A CORRELAÇÃO ENTRE OS VERBOS MODAIS
E O USO DAS FORMAS DE FUTURO DO PRESENTE

Josete Rocha dos Santos
(UniverCidade e UCB)

 

No presente trabalho, parte da nossa pesquisa de mestrado, procuramos analisar a influência dos verbos modais, tais como ‘poder’, ‘dever’, ‘ter que’, ‘precisar’, ‘ir’, e ‘querer’, no uso das formas de futuro do presente às quais demos a seguinte nomenclatura:  (1)  Futuro sintético (FS) – forma simples flexionada no futuro;  (2) Futuro perifrástico – forma composta do verbo auxiliar ir no presente seguido do verbo principal no infinitivo;  (3) Presente (P) – forma simples no português.

Palmer (1986:  33) ressalta o caráter especial dos verbos modais associados às modalidades deôntica e epistêmica.  Mira Mateus (1983:  152) considera que esses verbos possuem “modalidades lexicalizadas – necessária, possível ou contingente”.  Dubois (1973:  319) realça a correspondência entre os verbos modais e a opinião do falante.  Concorda com Mira Mateus ao considerar os auxiliares modais como verbos pertencentes a uma classe de auxiliares verbais responsáveis por expressar as modalidades lógicas (contingente vs necessário, provável vs possível).  O falante, assim, usa o modal para expressar um julgamento do fato como possível, necessário, conseqüência lógica ou resultado de uma decisão.

As distinções semântico-pragmáticas entre as modalidades epistêmica (crença, verdade, probabilidade, (in)certeza, evidência, eventualidade) e deôntica (capacidade, habilidade, obrigação, manipulação, necessidade, permissão) são relevantes na escolha das formas de futuro do presente acompanhadas de um verbo modal.  É exatamente esta correlação a ser abordada no nosso trabalho: verbos modais vs modalidade vs formas de futuro.  O estudo, realizado a partir do levantamento de verbos modais e não-modais nas formas de futuro do presente em entrevistas semi-informais, apresenta um total de 871 ocorrências submetidas ao pacote de programas estatísticos VARBRUL 2S1 (versão PINTZUK, 1988).

 

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