A PRODUÇÃO DE TEXTOS
EM CONTEXTOS ESCOLARES E VIRTUAIS

Luciene Pinheiro de Souza (UENF)
Vera Lúcia Deps (UENF)

 

INTRODUÇÃO

A mídia digital causou grande impacto nas escolas, introduzindo novos valores, saberes e conhecimentos. A escola precisou enfrentar os desafios deste mundo contemporâneo que, segundo Magda Soares (2002), requer dois tipos de letramento – as práticas sociais de leitura e escrita no papel e na tela; dois tipos de alfabetização – não só a alfabetização pela letra no papel, mas também a alfabetização pela letra na tela.

Apesar das dificuldades, a Internet tem sido muito explorada para a construção do conhecimento de forma crítica e autônoma; além disso, ela tem sido um ambiente propício para a criação de novas linguagens. A escrita convencional sofreu modificações na cibercultura, em especial nos chats e fotologs. Apesar de nem todos os adolescentes terem, ainda, acesso direto à Internet, eles se entusiasmam cada vez mais com a linguagem desses ambientes e sofrem, por sua vez, mudanças que costumam refletir em sua vida diária.

 

A LINGUAGEM DE CHATS E FOTOLOGS

Toda atividade humana está imbricada à esfera da língua que é social e que se efetua em forma de enunciados orais ou escritos.

A internet transformou a situação pragmática da comunicação. Enquanto nas sociedades da oralidade primária os interlocutores partilhavam o mesmo contexto, na era da escrita surgia a possibilidade do distanciamento entre produção do texto e momento de recepção nos mais diversos contextos. Atualmente, há interlocutores ligados a uma rede, numa relação nova com os conceitos de contexto, de espaço e de tempo de mensagens. Vive-se um tempo em que velocidade é protagonista da cibercultura.

Mediante a essa situação, o indivíduo cria formas lingüísticas eficazes para atender à nova demanda. Devido à velocidade exigida ao se comunicar, ou até mesmo para leituras na rede, os internautas precisaram criar recursos para se comunicarem mais rápido e para expressarem suas emoções por escrito.

Segundo Bakhtin (1997), a situação social mais imediata e o meio social mais amplo determinam a estrutura da enunciação. O meio virtual é uma situação comunicativa que determina uma estrutura de enunciação escrita bem próxima da oralidade, fazendo com que os participantes se sintam bem à vontade, como que numa conversa informal face a face.

Um dos ambientes bastante freqüentados são os chats e fotologs.

Os chats são ambientes de comunicação sincrônica (em tempo quase real) em que o uso da escrita é preponderante[1]. São como uma teia em que o locutor está submerso a vários interlocutores. É preciso habilidade para interagir com todos. À medida que interage com um interlocutor, outros interlocutores já estão interagindo com outras mensagens, há limites de tempo parecido com os interagentes no encontro face a face. O feedback deve ser imediato, exigindo destreza em reunir velocidade e clareza na comunicação. Não há como planejar, premeditar e alterar o enunciado.

Essa linguagem emergente, cujos atores da comunicação são os produtores da mesma, possui características que subvertem conceitos tradicionais da escrita. Apesar da sensação de estarem falando, os enunciados que produzem são construídos num “texto falado por escrito” (Hilgert, 2000: 17), numa “conversação com expressão gráfica” (Barros, 2000: 74).

Para Barros (2000) e Hilgert (2000), o chat apresenta uma nova articulação das linguagens oral e escrita que, concebidas como modos complementares de ver e compreender o mundo, certamente também possibilitam modos e formas diversas de produzir sentidos e estabelecer relações entre os sujeitos nas situações de interação/ interlocução.

Partindo de Lévy (1999) sobre o fato de que na internet há formação de comunidades virtuais, dispersas e desterritorializadas; parece que os interlocutores estão mais unidos por temas afins do que por seus lugares sociais. Compreendido como partícipe de um grupo ou classe; o indivíduo é, na Rede, fruto de sua expressão lingüística e será somente na e pela linguagem escrita que se poderá vislumbrar a sua identidade. Por outro lado, há salas de bate-papo mais reservadas, como o caso do MSN, ambiente em que só interagem pessoas conhecidas e, portanto, com seus contextos sociais definidos e identidades conhecidas.

O MSN é um programa da mensagens instantâneas criado pela Microsoft Corporation. O programa permite que um usuário da Internet se comunique com outro que tenha o mesmo programa em tempo real, podendo ter uma lista de amigos "virtuais" e acompanhar quando eles entram e saem da rede. O pioneiro nesse tipo de aplicação foi o ICQ, mas o público jovem tem sido mais adepto ao MSN. Apesar de ter disponibilizado vídeo e som, os jovens, normalmente, preferem teclar seus textos para se comunicarem.

Outro ambiente virtual muito freqüentado são os fotologs, conhecidos também como flog ou flogão. Eles são blogs, diários virtuais constituídos de fotos e comentários. Sua forma de comunicação é de natureza assíncrona, não implica simultaneidade de composição, envio e recepção. É baseada em dois princípios fundamentais: atualização freqüente e microconteúdo, pequenos blocos de texto, atualizados freqüentemente, sempre com a última atualização no início do site.

Os fotologs possuem uma estrutura-padrão. Essa estrutura privilegia sempre a atualização mais recente, permitindo o visitante perceber se o diário foi atualizado ou não. A foto do dia é centralizada na parte superior desse espaço; ao lado esquerdo ficam as fotos anteriores que servem de links para os diários e comentários dos dias anteriores, é uma espécie de histórico do blogueiro; ao lado direito ficam os favoritos, fotos que o blogueiro julgou importantes para estarem ali expostas, ter a foto inclusa nos favoritos de alguém é considerado um grande privilégio, essa fotos, também, servem de links, no entanto, são janelas para fotologs de pessoas selecionadas, favoritadas pelo dono do atual fotolog; no centro, abaixo da foto principal e do comentário do blogueiro ficam os comentários dos interagentes; mais abaixo fica o post, uma caixa aberta para que novos visitantes digitem seus comentários.

O meio virtual exige que a linguagem utilizada ali se renove, as abreviações usadas não são aleatórias. Percebe-se que a natureza do discurso eletrônico é pertinente ao entrelaçar a oralidade com a escrita. Ao utilizar a linguagem, eles estão, na verdade, interagindo.

Os internautas irão criar cada vez mais uma linguagem própria para formar seus grupos. A necessidade de recriar linguagem para fazer parte do grupo é ainda mais acentuada no ciberespaço, pois, muitas vezes, esse é o único recurso de expressão de que os interlocutores dispõem.

 

A PRODUÇÃO DE TEXTO

Levando em consideração o percurso da Lingüística, percebe-se um grande avanço, a partir do momento em que Harald Weinrich, postula toda a Lingüística ser necessariamente Lingüística de Texto. Isso se deve ao fato de que a Lingüística Textual considera o texto como uma unidade de estudos acima das frases e períodos. Ela tem como objeto de investigação o texto, no qual convergem ações lingüísticas, cognitivas e sociais e que organizam um evento comunicativo. O que as pessoas têm a dizer não são palavras nem frases isoladas, mas são textos. Os fatores de textualidade são responsáveis pela produção de sentido. Entende-se por textualidade o modo múltiplo de conexão ativado sempre que ocorre um evento comunicativo.

Koch (2005: 30) afirma que:

Um texto se constitui enquanto tal no momento em que os parceiros de uma atividade comunicativa global, diante de uma manifestação lingüística, pela atuação conjunta de uma complexa rede de fatores de ordem situacional, cognitiva, sociocultural e interacional, são capazes de construir, para ela, determinado sentido.

A autora acredita (2002) que os fatores de textualização deixam de ser vistos como critérios ou padrões que um texto deve satisfazer, mas como um conjunto de condições que conduz cognitivamente à produção de um evento interacionalmente comunicativo. Isto é, os sete padrões de textualidade propostos em Beaugrande & Dressler (1983) não são critérios que permitem identificar as fronteiras entre um texto e um não texto, mas sim as condições para uma ação lingüística, cognitiva e social na qual eles operam como modos de conectividade em níveis diversos, mas inter-relacionados.

Todos esses aspectos favorecem uma produção de texto eficiente e pertinente à concepção de língua como forma de prática social.

 

CARACTERÍSTICAS DA LINGUAGEM
DE CHATS E FOTOLOLOGS
NAS PRODUÇÕES DE TEXTOS CONVENCIONAIS

Perfil dos sujeitos e suas condições de produção

Para se observar o comportamento lingüístico de uma dada comunidade, há de se considerar o caráter sócio-histórico da língua. Traçar o perfil do usuário e seu contexto parece ser um bom começo para verificar se há interferência significativa da linguagem de chats e fotologs nas produções de textos convencionais.

Esses sujeitos são adolescentes com idade entre 13 e 15 anos, estudam numa escola particular do município de Alegre/ES[2] que é considerada, na visão da sociedade alegrense, como uma escola de elite e de qualidade. A maior parte dos alunos pertence à classe média. Em geral, os pais possuem nível médio e superior de escolaridade. Tanto o pai como a mãe, em sua maioria, trabalham fora.

O perfil do grupo pertencente à essa escola, desde a direção ao servente, desde a comunidade alegrense ao cliente em potencial, o aluno, pode ser avaliado como um grupo de perspectivas e engajamento promissores. É uma comunidade que busca ultrapassar barreiras à fim de proporcionar uma educação pedagógica de ponta. A produção de conhecimento é mercadoria de consumo em potencial, cujos objetivos norteadores são a inserção do educando no mercado de trabalho bem como sua formação geral. O alvo principal é oferecer condições para que o educando possa ser apto a participar do meio social enquanto cidadão crítico e atuante.

Os professores são, na maioria, pós-graduados, sendo que três na área de educação e seis na área específica. Estão constantemente se submetendo a cursos de capacitação promovidos pela instituição. Utilizam um material didático elaborado por uma equipe especializada da Rede Pitágoras de Belo Horizonte que possui um aparato teórico excelente para sustentação de uma prática pedagógica inovadora.

Na percepção desses profissionais de ensino, a participação de ambientes virtuais na internet tem refletido consideravelmente na escrita dos adolescentes.

 

Análise dos dados

Delineados os sujeitos da amostra e suas condições sociais, procederemos, a partir de então, à análise dos dados com o objetivo de observar se há interferência significativa da linguagem de chats e fotologs nas produções de texto, bem como verificar se essa interferência evidencia-se dependendo do tipo de interlocutor. Nossa preocupação, vai além dos aspectos gráficos, codificadores da língua. A amostra constitui-se por 60 textos divididos em dois grupos: grupo A, representando textos produzidos por participantes de chats e fotologs e grupo B, representando textos produzidos pelos não participantes. Os textos foram produzidos segundo a perspectiva de dois destinatários distintos: um informal (15 textos do grupo A e 15 textos do grupo B ) e um formal (15 textos do grupo A e 15 textos do grupo B).

Após a definição desses critérios, fizemos um levantamento do número de incidências de características próprias da linguagem de chats e fotologs em cada texto produzido. Baseamo-nos numa ficha de análise elaborada para a pesquisa. Logo depois, fizemos a tabulação das ocorrências e, a partir da média total de ocorrência por texto, calculamos aproximadamente o percentual de cada quesito da ficha de análise.

Apresentamos a seguir duas tabelas para estabelecer um panorama comparativo dos resultados.

 

TABELA 1

Destinatário informal

SUJETOS

GRUPO A

GRUPO B

Características da linguagem de chats e fotologs observados nas produções de textos

F

%

F

 %

1. Utilização de símbolos

5

1,4

-

-

2. Utilização de letras maiúsculas

como marcador de alteração prosódica

5

1,4

5

1,7

3. Marca interjetiva

8

2,2

2

0,7

4. Reticências

17

4,8

2

0,7

5. Abreviaturas, reduções ortográficas

44

12,5

16

5,4

6. Supressão de letra maiúscula

9

2,5

8

2,7

7. Utilização de letras na representação de palavras

-

-

-

-

8. Utilização de números em substituição à palavra

19

5,5

8

2,7

9. Transcrição de vocalizações e marcas da oralidade

47

13,3

29

9,8

10. Ausência de acentuação

37

10,5

50

16,8

11. Ausência de pontuação

98

27,8

122

41

12. Desvio ortográfico

64

18,1

55

18,5

TOTAL DE OCORRÊNCIA

353

 

297

 

 

TABELA 2

Destinatário formal

SUJETOS

GRUPO A

GRUPO B

Características da linguagem de chats e fotologs observados nas produções de textos

F

%

F

 %

1. Utilização de símbolos

-

-

-

-

2. Utilização de letras maiúsculas

como marcador de alteração prosódica

-

-

-

-

3. Marca interjetiva

-

-

-

-

4. Reticências

5

2,4%

4

1,7%

5. Abreviaturas reduções ortográficas

9

4,3%

28

11,7%

6. Supressão de letra maiúscula

5

2,4%

4

1,7%

7. Utilização de letras na representação de palavras

-

-

-

-

8. Utilização de números em substituição à palavra

11

5,3%

2

0,9%

9. Transcrição de vocalizações e marcas da oralidade

9

4,3%

20

8,4%

 

10. Ausência de acentuação

29

14%

45

18,8%

11. Ausência de pontuação

95

45,9%

74

30,9%

12. Desvio ortográfico

44

21,3%

62

25,9%

TOTAL DE OCORRÊNCIA

207

 

239

 

Considerando os dados percentuais, seguindo a ordem da categoria das características da linguagem de chats e fotologs apresentada na tabela 1 observamos que a maior incidência está concentrada na subcategoria 11, que diz respeito à ausência de pontuação. As subcategorias 5 (abreviaturas, reduções ortográficas), 9 (transcrições de vocalização e marcas da oralidade), 10 (ausência de acentuação) e 12 (desvio ortográfico) estão, praticamente, num mesmo patamar. Não houve utilização de letras na representação de palavras. A utilização de símbolos e letra maiúscula como marcador de alteração prosódica, marca interjetiva, supressão de letra maiúscula apresentaram um dado percentual pouco substancial. A incidência de reticências e a utilização de números em substituição à palavra, apesar de ter uma diferença aproximada de 2,5%, ainda não podemos considerar relevante para a hipótese levantada nesta pesquisa[3].

Em comparação com o grupo B (tabela 1), ocorre um dado surpreendente. A subcategoria 11, representando o quesito de pontuação, demonstra ser destaque nos dados percentuais levantados, estimando 41% do total de ocorrência e com uma diferença percentual de 13,2% para com o grupo A. Outro dado surpreendente é a ausência de acentuação , com diferencial de 6,3% a mais de ocorrência. Nos aspectos ortográficos, o grau de incidência está equiparado. Numa avaliação comparativa, o grupo A se destaca com relação ao grupo B nos quesitos 3 (marca interjetiva) e 5 (abreviaturas e reduções). A transcrição de vocalização e marcas da oralidade ocorrem com maior freqüência no grupo A, contudo a diferença percentual é de apenas 3,5%.

Em se tratando de destinatário formal (tabela 2), há uma freqüência de ocorrências mais concentrada a partir da subcategoria 4, com exceção da subcategoria 7, cuja ocorrência é inexistente. A utilização de reticências e a supressão de letra maiúscula coincidem em 2,4% das ocorrências, o mesmo acontece com as subcategorias 5 (abreviaturas, reduções ortográfica) e 9 (transcrição de vocalização e marcas da oralidade). O número representativo está concentrado nos quesitos de acentuação, pontuação e desvio ortográfico, com dado percentual de 14%, 45,9% e 21,3%, respectivamente. O dado de maior culminância está na ausência de pontuação.

O grupo B (tabela 2), demostra uma incidência muito pequena nas subcategorias 4 (reticências), 6 (supressão de letra maiúscula) e 8 (utilização de números em substituição à palavra). A freqüência de abreviações, reduções ortográficas e ausência de acentuação apresenta também baixo nível de ocorrência, possuindo maior representatividade a ausência de acentuação com 18,8%. O dado de maior peso está na ausência de pontuação (30,9%) e desvio ortográfico (25,9%).

Comparando os grupos A e B, a subcategoria 11 (ausência de pontuação) é mais representativa no grupo A, com uma diferença de 15%, enquanto que o grupo B se destaca na subcategoria 12 (desvio ortográfico). Não obstante, a diferença entre os dois grupos é de apenas 4,6%.

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Conforme os dados da tabela 3 abaixo, podemos observar que o grupo A, em comparação com o grupo B, demonstrou habilidade maior em produzir texto de acordo com o tipo de interlocutor.

Somando o número total de ocorrência entre os produtores de texto, podemos afirmar, em dados percentuais, que o grupo A apresenta, aproximadamente, 54,3% de características próprias da linguagem de chats e fotologs, ao produzir um texto a um interlocutor informal; enquanto que o grupo B apresenta, aproximadamente, 36,7%. A diferença percentual entre os dois grupos é de 17,6%.

Em se tratando de interlocutor formal, o grupo A continua apresentando habilidades de adequar melhor a linguagem segundo a situação comunicativa apresentada. O grupo A possui um número menor de características próprias da mídia digital com 46,4 % de ocorrências, já o grupo B mostra uma incidência maior de 53,6%, com diferença de 7,2% entre os dois grupos.

Por outro lado, ao somar o número de ocorrências dentro do próprio grupo sem divisão de destinatário, podemos apontar para um dado percentual quase que equiparado com relação ao número geral de ocorrências. Somando o número geral de ocorrências 560 do grupo A e 536 do grupo B, temos o total de 1096 ocorrências. A partir desses dados, podemos apresentar como resultado percentual (tabela 4) a margem de, aproximadamente, 51% de ocorrências no grupo A e 49% no grupo B. A diferença de 2% é praticamente insignificante, considerando a avaliação geral de ocorrências.

No que diz respeito a interlocutores distintos, os dados percentuais demonstram as diferentes habilidades de adequação textual a situações comunicativas diversas. O grupo A soube se adequar melhor que o grupo B, apesar da pequena diferença percentual de 7,2% no que se refere à formalidade.

 

TABELA 3

CARACTERÍSTICAS DA LINGUAGEM DE CHATS E FOTOLOGS

MÉDIA GERAL
DE OCORRÊNCIA

                                                    Sujeitos

Destinatário

Grupo A

Grupo B

Informal

353

297

Formal

207

239

Total

560

536

Total grupo A e B

1096

 

TABELA 4

                        Sujeitos

Destinatário

Grupo A     Grupo B

Diferença percentual

Grupo A          Grupo B

Informal

54,3%

36,7%

17,6%

Formal

46,4%

53,6%

7,2%

Podemos depreender que interferências existem, todavia não o suficiente para se alarmar tanto.

Conforme tabelas acima, comparando os dois grupos, as características que vão de encontro com a norma padrão não estão presentes apenas nos sujeitos do grupo A, mas também e, às vezes até mais incidentes nos do grupo B. Isso demonstra que os problemas com o texto são gerais, mas não necessariamente pela influência exercida sobre os interagentes de ambientes virtuais como chats e fotologs.

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BAKHTIN, Mikhail. Marxismo e filosofia da linguagem. São Paulo: Hucitec,1997.

BARROS, Diana Luz Pessoa de. Entre a fala e a escrita: algumas reflexões sobre as posições intermediárias. In: PRETI, Dino (org.) Fala e escrita em questão. São Paulo: Humanitas, FFLCH, USP, 2000.

BEAUGRANDE, Robert de e DRESSLER, Wolfgang Ulrich. Introduction to textlinguistics. London/ New York, Longman: 1983.

HILGERT, José Gaston. A construção do texto “falado” por escrito: a conversação na internet. In: PRETI, Dino (org.). Fala e escrita em questão. São Paulo: Humanitas, FFLCH, USP, 2000.

KOCH, Ingedore Villaça. O texto e a construção dos sentidos. São Paulo: Contexto, 2005.

–––––– e FAVERO, Leonor Lopes. Lingüística textual: introdução. São Paulo: Cortez, 2002.

SOARES, Magda. Transformações e movimentos da escola no mundo atual. In: Ensino Médio: desafios em tempo de mudanças. Espírito Santo: SEDU, 2002.

LÉVY, Pierre. Cibercultura. São Paulo: Editora 34, 1999.


 


 

[1] Há formas de se comunicar com imagem e som, porém o usos da escrita ainda é o meio mais utilizado.

[2] O Instituto Educacional Santos Carvalheira é a escola em que a pesquisadora atuava como professora de Língua Portuguesa e de onde originou o desejo de desenvolver a presente pesquisa.

[3] A linguagem de chats e fotologs, mediada pela internet, influencia e altera, significativamente, a escrita dos adolescentes que têm acesso a esse ambiente virtual. Essa  influência é mais evidente em situação externa ao ambiente virtual, quando o interlocutor, a quem a mensagem é dirigida, está mais próximo do produtor do texto.