A PARASSINONÍMIA COMO REFLEXO DAS DIMENSÕES INTERACIONAIS E INTERLOCUTIVAS DA LINGUAGEM

 Márcia Regina Teixeira da Encarnação (USP)

 

Nesta comunicação, apresentamos a análise semântico-lexical da lexia umbigo, abordando a questão da parassinonímia com vistas a mostrar a ampliação de sentidos que as lexias adquirem e o princípio de que toda relação de sentidos conduz a uma mobilização de unidades lingüísticas no plano do significado.

A parassinonímia consiste em buscar o sema de relação de sentido entre dois vocábulos de significação muito próxima que permite muitas vezes que um seja escolhido pelo outro em alguns contextos, sem alterar o sentido literal da sentença como um todo.

Sabe-se que toda língua tem seu repertório lexical infindável e que os limites de uso estão no indivíduo que não tem senão parte do repertório lexical para mobilizar as manifestações da cadeia falada no eixo da interlocução. Sendo assim, a língua veicula situações de uso e reflete características culturais de um povo.

A palavra torna-se fonte de produção de conhecimento e abre-se para a descrição e definição das relações da língua no eixo da interação comunicativa e é nesse limite que se abre espaço para a mobilização do universo polissêmico da linguagem. Ao se relacionarem, as palavras concedem entre si um valor significativo, ampliando o espaço configurativo da linguagem, estabelecendo parâmetros de produção de sentidos, caracterizando e dimensionando situações de uso da língua. Está no indivíduo, usuário da língua, a função de estabelecer parâmetros de criação de novas dimensões de sentidos de um mesmo significante, conforme as circunstâncias de uso, no contexto social, cultural e histórico.

 

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