A QUESTÃO DA MEMÓRIA EM D. CASMURRO

Maria Inês Mexias (USS)

 

A partir da década de 60 grande é a quantidade de romances que procuraram conservar os acontecimentos do passado e a reminiscência como ato de evocação para tornar atual a memória, constituindo, assim, uma valorosa contribuição para a prosa de ficção contemporânea. Muitos escritores usam-na como recurso para suprir a ausência da veracidade dos fatos que o narrador foi testemunha, assim, ficção e memória participam do cenário narrativo. Machado de Assis, no entanto, já no século XIX fazia uso da memória, não a involuntária, proustiana, ou a voluntária, como processo de tornar presente aquela realidade de um passado vivido e que é preciso registrar, transmitir, como prova do acontecimento que se transformará em História.  Machado utiliza a memória como possibilidade da vigência da unidade.  Esta comunicação pretende mostrar que para Machado de Assis a memória é um modo privilegiado de constituição da unidade e por isso, um modo muito especial de consolidar o relacionamento entre o que foi, o que é e o que será.

 

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