LEITURA E COMPREENSÃO TEXTUAL
Estratégias de Leitura em Língua Estrangeira
A Teoria dos Esquemas

Sandra Kezen (UENF)

 

O que é compreensão textual

Compreender um texto escrito significa extrair a informação necessária da maneira mais eficiente possível. Por exemplo, aplicamos diferentes estratégias de leitura quando olhamos a página de classificados de um jornal à procura de um tipo particular de apartamento e quando cuidadosamente lemos um artigo científico de especial interesse. Entretanto, localizar o classificado relevante e compreender a nova informação contida no artigo demonstra que o objetivo de leitura foi alcançado com sucesso. No primeiro caso, um leitor competente rapidamente rejeitará a informação irrelevante e encontrará o que está procurando. No segundo caso, não é suficiente entender a idéia geral do texto: uma compreensão mais detalhada é necessária. É, portanto, essencial levar estes elementos em consideração.

 

Por que lemos (Grellet, 1989: 4)

* lemos por prazer;

* lemos por informação.

 

Como lemos (Grellet, 1989: 4)

* Leitura rápida para obter a idéia central do texto (Skimming).

* Leitura rápida para buscar uma informação específica (Scanning).

* Leitura extensiva: ler textos mais longos, geralmente por prazer.

* Leitura intensiva: ler textos mais curtos à procura de detalhes.

Esses modos de leitura muitas vezes acontecem simultaneamente.


 

Leitura com um objetivo específico

Nuttall (1996:3) diz que, excluindo-se a leitura que objetiva o aprendizado da língua, é muito improvável que se esteja interessado na pronúncia do que se lê, e mais improvável ainda que se esteja interessado nas estruturas gramaticais usadas. Lemos porque queremos obter algo do texto. A autora refere-se a esse “algo” como “mensagem”. Sua visão de leitura é essencialmente relacionada ao significado, especificamente como a transferência de significação de mente para mente: a transferência de uma mensagem do autor para o leitor. Sem ser tão simples quanto se imagina, ela explora como se obtém o significado pela leitura, e como leitor, autor e texto contribuem para esse processo (Nuttall, 1989: 3).

 

A leitura e o processo de comunicação segundo Nuttall

Do lado esquerdo está o emissor/codificador/autor/falante, que vai codificar sua mensagem. Uma vez codificada, essa mensagem estará disponível em um texto, que estará acessível a outrem. Após ser decodificada, a mensagem entra na mente do receptor/decodificador /leitor/ouvinte, e o processo de comunicação está completo.

Este modelo é obviamente muito simples e erros podem ocorrer a qualquer momento, por isso há uma interrogação na mente do receptor: nunca poderemos ter certeza de que ele recebeu a mensagem pretendida. Contudo, o processo é claro o suficiente para dizermos que ler significa retirar do texto tanto quanto possível da mensagem que o autor escreveu.

O texto é cheio de significado como uma jarra de água; a mente do leitor absorve-o como uma esponja. O papel do leitor é passivo nessa visão, que devemos rejeitar, porque isso raramente corresponde à realidade. Infelizmente, o fato de que a mensagem esteja no texto não é garantia de que o leitor poderá compreendê-la por completo. Sabemos por experiência que um texto pode parecer fácil para uns, mas difícil para outros.

É importante que leitor e autor tenham certas coisas em comum: o mínimo que se pede é que eles compartilhem um código, no caso em questão, a língua. Caso contrário, as dificuldades são enormes.

Abaixo temos uma maneira simples de mostrar como, para quaisquer duas pessoas, algumas experiências são compartilhadas enquanto outras não. Na área comum está todo o conhecimento – inclusive da língua – que eles compartilham. Isto também inclui coisas intangíveis como atitudes, crenças, valores e todos os não ditos compartilhados por pessoas criadas numa mesma sociedade.


O papel do esquema

Os tipos de suposição que fazemos sobre o mundo dependem do que vivenciamos e de como nossas mentes organizaram o conhecimento que obtivemos a partir de nossas experiências. Uma maneira útil de se pensar sobre isso é dada pela teoria dos esquemas. Nuttall (1989:7) descreve esquema (em inglês, schema; plural schemata) como uma estrutura mental. É uma estrutura porque é organizada, inclui relações entre as partes. É um conceito útil para entendermos como somos capazes de interpretar textos. A autora diz que

A maneira que interpretamos depende dos esquemas ativados pelo texto; e conseguirmos interpretá-lo com sucesso depende do fato de nossos esquemas serem suficientemente semelhantes ao do autor (The way we interpret depends on the schemata activated by the text; and whether we interpret successfully depends on whether ourschemata are sufficiently similar to the writer´s; Nuttall: 1989:7; tradução minha).

 

A Teoria dos Esquemas segundo Widdowson

Em sua teoria do uso da linguagem, Widdowson (1983) define os dois tipos de conhecimento que um usuário da linguagem – no caso em questão, um leitor – utiliza: conhecimento sistêmico e conhecimento esquemático. O conhecimento sistêmico tem a ver com competência lingüística em lingüística tradicional e engloba o conhecimento do leitor aos níveis sintático, lexical e semântico. Assim, o leitor interpreta o significado das palavras diretamente da forma escrita. O outro tipo de conhecimento que os leitores utilizam é o conhecimento esquemático – conhecimento convencional do mundo, que é responsável pelas expectativas que os leitores têm sobre o que encontram no texto. Este tipo de conhecimento incorpora o pré-conhecimento do leitor na área de conteúdo do texto (ou seja, esquemas de conteúdo – Carrell, 1983), e o conhecimento que os leitores têm das rotinas de interação lingüística, conforme expresso nas estruturas retóricas da linguagem (ou seja, esquemas formais – Carrell, 1983). Os esquemas de conteúdo são então responsáveis pelo conteúdo proposicional do discurso, e os esquemas formais, pelo valor retórico do que está sendo lido. O conhecimento esquemático é o conhecimento estereotipado que prepara os leitores para a comunicação lingüística.

Na interpretação do discurso, o leitor segue as instruções dadas no texto, utilizando os dois tipos de conhecimento (sistêmico e esquemático) descritos acima. Esse processo é caracterizado por uma interação entre o mundo do leitor, representado por seu conhecimento sistêmico e seu conhecimento esquemático, e o mundo do escritor, expresso no texto.

Esses conhecimentos que o aluno já possui e utiliza para a construção de significado durante a leitura de um texto são descritos abaixo:

* Conhecimento sistêmico: tem a ver com competência lingüística em lingüística tradicional e envolve o conhecimento do leitor aos níveis sintático lexical e semântico, o funcionamento da língua (conectivos e referentes, por exemplo) através de semelhanças e convergências (palavras cognatas e falsos cognatos, por exemplo) entre a língua estrangeira e a língua materna.

 

* Conhecimento esquemático:

® Esquemas formais: o conhecimento da organização retórica de textos (ou dos gêneros textuais) orais ou escritos, tais como entrevistas, cartas, artigos, receitas, entre outros, já construído socialmente em situações semelhantes na língua materna.

® Esquemas de conteúdo: o pré-conhecimento, o conhecimento de mundo, a visão de mundo; o conhecimento já adquirido sócio-historicamente que constitui as experiências vividas anteriormente. Daí a importância do professor criar espaços para ouvir a voz dos alunos, possibilitando assim, a projeção de suas visões;

O leitor é visto então como sendo parte de um processo de negociação do significado com o escritor, por assim dizer, do mesmo modo que dois interlocutores estão interagindo entre si na busca do significado, ao tentar ajustar seus esquemas respectivos. Essa interação é caracterizada por procedimentos interpretativos que são parte da capacidade do leitor de se engajar no discurso ao operar no nível pragmático da linguagem.

Este modelo então tenta dar conta da competência lingüística e da competência discursiva, envolvendo sta última a competência comunicativa e a noção de capacidade, ou seja, a projeção por parte do leitor do seu conhecimento esquemático no texto através dos procedimentos de interpretação. A competência discursiva e a competência lingüística constituem o que se chama de competência textual – uma noção que incorpora os tipos de competência que o leitor possui.

Deve-se acrescentar também que, ao situar a leitura como ato comunicativo, está implícito neste modelo o fato de que leitores e escritores estão posicionados social, política, cultural e historicamente ao agirem na construção do significado. Isto quer dizer que ler, é, portanto, “saber-se envolvido em uma interação com alguém em um momento sócio-histórico específico e que o escritor, como qualquer interlocutor, usa a linguagem a partir de um lugar social marcado. “Ler é se envolver em uma prática social” (Moita Lopes, 2000). Portanto, os projetos políticos de escritores e leitores estão em jogo, isto é, a noção de poder é intrínseca aqui (FAIRCLOUGH, 1989).

A tentativa desse modelo interacional de leitura de abarcar em um mesmo arcabouço teórico elementos em nível de competência lingüística e comunicativa e capacidade parece oferecer àqueles que estão interessados no ensino de leitura um modelo mais adequado do que modelos não-interacionais, já que envolve não só os tipos de conhecimento requeridos do leitor como também os procedimentos interpretativos utilizados na negociação do significado na sociedade. Um modelo que tem esta preocupação é, portanto, mais relevante para professores de leitura, cujos interesses não se restringem a questões em nível sistêmico, esquemático e pragmático, mas também a questões em nível de uso da linguagem na sociedade, isto é, como leitores e escritores projetam seus valores, crenças e projetos políticos na construção do significado. Portanto, ao considerar que a leitura não ocorre em um vácuo social, este modelo também sugere a relevância pedagógica de que é primordial no ensino de leitura o desenvolvimento da consciência crítica de como a linguagem reflete as relações de poder na sociedade através das quais se defrontam leitores e escritores (Fairclough, 1989).

Assim sendo, acreditamos que para se aprender a ler não é suficiente ter-se conhecimento sistêmico e esquemático mas também é importante saber-se usar esse conhecimento, ou seja, ter domínio dos procedimentos interpretativos, que recuperam o discurso de elementos sistêmicos.

 

Compreensão total?

Quanto maior a área compartilhada entre leitor e autor (ver Figura 3), mais fácil será a comunicação. Leitores cuja nacionalidade difere da do autor podem esperar mais dificuldades na compreensão de textos. Contudo, mesmo que compartilhe a nacionalidade com o autor, o leitor poderá encontrar dificuldades de interpretação. Isso parece inevitável, pois todos nós – não importando o quanto temos em comum – temos experiências diferentes que nos fazem ver as coisas de diferentes maneiras.

 

O papel ativo do leitor

Sabemos, então, por que o modelo de leitura da Figura 2 não é satisfatório. O significado não está latente no texto esperando passivamente para ser absorvido. Pelo contrário, o leitor está ativamente envolvido nesse processo. Um modelo como o da Figura 4 está mais próximo da verdade, pois mostra uma visão de leitura na qual o leitor pode ser visto aproximando-se ativamente do significado. O leitor à esquerda não está encontrando dificuldade para interpretar o texto – o significado está bastante claro, ele tem muitas coisas em comum com o autor e poucos problemas com a língua. Para o leitor à direita, contudo, o mesmo texto parece ser muito difícil, pois ele tem que lutar para obter o significado, e não está certo a respeito da rota a ser percorrida. Ele traz muito pouco para a tarefa e seu caminho é continuamente bloqueado por problemas como vocabulário desconhecido, ignorância dos fatos, entre outros. Contudo, este leitor à direita não está sentado nem desesperado. Ele tem consciência de que está encontrando problemas, mas equipou-se para a jornada. E sabe que a realização desta tarefa envolve seus próprios esforços, assim como os do autor: esta é uma tarefa que exige cooperação de ambos os lados.

 

Leitura como interação

Quando conversamos, contamos uns com os outros: cada participante confia que certas regras não ditas serão seguidas. Essas regras são os princípios de cooperação. Em relação à leitura, o leitor supõe que:

* ele e o autor estão usando o mesmo código (a mesma língua);

* o autor tem uma mensagem;

* o autor quer que ele, leitor, entenda a mensagem.

O autor faz suposições semelhantes, e uma delas é a de que o leitor terá boa vontade para chegar ao significado. Se um deles falhar, a comunicação falha. Se o autor falhar, pode ser impossível decodificar a mensagem. Se o leitor falhar, o resultado é semelhante: a interpretação é incompleta ou distorcida. Em ambos os lados, a falta de suposições compartilhadas parece ser o problema mais comum, porém nem sempre reconhecido. O leitor tenta atribuir um sentido ao texto em termos de seus próprios esquemas, e pode levar um longo tempo até que ele seja forçado a reconhecer que estes diferem dos do autor. De acordo com esta visão, “ler é um processo interativo – como conversar – porque tanto o leitor como o escritor dependem um do outro” (“Reading is na interactive processs – as conversation is – because both reader and writer depend on one another; Nuttall, 1989:11; tradução minha).


 

Dando significado ao texto

O autor tem uma vantagem sobre o falante: ele tem tempo para ajudar o leitor fazendo o texto o mais direto possível. O leitor também tem tempo à sua disposição: ele pode parar e pensar, voltar e verificar uma passagem anterior, reler partes difíceis. O leitor cuidadoso deveria ser capaz de reconstruir a maior parte das suposições sobre as quais o texto se baseia. Para fazer isso ele deverá acessar as evidências – escolha de palavras, seleção dos fatos etc. – e retirar as inferências apropriadas, para que ele obtenha a mensagem pretendida e não a mensagem que ele talvez esperasse. Tudo isso sugere que a leitura seja mais como o processo mostrado na Figura 5.

O texto funciona como um manual de instrução “faça-você-mesmo”. A mensagem na mente do autor são as perfeitas peças dos móveis. O processo de separá-las em suas partes e empacotá-las em uma caixa com instruções para montagem é um pouco como o processo de transformar pensamentos em palavras e organizá-los em um texto coerente.

 

Estratégias de Leitura

Estratégias de Leitura segundo Nuttall

* Previsão (Prediction) para ativação dos esquemas

A experiência do leitor o ajuda a prever o que o autor vai dizer. Um leitor que compartilhe muitas das suposições do autor será capaz de pensar junto com este e usar sua própria experiência para solucionar dificuldades.

A previsão é importante porque ela ativa a schemata, isto é, ela chama à mente quaisquer experiências e conhecimentos associados que se tenha sobre o tópico do texto. Conforme já dito, nós fazemos uso de nossos esquemas para interpretar um texto. Se os esquemas relevantes são ativados, prontos para uso, podemos entender um texto mais facilmente. Os esquemas ativados são também mais prontamente disponíveis para serem modificados por idéias novas: em outras palavras, nós aprenderemos melhor.

A previsão começa no título. Pode-se determinar o tipo de texto a ser lido, em que o aluno ativa seus esquemas de tipos e gêneros textuais, o que inclui expectativas sobre a maneira pela qual o texto é organizado, a formulação de hipóteses que serão confirmadas, rejeitadas ou refinadas com a subseqüente leitura. Essas expectativas limitam o número de coisas a serem investigadas, por isso a leitura é mais eficiente.

* Confirmação, rejeição ou acomodação das hipóteses levantadas;

* Estudo de títulos e cabeçalhos;

* Informação bibliográfica sobre o autor;

* Skimming e Scanning;

* Estudo das convenções gráficas (layout, margens, espaço entre palavras, fontes, maiúsculas e minúsculas, etc.);

* Pontuação;

* Análise de elementos não verbais (figuras, gráficos, tabelas, símbolos etc.).

 

Modos de processamento de texto segundo Nuttall (1996:16-17)

A abordagem descendente (the top-down approach)

Nesta abordagem, nós fazemos uso de nossa própria inteligência e experiência – as previsões que nós podemos fazer, baseadas nos esquemas que adquirimos – para entendermos o texto. Este tipo de processamento é usado quando nós interpretamos suposições e fazemos inferências. Nós usamos tal abordagem conscientemente quando tentamos apreender o objetivo geral do texto, ou obter uma idéia do padrão argumentativo do texto, a fim de formular uma hipótese para o próximo passo.

Nós podemos comparar esta abordagem à visão da águia sobre uma paisagem. A uma grande altura, a águia pode ver uma extensa área abaixo; ela compreende a natureza de todo o terreno, seu padrão geral e as relações entre as várias partes do todo, melhor que um observador no chão.

Um leitor adota a visão da águia quando ele considera o texto como um todo e relaciona-o ao seu próprio conhecimento e às suas experiências. Isto o capacita a predizer o objetivo do autor, seus prováveis argumentos, e então usar esta estrutura para interpretar as partes difíceis do texto. Esta abordagem dá um senso de perspectiva e faz uso de tudo o que o leitor traz para o texto: conhecimento prévio, senso comum, etc, o que às vezes não é valorizado em sala de aula.

 

A abordagem ascendente (the bottom-up approach)

Na abordagem ascendente, o leitor constrói o significado a partir do texto: reconhecendo letras e palavras, trabalhando na estrutura das sentenças. Nós podemos fazer uso consciente desta abordagem quando a leitura inicial de um texto nos deixa confusos. Isto pode ocorrer quando nós não entendemos a mensagem do texto, quando nosso conhecimento de mundo é inadequado, ou se o ponto de vista do autor é muito diferente do nosso. Neste caso, nós podemos examinar minuciosamente o vocabulário e a sintaxe para termos certeza de que entendemos o significado corretamente. Então esta abordagem pode ser usada como corretivo à “visão de túnel” (ver as coisas apenas de nosso limitado ponto de vista).

A imagem da abordagem ascendente pode ser a de um cientista com uma lupa examinando um detalhe – uma pequena parte da paisagem que a águia contempla.

 

O cientista desenvolve uma compreensão detalhada daquela pequena área (que pode representar uma sentença no texto); porém somente alcança a compreensão total se combinar essa compreensão com o conhecimento das áreas adjacentes e do terreno inteiro, para que os efeitos de um sobre o outro sejam possam ser reconhecidos. Em outras palavras, as abordagens descendente e ascendente são usadas para se complementarem.

 

A interação das abordagens descendente e ascendente

Na prática o leitor continuamente muda de um foco para o outro, ora adotando a abordagem descendente para predizer o provável significado do texto, ora movendo-se para a abordagem ascendente para verificar se é isto o que o autor realmente quis dizer. A isto se chama “leitura interativa”, na qual ambas as abordagens podem ser utilizadas por escolha consciente, e ambas são importantes estratégias de leitura. A interação desses dois processos capacita o leitor a negociar o significado do texto com o escritor.

 

Referências bibliográficas

CARREL, P. L. Some issues in studying the role of schemata, or background knowledge, in second language comprehension. In: Reading in a Foreign Language, vol.1, 1983, 81-92.

GRELLET, F. Developing Reading Skills. Oxford: OUP, 1981.

MOITA-LOPES, L. P. Oficina de lingüística aplicada. Campinas: Mercado de Letras, 2000.

NUTTAL, C. Reading skills in a foreign language. London: Macmillan, 1982.

SILBERSTEIN, S. Techniques and resources in teaching reading. Oxford: OUP, 1987.

SILBERSTEIN, S. Let´s take another look at reading: Twenty-five years of reading instruction. English Teaching Forum, 25, 1987, p 28-35.

WALLACE, C. Reading. Oxford: OUP, 1992, p. 66.

WIDDOWSON, H. G. Aspects of Language Teaching. Oxford: OUP, 1990.

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