FILOLOGIA TEXTUAL E LITERATURA

Maria da Conceição Reis Teixeira (UNEB e SALT)

 

INTRODUÇÃO

É sabido que a cópia manuscrita foi o único meio com que os homens retinham o patrimônio cultural na memória coletiva e transmitia para as gerações futuras. Quanto mais lido um texto mais cópias foram preparadas desse texto: significa dizer que muitas foram as alterações introduzidas ao longo de sua transmissão. Ou seja, a cada cópia, o texto se altera em relação à versão original, portanto, uma cópia de um texto representa sempre uma nova versão alterada do seu original.

As modificações que um texto pode sofrer ao longo de sua transmissão são de duas naturezas, exógenas e endógenas. As primeiras são decorrentes dos estragos físicos provocados, normalmente, pelas más condições em que o documento escrito encontra-se acondicionado, como, por exemplo, condições climáticas inadequadas (calor e umidade), ambientes que favorecem a proliferação de insetos e sua ação, somando-se a isso, a qualidade da tinta pode manchar o suporte, provocando lacunas e dificuldades de leitura. As segundas são derivadas da reprodução do texto, por terceiros. Estas modificações ainda podem ser autorais, quando o autor intelectual corrige, emenda o seu texto, ou não-autorais, ao se fazer uma reprodução do texto, introduzem-se modificações sem que seu autor tenha conhecimento.

Destarte, muitas obras literárias que chegaram aos nossos dias não transmitem aquilo que de fato seus autores desejaram comunicar. Isso porque sofreram adulterações dos mais variados tipos e natureza, produzidas voluntária ou involuntariamente, mas que, infelizmente, nos distancia da verdadeira intenção do seu autor. A filologia textual é um ramo do saber que, dentre outras coisas, procura regatar o patrimônio cultural produzido por um grupo social, oferecendo ao público um texto autêntico, fidedigno, representativo do ânimo autoral.

O filólogo editor de texto tem de cumprir com os textos “a tarefa tripla da crítica textual, interpretação de textos e a integração superior dos textos tanto na história literária como na fenomenologia literária.” (LAUSBERG, 1981: 22) O labor da filologia textual significa, portanto, resgatar, recuperar, restaurar, autenticar, interpretar, iluminar, tornar transparente a produção intelectual elaborada por uma sociedade.

O trabalho da Filologia Textual é imprescindível para tornar transparente a produção literária de uma dada civilização. Segundo Auerbach (1972: 11), a necessidade de “constituir textos autênticos se faz sentir quando um povo de alta civilização toma consciência dessa civilização e deseja preservar dos estragos do tempo as obras que lhe constituem o patrimônio espiritual”. É desde a antiguidade clássica que os filólogos têm se dedicado a resgatar os textos a fim de desvelar as incursões literárias dos escritores das diferentes épocas, detectar a importância documental desta produção e, sobretudo, contribuir para que as lacunas da historiografia literária dos diferentes períodos e civilização possam ser preenchidas.

Os textos literários recriam fatos do cotidiano, narrando acontecimentos que marcam uma determinada época, deixando desenhados nas suas narrativas perfis sociais, políticos e culturais de um povo, de uma região, particularizando-a, singularizando-a, distinguindo-a dos demais povos ou regiões. Decca (1997: 200), ao analisar as relações entre história e literatura, diz que “os eventos só adquirem sentido e só são compreensíveis no interior de uma trama, de um enredo, de uma intriga”. Afirma ainda que o romance, da mesma forma que a historiografia, é modo de narrar eventos humanos com o objetivo de extrair os seus significados. Segundo Lucas (1982), a literatura desempenha o papel de memória coletiva de signos lingüísticos elaborados no seio de uma comunidade. Imaginação, seleção, organização e imitação das ações humanas estão presentes no fazer literário. E não se pode perder de vista que o ponto de partida para esse fazer são os acontecimentos do mundo real. É a partir dele que a imaginação do escritor narra e procura conhecer a alma e a vida humana.

Carena (1989: 211) diz que:

O fenômeno literário está intimamente ligado a este passo da história cultural. Uma ideia de literatura e de história da literatura depende intimamente da nova noção de sacralidade do texto que a filologia introduz. O texto criado com cuidado e com a ideia do futuro, preservado intacto da sua habilidade e decadência; desincrustado das superfetações e restaurado das suas falhas; tornado preciso nos seus significados exactos, os únicos possíveis que pode e deve ter segundo a lógica, segundo as condições do tempo e as características do autor; definido nas circunstâncias, catalogado entre os contemporâneos, os ascendentes, os descendentes legítimos e bastardos, os intrusos, os travestidos, os estropiados e os semelhantes, mesmo mais afastados; [...] tudo isso entra na oficina e no programa da filologia, para depois passar de modo determinante para a própria ideia de literatura como principal instrumento de expressão subjectiva e de relação social.

Acredita-se ser inquestionável a função basilar da Filologia Textual para as demais áreas do saber. Nas linhas seguintes buscar-se-á dar uma pequena demonstração do trabalho que a Filologia Textual pode desenvolver com os textos literários para salvaguardá-los dos danos físicos ou ideológicos.

 

A FILOLOGIA TEXTUAL
E A EDIÇÃO DE TEXTOS LITERÁRIOS

A depender dos objetivos que se deseja alcançar e do material que se dispõe, o labor filológico pode resultar em vários tipos de edição, a saber: fac-similar, diplomática, paleográfica, crítica, crítico-genética e genética. Portanto, é o documento de que dispõe o editor e a época em que o texto foi escrito que determinam os procedimentos metodológicos a serem seguidos pelo filólogo.

Na edição fac-similar ou mecânica reproduz-se, através de procedimentos mecânicos (fotografia, digitalização ou fotocópia), fielmente o original, preservando o formato, o papel, as ilustrações, as margens, a cor e o tamanho. A preparação deste tipo de edição só se justifica se o propósito do editor for o de permitir, devido ao estado de conservação do suporte ou à inexistência de exemplares que impossibilitem o público ler o original, o acesso ao texto de forma direta, conferindo-lhe liberdade e autonomia na interpretação do testemunho.

Na edição diplomática, o editor faz uma transcrição conservadora do manuscrito, preservando todos os elementos, como, por exemplo, sinais de pontuação, paragrafação, translineação e separação vocabular, com o desejo de facilitar a leitura, dispensando o leitor da árdua tarefa de decifrar as formas gráficas da escrita do manuscrito original.

A edição paleográfica, semidiplomática ou diplomático-interpretativa é, modernamente, recomendada para documentos não-literários, especialmente os jurídicos, e para textos literários medievais, cujo objetivo fim é o estudo da história da língua em que estes textos foram lavrados. Neste tipo, o filólogo interfere mais no original que no anterior, porque esta edição se destina a tornar o conteúdo do texto mais acessível a um público que teria dificuldades de decodificar os sinais gráficos utilizados no original.

O labor filológico poderá ainda resultar em uma edição crítica ou crítico-genética. Quando o material de trabalho do editor são os manuscritos antigos, anteriores ao surgimento do texto impresso, o que se busca trazer à tona é o texto mais próximo possível do original normalmente perdido. Percorre-se o caminho inverso, quando se tem como corpus os textos de autores modernos, cuja tradição é marcada pela variação dos originais manuscritos ou das edições avaliadas pelo autor. Neste caso, prepara-se o texto crítico, que deverá ser acompanhado de um aparato de variantes autorais e da tradição, tomando como texto-base o autógrafo ou uma versão impressa autorizada pelo autor. Aqui se traz a lume a última versão de um texto, o derradeiro ato de escrita do autor, ou seja, o texto em seu estado terminal. No segundo tipo de edição, o texto crítico é acompanhado de um aparato genético no qual, utilizando-se de uma bateria de sinais especiais, registra-se toda a dinâmica do processo criativo evidenciado a partir das marcas de correções de vários tipos deixadas pelo autor nos seus manuscritos.

A edição genética expõe todas as peças do percurso integral de criação de uma obra, ou uma fase particular dessa obra, não há escolha do bom testemunho, porque cada testemunho constitui uma individualidade de espaço-tempo, que institui uma nova posição do autor e um outro agrupamento de sentidos. A edição genética evidencia, portanto, a obra como a escrita de um discurso em processo.


 

A OBRA LITERÁRIA DE JOÃO GUMES
E A CRÍTICA TEXTUAL

A título de exemplificação do trabalho que o filólogo pode desenvolver com o texto escrito, para preservá-lo e colocá-lo à disposição da comunidade, apresentar-se-á a edição crítica de um fragmento do romance O Sampauleiro do escritor baiano João Antônio dos Santos Gumes.

João Gumes (1858 - 1930) escreveu romances, comédias, dramas e crônicas. Publicou os romances: O Sampauleiro, Os Analphabetos, Pelo Sertão e Vida Campestre. Deixou inéditas as seguintes obras: Seraphina, Abolição, Mourama e Sorte Grande. A sua obra, rica em quantidade de informações e diversa em qualidade, estava na eminência de desaparecer por completo. Urgia a necessidade de reuni-la e editá-la, buscando integrá-la na história e na fenomenologia literárias, cumprindo com um dos deveres que a filologia tem com o patrimônio espiritual produzido por uma comunidade.

Como referido anteriormente, é o texto, sua tradição e os objetivos do editor que determinam o tipo de edição que deverá ser adotado. A obra de João Gumes apresenta textos manuscritos repletos de emendas autógrafas reveladoras do seu processo de construção, textos literários de testemunho único ou uma situação textual complexa (com versão manuscrita, pré-textual e textual) e textos não-literários de testemunho único apresentando dificuldades de leitura. Com um material rico e diverso como é o caso do espólio de Gumes, o filólogo-editor sentir-se-á obrigado a adotar procedimentos metodológicos diferenciados, quando da preparação de edições dos textos que compõem a sua obra.

O recomendável é preparar edições com o rótulo de crítica somente para os textos politestemunhais, ou seja, textos que apresentam uma situação textual complexa: mais de um testemunho. Para os textos monotestemunhais, o aconselhável é a preparação de edições fac-similar, paleográfica, diplomática ou diplomática interpretativa.

Para os textos de imprensa que apresentam problemas de leitura: faltam palavras, gralhas sobrepostas impedem ler o que fora escrito, trechos no interior dos textos foram rasgados – sendo estes impossíveis de serem recuperados porque não se dispõe de outra cópia para proceder à comparação. Neste caso, o editor optará por uma transcrição fiel do documento, assinalando, com recursos previamente definidos, as lacunas daqueles trechos que não puderam ser recuperados e, quando for possível a recuperação através das pistas indicadas pelo contexto, apresentar os critérios e procedimentos adotados para as interpolações para estas passagens emendadas e/ou corrigidas. Deve-se destacar a cautela que o editor deve ter nestes casos: publicar os textos chamando a atenção do leitor para o fato de que aquilo que lerá sofrera em alguns trechos interferência do editor.

Para os textos politestemunhais, adotará os procedimentos metodológicos da Crítica Textual Moderna, editando crítica ou crítico-geneticamente, conforme for o caso.

 

Notas filológicas

No estabelecimento crítico dos textos de João Gumes serão seguidos os princípios que fundamentam a Crítica Textual Moderna preconizados tanto no Brasil como em Portugal, respeitando-se, todavia, as particularidades de cada um deles, pois, como se sabe, cada texto tem sua problemática específica e, em Crítica Textual, não há uma fórmula que possa ser universalmente aplicada a todos os textos.

As normas estabelecidas para a edição crítica da Obra de João Gumes seguiram aquelas que vêm sendo preconizadas para as edições de textos modernos tanto no Brasil, principalmente aquelas que vêm sendo praticadas pelo Grupo de Crítica Textual da Universidade Federal da Bahia, como em Portugal, especialmente os da Obra de Eça de Queirós e da Equipa Pessoa.

 

Descrição

O Sampauleiro, romance em dois volumes, concluído em 8 de dezembro de 1929, apresenta três testemunhos: um manuscrito autógrafo contendo apenas os últimos capítulos do segundo volume; e dois éditos: uma publicação em folhetim em A Penna e outra em livro, sendo uma cópia xerox do primeiro volume e um exemplar do segundo.

 

As normas adotadas no estabelecimento dos textos críticos

O modelo de edição adotado apresenta em primeiro plano o texto crítico, abaixo e em fonte menor o aparato crítico onde são registradas as variantes autorais e as emendas do editor crítico.

Na edição crítica do romance O sampauleiro busca-se manter as particularidades do texto de base, mas atualiza-se a ortografia segundo as normas vigentes, uniformizam-se a grafia de algumas palavras em conformidade com o percentual de ocorrências.

Casos de oscilação. Respeitam-se as variantes gráficas. As formas grafadas com apóstrofe são, sempre que possível, atualizadas por contração.

As consoantes duplas. Simplificam-se todos os casos de grafia dupla: tanto nomes comuns como os próprios.

Maiúsculas. Aplica-se, como critério geral, a norma vigente.

Formas variantes. Utilizam-se as formas empregadas pelo Autor, mesmo quando estas não se encontram registradas nos dicionários.

Pontuação. Mantém-se a pontuação original, mesmo quando esta não obedece às normas atuais. Apenas altera-se em situações de manifesto lapsus calami ou gralha tipográfica, em que a omissão ou troca de sinais perturba a construção do texto. A emenda do editor é indicada no aparato.

Palavras estrangeiras. Mesmo nos casos em que foram adaptadas à fonética e à ortografia portuguesa, conserva-se a grafia original, pondo-as em itálico para uniformizá-las conforme comportamento normal do autor e indicando a grafia “correta” em notas de rodapé.

Acentuação. Introduzem-se os acentos de acordo com as normas vigentes.

Erros. Salvo em casos duvidosos, os erros explicáveis por lapsus calami ou gralha tipográfica simplesmente são corrigidos, com indicação no aparato crítico.

Opções tipográficas. Respeita-se o seccionamento dos textos (parágrafos), bem como as opções tipográficas do autor no que dizem respeito à utilização de aspas e sublinhado, salvo nos casos de palavras estrangeiras ou que representem formas da língua oral. Registradas no texto-base em maiúsculas e sublinhadas no manuscrito autógrafo, serão apresentadas no texto crítico em itálico, como era intenção do autor ao pô-las em destaque, em maiúsculas, o que se deve aos parcos recursos tipográficos da época. Numera-se o texto, linha por linha, indicando a numeração de cinco em cinco, desde a primeira linha do texto e reiniciando em cada capítulo.

 

Texto crítico

 

MIGRAÇÃO

 

 

I

 

 

 

 

5

 

 

 

 

10

 

 

 

 

15

 

 

 

 

20

 

 

 

 

25

 

 

 

 

30

 

 

 

 

35

João e sua esposa eram felizes, tanto quanto podem desejar criaturas modestas, simples em suas aspirações, tendo por base da sua felicidade a paz e a tranqüilidade de espírito. As suas almas singelas e boas viam realizada a ventura que sonhavam, e haviam criado para si um paraíso na residência de dona Senhorinha, porque esta boa senhora não quis por forma alguma que o jovem casal dela se separasse.

A fortuna que o senhor Oliveira aspirava para sua filha com um casamento rico não coadunava com as modestas aspirações de Maria, cuja alma simples tinha horror ao luxo estardalhante e ostentativo que se procura impor pelo prestígio e que não conquista corações, mas cria um ambiente de lisonja e adulação. As conquistas que realizam a bondade, a ternura e o carinho são firmadas sobre alicerces indestrutíveis; têm como fulero a virtude. Assim não pensava o senhor Oliveira que, embora bom, tinha saudades do aparatoso trato em que fora criado por seus afortunados pais, e desejava-o para sua filha.

 

SPF, SP1: creaturas

 

 

SPF, SP1: tranquillidade; espirito

SPF, SP1: realisado

 

SPF, SP1: creado; paraiso; residencia; d. Senhorinha; quiz

 

SPF, SP1: joven; della

 

 

 

 

 

 

 

 

SPF, SP1: prestigio; crea

 

 

SPF, SP1: realisam; indescuctiveis

 

 

 

 

 

SPF, SP1: apparatoso; paes

 

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A preparação de edição crítica dos textos literários produzidos nas diferentes épocas é uma das mais belas e humanas atividades que a Filologia Textual desenvolve para dar sua fundamental contribuição na preservação do patrimônio cultural produzido pela humanidade. Recolher, colecionar, comparar, restaurar, restituir a autenticidade são ações que fazem parte do labor filológico para que a sociedade de modo geral possa ter acesso ao saber armazenado nos textos. O trabalho do filólogo não terá sentido se o material recuperado e/ou restaurado não for colocado à disposição da comunidade a qual o seu autor, de forma direta ou indireta, faz parte.

 

REFERÊNCIAS

AUERBACH, Erich. Introdução aos estudos literários. Tradução José Paulo Paes. 2ª ed. São Paulo: Cultrix, 1972.

CAMBRAIA, César Nardelli. Introdução à crítica textual. São Paulo: Martins Fontes, 2005.

CARENA, C. Filologia. In: Enciclopédia Einaudi: volume 17 – Literatura/Texto. Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1989. p. 200-217.

DECCA, Edgar de. O que é romance histórico? In: AGUIAR, Flávio (Org.). Gêneros de fronteira: cruzamentos entre o histórico e o literário. São Paulo: Xamâ, 1997.

DUARTE, Luiz Fagundes. A fábrica dos textos: ensaios de crítica textual acerca de Eça de Queiroz. Lisboa: Cosmos, 1993.

GRÉSILLON, Almuth. Eléments de critique génetique: lire les manuscrits modernes. Paris: PUF, 1994.

GUMES, João. O sampauleiro. Caetité: A Penna, 1929. 2v.

––––––. Os analphabetos. Bahia: Escola Typographica Salesiana, 1929.

HOUAISS, Antônio. Elementos de Bibliologia. Rio de Janeiro: MEC/INL, 1967. p. 199-225, 269-332.

LAUSBERG, Heinrich. Lingüística românica. Tradução Marion Ehrhardt e Maria Luísa Schemann. 2ª ed. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 1981.

LUCAS, Fábio. Literatura e História: história da literatura. Revista Letras, São Paulo, n.22, p. 80- 89, 1982.

REIS, Maria da Conceição Souza. Características lingüísticas na obra de Gumes. In: ABRALIN: Boletim da Associação Brasileira de Lingüística. v. 1. Fortaleza: Imprensa Universitária-UFC, 2001. p. 469.

REIS, Maria da Conceição Souza. O Sampauleiro: romance de João Gumes. 2004. 520f. Tese (Doutoramento em Letras) - Instituto de Letras, Universidade Federal da Bahia, Salvador.

 


 

 

 

[1] 8bro = outubro. Esta abreviatura foi mantida com o intuito de mostrar o registro da época em relação à grafia do nome dos meses.


 


 

[1] Os dados históricos da Guia são retirados da obra de Aníbal Alencastro.

[2] A critério da pesquisadora os sobrenomes serão ocultados para não expor os informantes.


 


 

[1] De acordo com o Novo Manual da Redação (Folha de S. Paulo), nariz-de-cera é “parágrafo introdutório que retarda a entrada no assunto específico do texto. É sinal de prolixidade incompatível com jornalismo” (1992: 93).

[2] Lide em português é tradução da palavra em inglês “lead”, traduzida como cabeça, líder, é o que se convencionou chamar no jornalismo do início do texto.