tenta-se escrever como fala, mas também porque acabam utilizando alguns ícones chamados de “emoticons”, capazes de representar ou substituir uma palavra, gestos ou sentimentos. Eles estão presentes nos nicks ou nas construções textuais.

 

Atos lingüísticos

Evanildo Bechara (2001: 30) faz menção aos atos lingüísticos, que é definido por ele como a realidade concreta da linguagem, ou seja, considera o ato lingüístico como cada unidade de comunicação da linguagem humana, quer uma palavra, quer uma frase. Para o autor,

O conjunto sistêmico de atos lingüísticos comuns considerados idênticos realizados numa comunidade lingüística e por ela comprovada na consciência de seus falantes (“ele fala como eu”, “o português dele é diferente do nosso”) se acha delimitado por uma linha ideal, imaginária, isoglossa, de modo que se pode definir língua: um sistema de isoglossas comprovado numa comunidade lingüística. (BECHARA, 2001: 31).

A maioria do léxico de nossa língua está se renovando através das contribuições da língua inglesa, o que é bem visível em se tratando do grande uso de produtos comercializados, no Brasil, principalmente os da área de informática, criando o que chamamos de termos abrasileirados. Essas transformações não estão acontecendo apenas no nosso idioma, mas, de maneira geral, em todos os idiomas há a presença de determinada variação lingüística, fenômeno de linguagem digital ou virtual.

No caso específico dos blogues, percebemos que a criação de comunidades virtuais, com sua linguagem específica, traz marcadamente traços de oralidade em seus textos, tais como neologismos, abreviações, reduções e ampliação de vocábulos da língua.

Essas comunidades virtuais, de relacionamentos interpessoais, com propósito de compartilhar sentimentos, ideiais e práticas sociais, favorecem a criação de textos coletivos, que, por sua vez, acabam promovendo a interação social. Para alguns, não poderemos considerar esse ambiente virtual (chats, blogues, listas de discussão, sites) como um local de interação social, porque seus usuários se relacionam sem nenhum vínculo afetivo ou presencial.

 

Interatividade

Entretanto, a palavra interatividade tornou-se muito em voga, atualmente, principalmente pela presença da internet. Para alguns, essa palavra significa, em se tratando de educação, melhor qualidade educacional. Marco Silva, em seu livro “Sala de aula interativa”, faz menção a esse termo, dizendo-nos o que significa a comunicação que se faz entre emissão e recepção entendida como co-criação. O termo exprime a disponibilidade consciente de um mais comunicacional presente na mensagem que desbanca a lógica unívoca da transmissão de A para B. Em outras palavras, significa superação do constrangimento da recepção passiva. O autor faz uma crítica ao modelo tradicional de educação e propõe o conceito de interatividade como princípio comunicacional de uma nova sala de aula.

A interação é marca fundamental da linguagem oral. Nela, os interlocutores estão frente a frente, utilizando recursos entonacionais e gestuais, de repetições, etc. Como no hipertexto não há a preocupação nem o cuidado gramatical, nem o processamento da reescrita, o texto torna-se muito mais livre, fazendo valer algumas estratégias conversacionais usadas durante um diálogo. Como não se trata de um diálogo propriamente dito, mas de uma interação virtual, que quer por excelência imitar o diálogo oral, coube aos seus usuários fazer uso de algumas ferramentas e alguns dispositivos tais como o computador, o teclado, os programas de interface, a tela e os meios eletrônicos. É nesse sentido que afirmarmos que o hipertexto, além da escrita própria, traz um conjunto de recursos icônicos, que permitem a construção de estratégias cognitivas diferentes do texto impresso, o que permite a interatividade.

Apesar das divergências, é possível entrar num assunto (virtual ou simultaneamente) e discuti-lo. Às vezes, vai depender do programa. No caso dos blogues, geralmente, os interlocutores não estão no mesmo espaço da conversa, embora isso não venha impedir que o texto seja interativo, pois as condições de escrita e os mecanismos auxiliadores permitirão fazer uso da interatividade. O próprio hipertexto faz com que a rede de amigos virtuais estabeleça um relacionamento, onde omitem suas opiniões, comentem fotos, falem de suas satisfações e insatisfações como num diário. A única diferença é que ele acaba perdendo o caráter de confidencial para inconfidente.

Deve-se levar em conta algumas estratégias conversacionais que são usadas num diálogo, tais como as interrupções sintáticas, a mudança de tópicos durante a conversação, os marcadores conversacionais, os períodos curtos, as repetições e paráfrases, frase incompletas e o uso exagerado de gírias.

Nesses programas, por não haver uma organização antecipada na elaboração da escrita, identificamos as características da língua falada, sendo transferida para a língua do texto. Este fenômeno ocorre porque não há uma preocupação formal, mas economia de tempo, pois quem escreve pensa e escreve simultaneamente.

Características lexicais do dialeto internetês

Presença do discurso direto

A presença de discurso direto é marcado principalmente nos chats (ICQ – programa de mensagens instantâneas) e nos messenger (sala de bate-papo mais individualizada, onde o internauta basta ter um e-mail, configurado no “hotmail” para ter acesso a uma conta no MSN (programa de messenger), que tem acessabilidade e participantes em todos os países.

Segundo Othom Garcia, os verbos identificados como discendi ou de elocução, cuja função é indicar o interlocutor que está com a palavra, pertencem a nove áreas semânticas; “cada uma inclui vários de sentido geral e muitos de sentido específico” (2002, p. 149).

Queremos aqui fazer uma analogia entre os verbos discendi ou de elocução convencionais e aqueles usados nos chats para abertura de diálogos.

A partir de um quadro comparativo, tentamos mostrar a semelhança que há entre esses verbos elocutórios de caráter discursivo, usados como auxiliadores dos discursos diretos, promotores da interlocução entre os usuários, o que permite redução de tempo para a escrita dos diálogos que acontecem nos programas de comunicação simultânea, como é o caso dos chats. Lá, esses verbos exercem a função de indicares do interlocutor.

 

Verbos discendi ou de elocução:

a)       de dizer (afirmar, declarar);

b)       de perguntar (indagar, interrogar);

c)       de responder (retrucar, replicar);

d)       de contestar (negar, objetar);

e)       de concordar (assentir, anuir);

f)        de exclamar (gritar, bradar);

g)       de pedir (solicitar, rogar);

h)       de exortar (animar, aconselhar);

i)         de ordenar (mandar, determinar).

 

Verbos elocutórios dos chats

a)       fala para

b)       pergunta para

c)       discorda de

d)       desculpa-se com

e)       surpreende-se com

f)        murmura para

g)       sorri para

h)       suspira por

i)         flerta com

j)        entusiasma-se com

k)       ri de

l)         dá um fora em

m)     briga com

n)       grita com

o)       xinga

 

 

Os verbos elocutórios, bem como os discursos diretos são identificados por qualquer um que entra numa sala de bate-papo e inicia um diálogo on-line. Eles estão ali para auxiliarem a escrita dos discursos diretos, escritos pelos internautas. Trata-se de economizar tempo. O verbo e a preposição. (fala para - verbos elocutórios) é a mais utilizada e a mais convencional na sala de bate-papo. E, logo que o usuário entra na sala, esse verbo elocutório já está configurado, a não ser que o usuário o mude para outros verbos (pergunta para, discorda de, etc), assim que desejar. Em função da economia de tempo, os outros verbos que auxiliam a abertura do discurso direto para a conversa on-line, acabam não sendo usados com tanta freqüência.

Há, também, no texto dos chats, a presença de um nick, em várias cores, no propósito de diferenciar o interlocutor dentre os demais; facilitar a leitura e de personificar o usuário. Acrescenta-se a esse nick os verbos intransitivos acompanhados de preposições (verbos elocutórios) e o discurso direto, construção frasal digitada pelo usuário: “Lualinda fala para htinha: quer tc cmg”.

Os nicks são criados pelos próprios usuários, a partir de nomes, apelidos e frases feitas, ou nomes de artistas, de músicas, de localidades, de personagens de filmes ou novelas, com os quais o internauta se identifica. Eles estão grafados no aumentativo e no diminutivo, tais como: htinha, fabão, menininha, lindinha, Bia, Kátiasalvador, Prettywomam, Anagata, HquerM, M40, Alcatraz, boysarado, etc.

 

Palavras maiúsculas

Utiliza-se, principalmente nas conversas de Chat, de palavras que são registradas inteiramente em maiúsculas para indicar grito, falar alto, irritação e raiva. Exemplo: “QUEM VC PENSA Q EH”.

 

Iconografias e som

Os caracteretas (caracteres + caretas) ou emoticons (emoções) são símbolos construídos, a partir dos caracteres ASCII do teclado do computador. Eles têm a intenção de representar graficamente emoções. Depois do advento de câmeras que transmitem imagens (webcam), as caracteretas ou emoticons perderam um pouco da sua utilidade. Isso geralmente acontece na comunicação exclusivamente via teclado. Eles são colocados normalmente antes do parágrafo e a ele se refere. Exemplos:


 

Símbolos básicos

Símbolo                                               Significado

 

:-)                                           feliz

:-(                                           triste

:-D                                        sorrindo

:-@                                        gritando

 

Símbolos avançados

Símbolo                               Significado

 

8-)                                          de óculos de sol

:o))                                         palhaço

|-|                                            dormindo

|-O                                         punk não sorri

 

Atualmente, já existem emoticons mais modernos capazes de exprimir, através de movimentos e som, expressões animadas, sejam faciais ou de sentimentos. Essas “caretinhas” são muitas vezes usadas com valores semiológicos não-verbais, indicando sorriso, alegria, apatia, etc. No hipertexto, utiliza-se com bastante freqüência de alongamento ou repetição de determinados caracteres, que pretendem simular a entonação. Já as fórmulas de abertura e fechamento de diálogo são reduzidas.

 

Ausência de pontuações

O texto é marcado por ausência de pontuação, tais como vírgulas, ponto final, ponto de interrogação, ponto de exclamação. O leitor/escritor iniciante ou desavisado tem algumas dificuldades iniciais, no processo de leitura/escrita, ao se deparar com a ausência de pontuação, quando tenta compreender sem esses sinais, qual é a entonação de determinada frase. Por outro lado, os textos são marcados por repetidas reticências entre as construções, como interrupções sintáticas; às vezes, separando-as, outras dando idéia de frases inacabadas. Enfim, a ausência de pontuações demonstra a falta de preocupação no ato da escrita com o texto, reforçando a idéia de que os textos na Internet procuram ser a reprodução de uma conversa informal.

 

Ausência de acentuação gráfica

O mesmo acontece com a acentuação gráfica. A ausência da acentuação nos textos da internet começou a ocorrer no fim dos anos 80, quando os internautas começavam a trocar seus primeiros e-mails, sem recursos que permitissem o uso de acentos, cedilha ou til nas palavras, pelo fato de que os programas eram em Inglês e quando não houver palavras com determinadas marcas lingüísticas pertencentes à nossa língua. Coube aos usuários encontrar outros meios para grafar as palavras com acentuação gráfica, principalmente por faltarem algumas teclas, por exemplo, a tecla “ç”, que não existia nos teclados importados e necessitava-se de uma grande habilidade com o teclado para conseguir a letra “ç”. Isso acabou, já naquela época, levando os usuários a desistirem de digitar acentos. Nesse sentido, os mesmos usuários buscaram alternativas que, até hoje, são usadas nos textos da internet. Atualmente, por um processo de economia de digitação ou de tempo, alguns internautas acham mais cômodo, no momento da digitação, digitar o h, após a palavra que certamente levaria o acento agudo, que ter de usar quatro teclas para digitar a palavra “lá” como é graficamente na norma culta:

a) Para o texto na/da Internet, o uso do “h”, após uma palavra que possivelmente leva acento na língua padrão, tem a conotação de acento agudo: eh (é); lah (lá); neh (né); soh (só).

 

Processos de redução e composição de palavras

a) substantivos e adjetivos

Geralmente encontram-se, nos chats, exemplos como: Ksa, htinha (o primeiro termo refere-se ao som da sílaba ca, que na transcrição fonética seria /k/. Ao trocar o termo, reduz-se o tempo dispensado para duas letras digitadas no teclado. O segundo termo refere-se a um substantivo que tem mais valor de adjetivo, mesmo acompanhado de artigo, pois o usuário quer transmitir uma qualidade física (a gatinha), onde o som fonético representado pela letra /h/ substitui o artigo definido –a- e a sílaba inicial –ga-, que é substituída pela fonema /h/; O nick “Lualinda” possivelmente seria a forma reduzida de “Luana linda”, composto de um substantivo mais um adjetivo, formando uma única palavra. Nesse caso, há a composição de um novo nome e a redução da sílaba “na”.

 

b) pronomes

Caso mais específico é o pronome você que se reduz para “vc”. Na língua formal, era representado por vossamercedes, que passou automaticamente, por intervenção da oralidade, para vossamercê > vosmecê > você > oce > ce. No processo de economizar tempo, economizam-se palavras. O pronome tudo, em alguns casos é representado por “td”, como resposta e em outras se reduz mais ainda, chegando a ser representado apenas pela letra “t”; é o caso de “tb” (tudo bem).

O pronome interrogativo “por que” reduz-se para ‘pq’; os pronomes “ o que” (interrogativo) e “que” (relativo) reduzem-se apenas para “q” em frases como esta “q q tem” (O que que tem); frases como “kd vc”, mostra-nos a substituição do possível pronome interrogativo de localidade “onde” de “Onde está você?” para “Cadê você?”, na oralidade, para “kd vc”, no internetês. Qts anos vc tem”, na língua oral e, consequentemente, para “kd vc”, na linguagem virtual.

 

Processos de alterações ortográficas

a)  naum < não (economia na digitação); ae < aí (pela proximidade das duas vogais (“e” e “i”), quando são pronunciadas); tenhu < tenho (pela proximidade das duas vogais (“o” e “u”), quando são pronunciadas); cunversa < conversa (pela proximidade das duas vogais (“o” e “u”), quando são pronunciadas); kero < quero (por economia no momento de digitação); aki < aqui (por economia no momento da digitação); vow < vou (por inovação e pela proximidade do som fonético /w/ com a letra “u”. O vocábulo “axim”, descrito na internet referindo a primeira forma “assim” foge a regra pois não tem proximidade com o fonema /ss/, a não ser por analogia com as palavras “maximo” e “aproximar”., que têm as grafias com ‘x” e a representação do fonema /ss/.

 

Neologismos

Muitas são as palavras de origem inglesa que passaram para o português com o acréscimo do sufixo verbal –ar, como por exemplo, a criação de novos verbos. Os neologismos podem ser verbal, nominal, fonológico e sintático:

a)       verbal

a criação de novos verbos a partir de palavras oriundas do inglês faz com que o vocabulário internetês ganhe cada vez mais características próprias e diferenciadas, que por sua vez repercutirão na língua padrão. O uso mais comum é o acréscimo do sufixo –ar em alguns neologismos verbais. Verbos como bloggar para “eu bloggo” (de blog), deletar para “eu deleto” (de delete, apagar), micrar para “eu micro” (de usar o computador) e linkar (de link) são freqüentes na linguagem dos internautas.

 

b)       nominal

são substantivos que provieram da língua inglesa: blogue, micro, link, hacker, e-mail, chat, home page e download, etc.

 

c)       fonológico

geralmente os grupo “qu” e “ca” são substituídos pela letra “k”, e por ter um som equivalente a “ca” e “qu” por economia no momento da digitação. São exemplos: akele (aquele); nkela (naquela), mew (meu) nunk (nunca);


 

d)       sintático

Os neologismos sintáticos acontecem quando um sintagma é reduzido de modo a tornar-se mais simples e mais econômico no processamento da escrita, tendo em vista a intercomunicação. São chamados de neologismos sintáticos porque sua composição é basicamente composta por siglas, conforme a letra de música “Carinhoso”, traduzida para o internetês:

meu coracaum
Naum sei pq
Bt flz
Qnd ti vê
is mews olhs
ficaum srrnd
i plas rwas
vaum ti segindu
mais mezmo assim fogs di mim.

(Fonte: Dicionário de internetês da folha de São Paulo. http://fuleiragem.typepad.com/fuleira/2005/04/pq_us_jovens_tc_2.html)

Somam-se aos neologismos sintáticos as frases incompletas e os períodos curtos.

 

Colocação Pronominal em norma popular ou coloquial

Sabemos que, em se tratando da língua portuguesa, há muitas variantes ou falares regionais que se diferenciam de uma região para outra no Brasil. Além disso, cada grupo social, até mesmo dentro de uma mesma região, tem um modo particular em sua fala, motivo que o diferencia dos demais grupos. Aliás, podemos perceber que em qualquer língua, há a existência de uma norma culta e uma norma popular ou coloquial. A primeira é basicamente utilizada nos trabalhos científicos e acadêmicos, em editoriais de jornais, em situações formais e na escola em geral. A segunda é utilizada não tão somente por pessoas com baixo nível de escolaridade, mas também por pessoas que têm domínio da norma padrão em situações informais.

Nesse sentido, a colocação pronominal entre a variante padrão e as outras variantes muda muito. A língua padrão escrita e a língua oral se diferenciam quanto à colocação pronominal, separando-se segundo a norma em que são usadas.

Por fim, o que percebemos, ao estudar o dialeto internetês, é que os casos comuns na fala coloquial ou norma popular, que muitas vezes são condenados pela norma culta, se aproximam muito da língua oral popular, uma vez que a escrita do dialeto internetês ter uma forte conotação de representação de um diálogo ou comunicação oral.

Algumas construções de blogues, chats ou sites, por trazerem frequentemente marcas do discurso oral, traz também marcas de colocação pronominal usada oralmente. Vejamos alguns exemplos:

a)       “para mim poder colocar o aparelho”;

b)       “eu tirei ele do meio dos otros pra entrega pra ela”;

c)       “”é que eu tenho que alimentar eles”;

d)       me esqueci dela ... ae ela ficou uma fera”;

e)       “depois falto pra nois grana”;

 

Alguns termos internetês muito usados

Ainda não existe um dicionário oficializado dessa língua. O que existe são algumas publicações que unem termos da área da informática e da internet que se encontra disponível na rede. Esses termos são chamados de “dicionário web” e, batizados, por outros, de internetês. Eis alguns exemplos de termos do dicionário web:

a)       antivírus – programa que localiza e remove os vírus do computador;

b)       Assinatura digital – codificação de mensagem que se utiliza de função matemática;

c)       Browser – Navegador. É o programa usado para navegar as páginas da internet;

d)       Download – significa copiar um determinado arquivo da internet para o computador; etc.


 

Algumas gírias e abreviações

O domínio do vocabulário da web ou aquilo que chamamos de termos técnicos de uma linguagem específica faz com que possamos interagir com maior habilidade e manter um diálogo. Algumas gírias e abreviações são imprescindíveis, pois, sem assimilar alguns significados da nova mídia podemos não estabelecer uma conversa. Portanto, se, ao iniciar um diálogo, usarmos da língua padrão, poderemos ser rejeitados pelo grupo. Eis alguns gírias e abreviações e seus respectivos significados:

a)       Away – significa estar on-line, mas longe do computador;

b)       Abs – abraços;

c)        Blz – Beleza (cumprimento);

d)       Chatear – conversar com alguém no chat;

e)        Falow ou flw – adeus, até mais;

f)        Fds – fim de semana;

g)        Rox – muito legal;

h)       Sux – muito ruim.

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nenhuma variante da língua portuguesa no Brasil, por mais acentuada que seja na cultura regional, através da música, poesias e a prosa literária, ganhou repercussão tão grande quanto ao mais novo dialeto escrito nas comunidades virtual. Não são poucos os seus escreventes e, a cada dia, tem aumentado o seu número significativamente, até sendo discussões nas escolas por professores e acadêmicos, uma vez que esse tipo de escrita tem influenciado e/ou dificultado o processo de apreensão da escrita da norma padrão nos estabelecimentos de ensino, por parte dos adolescentes.

Por um lado, encontramos aqueles que não vêem nesse dialeto um grande vilão mas, por outro, há aqueles que combatem acirradamente esse modelo de escrita. Por mais que haja uma preocupação com esta variante escrita da língua portuguesa, uma coisa é certa: a língua é dinâmica, principalmente quando assessorada por equipamentos de alta tecnologia capazes de tornar a informação muito mais ágil e interativa. Dessa forma, não podemos impedir o uso de novos jargões, gírias e termos de uma linguagem com seu estilo próprio e despreocupação com os padrões formais.

Por fim, vale salientar, mais uma vez que, ao tratarmos da língua, enquanto ser vivo, com suas variações, precisamos estar preparados para as mais diversas contradições que os contextos nos apresentam e que fazem com que a línguagem, instrumento imprescindível para os grandes feitos, ganhe novas roupagens, mude de figurino, sofra mudanças significativas, mostrando-nos que nem sempre o verbo mudar é sinônimo de perda.

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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[1] “O ‘hipertexto’ foi cunhado por Theodor Holm Nelson em 1964, para se referir a uma escritura eletrônica não-seqüencial e não-linear, que se bifurca e permite ao leitor o acesso a um número praticamente ilimitado de outros textos a partir de escolhas locais e sucessivas, em tempo real.” (FREITAS, Maria Teresa de Assunção. Sites construídos por adolescentes: novos espaços de leitura/escrita e subjetivação. Cad. Cedes, Campinas, vol. 25, n. 65, p. 95, jan./abr. 2005).

[2] Palavra inventada por William Gibson em seu romance de ficção científica de 1984, Neuromancer. Refere-se a todos os sites que você pode acessar eletronicamente. Se seu computador está conectado à Internet ou a uma rede semelhante, então ele existe no ciberespaço.