APLICAÇÃO DA HISTORIOGRAFIA LINGÜÍSTICA NAS OBRAS DIDÁTICAS DE CLEMENTE PINTO

Miguél Eugenio Almeida (UEMS/ PUC-SP)

 

Considerações Iniciais

A Historiografia Lingüística (HL) apresenta-se, assim, como método de investigação em pesquisas das ciências da linguagem. E é a partir deste método que desenvolvemos esta pesquisa.

A Historiografia, após o lançamento da revista dos Annales

institui-se como método interdisciplinar, pelo fato de considerar a colaboração de outras disciplinas, quais sejam: a Sociologia, a Psicologia, a Economia, a Geografia e também a Lingüística, revelando-se, assim, a intenção de registrar os feitos humanos em sua totalidade. (cf. BASTOS & PALMA, 2004: 17)

Isto nos mostra a importância de estabelecer o diálogo com as ciências, em geral. É nesse universo que o homem se move. O mover, no caso, compreende a ação desencadeada pelo homem em todo seu fazer. Esta ação, deste modo, mostra a competência dinâmica do homem em todas as coisas em que ele se aplica. Ele se torna competente quando desencadeia um processo que leva a uma ação. A ação humana é à base da construção do universo sócio-cultural projetado não somente para a realidade física, mas, inclusive, para a transcendência do próprio homem. Podemos comparar o universo humano como a teia de aranha emaranhada de uma rede de fios entrelaçados. Assim é o universo humano onde os fios constituem a sua teia que são, na verdade, a relação dele com todas as coisas que o envolve. Logo, todas as coisas estão interligadas umas nas outras, quer através da ação das leis da natureza, quer através da ação da inteligência humana.

Naturalmente que a linguagem traduz a força motriz da ação de todos os projetos humanos. A partir dela, o homem configura-se como o ser mais competente dentre os demais. A sua competência permite fazer coisas infinitamente melhores. Mediante essa capacidade, o homem, à medida que evolui, aperfeiçoa-se cada vez mais e melhor em tudo aquilo que faz. Para tanto, ele utiliza um método de trabalho, para alcançar o seu objetivo almejado: realizar algo. Ou ainda (cf. MORA, 1978: 264): “Tem-se um método quando se segue um certo caminho, para alcançar um certo fim, proposto de antemão como tal. Este fim pode ser o conhecimento ou pode ser também um fim humano ou vital; por exemplo, a felicidade”. O método, destarte, requer de seu executor um plano de ação pormenorizado dos passos e dos meios, como maneiras, de alcançar um determinado objetivo.

A HL, como método em ciências da linguagem, vem-nos auxiliar na busca de um maior conhecimento a respeito da língua, na sua máxima abrangência, inter-relacionada à sua história, à sua dimensão social e outras a ela correlacionadas; ampliando, sobremaneira, o conhecimento lingüístico, como nos aponta Lomba (apud BASTOS & PALMA, 2004: 18):

A HL apresenta-se para a comunidade científica com o objetivo de descrever e explicar como se adquiriu, produziu, formulou e desenvolveu o conhecimento lingüístico em um determinado contexto. (Swiggers 1990a). Nesse sentido, a partir do conhecimento oriundo do desenvolvimento da filosofia das ciências e, sobretudo, do reconhecimento de uma semântica profunda, a HL surge como alternativa de trabalho em complementação a um modelo econômico da História da Lingüística.

Pois bem, diante deste quadro conceitual, apontamos, a seguir, nesta pesquisa, a corrente historiográfica da História a qual vinculamos esta pesquisa; e, também, alguns conceitos gerais sobre historicidade e historiografia, em História; e ideologia, em Filosofia; para finalizarmos esta parte, apresentamos os procedimentos metodológicos da HL.

 

História Intelectual
e a Historiografia Lingüística

Ao trabalharmos com as obras didáticas de Alfredo Clemente Pinto (Seleta em Prosa e Verso e A Língua Materna – 2º Curso: Primeiro Ano de Gramática) estamos buscando as noções de linguagem, língua e gramática[1]. Assim, no âmbito metodológico da pesquisa, entendemos que a História Intelectual é o aparato teórico-metodológico que melhor nos dá respaldo historiográfico, porque, conforme Silva (apud LOPES, 2003: 15), procura inscrever historicamente o discurso dos intelectuais, tentando ultrapassar a alternativa entre explicações internas e externas. Naturalmente que esta investida demanda uma capacidade de síntese onde se procura ajustar os elementos internos e externos do objeto da pesquisa. Isto implica, certamente, um diálogo interdisciplinar com as demais ciências humanas, ou mais precisamente, de acordo com Silva (apud LOPES, 2003: 16): “(...) a História Intelectual, tal como nós a percebemos, teria por principal pressuposto substituir, do ponto de vista sociológico, filosófico e histórico, o contexto de produção de uma obra.” A referida substituição está na busca de elementos pluridisciplinares que melhor possam elucidar “o contexto de produção de uma obra”. É na obra que a concepção de linguagem, por exemplo, se estabelece como produto histórico social. Isto implica, antes de tudo, a dimensão do homem como ser de linguagem e como ser social, no contexto da Antropologia Filosófica; o homem como ser histórico, determinado no tempo e no espaço.

O homem revela-se e revela a realidade do mundo perante a linguagem. Ao relacionarmos a HL com a Filosofia estamos buscando o princípio do Ser; na Antropologia Filosófica, indagamos a posição do homem no mundo e na História, a presença do homem no tempo e no espaço. Assim, a linguagem compreende a relação do homem com todas as coisas. A linguagem envolve o Ser em toda a sua plenitude, como diz Heidegger: a linguagem é a casa do ser. Tudo o que o homem diz, faz ou pensa, a linguagem está presente. É pertinente, todavia, a relação da mesma com toda a atividade humana.

Kirschner (apud LOPES 2003: 26) apresenta-nos, a seguir, a abrangência

...[d]as principais categorias de História Intelectual: a história das idéias (o estudo do pensamento sistemático, geralmente em tratados filosóficos), a História Intelectual propriamente dita (o estudo do pensamento informal, os climas de opinião e os movimentos literários), (a história social das idéias) e a história cultural (estudo da cultura no sentido antropológico, incluindo concepções de mundo e mentalités coletivas).

Percebemos, acima, que a História Intelectual abarca, sobremaneira, a história das idéias, a história social das idéias e a história cultural sob a designação de “categorias de História Intelectual”. A História Intelectual, como categoria dela mesma, adequou-se perfeitamente ao propósito desta pesquisa que é de mostrar ainda “os climas de opinião” e “o estudo do pensamento informal” de um autor e sua obra. O que buscamos no clima de opinião é a historicidade, ou melhor, conforme o historicista Honório Rodrigues (1981: 17), “(...) a cadeia concreta de um conjunto histórico de causa e efeito no seio de mudanças determinadas”. É nesta relação de causa-efeito que o fato histórico se constitui. Além deste elemento de relação, a história (cf. RODRIGUES 1981: 18) “(...) é assim uns processos racionais, compostos não unicamente de fatos, mas de sentido e de razão.” Pois, é a partir destes dados que buscamos a intelecção de nosso objeto de pesquisa quando não apenas apresentamos os fatos da língua em si, mas o sentido dos mesmos através da descrição e explicação.

No clima de opinião, além do elemento da historicidade, também buscamos o mesmo na “historiografia”. Ou melhor, como nos assinala Rodrigues (op. cit: 19): Toda a historiografia está ligada às forças políticas e sociais existentes. Isto implica a presença de elementos ideológicos internalizados na atividade produtiva humana. A ideologia, no âmbito do marxismo, compreende-se como um elemento da superestrutura a serviço do modelo econômico vigente (infra-estrutura). Ou melhor, o modelo econômico dita as regras às estruturas sociais e políticas (superestruturas) de um povo. Pois as instituições sociais estão impregnadas de ideologias que as sustentam em suas bases estruturais. É possível, a partir daí, conhecer uma instituição ideológica, porque ao mesmo tempo em que uma ideologia oculta a natureza íntima de uma realidade social, ela revela a mesma através da prática social. Ou seja, (cf. MARX apud MORA, 1978: 192):

As ideologias formam-se como ‘mascaramentos’ da realidade fundamental econômica; a classe social dominante oculta os seus verdadeiros propósitos (os quais, por outro lado, ela própria pode ignorar) por meio de uma ideologia. Mas a ideologia, ao mesmo tempo que ocultação e mascaramento de uma realidade, pode ser revelação desta realidade.

Sob a ótica hermenêutica, a ideologia informa os elementos representativos das “idéias e valores humanos” que orientam a vida dos membros em sociedade. Essa orientação prescreve as normas de uso do pensar, do sentir, do valorizar e do agir humano numa prática social. Destarte, a ideologia compreende a dinâmica propulsora das ações humanas, ou ainda, constitui-se como princípio motriz da construção dos objetos culturais. É o que procuramos entender a este respeito, a partir do que coloca Chauí (1986: 113):

(...) a ideologia é um conjunto lógico, sistemático e coerente de representações (idéias e valores) e de normas ou regras (de conduta) que indicam ou prescrevem aos membros da sociedade o que devem pensar e como devem pensar, o que devem valorizar e como devem valorizar, o que devem sentir e como devem sentir, o que devem fazer e como devem fazer.

Possivelmente que a busca de elementos ideológicos nos textos históricos e no seu respectivo autor auxilia o trabalho historiográfico do pesquisador, porque procura visualizar, de forma mais clara, o “clima de opinião”. A este respeito, acrescentamos a posição de Koerner (2005: 01) apontando o lugar da ideologia na HL, mais precisamente em seu trabalho The place of ideology in linguistic historiography[2]. Para ele, a ideologia não ocupou plenamente o seu espaço no campo das Ciências da Linguagem pela seguinte razão: a falta de consciência social e sentido de responsabilidade intelectual demonstrada pelos pesquisadores; mas também, os lingüistas procuraram não se comprometer politicamente com períodos de repressão política, como ele propriamente nos atesta:

This general non-recognition of ideologycal consideratins playing a role in linguistics and its methodology is deplorable not simply because of the lack of social consciencionsess and sense of intellectual responsibility which this attitude among scholars reveals, but also because linguistics can be shown to have been particularly prone to cater, consciously or not, to ideas and interests outoside their discipline and, as history shows, allowed at times their findings to be used for purpuses they were not originally intended or simply joined up with certain trends.

Acrescente-se a este dado, outros elementos pluridisciplinares legados, principalmente, pelas demais ciências humanas. O aspecto holístico do clima de opinião está na relação interdisciplinar com as ciências humanas em geral e apresenta-se como elemento externo à língua; porém, não como elemento que está à margem da mesma (língua), mas desempenhando uma função elucidativa mostrando as possíveis implicações extrínsecas que intervém de uma maneira ou de outra no surgimento de novas formas interagindo em todas as estruturas gramaticais, sem, todavia, mudar em seu aspecto fundamental o sistema da língua. Isto implica na capacidade de o sujeito falante adequar a sua fala ao seu meio externo procurando aproximar-se tanto quanto possível do objeto que pretenda expressar e comunicar ao seu receptor. Portanto, o sujeito falante busca cada vez mais, de maneira internalizada, construir gramáticas que lhe possibilite realizar uma comunicação eficiente, para que possa assim ser compreendido por todos àqueles que estão a sua volta. Deste modo, a comunicação humana depende não somente de fatores internos (língua), mas de fatores externos compreendidos pelas relações sócio-culturais.

Diante do exposto, apresentamos, a seguir, os procedimentos metodológicos da HL, de Koerner (1996), que apontam o caminho das implicaturas externas e internas da língua elucidando, todavia, o movimento historiográfico da continuidade e da descontinuidade.

 

Princípios da Historiografia Lingüística

Princípio da Contextualização

Estabelece o “clima de opinião” geral do momento histórico do desenvolvimento da produção de teorias (ou aplicação das mesmas). Há, no caso, inter-relação das idéias lingüísticas no âmbito externo da língua com as demais denominações intelectuais do período histórico. O diálogo (cf. MONDIN 1980), portanto, estabelece-se entre os ramos do saber, devido ao caráter social e político do homem. Através da solidariedade, o homem comunica entre os seus as suas experiências e seus desejos. Notadamente, cada ser humano aproveita da experiência do outro aquilo que lhe tem serventia. A relação de sociabilidade é uma relação pragmática; é uma relação de interesses para o ser humano. É a partir desta relação (cf. MONDIN op. cit: 154) que

O conhecer, de fato, coloca-o em condições de adquirir conhecimento dos outros, de apreciar a sua presença de reconhecer a importância de unir-se a eles; a linguagem (...) consente-lhe entrar em comunicação com os seus semelhantes; enfim, à vontade o incita a entrar em contato com eles e a trabalhar junto a eles.

À medida que o homem atribui valor a algo, ele busca as percepções profundas, íntimas, de algo para que lhe possa não somente justificar a presença disso (algo), mas, principalmente fruir de um importante envolvimento importante de relação. Assim, o homem, diante do exposto, necessita de uma linguagem apropriada para que possa atingir o objetivo da atribuição de valor profundo. A linguagem da intuição (cf. BERGSON 1963: 735- 736) é a linguagem da sensibilidade vital que orienta o homem para as sutilezas profundas de algo onde procura elucidar o que caracteriza na sua individualidade, unicidade, ou seja:

Intución e inteligencia representam dos direcciones opuestas Del trabajo consciente: la intuición marcha em el mismo sentido que la vida; la inteligência marcha em sentido inverso y se encuentra asi naturalmente regulada asobre el movimiento de la matéria.

É, deste modo e pela linguagem que o homem pode buscar o conhecimento em geral, inclusive a metalinguagem.

Assim, a vontade humana orienta o mesmo (o homem) no contato social e universal com todos os seres da criação. E a linguagem, naturalmente, é mais do que ponte, elo que o transcende na sua condição existencial.

 

Princípio de Imanência

Este princípio compreende (cf. KOERNER     1996: 60) a apropriação conceitual dos elementos imanentes do texto histórico. É a partir dos mesmos que o historiógrafo da língua irá explicar os fatos lingüísticos, ou melhor: [buscar o] entendimento completo, tanto histórico quanto crítico, possivelmente mesmo filológico, do texto. A fonte, assim, revela umas epistemologias próprias, adequadas ao texto em questão que mostra internamente o seu aparato teórico possibilitando a descrição e/ ou explicação dos fatos lingüísticos.

O que está aí caracterizado é o aspecto interno da língua. É a língua revelando a própria língua através de sua sistematização gramatical, ou seja, no contexto interno que se expressa a mesma (oralidade e escritura textual). Assim, podemos deduzir diretamente pela análise todo o inventário dos elementos lingüísticos possíveis que por si só abarcam uma teorização imanente. A teoria – metalinguagem – está implícita na própria organização da língua em um contexto expresso (texto).

 

Princípio de Adequação

Este princípio, também numa perspectiva interna da língua, busca aproximação teórica entre o passado e o presente; ou melhor: os elementos conceituais que permanecem entre o passado e o presente e os elementos novos que surgem[3]. Assim, poderemos perceber as nuances dos modelos teóricas da continuidade e da descontinuidade. A continuidade, como o próprio termo infere, compreende o que permanece entre o passado e o presente e a descontinuidade, ao contrário, refere-se ao que difere, a partir de elementos novos que surgem entre o passado e o presente. Todavia, é através do confronto do modelo teórico descritivo e explicativo entre o passado e o presente que percebemos as mudanças ocorridas lingüisticamente. São estas (mudanças) que marcam historicamente os fatos lingüísticos.

A adequação, assim, pode funcionar como dois espelhos que refletem o mesmo objeto refletido por momentos históricos distintos. É a partir de uma observação comparativa é que podemos perceber as nuances sutis, principalmente, de elementos ora presentes, ora ausentes em um quadro determinado pela forma de apresentação textual da língua.

Os três princípios básicos de Koerner (1996) estão fortemente inter-relacionados. Deste modo, um princípio depende do outro para se completar.

 

Considerações Finais

A HL compreende, assim, a metodologia adequada para explorar e reconstituir, na maneira do possível, a história da língua quer internamente quer externamente mostrando as especificidades das nuances que apontam para a continuidade e descontinuidade. Isto permite, ainda e através da HL, a possibilidade enriquecedora de as ciências de a linguagem dialogarem pela interdisciplinaridade com as ciências afins, principalmente; pois, a partir daí, é possível a produção teórica-prática mais abrangente do estudo da língua. Destarte, procuramos aplicar metodologicamente a HL para trabalhar o “estado de língua” nas obras didáticas de Clemente Pinto.

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CLEMENTE PINTO, A. A língua materna: 2º Curso. 18ª ed. correta e melhorada. Porto Alegre: Livraria Selbach, 1907.

CLEMENTE PINTO, A. Selecta em prosa e verso dos melhores autores brasileiros e portuguezes. 38ª ed. Porto Alegre: Livraria Selbach, 1928.

BASTOS, N. B. & PALMA, D. V. (orgs.). História entrelaçada: a construção de gramáticas e o ensino de língua portuguesa do século XVI ao XIX. Rio de Janeiro: Lucerna, 2004.

BERGSON, H. Obras escogidas. Tradução: José Antônio Miguez. Madrid: Aguilar, 1963.

CHAUÍ, M. S. O que é ideologia. 21ª ed. São Paulo: Brasiliense, 1986.

KOERNER, K. Questões que persistem em historiografia lingüística. Revista da ANPOLL, Nº 2, 1996.

––––––. Linguistics and Ideology in the Study of Language. Disponível em: www.tutane.edu/~howard/Lang-Ideo/Koerner.html. Acesso em: 12/07/2005.

LOPES, M. A. (org.). Grandes nomes da história intelectual. São Paulo: Contexto, 2003.

MONDIN, B. O homem: quem é ele? Elementos de antropologia filosófica. Tradução: R. L. Ferreira e M. A. S. Ferrari. São Paulo: Paulinas, 1980.

MORA, J. F. Dicionário de filosofia. Tradução: A. J. Massano e M. J. Palmerins. Lisboa: Publicações D. Quixote, 1978.

RODRIGUES, J. H. História real e história oficial. Filosofia e história. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1981.

SILVA, H.R. A história intelectual em questão. In: LOPES, M. A. (org.). Grandes nomes da história intelectual. São Paulo: Contexto, 2003, p. 15-25.


 

 

[1] Contempla aí, de uma certa maneira, o ensino, à medida que as referidas obras prescrevem orientações didáticas para seus usos.

[2] A posição da ideologia na Historiografia Lingüística.

[3] Quando o modelo descritivo e explicativo da língua é bastante diferenciado do modelo precedente, estamos diante de um novo paradigma, como no caso do Estruturalismo e do Gerativismo.