A emergência de padrões fonológicos
a aquisição dos ditongos decrescentes orais do PB

Aline R. Benayon (UFRJ)

 

O objeto deste estudo é a aquisição de núcleos silábicos complexos, especificamente de ditongos decrescentes orais do dialeto carioca, sob a ótica dos postulados da Fonologia de Uso (Bybee, 2001) e da Fonologia Probabilística (Pierrehumbert, 2003). A pesquisa dividiu-se em três etapas: verificação da proposta de Bonilha (2003), desenvolvida dentro da Teoria da Otimalidade, que propõe um ranqueamento de restrições silábicas para aquisição dos ditongos; análise da freqüência dos tipos de ditongos e da freqüência de ocorrência dos itens lexicais, observando a possível influência do status morfológico das palavras durante o processo aquisitivo; e análise da aquisição da variabilidade entre [ey] ~ [e] e [ay] ~ [a] em uma amostra de fala de 180 crianças em idade pré-escolar, que foi dividida em oito faixas etárias (2; 2:3; 2:7; 3; 3:3; 3:7; 4; 4:6). Os dados apontam os seguintes resultados: a aquisição dos diversos tipos de ditongos não é explicada apenas por aspectos silábicos, mas também pela freqüência de tipo e, principalmente, pela freqüência dos itens lexicais: os ditongos com freqüência de ocorrência alta, como /aw/ e /ew/, são adquiridos primeiro que os de freqüência mais baixa, como /ey/ e /ay/. O status morfológico das palavras parece influenciar a aquisição de certos ditongos. Assim, [єj], presente na forma plural dos substantivos terminados em – el,  (anel, papel), possivelmente, depende da aquisição desse plural. 

 

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